28 | Mar tranquilo


(Dante Kafka)

Digito as últimas cinco palavras dos agradecimentos do livro do ruivo sorrindo para a citação ao meu nome, terminamos, finalmente a obra será redigida e publicada. Olho brevemente para o relógio tamborilando o dedo indicador sob o mause, faltam três minutos para que eu possa ir para casa.

Sempre que chego sou recebido por aquele sorriso de Jay, aquele que vai de orelha a orelha assim que me vê e que faz com que qualquer coisa ao seu redor suma, e assim, só exista ele. Adoro me jogar no sofá ao seu lado para ficar com a cabeça deitada em seu colo, vemos então filmes enquanto ele acaricia o meu cabelo, geralmente, acabo dormindo sem nem ver o final, e sei que o escritor faz de propósito, ele sabe o quanto chego cançado.

Sorrio de lado ao ver o relógio em cima da porta bater oito horas e me levanto apressado, ajeitando a gravata no meu pescoço, estranho te-la em mim agora, pois nas curtas férias me habituei a não usa-la. Pego minha mochila preta, agora com poucos papéis, e salvo o arquivo, saindo sem dar uma segunda olhado para os outros editores que parecem nem se ligar que podem ir para casa.

A primeira coisa que vejo ao sair é Louise arrumando suas coisas em cima da mesa, seu setor é agora separado do meu, pois agora ela além de editar escreve para a nossa revista. Desvio o olhar tentando fingir não ter a visto, a editora tem tentado falar com Jay por mim a um tempo, mas não quero me meter porque não tenho todos os fatos. A minha tentativa de disfarçar não impede que eu seja chamado, suspiro pesadamente indo em sua direção.

Eu... Só... Quero... Ir... Pra... Casa...

- Dante desculpa eu te pedir isso de novo mas pode pedir para o Jay atender as minhas ligações? Poxa, eu não fiz de propósito, por que eu iria querer prejudicar o trabalho dele?

- Olha ele não está com raiva de você tá, não mesmo, Jay vai conversar com você sobre isso assim que puder, não se preocupe. - Falo sem tirar os olhos das suas íris castanhas nervosas. - Embora eu ache meio suspeito o manuscrito ter "sumido".

E dito isso aperto levemente o seu ombro e saio sem ver sua expressão indignada. Louise é uma boa pessoa, contudo um editor não pode descartar um manuscrito simplesmente por não condizer com o seu gosto pessoal, não sei o que a motivou a fazer isso, mas Jay sabe.

A verdade é que ele quis falar com ela assim que saiu do hospital, o Oscar nos visitou para agradecer pelo trabalho do escritor e perguntar quando este estaria pronto para começar outro, confesso ter ficado indignado e me surpreendi com a risada do ruivo que disse sempre estar. Nesse mesmo dia ele perguntou sobre a Louise, pedi para ele pegar leve, entretanto, mesmo assim o vejo escrever algo em seu notebook a noite.

Empurro as portas duplas de vidro saindo para a caussada, sinto então imediatamente o calor do Texas me envolver em seu bafo insuportável, e tirando o paletó chamo um táxi que como diz o GPS:

Me levará ao meu destino.

•••

Eu podia ter vindo andando, só que não seria tão rápido. As ruas sem trânsito combinada a curta distância entre o meu trabalho e a casa dos meus pais facilitam o trajeto, não morei sempre aqui, na verdade o meu apartamento fica a poucos quarteirões do de Jay, acontece que depois de ter aceitado o convite da minha mãe para ficar um pouco aqui acabei não saindo devido a enxurrada de trabalho, suspiro saindo do táxi após te-lo pago, só que isso me afastou do ruivo.

Destravo o portão de ferro e entro no estreito corredor já sentindo o alívio proporcionado pelo ar condicionado, assim que abro a porta que dá para a sala dou de cara com a minha mãe que passa por mim toda arrumada como se nem tivesse me visto, franzo o senho não entendendo a sua pressa.

- Mãe onde está o Jay? - Pergunto segurando a porta.

- No banho filho. - Responde se virando para trás apenas para me mandar um beijo antes de sair para a rua, o portão tranca ao bater e sem entender nada me fecho dentro de casa.

Sheila sempre está arrumada, ela gosta de usar uma maquiagem bem nude todo dia, cuidar do cabelo e essas coisas, quando eu era pequeno amava quando ela me ensinava a fazer penteados nela, tranças embutidas e cachos, foi assim que a discussão sobre a minha sexualidade surgiu aqui em casa. Isso, porém, descobri não ter nada a ver, pois o meu primo que passava todas as férias com a minha mãe fazia a mesma coisa, a mãe dele adorava quando ele voltava pra casa com idéias de penteados novos que Sheila ensinava, todavia, ele não é gay.

Então a informação que ela me deu ecoa em minha mente e sorrio de lado começando a subir os degraus da escada, a água deve estar deslizando pelo esguio corpo do ruivo como minhas mãos gostam de fazer, abro a porta do banheiro bem devagar evitando fazer barulho, o vidro do box está embaçado, consigo, contudo, ver claramente sua silhueta de costas para mim. Os cachos ruivos claros caem em cascatas pelo seu pescoço, Jay então se volta para mim sem se assustar e me dá o meu sorriso, as gotas descem pelo seu rosto de forma obscena e ao mesmo tempo pura.

- Chegou cedo... Raven. - Fala arrancando de mim uma risada baixa.

- No momento perfeito. - Retruco largando a mochila e o paletó na pia do banheiro, ele ri abrindo espaço para mim que entro completamente vestido debaixo do chuveiro.

Jay se vira para desligar a água, o puxo porém pela cintura colando os nossos corpos encharcados, ele cola suas costas nuas em meu peito suspirando quando mordo sensualmente o seu pescoço alvo, o gêmeo então vira o rosto para mim e tomo os seus lábios com voracidade gemendo quando este se volta para mim e nossos membros chocam-se. As nossas bocas dançam em harmonia com os nossos corpos, desliso minha mão pela cintura do ruivo o sentindo se arrepiar com o contato e as pouso em suas nádegas, apertando-as para me deleitar com os seus suspiros.

O escritor então desce sutilmente a palma que agarrava a minha blusa, ele deslisa os dedos pela minha barriga, parando-os no cós da minha calça social preta, suspiro abrindo os olhos a tempo de ver o sorriso maroto que me dá antes de separar os nossos lábios inchados com uma mordida, ele então desce a mão mais ainda esfregando meu membro dolorido por cima da calça. Gemo enterrando meu rosto nos ombros de Jay que sorri mordendo o lábio inferior com esse efeito.

- Raven...

- Sim anjo... - Murmuro com dificuldade ao sentir sua palma abrir os botões da minha calça molhada e entrar dentro dela.

- Eu quero tanto você que chega doer... - O ruivo fala atraindo imediatamente a minha atenção, ergo a face observando as bochechas coradas de Jay e baixo os olhos admirando seu corpo grudado ao meu, sorrio então sem acreditar em como alguém consegue ser ao mesmo fofo e obsceno.

Me afasto dois passos para tirar o restante da minha roupa encharcada enquanto o escritor abaixa a potência do chuveiro.

- Hoje está tão quente... - Brinco chutando a blusa e a calça para longe.

Jay ri me puxando para um beijo. E as coisas não vão esfriar.

**Esses dois são mui Calientes ;-)**

*Obrigada por ler até aqui, não se esqueça de votar (^^) Kisses*

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