Minha Beta

Palavras do desafio:

Crestar: Fazer riscos, sulcos ou marcas em algo, queimar superficialmente;
Tredo: Ato ou efeito de trilhar, pisar ou caminhar, traidor/traição;
Ciliares: Relativo a cílios, que são os pelos curtos e finos que revestem certas superfícies do corpo, como os cílios nos olhos;
Estral: A época do cio;
Donzel: suave, dócil, puro.

MINHA BETA

Uma sociedade vivendo a base da marginalização e enaltecendo os poucos paralelos de virtude e resistência, foi isso que a dignidade se tornou e aqueles que ficaram entre os dois mundos tentavam compreender quais seriam os próximos passos do líder que ao acender e tornar-se visível.

Nem mesmo Shigaraki imaginava que ao adentrar o jogo de poder tornar-se-ia um burocrata, passando metade de seus dias presos entre reuniões, planejando ações e acima de tudo, cuidando dos seus. Tomura poderia detestar essa vida, mas jamais ignoraria aqueles que contavam com ele e faziam parte dela. Por outro lado havia ela, sua Beta que ao mesmo tempo compreendia tudo ao seu redor tentava afastar-se um pouco dessa sujeira e loucura. Como um alfa genuíno, Shigaraki pouco importava-se com as vontades banais da lilás, mas, ao mesmo tempo queria agradá-la, uma vez que sentia-se extremamente ligado.

Após mais uma reunião, Tomura coordenou um ataque a uma facção rival de remanescentes. Uma espécie de união entre as sobras do Shie Hassaikai e exército de Re-Destro que optaram pelo tredo. Veja bem, Shigaraki é um líder muito ocupado e sinceramente não tiraria o direito de escolha dos seus semelhantes, e sim a vida, já que uma hora ou outra viriam a confronta-lo. E depois de mais um dia estressante via-se diante da loira que não parava de sorrir.

-- Já escolheram o nome do bebê? -- Comentou atraindo atenção dos demais.

-- A rainha está grávida? -- A voz veio de Twice em ironia apelidando-a.

-- Ela não está grávida Toga, pare com isso. -- Shigaraki sentia-se mais estressado que o normal. O período estral estava próximo e ainda lidaria com uma beta insubordinada que alegava incompatibilidade.

[...]

A visão que tinha da beta elevava-se ao donzel. Mirai em um vestido branco cuidando dos cães da mansão, após livrar-se do excesso de roupas se aproximou:

-- Como foi o seu dia? -- A respiração profunda nos fios, disparou o coração alheio e ele sentiu a pele crestar ao mero toque.

-- Comum e o seu? Até quando pretende me deixar presa nessa casa?

Ele sorriu cinicamente, enquanto piscava os ciliares lentamente.

-- Até que não reste fraqueza em seu corpo. -- Foi a resposta fria que levou-a revirar os olhos.

-- Sou uma atiradora, ficar a sua mercê não faz parte dos meus planos. -- Afirmou deixando-o animado pela petulância.

-- Temos uma festa á noite, não me decepcione e talvez... Volte ao trabalho, afinal -- Beijou-lhe a nuca arrepiando-a -- Ninguém atira como você.

A beta lutou internamente para não demonstrar o quanto, as poucas ações de Tomura mexiam com seu ser profundamente.

[...]

O casal encontrava-se naquela festa profundamente entediado. A princípio, Mirai achou que se tratasse de um evento repleto de figurões e políticos, mas, para o total azar tratava-se de uma festa familiar, onde a beta sentia-se julgada e avaliada pelos olhares daqueles que não concordavam com a união, apesar do desconforto ela se manteve intacta, tentando conter as mãos firmes, e olhares obscenos de Tomura toda vez que encarava o busto.
Shigaraki também compreendia seu desconforto, mesmo mantendo a pose de pouca importância, entretanto, bastava que Mirai dissesse que estava indisposta e iria embora, o que não demorou a ocorrer. Agora vis-a-vis encontravam-se deitados na cama.

-- Sua família nunca aceitará esse relacionamento. -- Se referiu ao anciões e pai de Shigaraki levando-o a rir.

-- Ela já aceitou, até ficou próxima de Toga ultimamente. Aqueles que você suportou hoje não passam de estranhos. -- Decretou.

-- E não se preocupe, se ficou desconfortável não voltará mais lá.

Apesar de simplório, para ela significava muito, em poucas palavras e atos, Tomura passava-lhe o essencial e pesando desse modo tomou a iniciativa, erguendo-se e selando os lábios nos dele.

-- Que tal um jantar a dois amanhã?

Tomura sorriu puxando-a para o colo e apertando as coxas, além de beijar o pescoço.

-- Isso é um encontro senhora Shigaraki? -- A mulher sentiu o rosto queimar conforme a camisola era levantada.

-- É sim. Quero fazer essa união dar certo. -- Afirmou, na verdade, há meses questionava-se a respeito. Apesar de não esperar por essa união, estava escrachado o quanto estava se aproximando dele e os sentimentos que pareciam eclodir ao mero toque.

-- Hum... Nesse caso, vou levá-la ao meu local favorito e...

-- Não. -- Ela tapou os lábios dele -- Eu quero te surpreender então apenas aceite.

A esse altura a camisa estava prestes a virar trapos, principalmente quando inverteu a posição beijando-lhe de forma afoita, os dedos de Mirai entraram nos fios prateados conforme Shigaraki puxou a calcinha para o lado, puxando a calça para baixo e liberando o falo, batendo diversas vezes contra a feminilidade causando mais pressão antes de finalmente toma-la como sua, a reivindicando intensamente pelo resto da noite.

[...]

Shigaraki olhava o campo florido a sua frente observando a cesta de piquenique posta. O sorriso da lilás evidenciava o zelo por cada ato e quando ambos se sentaram ele sorriu, estava verdadeiramente em paz.
Mirai tinha aceitado a ligação por completo e não temia estar próximo dele.

-- O que esse lugar significa para você? -- Perguntou ao vê-la tão absorta.

-- Uma época da minha vida onde o mundo parecia ter cores, antes de Chisaki as sugar e me afundar em seus planos.

Ali Tomura percebeu que certos traumas não sanariam, mesmo que estivesse disposto a ajudá-la.

-- Nesse caso vamos tingi-los novamente. -- Aproximando-se lentamente beijou a mulher trazendo-a para o peito e foi recompensado pela certeza de que estavam no caminho certo, mesmo que as tal união parecesse improvável.

Mirai deveria tê-lo assassinado, Shigaraki não deveria ter escolhido por ambos e ainda assim, essas questões não importavam mais, uma vez que como Alfa, faria tudo ao seu modo e mesmo não demonstrando, cada vontade de sua beta deveria ser levada como uma ordem.

Desejos estes, que adorava cumprir, tanto quanto quebrar parte dos falsos ideais da sociedade ao qual aos poucos dominava.


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Notas: Optei por não fazer o rut, pois, toda vez que escrevo cenário sexual intenso com o Shigaraki são no mínimo 3k de palavras para esse gostoso, ao qual não temos aqui, e todos podem ser conferidos na fanfic Desintegra-me.

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