capítulo 11 | a verdade só é dura porque é verdade
Hongjoong não fez perguntas quando, ao entrar no apartamento de Seonghwa como fazia toda manhã, o encontrou com olhos vermelhos, olheiras profundas e escuras e o rosto deixando claro o quanto ele chorou durante a noite, apenas o abraçou, prometendo que eles dariam um jeito em qualquer coisa.
Seoyun também passou mais tempo grudada com o tio que o de costume, só se separando dele quando Hongjoong a pegou para levar para escola, se despedindo com um abraço apertado e um beijo na bochecha dele pela primeira vez, o que o pegou de surpresa e colocou um sorriso em seu rosto, mesmo que pequeno.
Hongjoong pegou a chave do carro de Seonghwa, prometendo trazer de volta depois da aula, e se despediu com mais um abraço rápido.
Seonghwa passou todo o tempo sem conseguir se concentrar no que precisava fazer, se distraindo e pensando no que poderia acontecer se perdesse a tutela de Seoyun ao mesmo tempo que se pegou pensando o que fez com que seus pais tentassem brigar judicialmente pela tutela dela depois de meses desde a morte de Chaewon. Eles não se importavam com os filhos, então com certeza não se importavam com a neta. Ou seja, era interesse. Seoyun tinha alguma coisa que eles queriam e Seonghwa precisava descobrir o motivo o quanto antes se quisesse se defender disso.
Ele precisava de um plano, e rápido.
Buscar Seoyun na escola tinha se tornado um de seus momentos favoritos porque ele sentia falta da presença constante e ela sempre voltava falando um pouco mais que o normal, mas naquele dia ele ficou tentado a pedir para outra pessoa buscá-la, o medo e a insegurança eram quase uma extensão dele desde que recebeu a intimação das mãos do oficial.
Era cruel dar a Seoyun estabilidade, amor e cuidado só para ter que contar a ela que ela corria o risco de perder tudo isso, principalmente sabendo o que a esperava se ele perdesse a tutela.
Seus pais lhe causaram mais traumas do que ele jamais foi capaz de processar. A frieza, as ameaças, a manipulação para fazer com que ele se tornasse a marionete que eles queriam, a pressão para impedir que ele e Chaewon se tornassem próximos. Eles o expulsaram de casa quando tudo que eles tentaram falhou e o deixaram de fora da vida da própria irmã — que ele poderia ter salvado se soubesse que ela precisava ser salva — e da sobrinha, que eles queriam tirar dele.
O simples pensamento de Seoyun na mesma situação que ele esteve mexia com seus nervos e ele por inteiro sabia que aquilo era errado, que ela não merecia passar por mais nada de ruim. E ele lutaria com unhas e dentes, com cada parte de sua alma, para impedir que eles conseguissem o que queriam.
Quando o expulsaram, Seonghwa lembrava, seu pai disse que o destino dele era ser uma pedra no caminho deles, eles não tinham noção de quanto isso se tornaria verdade.
Se Seoyun notou que ele apertava o volante com força enquanto dirigia não falou nada, mas ele se forçou a controlar os próprios sentimentos mesmo assim. Não queria de forma alguma que ela se lembrasse do pai abusivo ao vê-lo volátil.
— A gente não vai 'pro parque hoje, tio?
Seonghwa olhou para ela, suavizando a expressão.
— Hoje não, estrelinha. Nós... temos que ter uma conversa importante quando chegar em casa.
Seoyun o encarou, mas não perguntou mais nada e o resto do caminho até em casa seguiu em silêncio.
Seonghwa abriu a porta do apartamento e Seoyun foi até o quarto guardar sua mochila enquanto ele ia até a cozinha pegar um pouco de água para manter os nervos e a ansiedade sob controle, percebendo que estava tremendo quando sua sobrinha voltou e se sentou na cadeira mais baixa que ele comprou para ela poder comer mais confortavelmente na mesa.
— O que a gente precisa conversar, tio Hwa?
Ele fechou os olhos com força e respirou fundo, jogando a cabeça para trás antes de se desencostar da pia e ir até Seoyun, se abaixando na frente dela e ficando na altura que ela estava sentada.
— Meu amor, eu preciso te contar uma coisa e vai ser difícil, mas saiba que eu vou fazer tudo e mais um pouco pra que isso não aconteça, tudo bem? — Seoyun ficou retraída, mas assentiu mesmo assim. — Meus pais, seus avós, eles... querem brigar na justiça pela sua tutela. Sabe o que isso significa? — ela negou com a cabeça lentamente, como se tivesse medo de descobrir o que era, e Seonghwa sentiu seu coração pesar dentro do peito como não o fazia há um bom tempo. — Antes da sua mãe morrer ela deixou um documento dizendo que, se alguma coisa acontecesse com ela, você devia ficar comigo. E é por isso que você mora comigo agora. Seus avós querem contestar isso, querem fazer com que isso seja anulado.
Seoyun arregalou os olhos.
— Eles querem me levar embora, tio?
Seonghwa se forçou a engolir o próprio nó na garganta ao ver os olhos dela cheios de lágrimas.
— Querem, meu bem, mas eu não vou deixar, 'tá bom? Eles não vão conseguir.
Em um minuto, Seoyun estava sentada na cadeira e no seguinte ela estava em seus braços e ele não demorou para sentir as lágrimas quentes dela em seu pescoço. E ali, com a sobrinha nos braços, ele percebeu que a amava como jamais pensou ser possível amar outro ser humano, a dor dela doía mais do que qualquer dor física que ele já tenha experimentado e ele se sentiu a pessoa mais imprestável do mundo por não saber como ajudar, por não fazer tudo ir embora em um passe de mágica e oferecer a felicidade que ele sabia melhor que ninguém que ela merecia.
☆彡
San nunca pensou que um dia estaria com sua vida daquele jeito: uma pessoa que se importava com ele e não ficava ofendido porque ele não era tão presente como deveria por causa dos horários apertados com a faculdade, os treinos e o hospital, mas ele estava conseguindo arrumar tempo para visitar Seoyun e Seonghwa com frequência, estava comendo e dormindo melhor e já ouviu um comentário ou dois sobre como ele parecia mais feliz.
Ele se sentia mais feliz mesmo.
Até demais, se o sermão que recebeu de seu treinador fosse algum indicativo, ou talvez fossem as derrotas uma atrás da outra que ele fez questão de esconder dos amigos. Talvez pudesse ser a ameaça pairando de perder a bolsa que lutou tanto para conseguir.
Com a pressão aumentando por um bom resultado, não foi surpresa quando ele começou a ficar cada vez mais estressado, voltando para casa cada vez menos, usando qualquer tempo livre para ficar no ginásio treinando por uma chance de manter o que conseguiu. Ele queria ver os amigos, Seoyun e Seonghwa, mas sentia que enquanto não conseguisse uma vitória, estaria falhando com todos eles e ele não queria isso. Não era lógico, ele sabia, mas os sentimentos não tinham obrigação nenhuma com lógica.
Em mais um de seus treinos até tarde da noite depois de seu turno no hospital, o som de uma notificação soou pelo ginásio vazio e ele aproveitou a desculpa para um intervalo e secou o suor do rosto antes de pegar o celular, vendo a mensagem de Seonghwa no grupo de amigos.
Meu Toothless 🖤
Gente, eu sei que a maioria de vocês, senão todos, estão ocupados, mas vocês podem vir aqui amanhã?
you
Desculpa, hyung, não posso
San não esperou pelas respostas dos outros antes de jogar o celular de volta na bolsa e continuar seu treino, tentando não pensar muito em como alguma coisa bem no fundo dizia que ele iria se arrepender disso.
No dia seguinte, enquanto ele treinava mais tarde ainda, uma mensagem de Wooyoung descansava em seu celular.
Wooyo ❤️
Você deveria conversar com o Seonghwa hyung,
Ele precisa de você.
☆彡
Quando Seonghwa enviou a mensagem pedindo aos amigos que fossem vê-lo, ele não esperava que a negação de San fosse vir tão rápido e nem que ela doesse tanto quanto doeu. Fazia mais de uma semana que Seonghwa não tinha notícias dele além do que Wooyoung e os demais, acostumados a lidar com ele quando ele ficava daquela forma, lhe diziam, garantindo que, além da negligência com o próprio bem-estar, ele estava majoritariamente bem. Seonghwa acreditou neles, mas isso não fez com que o distanciamento doesse nenhum pouco menos.
Principalmente naquela semana em específico.
Hongjoong, Yunho, Jongho e Wooyoung estavam sentados em sua sala, esperando enquanto Seonghwa se despedia de Seoyun e Siyeon que teriam uma noite das meninas, uma desculpa para que ele pudesse conversar com os amigos sem que ela tivesse que ser confrontada com a verdade cruel mais uma vez.
Assim que as duas sumiram na escada após deixar um beijo na testa de cada uma, ele se direcionou aos amigos e se sentou na mesa de centro de frente para eles. Ele sabia como seu rosto refletia seu cansaço dos últimos dias, o desespero em seus ombros, seu corpo pesado e os olhos vermelhos das noites mal dormidas pensando nas possibilidades.
Ele olhou para os amigos e viu a preocupação nos olhos de cada um deles, respirou fundo antes de falar o que o estava consumindo por dentro há dias.
— Eu recebi uma intimação dias atrás — começou. — Fui convocado para uma audiência para a contestação de tutela. Querem tirar Seoyun de mim.
As reações foram variadas, mas Seonghwa só as viu em um borrão porque seus olhos encheram de lágrimas mais uma vez. Ele escutou alguém arquejar, Wooyoung pela voz aguda, e Jongho xingando, mas não conseguiu ver nada, enfiando o rosto nas mãos para respirar fundo.
— E-eu não sei o que fazer. Eu a-achei que estava tudo indo bem, q-que eu e Seoyun finalmente estávamos começando a melhorar, que n-nós íamos finalmente ser felizes — confessou entre soluços. — Como eu resolvo isso?
Seonghwa sentiu uma mão em seu rosto e se deparou com Hongjoong agachado à sua frente como ele fez com Seoyun tantas vezes.
— Quem? — a voz dele estava desprovida de emoção como Seonghwa tinha ouvido poucas vezes na vida e geralmente ligada a quando ele estava com tanta raiva que achava mais seguro não expressar nada.
— Meus pais.
Dessa vez, Hongjoong quem xingou alto, se afastando para chutar a parede. Wooyoung, não acostumado com o temperamento dele quando estava particularmente bravo, pulou de susto no próprio lugar, mas não Seonghwa. Não. Para Seonghwa aquele era o som de alguém que se preocupava tanto com ele, com sua sobrinha, que o simples pensamento de qualquer um deles sofrendo era o suficiente para que ele reagisse de maneira física. Era o som da segurança, do apoio.
— Nem sobre o meu cadáver morto e enterrado aqueles desgraçados vão tirar Seoyun de nós. Eu te juro Seonghwa, eu vou acabar com a vida de cada um deles antes de eles terem a chance, se for preciso.
Seonghwa se levantou e foi até ele, onde estava encostado de costas na parede respirando pesado, e apoiou a testa no ombro dele, que passou a mão pela cintura dele, abraçando-o e deixando um beijo na testa dele.
— Nós vamos resolver isso, hyung, todos nós — garantiu Wooyoung, se juntando ao abraço e seguido por Yunho e Jongho, como se estivessem protegendo-o do mundo.
Seonghwa assentiu e se permitiu desmoronar, dessa vez na presença de pessoas de confiança.
☆彡
— E Juyeon? — Hongjoong perguntou de seu lugar sentado no chão.
— Quem é Juyeon? — Wooyoung perguntou, tomando um gole do café forte.
Já passava das duas horas da manhã e, depois de ajudar Seonghwa a se acalmar e convencê-lo a comer, o grupo se juntou para colocar a cabeça para pensar e, uma garrafa de café e meia depois, eles já tinham várias ideias descartadas e um pico de energia que eles sabiam que seria um problema depois.
— Ex-namorado do hyung — respondeu Jongho sentado no sofá.
Hongjoong se espreguiçou.
— E estudante de direito.
— Vocês terminaram em bons termos, não foi, hyung?
Seonghwa acenou com a cabeça.
— Foi. A gente não funcionou junto, então decidimos terminar, mas ainda conversamos de vez em quando.
— Então ele pode ajudar — Yunho concluiu. — E se não puder, deve conhecer alguém que pode.
E, pela primeira vez na noite, Seonghwa sorriu.
— Então acho que temos um plano. Vou mandar uma mensagem para ele amanhã.
Wooyoung sentou ao lado dele no chão, colocando a cabeça em seu ombro.
— Vai dar certo, hyung, nós vamos estar com você e os outros também. Vou perguntar por aí, ver se alguém mais tem alguma ideia do que fazer, alguém que possa ajudar.
Seonghwa retornou o carinho, apoiando a própria cabeça na dele, mas sem responder nada.
Ele tirou a atenção dele quando um bocejo soou e Jongho se levantou do sofá.
— Acho que por hoje é isso, certo, hyung? Podemos ir embora e voltar amanhã, né?
— Se você acha que eu vou deixar qualquer um de vocês ir embora a essa hora da noite, vocês não me conhecem bem — Seonghwa retrucou revirando os olhos. — Vocês vão dormir aqui, entre o meu apartamento e o do Joong cabe todo mundo.
— É claro, nós nunca deixaríamos vocês irem embora assim.
Yunho e Jongho nem se deram ao trabalho de tentar discutir, acostumados com o jeito protetor dos dois. Wooyoung até tentou, mas foi silenciado com um olhar de Seonghwa.
— Na minha cama cabe um e no sofá mais um.
Hongjoong se levantou.
— No meu também.
— Tudo bem — Wooyoung aceitou. — Vocês querem que eu fique? Eu fico, mas eu durmo com o Hwa hyung.
Para a surpresa dele, Yunho começou a discordar, mas Wooyoung levantou o dedo indicador à sua frente e o interrompeu.
— Eu durmo grudado nas pessoas e, se eu dormisse com Hongjoong hyung, ia acabar morto durante o sono — argumentou. — Jongho se daria melhor dormindo sozinho, então o sofá é seu. Yunho se daria bem com qualquer um dos dois, menos no sofá porque tem pernas do tamanho de um ônibus. Então, é — concluiu dando de ombros. — Eu com o Hwa hyung, Jongho no sofá e Yunho com Joong hyung.
Ninguém podia discordar dele com essa lógica.
Com isso decidido, Yunho e Hongjoong se despediram, prometendo voltar na manhã seguinte e Seonghwa guiou Wooyoung até seu quarto, onde lhe entregou uma troca de roupas antes de levar mais uma para Jongho.
— Obrigado, hyung.
Seonghwa deu um sorriso pequeno antes de voltar para o quarto, onde Wooyoung já tinha trocado de roupa.
— Nossa diferença de tamanho não parece tão grande assim, mas acho que é sim — disse ele, mostrando as roupas grandes demais em seu corpo e Seonghwa sorriu.
— Obrigado por ter vindo quando eu chamei, Woo, nós não nos conhecemos há tanto tempo assim e você não me deve nada, mas veio mesmo assim.
Wooyoung se aproximou.
— E de agora em diante eu vou vir sempre que precisar de mim — prometeu, abraçando-o mais uma vez. — E os outros, Mingi, San e Yeosang, vão vir também, eu vou manter eles informados.
Eles se separaram.
— Vamos dormir, hyung, você 'tá com cara de quem não dorme há dias e amanhã o dia vai ser tão longo quanto o de hoje.
Seonghwa assentiu e os dois se deitaram, com Wooyoung o abraçando imediatamente.
— San vai morrer de inveja quando descobrir que eu dormi com você antes dele.
Seonghwa não tentou impedir a risada que surgiu em sua garganta.
— Vocês dois não tem jeito, mas acho que eu prefiro assim.
Os dois riram e, mesmo que tivessem se entupido de café até aquele momento, os acontecimentos do dia — e da semana, no caso de Seonghwa — pesavam nos corpos dos dois e o sono veio mais rápido do que eles esperavam.
Seonghwa dormiu como não dormia há dias.
☆彡
O dia seguinte foi tão cheio quanto o anterior, como Wooyoung tinha dito.
Seonghwa acordou com Wooyoung enrolado nele de tal forma que ele ficou com pena de sair e acabou ficando na cama até pegar no sono de novo.
Quando acordou pela segunda vez estava sozinho na cama e o cheiro de café invadiu seu quarto, motivando-o a levantar e ele o fez, encontrando Wooyoung, cozinhando, e Jongho, sentado à mesa, conversando. Os dois se viraram para ele quando ele entrou na cozinha.
— Bom dia, hyung — cumprimentou Wooyoung, virando o pão que torrava na chapa antes de colocá-lo em um prato que já tinha alguns empilhados. — Dormir com você é confortável.
Seonghwa sorriu e sentou ao lado de Jongho.
— Bom dia, Woo. Bom dia, Jongho.
— Bom dia, hyung — Jongho respondeu, entregando uma caneca de café e ele agradeceu.
Seonghwa deu um gole no café antes de pegar o celular e procurar pelo contato de Juyeon, mandando uma mensagem que pedia para que eles se encontrassem. A resposta veio rápido como sempre e eles marcaram de se encontrar em um café próximo a faculdade.
— Conversei com Juyeon, ele vai me encontrar amanhã.
— Isso é ótimo, Hwa — falou Hongjoong, se aproximando por trás com Yunho. — Bom dia, pessoal.
Todos se cumprimentaram e ficaram confortáveis ao redor da mesa, com exceção de Wooyoung que colocou uma fornada de pães sobre a mesa para que eles comessem e voltou para o fogão para fazer mais.
— Pega as frutas na geladeira, Yunho, você 'tá mais perto.
Yunho fez o que Seonghwa pediu e um pote com melão cortado e uvas foi posto sobre a mesa.
— Todos vocês não têm aula hoje? — Hongjoong perguntou, arqueando a sobrancelha.
Wooyoung, Yunho e Jongho se entreolharam antes do primeiro dar de ombros.
— Uma falta ou outra não tem problema.
— E você, Hwa?
Seonghwa tomou mais um gole de café e comeu um pedaço de torrada.
— Meus professores sabem que eu estou em uma situação delicada e eu mandei uma mensagem 'pro Taehyung ontem, ele disse que tudo bem se eu precisar de alguns dias.
— E Seoyun? — Jongho perguntou, comendo um melão.
— Eu mandei mensagem para Siyeon, ela me disse que ela não dormiu direito, mas 'tá aguentando bem. Ela vai trazer Seoyun mais tarde.
Yunho se espreguiçou, a roupa emprestada de Hongjoong pequena demais para cobrir seu braço inteiro.
— E que vai fazer hoje, hyung?
— Hoje? — Yunho assentiu. — Conversar com a minha terapeuta antes que eu enlouqueça.
☆彡
Seonghwa não se lembrava da última vez que teve um dia tão exaustivo como aquele. Ele passou o dia fora, saiu com Yunho, Wooyoung e Jongho e os deixou cada um em sua casa antes de ir até a faculdade e depois até a emissora para conversar com pessoas e garantir que podia passar alguns dias afastado para resolver esse problema todo. Por fim, passou com sua terapeuta e, sinceramente, enfrentar suas inseguranças era tão cansativo quanto todo o resto.
Sua cabeça doía quando ele sentou no sofá, apoiando-a no encosto do sofá e fechando os olhos, aproveitando o silêncio. Young Ae ligou e pediu que Seoyun passasse mais uma noite com elas e, depois de confirmar que sua sobrinha estava bem com isso, ele permitiu. Seu corpo estava pesado e ele sabia que corria o risco de pegar no sono — sabendo que só uma noite de sono não reporia as várias outras que ele perdeu —, mas não encontrou forças, então ficou onde estava até escutar batidas na porta.
Não podia ser Hongjoong, ele já estava acostumado a entrar sem bater e tinha a cópia da chave, porém tinha que ser alguém que conhecia ou o porteiro interfonaria. Ele suspirou e se obrigou a levantar para abrir, encontrando San do outro lado com uma bolsa sobre o ombro e o rosto tão cansado quanto o dele, mostrando que a semana dele também não foi fácil.
— Oi, entra.
Ele o fez e colocou a bolsa no chão.
— Oi, hyung.
— Como está, San? Você... sumiu — comentou ele, se escorando na mesa com a parte de trás do corpo.
San apertou os olhos com força e olhou para baixo, mexendo as mãos como se não soubesse o que fazer com elas.
— Foi uma semana cheia, eu não tive tempo.
— Podia ter ligado, Seoyun sentiu sua falta. E eu também — Seonghwa confessou. — Foi uma semana... difícil.
San pareceu notar o estado em que ele se encontrava, como ele precisava de apoio para ficar em pé, as olheiras escuras, o cabelo mais bagunçado do que o de costume, tudo que entregava seu cansaço.
— O que aconteceu, hyung? Por que você 'tá assim? Cadê Seoyun?
Seonghwa suspirou, cansado de ter que explicar isso de novo, mas se obrigando a fazê-lo porque San fez parte daquilo desde o início, ele também merecia saber.
— Eu corro o risco de perder a tutela de Seoyun.
E ele viu o momento exato que a informação foi processada por San porque ele ficou com a respiração presa na garganta e o rosto pálido.
───── continua...
Notas da autora
Hey, hey, minhas estrelinhas. Como estão?
Espero que bem depois dessa aqui porque eu sei que bem eu não tô 😔.
Maaas como nem tudo é desgraça (e tem muito poço pra descer ainda antes de chegar no fundo, já adianto), eu amo essa interação do Seonghwa com os meninos quando ele conta sobre a tutela da Seoyun, a forma que eles estão ali pra ele e toda a cena do Seonghwa com o Wooyoung me deixa toda derretida, eu apaixonada por found family me sinto muito que satisfeita por ter conseguido escrever essa cena.
Até o momento, é isso que temos.
Se cuidem, bebam água e até a semana que vem ❤️❤️❤️
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