Detenção
Dayane se encontrava em cima de Gabriel, enquanto o outro tinha sangue escorrendo pela boca e mesmo assim continuava rindo.
- Sua mãe ensinou a respeitar as mulheres não, seu babaca?- Dayane gritou enquanto continuava em cima dele.
- A sapatona quer brigar?- Gargalhou alto.
Todos estavam parados atentos a discussão entre os dois. Dreicon se levantou e já ia partir pra cima dele, Day se preparava para dar outro soco nele, quando o diretor chegou gritando.
- TODOS PRA SALA DE AULA AGORA!
Os alunos que estavam de fora tiraram a atenção de nós e voltaram a caminhar rumo às salas de aula. Agora que a merda já estava feita?
- E vocês quatro - Apontou pra gente.- Pra minha sala agora!
Dreicon me puxou pra um abraço, e passou os braços por meus ombros. Day saiu de cima daquele lixo de pessoa e saiu caminhando na frente pra diretoria.
- Você é um imbecil.- Disse assim que Gabriel passou por mim, ele apenas me olhou com raiva e continuou caminhando.
O clima na diretoria estava péssimo, Dreicon e Gabriel estavam conversando com o diretor já que eles começaram a brigar.
Eu e Dayane estávamos sentadas na recepção esperando nossa vez. Uma vez ou outra ela me olhava, mas quando eu olhava de volta ela virava o rosto para o outro lado.
- Eu não acredito, porque você entrou na briga?- Perguntei nervosa.
- Ah, me desculpa por tentar te defender. Na próxima deixo você e o Dreicon apanharem sozinhos.
- Ele tinha tudo sobre controle, você que gosta de uma briga.
- Ah claro, se ''sobre controle'' significa estar quase levando um soco. Sim estava tudo sobre controle. - Cruzou os braços e voltou a encarar o nada. Dayane sempre foi barraqueira, amava uma briga, ainda mais se eu e Dreicon estivesse no meio.
- Desculpa por ser grossa, é que você sempre briga.
- Você é como uma irmã pra mim, não vou deixar um marmanjo otário faltar com respeito com você.
- Obrigada, eu acho. - Sorri, mas eu queria mesmo era chorar ali mesmo. Ela me vê como uma irmã, nada mais que isso, então sem chances dos meus sonhos lésbicos no qual envolviam Dayane Lima acontecerem.
- Você também não ajuda Biazin.
- Como assim?
- Essa roupa - apontou pra minha saia - É tentação pra qualquer um.
- Que? Para, claro que não. Nada a ver isso aí.
Day balançou a cabeça em negação e riu.
O tempo estava demorando a Passar, o tédio estava tomando conta de minha pessoa, já tinha gravado cada detalhe daquela recepção, e sua decoração horrível. Comecei a cochilar quando senti Dayane me balançando.
- Caralho Carol, tava dormindo? - Olhei assustada pra ela que estava parada na minha frente.
- Que? Eu estava orando.- Disse me ajeitando na cadeira.
- Orando? - Day começou a rir igual uma maluca, as pessoas que estavam ali começaram a olhar pra ela, como se ela fosse doida.
- O diretor chamou a gente. Anda vamos. - Me puxou da cadeira e me levou pra diretoria. Ela continuava rindo de mim, então dei um chute na perna dela que falou um "ai" e me olhou feio.
Dreicon e Gabriel ainda estavam na sala ambos parados em pé olhando pra gente. A cara do otário que passa mão na bunda das meninas não estava nada boa.
- Senhorita Biazin.
- Sim.
- A senhorita sabe que essa roupa é muito vulgar pra esse ambiente, sim?
- Eu sei, mas minha calça estava molhada.
- E a reserva?
- Porra.- Bufei- essa é minha reserva.
Cara, é tão difícil assim entender que eu não viria a escola com essa roupa, se ela não fosse minha única opção?
O diretor começou seu discurso de que escola não é lugar de brigas, que se quiséssemos brigar que fizéssemos isso na rua. Ok, anotado no meu caderno imaginário.
Todos nós levamos ocorrência, e teríamos que ficar depois da aula. Ótimo, e minha fome? Ninguém liga.
Eu levei por estar com uma roupa vulgar.
Dreicon por iniciar uma briga.
Gabriel por ter me tocado e também brigado.
E Dayane por ter entrado no meio da briga.
Lindo, o quarteto numa mesma sala.
[...]
As aulas tinham terminado, eu consegui uma calça com uma menina que mora perto da escola. Graças a Deus, não aguentaria ficar com aquela saia o resto da manhã.
Estava caminhando para detenção junto com Dreicon, quando uma Day furiosa passou pela gente.
- O que houve zaroia?- Perguntei.
- Não enche Carol.
- Nossa, levou um fora?
- Aff, você é muito chata menina.
- Obrigada meu amor. - Sorri e continuei andando, já ela saiu andando na frente, de novo. Dreicon ficou me olhando sério, sério até demais, isso já estava me assustando.
- Ah, o que foi também?
- Nada.
O resto da tarde foi uma bosta. Ficamos na detenção até 13:00h, meu estômago gritava dentro de mim, eu poderia comer qualquer um ali dentro. Carol Canibal.
O silêncio estava me estressando, tentei puxar conversa mas todos estavam com a cara de quem tava com fome igual eu. Fiquei quieta o resto da detenção.
Eu fui a primeira a sair quando fomos liberados, eu só queria chegar em uma lanchonete e comer dois sanduíches pra poder segurar minha fome até chegar em casa e almoçar
- Moça, pelo amor de Deus. Dois sanduíches e uma coca.
Dreicon riu da minha pressa e fez seu pedido também igual ao meu. A moça deve ter se assustando quando viu eu avançar os sanduíches como se fosse um animal. The Carol dead. Mas fazer o que, eu estava morrendo de fome, sou filha de pedreiro, aprendi a comer igual um (mentira eu não sou filha de pedreiro).
Estava em uma conversa animada com Dreicon, nós dois, juntos tivemos uma ideia muito foda pro evento da escola. Viu, pensar de estômago cheio e bem melhor.
- Do que estão rindo babacas? - Day puxou uma cadeira e se sentou ao meu lado. Ta bom, bonita.
- Nossa ideia pro evento da escola.- Disse Dreicon.
- E qual é? - perguntou pegando um pedaço do meu sanduíche.
- Olha 'querida' esse sanduíche é meu. Não toque na minha comida.- tirei da sua mão, mas a safada tinha mordido ele já. - E a gente vai fazer uma barraca do beijo.
- Sério isso gente?- Começou a rir.
- Sim - Eu e Dreicon dissemos juntos.
- Não acho uma boa idéia, mas se vocês acham.
- Sim, achamos. E você poderia nos ajudar né Day.
- Nem vem Carol.
- Sério, o que mais chamaria atenção do que a menina mais desejada da escola dando beijos quase de graça? - Passei meu braço por seus ombros, nesse momento ela se virou, e meus olhos encontraram os seus, ela sim era de uma beleza enorme, aí Deus eu poderia ficar admirando aquele rostinho o dia inteiro.
- Não contem comigo. - Disse.
- Por que a senhora estava tão irritada mais cedo?- Meu amigo perguntou.
- A Dani, ela é louca. Não aceita o término e fica atrás de mim.
- Quem mandou ser gostosona?- Puta que pariu Carol.
Sério, eu não sei como essas palavras saíram da minha boca, foi assim do nada mesmo. Dreicon parou de mastigar e ficou me olhando, já Day ela continuava do mesmo jeito, deve nem ter percebido o que eu falei. Ou então percebeu e bancou a Sonserina. Amém por isso Day.
Ainda bem Carol.
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