22

Winter's pov:

Han vai dar uma festa hoje a noite, e eu não estou nem um pouco a fim de ir. Mas eu vou por Yuna, que não para de falar nisso desde que a encontrei hoje pela tarde. Além disso, eu realmente preciso de uma mudança de ares, embora ache que uma noitada não é a melhor solução.

E também há meu grande problema, que não parece tão grande comparado a todo o resto, mas que no meu coração é. Estou preocupada com Jimin. Ela está diferente desde a noite em que nos falamos por ligação. As outras pessoas talvez não tenham percebido isso, mas eu percebi. Ela parece estar tensa, cansada, como se não estivesse dormindo muito bem. Além disso não temos conseguido nos encontrar fora do cursinho e, mesmo lá, ela tem evitado meu olhar durante as aulas.

Odeio sentir tanta falta de como ela é normalmente, mas é um fato. E não canso de me perguntar o que foi que aconteceu para ela estar agindo assim. Quando tentei conversar, Jimin me pediu para que confiasse nela, mas ficar sem respostas, quando claramente tem algo acontecendo, está sendo sufocante.

Antes de ir para casa procurar algo para vestir para a tal festa, passo na Silent Bookshop para fazer uma visita já que faz um bom tempo que não venho aqui.

Enquanto procuro alguma possível próxima leitura, escuto alguém chamar meu nome.

— Minjeong?

Ergo o olhar e vejo um rosto familiar que faz meu coração se apertar ainda mais, porque está ligado a Jimin.

— Oi, Aeri. Tudo bem?

— Estou bem. — Ela diz, erguendo um livro. — Só pegando material para a faculdade. Não tenho visto você ultimamente. Você e a Jimin brigaram?

— Não. Ela só tem andando meio... distante ultimamente.

Aeri parece surpresa.

— O quê? Ela não comentou nada comigo.

Meu coração se aperta no meu peito.

— É, bem... — Dou um sorriso tenso. Eu gostaria de falar com ela sobre Jimin. Especialmente sobre o motivo dela estar agindo assim nos últimos dias.

Aeri cruza os braços e se aproxima.

— Acho que você entendeu errado, Minjeong. Quando Jimin está sofrendo, ela não fala nada. Ela se fecha. E, desde a morte dos pais, você foi a única capaz de fazer com que ela se abrisse de novo... A única certeza que tenho é que alguma coisa externa está afetando diretamente o relacionamento de vocês. Acredite.

Desvio o olhar. Como Aeri pode ter tanta certeza disso? A única explicação seria que ela sabe o que está acontecendo, mas não quer me contar.

— Eu não sei exatamente o que pensar sobre tudo isso...

Aeri estreita os olhos e franze os lábios.

— Minjeong, você está bem?

Respiro fundo, passando a mão nos cabelos.

— Estou bem.

Ela aponta o polegar em direção à entrada da livraria.

— Posso levar você para casa se precisar.

— Não, está tudo bem. — Olho ao redor e dou outro sorriso forçado. — Eu tenho que ir agora.

— Tudo bem — Ela diz, segurando seus livros. — Tenho um jantar de família hoje à noite. Mas vou tentar falar com a Jimin assim que possível, tá?

Apenas assinto com a cabeça antes de virar para ir embora.

\[...]

— Não entendo por que você parece tão animada com essa festa — comento com Yuna, que me puxa em direção à entrada.

Olho para a casa de Han. Ele vem de uma família rica. E a casa moderna de dois andares são prova disso. É óbvio que temos vidas bem diferentes. À esquerda fica o jardim e, à direita, a piscina.

— Já te disse. Han vinha planejando isso há semanas, eu não podia simplesmente não aparecer. Acho que ele ia se sentir mal. Agora chega de enrolação e vamos entrar.

Me preparo mentalmente enquanto entramos. O interior da casa está cheio de pessoas bebendo, se beijando e fazendo tudo o que se espera de uma reunião de jovens.

— Minjeong! — Han sorri, se aproximando. Ele ainda dá ênfase ao meu nome as vezes. — Não sabia que você ia a festas!

— E geralmente eu não vou. — Dou um leve sorriso. Por mais que eu queira negar, só a ideia de estar nessa festa já me deixa desconfortável.

Han ri e coloca a mão nas minhas costas, me guiando para dentro da casa.

— Bem, vou ser seu guia. — Ele olha para Yuna, que lhe dá um sorriso animado. — Ah! As bebidas estão na cozinha. Se vocês duas estiverem interessadas, podem ir se servir. Por minha conta.

— Não, obrigada, Han. Não sou muito de beber. Agora vou dar uma volta pela casa, tudo bem?

Ele me observa de novo, então sorri, dizendo que vem falar com a gente mais tarde.

Yuna arqueia uma sobrancelha e fica me encarando.

— Olha, se vamos ficar aqui, vamos seguir algumas regras. — Digo antes que ela fale alguma coisa.

— Está bem, mãe — ela zomba. — Quais são as regras?

— Regra número um: nada de drogas — respondo, sem rodeios. — Regra número dois: nada de beber até apagar. Você pode me agradecer depois.

— Você precisa mesmo aprender o significado de se divertir numa festa — ela murmura, saindo à procura de Han.

Eu dou uma risada.

Os cômodos da casa começam a ficar mais cheios, lotando conforme a noite avança. Passo por uma série de casais se beijando e ignoro quando um garoto no canto olha para mim. Quando chego à cozinha, é ainda pior. Uma bagunça de garrafas e jarras com um líquido neon. É por isso eu sou a garota que se perde no seu próprio mundo pessoal. Estar em um lugar tranquilo com algo que seja do meu interesse sempre me pareceu mais divertido.

Sigo em frente e saio pela porta dos fundos. O lado de fora está mais fresco do que lá dentro, e, a não ser por alguns casais se pegando, está relativamente tranquilo. Sento em uma mureta de tijolos, me perguntando o que ainda estou fazendo ali. Normalmente à noite eu estaria animada para sair, mas hoje só consigo pensar em voltar para minha casa, onde não preciso falar com ninguém. Por outro lado, ficar sozinha implica mais tempo para pensar, e não tenho certeza de que quero isso.

Passo a mão na nuca e mexo a cabeça para relaxar, então pego meu celular no bolso da calça. Planejo ficar sentada ali até Yuna obter sua dose de decepção da noite e resolver que esta na hora de irmos embora. Abro meu navegador e meus dedos viajam pelas páginas em busca de nada em específico. Então levanto meu olhar e inspiro, sentindo a calmaria da noite presente ali.

Não há nada tão romântico quanto admirar o luar. Exceto Jimin. Ela é muito romântica.

Pisco rapidamente e balanço a cabeça de um lado para o outro. Não. Nada de pensar em Jimin agora. O único problema de não pensar nela é que minha mente vai para a vida que eu tinha antes. O que é bem pior.

Quando vejo Han sair com um olhar divertido de dentro da casa, sorrio.

— Minjeong — Ele exclama, parecendo surpreso. — O que você está fazendo aqui?

— Você deve imaginar que só vim hoje porque Yuna insistiu — respondo, apontando para a porta. Ele sorri e se aproxima.

— Está bem, sei que a ideia da festa foi minha, mas sinceramente não estou me divertindo tanto quanto gostaria. — Fico em silêncio, e ele senta ao meu lado, sussurrando para mim: — Só queria aproveitar um tempo com meus amigos antes dos meus pais voltarem de viagem.

— Você nunca fala sobre sua família. — Comento, a curiosidade me levando ao ponto de interrogá-lo sobre o assunto.

Ele passa a mão no cabelos. Respira fundo e cruza os braços.

— Ah, minha família é tranquila na maior parte do tempo. Mas eles ainda tem certa dificuldade em aceitar que não quero cursar direito. Exceto meu irmão. — Assinto com a cabeça. Eu nunca tinha ouvido ele falar sobre qualquer familiar antes. Nem mesmo sabia que tinha um irmão. Han continua: — Meus pais são donos de um importante escritório de advocacia e como meu irmão seguiu os passos deles, eles sempre esperaram que eu também correspondesse à altura.

Ah, Han...

— Meu irmão é meu herói. Ele me disse que nada disso importava. Eu era seu irmão e ele me amava. Disse que me apoiaria no que fosse preciso. Algumas noites depois, eu estava no topo da escada da nossa casa e ouvi ele conversando com meus pais.

Han abre um sorriso singelo, voltando-os para os dedos.

— De alguma forma ele havia colocado o assunto em pauta. Meu irmão passou um bom tempo conversando com eles, mas nós dois sabíamos que as coisas não seriam tão fáceis assim — A magoa e a responsabilidade são fortes em suas palavras. — Ele tem me ajudado a passar pelos momentos mais difíceis até então. Sempre que preciso de um porto seguro é para o meu irmão que corro.

Han respira fundo e se vira para mim.

— Desculpe por não está sendo uma boa companhia quando sou o anfitrião da festa — Juro que há uma fração de segundo em que seus olhos parecem muito tristes. — Eu realmente não devia estar falando dos meus problemas familiares com você.

— Está tudo bem. — Dou um soquinho em seu ombro. — Além disso é bem melhor passar um tempo com sua amiga deslocada aqui.

Nossa conversa é interrompida quando Yuna sai pela porta dos fundos. Ela senta-se do meu outro lado, apoiando a cabeça no meu ombro.

— Já me cansei dessa festa — sussurra baixinho.

E nesse momento, ali mesmo, eu percebo que não estou no lugar certo e está na hora de ir embora.

\[...]

Eu posso estar louca, mas não me importo. Yuna me dá carona até em casa, mas não é lá que eu fico depois que ela sai. Faço a curta caminhada até a casa de Jimin e fico sentada na varanda. Ela ainda não chegou, mas imagino que logo estará estacionando. Sua reunião de trabalho já deve ter acabado.

Não demora para que a moto dela se aproxime da casa e o farol ilumine a entrada. Fico de pé para ela poder ver logo que sou eu. Ela estaciona a moto e rapidamente salta, tirando o capacete enquanto corre ao meu encontro.

— Minjeong, o que... o que aconteceu? Você está bem? — Ela tira alguns fios de cabelo do meu rosto. Tremo com seu toque. Ela me abraça como se sua vida dependesse disso. — Você está machucada?

Balanço a cabeça dizendo que não.

— Eu... só não quero ficar sozinha hoje. — sussurro e sinto o medo de Jimin em seu toque. Ela reage se afastando para olhar nos meus olhos.

— Minjeong, aconteceu alguma coisa? — Sua voz é baixa, cheia de pânico. — Pensei que fosse a uma festa com seus amigos do cursinho hoje à noite.

— E eu fui, mas o clima por lá não estava dos melhores — digo, lançando-lhe um olhar significativo.

— Do que você está falando? — Ela estreita os olhos para mim. Esses lindos olhos castanhos.

— Não importa. E, de qualquer maneira, eu e meus amigos não ficamos muito tempo — Faço uma pausa. — Posso ficar aqui?

— O quê? — Ela pergunta, confusa com meu pedido súbito.

Eu tenho de admitir que sorrio com sua confusão, até lembrar do seu distanciamento nos últimos dias.

— O que está acontecendo, Jimin? Eu fiz alguma coisa errada? Porque se foi...

— Minjeong, não. Não é isso. Juro.

— Então porque você está agindo assim?

Ela suspira, levando a mão aos cabelos. Quando olha para mim, prendo a respiração. Seus olhos parecem ter perdido o brilho, estão nebulosos, como imagino que seus pensamentos também estejam.

— Tive um encontro desagradável há alguns dias quando cheguei na Suneung. Desculpe não ter comentando nada antes, mas não queria preocupar você.

Arqueio uma sobrancelha.

— Do que você está falando, Jimin?

— Talvez possamos conversar depois? É que... esse assunto é complicado.

Reviro os olhos.

— Olha, esquece o que eu disse, ok? Não quero ser uma dessas namoradas extremamente invasivas.

— E você não é. — Jimin anda até a varanda e abre a porta da casa. — Venha. Está frio aqui fora.

Olho para o céu escuro sobre nós. Dou um pequeno suspiro e a acompanho. Entrando na casa, não posso deixar de sorrir quando lembro de todos os finais de semana perfeitos que passamos juntas. Subimos até o quarto dela. Ela pega algumas peças de roupa e avisa que vai tomar um banho. Afundo na cama por um momento. Meu corpo está totalmente dolorido, exausto. Pego meu celular e envio uma mensagem para Ningning, avisando que estou bem.

Poucos minutos depois, ergo o olhar e vejo Jimin entrar de novo no quarto. Ela veste uma camisa larga e uma calça de moletom. Seus cabelos estão úmidos e meio desgrenhados.

— Venha comigo — ela diz com um olhar gentil. — Tenho uma coisa para você.

Estreito os olhos e a acompanho. Ela me guia pelo corredor, e paramos em frente ao banheiro.

Ela abre a porta e dá um passo para trás.

— Um banho de banheira — diz. — Minha irmã gosta bastante de relaxar assim. Peguei alguns dos sais de banhos que ela deixou no armário. — Ela ri, mas franze a testa. — Também peguei uma camisa e um short limpos para você. Estão na bancada da pia, junto com uma toalha.

Faço uma careta.

— Por que está fazendo isso por mim?

Jimin não responde de imediato. Sua mão segura a minha enquanto busca as palavras certas.

— Não confunda meu distanciamento com desprezo. Na verdade, é o oposto. — Ela me faz entrar no banheiro e me fecha lá dentro.

Minha mão fica por um tempo na porta. Meus olhos estão fechados. Suspiro enquanto tiro minhas roupas. Vou até a banheira e vejo pequenas flores flutuando nas bolhas. Toco a água quente, primeiro com os dedos, e então permito que todo o meu corpo se afunde no banho de espuma. Está quente, mas não escaldante. Confortável. Relaxante. Fecho os olhos e respiro fundo. A água se agita de um lado para o outro com cada pequeno movimento que eu faço. Apoio minha cabeça na borda da banheira e relaxo completamente.

Esfrego os dedos uns nos outros, já murchos depois de quase meia hora. Levantando-me, observo a água escorrer do meu corpo. Eu me enrolo na toalha e dou um passo à frente, me olhando no espelho.

Depois de me secar com a toalha, começo a me vestir. Quando desdobro a camisa, lembranças invadem minha mente.
Olho para o tecido em minhas mãos e sorrio, lembrando daquela primeira noite que eu dormi com Jimin. Há muitas coisas que ela não está me dizendo. Tantos segredos que esconde de mim.

Mas, no fim das contas, deixando todo o drama de lado, ela foi a mulher que me ajudou a se sentir livre.

Abro a porta do banheiro e vejo Jimin de pé, olhando pela janela.

— Acho que devíamos conversar — falo.

Ela assente com a cabeça e se aproxima. Passa os dedos pelas mechas de meu cabelo molhando. Arqueio uma sobrancelha, e ela continua me encarando. Cuidadosamente, inclina-se e deposita um beijo na minha testa.

— Nós vamos conversar. Eu só queria ter encontrado uma forma melhor de fazer isso — Vejo seus olhos assumirem uma nova tonalidade.

— O que está acontecendo com você, Jimin?

— Depois que passamos aquele fim de semana juntas... acreditei que enfim poderíamos lidar com tudo sem maiores problemas. — Ela suspira, passando a mão nos cabelos. — Então uma pessoa do meu passado reapareceu e bagunçou meu mundo... e agora eu não sei o que esperar disso, Minjeong. Acaba comigo saber que você já passou por tanta coisa e que eu possa te envolver em ainda mais problemas.

Balanço a cabeça e seguro suas mãos. Ela abraça meu corpo e puxa-me para perto.

— Estou tão brava com você — sussurro junto ao seu corpo.

Escuto sua risada baixa.

— Eu sei. Estou com raiva de mim também.

Olho para ela, balançando a cabeça.

— Não, só estou com raiva de você porque sei que está tentando me proteger de alguma coisa. Mas não preciso da sua proteção.

— Não sei o que fazer, Minjeong. Está tudo uma bagunça.

— Então se abre comigo. Você precisa me deixar entrar.

Ela suspira, abraçando meu corpo.

— Você merece tantas coisas, Minjeong. Mas você não merece ser o segredo de ninguém. Você merece uma chance de viver um relação normal. E eu só estou complicando as coisas.

Afasto-me dela, franzindo a testa.

— Pare com isso, está bem? — Digo com firmeza. Me incomoda ver ela pensando nessas coisas. — Pare de me dizer o que mereço. O que é certo para a nossa situação. Não me importo com essas coisas. Não há nada de normal na minha vida. Mas o que temos... o que criamos é especial.

Jimin fica em silêncio, absorvendo cada uma das minhas palavras.

— Se aprendi alguma coisa nos últimos anos foi que viver é difícil, Jimin. É complicado. Cheio de altos e baixos. Mas as vezes vale muito a pena. Eu estava tão perdida... — Faço uma pausa e respiro fundo. — Eu estava me sentindo tão perdida quando me mudei para Seul. E então você entrou na minha vida. Você me mostrou o caminho a se seguir.

Ela sorri de forma singela, segurado meu rosto com a mão.

— Eu não estava no meu melhor momento quando te vi pela primeira vez. Tinha ido à Busan para fazer uma homenagem aos meus pais e estava exausta quando voltei para Seul. Então olhei para cima e vi aqueles olhos intensos, e soube, de alguma forma que as coisas ficariam bem. — Quando inclino a cabeça para cima, nossos lábios se tocam. — Você não apenas me mostrou o meu caminho, Minjeong. Você é minha paz.

Sorrio, sentindo o coração acelerar dentro do peito.

— Ser normal não é a coisa mais importante na vida. Eu só preciso que você se abra comigo, que compartilhe o que está te deixando assim, Jimin. Talvez possamos lidar com isso juntas.

Seus olhos fitam os meus e sinto sua preocupação. Ou talvez seja a minha própria preocupação.

Às vezes nossos sentimentos têm tanta sincronia que é difícil distingui-los.

— Estou preocupada que algo grave possa acontecer, Minjeong — sussurro.

— Por que?

— Somi sabe sobre nós.

Minha respiração fica presa na garganta.

— Do que você está falando, Jimin?

— No dia que te dei carona até o café. Fomos vistas.

Rindo nervosamente, enfio as mãos nos bolsos do short e começo a caminhar de um lado para o outro do quarto.

— Minjeong — ela chama, fazendo-me parar. — Tente manter a calma, por favor.

— Jimin, e se ela contar!? Ela pode causar problemas para você!

Seus doces olhos castanhos encaram os meus.

— Na verdade, estive pensando em pedir demissão. Isso não vai fazer muita diferença para o meu futuro financeiro já que tenho uma empresa no meu nome. Assim eu vou poder dar a você tudo de que precisa. Nós podemos fazer isso dar certo. Vou poder abraçar você quando precisar ser abraçada. Vou poder te beijar e não me preocupar com quem está vendo.

— Jimin... — falo, nervosa. — Você não vai pedir demissão... Estamos há pouco mais de duas semanas do vestibular. E você gosta de dar aula na Suneung.

— Não, eu te amo. Você é tudo o que importa.

Ela vai desistir de tudo pelo que tem trabalhado para ficar comigo. É quando eu sei que não vou permitir que faça isso.

Minha voz falha.

— Eu estou arruinando a sua vida.

— Não diga isso... — sua voz sai sufocada. Sinto seu nervosismo. Ela sabe para onde isso está indo.

— Mas eu não... — engulo em seco. — Eu não posso ser a razão de você tomar uma decisão desse nível.

— Eu não me importo.

— Mas eu me importo! — Digo, meu coração começa a se partir em mil pedaços.

— Minjeong, você sabe qual é a outra alternativa.

Minhas mãos pousam em seu peito.

— Eu sei. — falo. — Mas talvez seja o melhor no momento... Talvez possamos começar de novo quando tudo isso acabar.

— Eu não vou aceitar isso — Ela diz com firmeza.

Franzo o cenho.

— Você vai ter de aceitar. Eu não posso ser a razão de você desistir de tudo que trabalhou tanto para conseguir.

Ela se aproxima, envolvendo os braços em minhas costas, puxando-me para um abraço.

— Então vamos ter que lidar com isso da forma mais difícil. — Ela respira fundo e se afasta de mim. Observo-a inspirar e expirar profunda e pesadamente. — Por que eu também não vou desistir de você.

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