18

Karina's pov:

Os dias se transformam em semanas, infelizmente vejo Minjeong muito menos do que eu gostaria. Por conta da aproximação do exame nacional, meus dias são compostos de planejamento de aulas, palestras, reuniões e, de vez em quando, uma folga de tudo isso. Quase sempre que conseguimos ficar juntas, eu ainda passo um bom tempo finalizando coisas relacionadas ao cursinho e isso me incomoda. Tento agilizar tudo da melhor maneira possível e mesmo com tão pouco tempo, Minjeong não reclama de nada, ela é incrível, a melhor namorada que alguém poderia desejar.

O fato da minha carga de trabalho ter aumentado faz com que passemos o tempo que temos juntas em casa. Dificilmente saímos para algum lugar. Minjeong não parece nenhum pouco incomodada de ficar na nossa bolha particular, curtindo uma a outra e se conhecendo. Ultimamente ela tem passado tanto tempo em minha casa que é como se estivéssemos morando juntas. Eu amo isso.

Estou sorrindo quando saio do meu escritório numa quinta-feira a noite, Minjeong me enviou uma mensagem falando sobre o lance que está rolando entre Ningning e Giselle e isso me dá ainda mais argumentos contra minha melhor amiga. Saio para o estacionamento, ainda sorrindo, e dou de cara com a última pessoa que eu gostaria de ver hoje.

— Boa noite, Jimin — Somi diz abrindo a porta do seu carro.

Contenho a vontade de não responder, mas tenho certeza de que se eu fizer isso, ela vai encarar como uma provocação e não como a indiferença que merece, então coloco meu sorriso nos lábios e digo:

— Boa noite, Somi. — Pego meu capacete e passo a perna pelo acento da moto pensando o que diabos ela faz na Suneung à essa hora.

— Fazendo hora extra no trabalho? — Ela provoca e respiro fundo.

— Sim, você sabe como as coisas ficam com a aproximação do exame nacional — respondo sentindo o peso do trabalho nas minhas costas e as lembranças do meu passado em minha memória. — A não ser que queira ter problemas com o cronograma estabelecido pela Suneung é melhor focar no trabalho — Dou um sorriso social para ela antes de voltar a olhar para o visor da moto.

— Uma dica para você. — Ela se inclina para falar baixinho. — Se precisar relaxar durante o trabalho, eu posso providenciar isso. Ainda estou em dívida pelos velhos tempos, lembra?

Olho para ela, sentindo-me exauta, e me odiando por ter se envolvido com ela no passado.

Somi ri e, enquanto olho para essa mulher tão linda, rica e poderosa, começo a compreender aquele papo de beleza interior. Tenho certeza de que Somi está deixando a desejar nesse quesito.

— Obrigada pela dica — digo em tom sério, dando partida na moto. — Mas você não me deve mais nada, Somi. Você não pode mais opinar sobre o que eu faço ou deixo de fazer com o meu tempo livre. Assim como eu não posso mais me meter na sua vida.

Saio do estacionamento, tentando ignorar o fato de que ultimamente tenho me sentido desconfortável na presença dela.

É tolice, eu sei, mas eu adoraria poder apagar essa mulher da minha vida.

O frio de outono açoita minha pele enquanto acelero pelas ruas movimentadas de Seul, e decido apenas aproveitar o clima agradável durante o trajeto até a casa de Minjeong. Depois de mais ou menos 15 minutos, estaciono a moto na entrada da garagem e mando uma mensagem avisando que cheguei.

O céu está mergulhado em escuridão e sob as luzes da rua, eu a vejo caminhando na minha direção, usando jeans e um dos seus tantos moletons.

Nos encontramos brevemente no cursinho e ela combinou de me encontrar a noite, prometendo que iríamos para a minha casa. O que significa que eu a tenho por pelo menos quinze horas. A forma como as luzes a iluminam e a brisa faz seus cabelos dançarem em seu rosto me faz pensar por que um dia tudo vai dar certo.

Porque eu preciso que dê certo com Kim Minjeong. Depois que ela concluir o cursinho em novembro próximo, eu vou amá-la em voz alta, do jeito que ela merece ser amada. Vamos dar um jeito em relação à faculdade, quando chegar a hora, mas nem um dia antes.

Ela se aproxima e abre um dos seus sorrisos que tanto amo.

— O que você planejou para hoje? — Pergunto.

Ela balança a cabeça.

— Beijo primeiro, perguntas depois.

Inclino-me, dou um beijo nela e sorrio quando ela mordisca meu lábio inferior.

— O que você planejou para hoje? — repito.

— Vou preparar um jantar para a gente e você vai esquecer do seu trabalho por algumas horas — ela responde.

Rindo da sua resposta, reviro os olhos.

— Não, de verdade. O que tem em mente? — Ela arqueia uma sobrancelha e percebo que já está decidida. — Não acho que seja a noite certa para isso, Minjeong. Além disso, você não precisa se preocupar comigo.

Ela sorri.

— Não, mas se me lembro bem ainda estou te devendo um jantar.

— Minjeong...

— Jimin. Você precisa descansar um pouco. Vamos apenas nos divertir esta noite, está bem?

Respiro fundo e assinto com a cabeça.

— Está bem. — Estreito os olhos e me inclino para ela. — Venha aqui.

Ela avança o corpo para mim. Meu olhar cai sobre seus lábios. Coloco minha mão na parte inferior das suas costas, puxando-a para mais perto. Ela suspira enquanto eu passo o dedo lentamente em seu lábio superior e, lentamente, em seu lábio inferior. Envolvo seu pescoço com minha mão e pressiono minha boca na dela.

Olhamos nos olhos uma da outra, meu coração batendo forte no peito.

— Eu te amo.

— Eu te amo. — Ela fala, fazendo as palavras reverberarem por todo o meu ser. Suas costas arqueiam-se com meu toque, e mordisco seu lábio inferior. Ela suspira, repetindo: — Eu te amo.

\[...]

Quando chegamos em casa, vou direto para o meu quarto e entro debaixo do chuveiro para tentar me livrar do cansaço mental que cobre meus pensamentos. A água escorre pelo meu corpo por vários minutos. Ao sair do banho, o espelho na minha frente parece me encarar. Apoio às mãos na pia e abaixo a cabeça, tentando entender como é possível ter a mesma aparência, mas me sentir tão diferente.

Desde que Minjeong entrou na minha vida é como se tudo tivesse ganhando um novo horizonte. É como se eu fosse o seu lugar para chamar de lar, e ela fosse o meu — ou, mais precisamente, nós nos ajudamos a fugir da fachada de superficialidade do nosso passado. Eu sempre agi de uma determinada forma a minha vida toda, mas, ultimamente, parece que eu não me encaixo mais. Eu só sinto que alguma coisa faz sentido quando estou com Minjeong.

Na presença dela, eu encontro a minha luz.

Quando desço para a sala, Minjeong já preparou o que chamou de jantar do século, então vou para a cozinha e pego nossos pratos. Em vez de arrumar a mesa, levo os pratos para a mesa de centro da sala de estar. Ela continua em silêncio enquanto prepara nossas bebidas e depois se senta no chão ao meu lado. Como sempre, tudo corre naturalmente. Ficamos ali conversando e compartilhando histórias sobre nossas vidas.

— Ir embora de lá sempre foi meu sonho... eu odiava tudo naquele lugar, o fato de nunca ter nada que fosse meu. Privacidade ou silêncio. — Minjeong diz, referindo-se a época em que morava no orfanato. — Não estou querendo parecer ingrata com as pessoas que me acolheram e cuidaram de mim, mas eu sentia falta de ter um lugar para chamar de lar.

— Ninguém pode te julgar, Minjeong. — Digo, esticando a mão e acariciando seu rosto enquanto observo sua beleza quase angelical. — Mas fico feliz que tenha realizado seu sonho.

Ela assente com a cabeça.

— Conheci Taeyeon quando ela começou a prestar serviços voluntários no orfanato onde eu morava.

— Não me diga que ela caiu nos seus encantos a primeira vista? — Brinco, beliscando a ponta do seu nariz. — Porque foi isso que aconteceu comigo — digo e ela sorri.

— É, acho que você tem razão — Minjeong responde e depois olha para a mesinha de centro, ela passa a ponta dos dedos por ela por um momento. — Foi minha mãe quem escolheu meu nome.

— Sua mãe tem um excelente gosto, eu sempre amei seu nome, muito antes de te amar.

Ela volta a sorrir e o sorriso ilumina seu rosto.

— Na verdade, acho que me apaixonei pelo seu nome.

— Eu te amo. — Ela se inclina e me beija, acariciando meu rosto. — Obrigada por ser minha bússola.

Franzo a testa sem entender o que ela quis dizer com isso, mas não me importo, ela pode me chamar do que quiser desde que continue me amando e sorrindo.

Terminamos de jantar e algum tempo depois, Minjeong anuncia que vai subir para tomar um banho. Aproveito a oportunidade e entro no meu quarto para agilizar algumas coisas. Sento-me em uma poltrona com meu notebook nas mãos, escrevendo sem parar, despejando todo o conteúdo que devo abordar no próximo simulado. Nunca me incomodei com minha carga de trabalho, mas nos últimos dias tenho pensando seriamente em tirar férias de tudo isso.

Escuto passos se aproximando por trás de mim. Viro-me e vejo Minjeong parada no batente da porta.

— Deixo você sozinha dois minutos e já está trabalhando, né? — Ela pergunta, com os braços para trás.

Seus cabelos ainda estão úmidos do banho. Adoro quando eles estão assim. Também adoro quando estão impecáveis. Na verdade, acho que nunca a vi arrumar o cabelo de algum jeito que eu não tenha adorado. Ela é tão incrivelmente linda, especialmente quando não está tentando ficar bonita. Percebo que a estou encarando, perdida em meus pensamentos.

— Eu só estava agilizando o material para a próxima semana — falo. Então, sorrio porque Minjeong está começando a franzir a testa. — Está bem, eu vou voltar a relaxar.

— Eu posso ajudar você com isso.

Arqueio uma sobrancelha.

— Estou começando a me questionar sobre quais são suas verdadeiras intenções aqui — digo, levantando e colocando meu notebook de lado para observá-la.

Pelo menos há um lampejo de um pequeno sorriso. Mas eu posso dizer, que conhecendo bem essa garota, ela não vai parar até conseguir o que quer.

— Não sei, mas eu estava lembrando aqui... — Minjeong se recosta na minha mesa e cruza os braços, fingindo indiferença. — Nós concordamos em apenas se divertir hoje a noite.

— Você tem um ponto interessante — digo, entrando no seu joguinho. — Mas preciso saber aonde quer chegar com tudo isso.

Ela sorri de novo. Droga, ela tem um sorriso perfeito.

Não, ela é toda perfeita. Minjeong está vestindo apenas um dos seus moletons largos, e nesse momento eu me pego bem interessada em tirá-lo e tocar a pele macia e quente do seu corpo.

Como se lesse os meus pensamentos, ela se aproxima e entreabre meus lábios lentamente com os dela. Logo sou tomada pelo sabor de seus lábios e pela sensação de suas mãos quentes em meu pescoço. Eu a abraço e acaricio seu cabelo enquanto retribuo o beijo. Faz tanto tempo que não ficamos a sós sem a possibilidade de sermos interrompidas. Odeio ficar nessa situação, mas também amo ficar nessa situação. A pele dela é tão macia, seus lábios, tão perfeitos. Fica cada vez mais difícil parar.

Minjeong desliza as mãos por debaixo da minha camisa e brinca com meu pescoço usando a boca. Ela sabe que fico louca, mas ultimamente tem feito isso cada vez mais. Acho que gosta de testar os próprios limites.

Ela se afasta e seus olhos encontram os meus.

— Sente na cama — ela instrui.

— Não — falo, mas faço o oposto. Me afasto e sento na cama.

É claro que sento na cama. Porque quando uma garota linda começa a te provocar, você senta na maldita cama. Calo a boca enquanto a observo tirar o moletom. Ela se aproxima e senta no meu colo, enlaçando meus quadris com suas pernas. Quando os meus braços envolvem sua cintura, ela avança em meu pescoço, mordiscando a minha pele, arrancando-me um suspiro trêmulo.

— Minjeong...

Suas mãos seguram a barra da minha camisa e ela a tira.

— Tem certeza de que ainda prefere trabalhar? — Ela pergunta e minha camisa vai parar no chão do quarto.

Ela acaricia o próprio corpo, começando pelo pescoço, até a clavícula e os seios. Seus olhos se fecham e fico assistindo a ela se tocar na minha frente, a boca aberta de excitação.

— Você está me provocando, Minjeong — murmuro, observando, sentindo meu desejo aumentar enquanto olho.

Ela morde o lábio inferior. Suas mãos ainda estão correndo pelo corpo. Observo-a inspirar profundamente e exalar pesadamente.

— Isso é uma reclamação? — Provoca. Ela vira a cabeça na minha direção e sorri de olhos fechados. Começa a descer os dedos em direção ao cós do meu short. — Porque eu posso...

Solto um grunhido e minhas mãos vão para cima das dela. Seus olhos castanhos se abrem e então abre a boca também ao ver meus olhos cheios de ânsia. Tomo seus lábios nos meus, beijando-a demoradamente, deslizando minha língua contra a sua enquanto minhas mãos se ocupam da sua pele.

— Você é tão linda — sussurro, correndo a ponta dos meus dedos ao longo dos seus seios. Um visível tremor passa por seu corpo e minha mão sobe pelo seu peito, pelo pescoço e finalmente chega ao queixo.

Ela me encara por alguns segundos antes de se inclinar e me beijar. Suas mãos percorrem meu corpo, puxando-me contra ela antes dela mover os lábios para o meu pescoço, minha clavícula, entre meus seios.

— Fale o que você quer — minha voz sai áspera por causa do desejo. — O que você quer que eu faça com você?

— Eu não sei... eu...

Cubro seu seio com a boca e sugo com força.

— Jimin...

O som do meu nome saindo dos seus lábios é tão excitante que me perco em um caminho sem volta. A puxo mais para perto para prová-la. Ninguém manteria a sanidade com seios assim tão perto do rosto, muito menos na boca, na ponta da língua. Posso continuar com isso durante horas. Depois de me saciar de um, passo ao outro. Enquanto mexe os dedos às cegas em meus cabelos, Minjeong se contorce e arqueia o corpo para trás, pedindo mais em silêncio.

Levo meus lábios ao seu pescoço, passando pelo queixo até chegar a sua boca. Ela retribui o beijo enquanto move os quadris para a frente e para trás em meu colo, o que me faz arfar. Com a respiração acelerada, sua excitação aumenta. Deslizando os dedos para baixo, acaricio Minjeong por baixo da calcinha e a escuto gemer de prazer.

Com um grunhido, giro meu corpo, deitando-a sobre a cama.

Ela desliza meu short e calcinha para fora, e eu jogo a sua ao lado da cama. Minha língua dança através de seu mamilo, e ela ofega. O som faz-me parar por um segundo, mas quando ela enfia as mãos no meu cabelo e baixa a cabeça de volta ao peito, eu sei que preciso saborear cada parte dela. Seus dedos afundam nas minhas costas, quase como se estivesse agarrando minha existência inteira. Ela se afasta de mim e fixa seu olhar com o meu. Esses olhos castanhos bonitos e intensos.

Cara, como eu amo a intensidade no seu olhar.

— Minjeong... — Eu beijo seus lábios. — Eu não entendo como... — Eu beijo seu pescoço. — Mas a cada dia sinto-me mais fascinada por você — Eu beijo sua clavícula, e ela fecha os olhos enquanto eu movo seu corpo, beijando cada centímetro dela, provando cada pedaço.

Eu abro suas pernas, beijando suas coxas. Meus lábios roçam contra sua pele e ela torce seus dedos em meu cabelo quando arqueia os quadris em minha direção, demonstrando o quanto ela quer que eu continue, silenciosamente me implorando para prová-la. Cara, como eu quero seu gosto. Olho para ela, e seus olhos estão em mim. Ela está observando cada movimento, e eu quero que ela veja tudo. Eu quero que ela me olhe explorar seu corpo, provar seu corpo, amar seu corpo.

Inclinando-me para frente, eu varro minha língua contra ela, me apossando lentamente dela. Seu sabor desliza por minha boca e invade minha mente, apagando qualquer vestígio do mundo lá fora. Meus movimentos não param, nem os seus gemidos. Quando finalmente subo para me juntar a ela, percorro meus lábios ao longo do seu corpo, com suas mãos ainda emaranhadas em meus cabelos, guiando-me para onde ela quer.

Alcanço seu pescoço e mordisco sua pele enquanto começo a acariciá-la com ousadia. Cada passada dos meus dedos em cima do seu ponto sensível causa uma reação nela.

— Jimin, por favor... — ela geme, me puxando contra seu corpo.

Minha boca se move para baixo, e eu beijo sua clavícula. Minha língua lentamente arrasta entre de seus seios. Então, eu posiciono meus dedos contra ela, deslizando em sua umidade, sentindo o aperto da nossa realidade com cada impulso, sentindo o quão perfeita ela é para mim.

Somos duas almas trançando o próprio caminho, mas com cada beijo que entregamos, isso se torna mais possível. Minjeong morde meu ombro, e eu gemo contra sua pele, completamente perdida. Ela envolve meu corpo em seus braços, e eu continuo explorando-a, mergulhando os dedos ainda mais fundo e mais rápido, saindo e entrando enquanto perdemos completamente o senso de realidade. Sinto uma onda de desejo tão intensa que quase perco o fôlego. Desejo por ela, por sua risada, pelo jeito simples como espera coisas boas de mim só porque acha que sou boa.

À medida que o seu corpo relaxa, nossos beijos se transformam em algo mais. Os olhos de Minjeong ficam fixos nos meus. Eu adoro a forma como ela envolve os braços em meu pescoço. Eu adoro a forma como puxa meu rosto em direção ao seu. Enroladas juntas quando nos tornamos bússola uma da outra, criando nosso próprio caminho.

— Acho que agora você pode me deixar voltar para o meu trabalho — Brinco, mordendo meu lábio inferior.

Ela arqueia uma sobrancelha, mas está sorrindo.

— Quer mesmo que eu faça isso? — Pergunta, arranhando minha nuca.

O sorriso que se insinua em meus lábios é toda a resposta de que ela precisa no momento. Deito-me e deixo que ela faça o que quiser, como quiser, quando quiser. Porque essa noite foi disponibilizada para nós e eu... bom, eu sou apenas aquela com quem ela escolheu compartilhar isso.

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