06

Karina's pov:

Meu celular vibra outra vez. Coloco-o sobre a mesa do meu escritório com a tela para baixo e volto ao meu notebook. Hoje é meu último dia de folga, e preciso terminar meu plano de trabalho para a segunda-feira. Geralmente isso não seria preciso, já que levo minhas responsabilidades muito a sério. Mas ultimamente com as questões externas envolvendo minha família, não tive muito tempo a disposição para focar exclusivamente nisso.

Enquanto digito, no entanto, não consigo evitar pensar em Minjeong, na noite que passamos juntas, as coisas que falamos e o que não foi dito, o seu sorriso bonito, a maneira como ela parecia tão atraente, o quanto me senti bem ao seu lado... Eu me tornei o tipo de mulher que está completamente fascinada por uma garota que conheceu há pouco mais de uma semana.

O quão perigoso isso pode ser?

Tento afastar esse pensamento e focar no meu trabalho, mas minha resolução vacila quando Giselle aparece no vão da porta. Ela fica parada ali com uma expressão divertida, depois respira fundo e caminha na minha direção.

— Achei melhor passar aqui, porque parece que minha melhor amiga não sabe como atender o celular.

Sorrio.

— Você sabe como fico quando estou trabalhando. — Releio o esquema que fiz, quase hesitante, com muito cuidado para não espantar a centelha.

— Isso é para amanhã? — Ela pergunta, inclinando-se ao meu lado para olhar a tela do notebook.

Assinto com a cabeça.

— A propósito, ao que devo a honra da sua visita? — Pergunto, embora já saiba a resposta.

— Ah, só queria confirmar se você ainda vai almoçar na minha casa hoje. Mas já que vim até aqui, não aceito um não como resposta. E isso significa que temos que sair em alguns minutos.

Quero dizer para esperarmos um pouco mais. Quero continuar o que estou fazendo, e quero que ela encontre uma forma de ganhar tempo, porém, na verdade, o cerne da ideia já está transcrito na página diante de mim e sei que minha consciência do sermão da mãe de Aeri por nos atrasarmos só vai me incomodar ainda mais se eu não agilizar as coisas.

Já encontrei os pais dela uma porção de vezes. Em visitas durante a faculdade, em passeios familiares, e coisas do tipo. Até passei algumas semanas na casa deles durante as férias. O pai dela é legal, mas a mãe é o máximo.

Eles tem uma agenda ocupada por conta da rede de restaurantes que chefiam, mas sua mãe sempre tira um tempo para momentos familiares. E ninguem se beneficiou tanto disso quanto eu. Desde a primeira vez em que Aeri me convidou para ir a sua casa — durante as férias de verão do primeiro ano da faculdade —, eu gostei bastante da mãe dela, e vice-versa.

— Bem... Então é melhor sairmos o quanto antes — digo, sorrindo.

— Claro, tudo bem, mas antes... — Ela se recosta na minha mesa, encarando-me com um olhar que conheço muito bem. — Você vai me contar como foi o encontro da noite passada?

— E porque você acha que tenho algo para contar?

Ela revira os olhos.

— Karina, às vezes, você me assusta, sabia?

— Por quê? — Pergunto sem compreender o que ela quer dizer com isso. Tudo bem, encaro a vida de uma forma mais prática do que ela, sempre fui desapegada com relação a garotas e, até pouco tempo atrás, nunca tinha encontrado motivos para questionar isso.

— Você é linda, sempre chama a atenção por onde passa, mas nunca te vi em um relacionamento sério com ninguém, você se comporta como se fosse indiferente a isso — ela me analisa como se tentasse ler minhas feições. — É como se você sentisse que não merece ser feliz.

Penso em contar o que me levou a agir assim, sinto, às vezes, que se eu contasse a ela, se compartilhasse meus segredos com alguém eles se tornariam mais fáceis de carregar. Mas não quero deixá-la preocupada, não quero que ela me olhe de maneira diferente da qual me olha agora, não quero que ela comece a pisar em ovos comigo, porque gosto do tipo de relação que construímos ao longo dos anos. Minha vida é complicada, e se existe uma coisa que eu aprendi é que, por mais que me digam que vai ficar tudo bem, no fim das contas o sentimento que vai perdurar é o arrependimento.

Levanto-me da cadeira, sentindo-me mais cansada do que quando chego em casa depois de um dia de trabalho.

— Eu não vou conversar sobre isso. Além disso, vamos acabar nos atrasando. — Viro-me e encontro Aeri me olhando com uma expressão séria. — Caramba! Eu nem ao menos tenho tempo para entrar em um relacionamento sério, Giselle — justifico.

— Sinto que esse discurso vai cair por terra em pouco tempo. — Ela suspira e eu reviro os olhos.

— E posso saber por que você pensa isso? — Pergunto enquanto recolho meu material e desligo meu notebook.

Giselle sorri e dá de ombros.

— Nada em especial. Talvez seja apenas intuição de melhor amiga.

Tento não me importar com suas palavras enquanto saímos de casa, mas no fundo talvez ela esteja certa.

Pego as chaves da minha moto e minha jaqueta no hall de entrada antes de sair de casa. Aeri nem perde tempo tentando oferecer uma carona, porque sabe que hoje irei recusar. Aceno uma última vez para ela e saio em direção às ruas agitadas de Seul, mas não demoro muito para pegar velocidade.

Quando saia para correr em Busan, eu sempre acabava indo parar no mesmo lugar, em cruzamento, olhando para o local onde o pior momento da minha vida aconteceu. Ultrapassei o limite de velocidade naquele lugar tantas vezes, que fico surpresa por nunca ter sofrido nenhum acidente também.

Eu pisco e afasto essas lembranças. O sol ameno aquece minha pele, e decido apenas aproveitar o clima agradável durante o trajeto até a casa de Aeri. Depois de mais ou menos vinte minutos, estaciono a moto na entrada da garagem e salto.

— Tem certeza que ela vai gostar desse? — Pergunto, apontando para a garrafa de vinho que comprei e pedi para Giselle trazer.

— Você sabe que minha mãe gosta de qualquer coisa que você traga — Ela responde, fechando a porta do seu carro.

— Claro, porque ela sabe que tenho um excelente gosto — digo, abrindo um sorriso engraçadinho.

Levo um tapa em meu braço enquanto limpamos os pés no capacho, o que só faz com que meu sorriso se alargue.

— Chegamos — Giselle grita, arrancando os sapatos assim que entramos e tomando o caminho da cozinha em seguida.

— Querida! — Sua mãe exclama, parecendo particularmente radiante com uma blusa preta de gola rulê e calça jeans.

Seu abraço é caloroso e carinhoso como sempre, assim como o que reserva para mim. Vejo minha amiga revirar os olhos enquanto sua mãe me abraça como se fôssemos amigas que não se veem há séculos.

— Por um minuto pensei que vocês tinham mudado os planos. — A sra. Uchinaga comenta, alternando o olhar entre Aeri e eu.

Sorrio.

— E deixar de almoçar na casa de uma das melhores chefes culinárias de Seul? Jamais.

Vejo Aeri revirar os olhos enquanto puxa uma das banquetas no balcão para se sentar.

— Ah, é mesmo? Porque quando cheguei na sua casa, você parecia completamente comprometida com outra coisa.

Ignoro o comentário dela, fingindo estar bem interessada no que sua mãe está preparando para o almoço. Mas, para dizer a verdade, vir aqui é um dos pontos altos da minha vida. Depois do acidente envolvendo meus pais, passei muito tempo nessa casa, rodeada por pessoas que se recusavam a me deixar sozinha. Foi por causa disso que eu soube que tinha uma segundo lugar para chamar de lar.

Aeri é uma personalidade ímpar no meu círculo de amizades. Ela vê as coisas e as pessoas de um jeito que quase ninguém consegue ver. A mesma coisa se aplica aos seus pais. Eles vem beleza nas sombras mais feias, e eu adoro essa qualidade da sua família.

É preciso uma pessoa muito especial para ver além das cicatrizes das pessoas.

Sua mãe abre a garrafa de vinho e serve uma taça para si. Então nos convida para a sala de visitas na frente da casa — um cômodo que, como a maioria das famílias, só é usado no Natal e... nunca mais. Em geral conversamos na cozinha enquanto a Sra. Uchinaga prepara a comida e nós a ajudamos.

Dou uma boa olhada nela enquanto nos sentamos no sofá impecável, mas discretamente, sabendo que a sessão de interrogatório vai começar.

— Então... — sua mãe começa assim que nos acomodamos. — Como estão as coisas relacionadas ao seu trabalho?

Sorrio, sabendo onde isso vai terminar.

— Retomo a atividade amanhã, mas posso apostar como as coisas vão estar intensas. Com a aproximação do final do segundo semestre o cronograma que já era apertado agora vai ter que ser divido com mais responsabilidades.

A sra. Uchinaga sorri antes de tomar um gole de seu vinho.

— Ainda me surpreendo com o fato de você não ter assumido um cargo na empresa da sua família, mesmo sendo uma das principais acionistas. Séria ótimo para a sua carreira.

Ela me lança um olhar intrigado, e entendo por quê. É meio inesperado uma atitude dessas, mas no momento tenho evitado qualquer ligação desnecessária com a KW. Media Group. Acho que Giselle percebe que não quero entrar em detalhes sobre esse assunto, porque acaba mudando o foco da conversa com um de seus adoráveis comentários.

— Trabalhar na KW ia tomar ainda mais do tempo da Jimin — ela diz, sorrindo. — Ainda mais agora que ela precisa usar todo o tempo livre que tiver a disposição para dar atenção a sua nova garota.

— Ah — sua mãe diz, se recostando na poltrona. Para meu alívio, parece apenas compreensiva, e não questionadora. Ela é a melhor. — Bom, espero que ela seja uma boa garota. Alguém com quem possa conversar. Alguém que a faça rir. Porque é isso que realmente importa.

— Acho que estou no caminho certo. — Digo, sorrindo.

A sra. Uchinaga abre um sorriso.

— Ótimo. Mas também espero que ela seja uma garota habilidosa...

— Meu Deus! Para com isso!

Olhamos para Giselle, totalmente perplexa, tapando as orelhas com as mãos. Ela balança a cabeça.

— Como nunca vou conseguir esquecer o que escutei, só me resta uma coisa a fazer. — Com uma expressão sombria, ela simula um revólver com o indicador e encosta na têmpora antes de nos encarar. — Quero que escrevam na minha lápide que sou uma dessas garotas habilidosas. Vocês duas têm essa dívida comigo, já que são culpadas pela minha morte.

Dou risada.

— Ah, por favor. Ontem à noite você passou dez minutos explicando como adivinhar o tamanho do sutiã de uma garota apenas com o toque. Você aguenta o tranco.

Ela aponta o dedo para mim.

— Não fale disso na presença da minha mãe.

— Não precisa se preocupar, Aeri — sua mãe diz, erguendo a taça. — Vá buscar mais vinho, querida.

Ela faz uma mesura no melhor estilo mordomo e pega a taça.

— Vocês vão começar a falar desse assunto assim que eu virar as costas?

— Claro que não, querida — sua mãe diz, sem se alterar. — Seria muito mais fácil falar sobre essas habilidades se você estivesse presente.

— Meus parabéns, mãe — ela diz, virando as costas. — Você conseguiu o impossível: me deixou oficialmente escandalizada. Sendo assim, não pode ficar brava comigo se eu acabar comendo as bordas do brownies que tirou do forno.

— É justo — sua mãe responde com uma risada.

De forma geral, nossa tarde é bem agradável. A conversa flui naturalmente enquanto almoçamos e nos servimos da sobremesa. Uma deliciosa torta de frutas vermelhas locais e sorvete de creme, a qual comi duas fatias sem me sentir culpada.

Então vamos para a sala, onde Giselle ajuda a mãe a terminar um de seus quebra-cabeças — esse é o mais novo passa tempo dela. — enquanto compartilhamos histórias e conversamos sobre coisas triviais.

\[...]

Chego em casa por volta das 5hrs. O que significa que ainda tenho tempo para fazer uma caminhada. Aproveitei os ultimos dias de folga para fazer isso, já que na segunda-feira minha rotina agitada recomeça.

Subo até o quarto para vestir algo mais confortável e cinco minutos depois, estou coberta dos pés à cabeça, com um short de algodão e um moletom da faculdade. Percorro a curta distância até a sala. Então faço o impensável, pego meu celular e mando uma mensagem para Minjeong, perguntando se ela não quer se juntar a mim.

"Uma caminhada noturna no meio de um frio desses? Sério, jimin?"

Ela envia a mensagem e quase posso ouvir sua voz.

“Mas em minha defesa, eu preciso dizer que esse é o clima perfeito para praticar atividades físicas."

Digito a mensagem e envio, imediatamente ela começa a responder e me sinto como uma adolescente apaixonada aguardando sua resposta.

“Está bem, mas não espere que eu te acompanhe em uma maratona das quais já deve estar acostumada a participar."

Estou rindo para a tela do celular, afastada de todos os problemas que rodeiam a minha vida. Eu só quero trocar mensagens bobas com ela como se fosse a coisa mais importante do mundo.

Depois de combinar onde vamos nos encontrar, pego as chaves de casa e saio. Quando chego ao Yongsan Park seu sorriso é a primeira coisa que vejo, não importa onde eu esteja, ela é como meu ponto de luz em meio à noite, eu sempre a encontro assim que chego. Dessa vez não é diferente, a não ser pelo fato de que sinto uma sensação estranha ao vê-la. Uma expectativa nova, uma ansiedade diferente de tudo o que já vivi.

Minjeong está parada perto do lago e não consigo não olhar para ela, um boné preto está sob os cabelos escuros que emolduram seu rosto de porcelana e ela veste roupas semelhantes às minhas, noto que um cara a olha quando passa, inclusive fala algo grosseiro, tento conter minha vontade de defendê-la, mas ela olha feio para ele, que se encolhe e sorrio satisfeita.

Não demora para que eu decida atravessar a rua e ir em sua direção. Ela está tão imersa em pensamentos que não percebe minha aproximação.

— Pronta para nossa caminhada? — Pergunto.

Ela ergue o rosto, surpresa ao ouvir minha voz. Então me encara e, por um segundo, esqueço o que fui fazer ali. Posso ver o exato momento em que um sorriso surge em seu rosto.

— Estava começando a pensar que você tinha desistido — Ela diz.

Sorrio.

— Nunca, Kim Minjeong.

Alguns minutos depois, estamos caminhando pela trilha arborizada. Não está tão frio quanto eu esperava.
Sempre adorei essas caminhadas sem compromisso no fim da tarde. Passa uma sensação de estar livre da correria diária.

A alta temporada pode ser na primavera, com o florescer das flores de cerejeira, a brisa calma e o sol brilhando no céu, mas sempre gostei mais de caminhar no outono. Minjeong parece ser da mesma opinião, porque ela respira fundo. Quase consigo senti-la relaxar enquanto caminha ao meu lado.

Como na noite passada, nossas mãos estão unidas. Um conjunto de dedos apertando os outros. Mas é emocionante, reconfortante e estranhamente natural, dado o pouco que nos conhecemos. É como se nossas mãos tivessem se familiarizado há muito tempo e estão contentes por estarem reunidas.

O número de pessoas circulando pelo o parque está baixo, o que faz a calmaria ser ainda mais gratificante. Em uma concordância silenciosa, seguimos em frente, embora o lado não faça diferença. Nossa intenção não é chegar a lugar nenhum. Caminhamos em silêncio por vários minutos antes que eu puxe conversa.

— Então, você não teve problemas com sua amiga ontem a noite, certo? — Pergunto.

Minjeong balança a cabeça.

— Nenhum. Na verdade, acho que vou ter problemas agora que ela sabe sobre você.

Olho para ela, confusa.

— Não sei o que pensar sobre isso.

Minjeong inclina a cabeça para o lado e abre a boca. Um olhar divertido toma conta de seu rosto. Gosto desse olhar. A verdade é que eu gosto de todos os seus olhares.

— Estou brincando — Ela diz, sorrindo. Então enfia a mão livre no bolso do moletom e olha para o céu por um momento. — Não disse ontem, mas adorei o nosso encontro. Foi algo completamente diferente do que estou acostumada a fazer, mas ao mesmo tempo me senti tão livre. Obrigada por ter me mostrado um pouco do seu mundo, Jimin.

Detenho o passo, coloco a mão no coração e minhas costas se arqueiam para trás.

— Casa comigo — brinco.

Suas bochechas ruborizaram com o meu comentário. Seus lábios se separam, e juro ter suspirado apenas com essa visão.

— Então me diga, porque nunca vi nenhum dos seus trabalhos gráficos? Quer dizer, conversamos sobre isso certa vez, então deduzi que em algum momento iria me mostrar alguma arte.

— Ah, sobre isso... Eu sou mais uma observadora — Digo, sorrindo. — E se tivesse interesse em trabalhar na área, acho que a ideia de ficar confinada em um estúdio seria sufocante. Prefiro trabalhos inspirados em situações espontâneas, que refletem a verdadeira essência do momento.

— Gosto do seu jeito de pensar. — Ela diz, dando um passo para trás e olhando para mim. Seus rosto está entrecoberto pelo boné, mas consigo sentir a intensidade do seu olhar mesmo assim.

Dou um passo em sua direção e seguro seu moletom pelos punhos, puxando-a para mais perto até que esteja bem diante mim. Seu rosto está bem próximo do meu, e ela me lança um sorriso convidativo. É então que percebo que esse momento vinha rondando minhas fantasias mais íntimas havia vários dias.

— Você é uma garota fascinante, Minjeong — digo, despejando as palavras sem conseguir me conter.

— Eu não... — ela sussurra baixinho.

— Você é, sabe? Cem por cento mesmo.

— Jimin?

— O quê?

— Quando você vai me beijar?

Dou uma risada baixa e viro o seu boné antes de tomar seus lábios nos meus. Sinto suas mãos envolvendo a parte inferior das minhas costas, e ela me puxando mais para perto quando me inclino contra ela, sua boca saboreando cada centímetro da minha. Sua língua viajando para encontrar a minha. Seu corpo me lembrando o que significa ser jovem e apaixonada de novo.

— Satisfeita agora? — Provoco, beijando seus lábios uma última vez.

— Mê de alguns minutos para pensar — Ela brinca.

Reviro os olhos, virando seu boné de novo. Sob a aba, só consigo ver sua boca, desenhando um sorriso travesso.

— Tenho me sentido mais motivada quanto a faculdade desde que cheguei a Seul — ela confessa.

— Isso é muito bom — digo, tocando o rosto dela. — Eu vi a sua reação quando me falou sobre o significado da arte na sua vida. Vi como pareceu interessada quando conversamos sobre o assunto. Você já encontrou seu lugar?

Ela parece pensativa por alguns segundos.

— Apesar de ser apaixonada por esse universo, ainda estou tentando encontrar o caminho certo.

— Você não precisa ter pressa. — Seguro sua mão na minha, entrelaçando nossos dedos. — Tenho certeza que a vida vai te guiar para o lugar certo.

Seguimos pela trilha arborizada, cada uma perdida em seus próprios pensamentos. Algum tempo depois, eu a acompanho até sua casa que, como descobri recentemente, não fica tão longe da minha.

— Bom, aqui nos despedimos — Digo, sorrindo. — Eu ainda tenho uma longa caminhada até em casa.

Minjeong sorri.

— Boa noite, então — Ela diz, tocando levemente a ponta dos dedos em meu rosto antes de dar um passo para trás.

Há uma última rodada de sorrisos antes de ela se virar e eu começar a caminhar em direção ao meu bairro.

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