𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 24

Olha eu aqui de novo! Boa leitura pessoal!!

- HATHAWAY -

- Você vai continuar escondido? Como vão ser as coisas agora? - Eu estava deitada no peito de Jungkook ainda na cama, ele passava a mão em meus cabelos enquanto nós olhávamos para o nada.

- Preciso que Park me libere, mas acredito que você pode falar pra Aliança que eu estou vivo, tenho que voltar a ativa logo, ainda mais agora que temos mais informações sobre o assassino. - Me levantei em um pulo, Jungkook falou algo que eu me esqueci totalmente.

Temos informações sobre o assassino.

- Preciso reunir a Aliança JK, urgente. - Jungkook sorriu e me puxou de volta pro peito dele, já que eu tinha levantado.

- Liga pro Yeonjun e pede pra ele trazer todo mundo pra cá. - Assenti e peguei meu celular, disquei o número de Yeonjun e liguei, ele atendeu no segundo toque.

- Espero que seja importante Tori, eu estava quase dormindo. - A voz de Junnie soou rouca pela ligação, eu revirei os olhos e Jungkook riu.

- Preciso que você reúna todo mundo e traga pra cá pra cabana, é urgente, muito urgente mesmo.

- O que você tá fazendo sozinha na cabana? - Ele perguntou já um pouco mais desperto.

- Ela não tá sozinha. - JK falou, eu aguardei o surto de Yeonjun.

Passaram-se alguns segundos e ele não falou nada, eu já estava pensando que o garoto havia tido um ataque quando ele voltou a falar.

- Jungkook? Eu só posso estar alucinando. Vou chamar o pessoal e chego aí em vinte minutos Tori. - Eu não consegui falar mais nada porque Junnie desligou a ligação, olhei pra Jungkook.

- Acho que assustei o garoto. - Ele deu de ombros.

- Você acha? - Levantei as sobrancelhas, encarando Jungkook com uma cara que deveria ser ameaçadora, falhei miseravelmente.

- Eu acho sim. - Ele gargalhou e rolou pra cima de mim na cama, me deixando abaixo dele. Eu ri e encarei seus olhos vermelhos.

- O que você quer Jungkook? - Ele sorriu.

- Ainda não matei a saudade. - Ele baixou um pouco o corpo e me beijou, suave. Agarrei seus cabelos que já estavam bem longos e puxei, Jungkook gemeu e agarrou minha cintura, girando comigo e me jogando pra cima dele. - Isso é golpe baixo.

Tirei os cabelos de seu rosto e me deitei no peito dele, de uma forma que eu pudesse ficar lhe olhando.

- Você é tão lindo. - Eu falei, Jungkook sorriu e ficou mais lindo ainda.

- E você está me deixando constrangido. - Ele me beijou e saiu da cama, me levantei também e fui atrás das minhas roupas.

- Joga minha camisa aí - Falei e Jungkook pegou a camisa que estava pendurada em uma das cadeiras.

- Do jeito que eu conheço Yeonjun, a primeira coisa que ele vai fazer é subir as escadas e entrar nesse quarto, então é bom pelo menos estarmos vestidos, pra não dar na cara. - Jungkook falou enquanto colocava a camisa.

- Yeonjun pode ler sentimentos, ele vai saber no momento em que chegar aqui, e os vampiros vão saber só por sentir nosso cheiro, estamos uma mistura de alfazema e lavanda. - Escutei um barulho de passos vindo longe, olhei pra Jungkook automaticamente.

Não sei se ele escutou os passos ou apenas leu minha mente, mas JK apenas segurou minha mão e começou a andar em direção a porta.

- São eles.

Descemos as escadas juntos e Jungkook se sentou na mesinha de sempre, sorri ao perceber que as coisas estavam certas de novo, senti falta dele liderando o grupo junto comigo durante as reuniões, vê-lo sentado lá de novo despertou uma emoção muito forte em mim, tanto que Jungkook me puxou pra ficar de pé atrás dele, então segurou meus braços em sua frente, me fazendo abraça-lo por cima de seus ombros, dei um beijo em seu rosto.

- Eu estou aqui. - Ele disse somente, e era só o que eu precisava.

Yeonjun foi o primeiro a chegar, ele olhou de mim pra Jungkook e sorriu, um sorriso bem aberto, pulando em Jungkook logo em seguida pra lhe dar um abraço, eu ri e me afastei, o abraço de Yeonjun foi forte, bem forte mesmo, acho que ele aproveitou que agora os ossos de Jungkook não quebram mais tão facilmente e lhe deu o abraço que ele merecia.

- Eu senti sua falta, cara. De verdade.

- Eu acredito Yeonjun. - Os dois conversaram sobre a transformação de Jungkook e eu fui pra porta da cabana esperar os outros, enquanto isso eu treinava pra tentar ignorar os pensamentos de Jungkook, a ligação era recente e tinha se fortificado agora que eu o vi, lidar com meus pensamentos já era difícil, agora os de Jungkook estavam aqui também, eu precisava aprender a deixa-los em segundo plano.

Enquanto olhava pra fora eu enxerguei Haechan, Lisa e Lia vindo juntos, logo atrás deles estavam Namjoon e Yoongi.

Mais alguns e o grupo estaria completo.

- Por que Yeonjun assustou tanto a gente dizendo que era extremamente importante que nós estivéssemos aqui? Teve outro ataque e eu não fiquei sabendo? - Lisa andou o resto do caminho até a cabana me interrogando, eu dei um meio sorriso, ela ia ficar louca.

- Teve, mas esse não é o motivo. - Eu dei espaço pra ela entrar.

- E qual é o motivo? - Lisa perguntou assim que pisou os pés dentro da cabana.

Eu não precisei responder, ela arregalou os olhos e sumiu da minha frente em menos de um segundo, ignorando totalmente Yeonjun ela pulou em Jungkook com tanta força que os dois caíram pra trás.

- Você tá vivo, porra! - Lisa gritou, depois se levantou e olhou pra Jungkook de novo enquanto ele saia do chão rindo. - Caralho! Você é um vampiro? Puta merda você é um vampiro? - A garota colocou a mão na cabeça e o encarou sem acreditar, os pensamentos de Jungkook soavam totalmente divertidos, então eu os deixei lá e virei para os dois que estavam na porta olhando.

- O que aconteceu aqui Tori? - Lia perguntou de queixo caído enquanto olhava Lisa e Yeonjun com Jungkook.

- Eu vou explicar quando todo mundo chegar. - Falei e essa assentiu ainda um pouco assustada, Haechan sorria.

- É bom saber que ele não morreu realmente. - Ele colocou a mão por alguns segundos e depois entrou com Lia, logo em seguida Yoongi e Namjoon chegaram.

- Nós ouvimos direito? - Yoongi perguntou, eu apenas confirmei.

- Que bom, já estava traumatizado de reviver tantas vezes a morte dele. - Namjoon falou e os dois entraram.

Ainda faltavam o Jin, Kai e Hoseok. Entrei na cabana e me sentei no sofá, eu poderia começar a reunião agora, mas preferi esperar os outros chegarem e dar mais um tempinho pra o pessoal matar a saudade de Jungkook, eu já fiz isso até demais.

'Ainda tenho muita coisa pra fazer com você'

Olhei diretamente pra Jungkook quando isso soou na minha cabeça, ele estava olhando pra mim, apenas balancei a cabeça rindo e não respondi.

Viver com essa ligação vai ser interessante.

Depois de alguns minutos eu enxerguei os três que faltavam vindo de mais longe na floresta, eu ia virar e contar pra Jungkook quando vi que ele já tinha notado e olhava fixamente pra frente, seus olhos alternavam entre o vermelho normal e o vermelho brilhante e eu não precisei da ligação pra saber o que estava acontecendo.

Os batimentos de Hoseok já estavam afetando o auto controle de JK, ainda bem que eu não fui a única que percebi.

- Tem quanto tempo que você foi transformado Jungkook? - JK olhou pra Haechan com os olhos brilhando.

- Duas semanas. - Haechan olhou pra mim.

- É pouco tempo. - Ele foi pro lado de Jungkook pra intervir caso o mesmo perdesse o controle, então me lembrei de algo que aprendi tanto aqui na academia quanto morando com os irmãos veteris.

Os vampiros criados por eles eram naturalmente fortes apenas pela linhagem, Vante conseguiu me segurar firme quando minha sede de sangue atacava porque ele é um vampiro mestre, mas um vampiro qualquer não consegue segurar um novato.

Se Jungkook perdesse o controle, Haechan não conseguiria contê-lo, talvez nem eu.

Jungkook acompanhou meus pensamentos e concordou comigo, porque logo me fez ir para o seu lado, ele pensou e eu fui.

'Não quero machucar ele Tori, mas tá difícil'

Virei para Yeonjun.

- Junnie, vai na cozinha e pega uma bolsa de sangue pro Jungkook. - Yeonjun saiu correndo e voltou em alguns segundos, entreguei a bolsa pra Jungkook e ele agradeceu mentalmente, depois tomou tudo em poucos goles.

Se ele estivesse saciado, as chances de atacar Hoseok seriam menores.

Kai e Jin entraram primeiro, eles enxergaram Jungkook mas em vez de vir falar com ele os dois apenas olharam pra trás, parece que todo mundo ficou ciente do perigo que Hoseok corria ao ficar exposto a um vampiro recém transformado.

Quando Hobi entrou na cabana os olhos de Jungkook brilharam, eu conseguia sentir sua sede, me lembrei de quando eu mesma passei por isso, era realmente difícil de controlar, ainda mais tão cedo.

Segurei a mão de Jungkook e uma corrente de conforto passou em meus pensamentos, ele estava agradecendo.

- Jungkook? - Hoseok falou com um bufar de surpresa e deu dois passos rápidos pra frente pra abraçar o amigo, nisso Jungkook e eu andamos rápido pra trás, Haechan foi pra nossa frente e Jin segurou Hoseok, pra que ele não andasse mais.

Foi aí que ele percebeu tudo.

- Vampiro? - Hobi perguntou com os olhos marejados, Jungkook assentiu segurando a emoção tal como estava segurando a sede.

'Eu quero abraçar ele Tori, mas eu não posso. Você pode abraçar ele por mim? Por favor?'

Olhei pra Jungkook, isso seria estranho para os outros, mas teríamos que explicar de qualquer jeito.

- Eu faço. Haechan, cuide dele. - Soltei a mão de Jungkook e fui pra perto do Hobi, uma lágrima escapou de seus olhos e correu por seu rosto, eu enxuguei.

- Ele está se segurando pra não me matar, não é? - Hoseok perguntou enquanto engolia a vontade de chorar.

- Jungkook quer te dar um abraço, posso fazer isso por ele? - Perguntei, Hoseok assentiu.

Eu o abracei por alguns segundos e senti que agora quem enxugava uma lágrima rebelde era Jungkook, quando um 'Obrigado' soou nna minha cabeça eu soltei Hoseok e voltei pra perto de Jungkook, todos sentaram e Jin se certificou de que Hobi estivesse o mais longe possível.

Haechan e eu ficamos com Jungkook.

- Acredito que vocês já podem contar o que aconteceu. - Namjoon falou, quem começou a contar foi Jungkook, tudo desde o início quando ele foi transformado até o momento que ele me livrou do ataque e arrancou a estaca do meu peito.

Quando ele terminou o relato todo Kai foi o primeiro a falar.

- Quer dizer que se um de vocês morrer o outro morre também? - Ele perguntou.

- Agora sim, a ligação causa isso. Foi por esse motivo que pedi para Tori dar um abraço no Hobi, eu queria sentir.

- Você pode sentir o que ela sente? - Hoseok perguntou.

- E ela pode sentir o que eu sinto também, é a mesma ligação que Park e Vante têm.

Todos começaram a fazer perguntas para Jungkook e ele se apressou a responder todas, percebi que sua sede estava mais contida, então Hoseok não corria mais tanto perigo.

Mesmo assim, era mais prudente Jungkook voltar pro porão até Park decidir que ele não oferece mais risco pra ninguém.

Depois de todo mundo interrogar Jungkook sobre diversas coisas Yoongi levantou a mão.

- Eu tenho uma suspeita. - Nós olhamos pra ele e aguardamos ele falar. - Atacaram Soomin, Jungkook e Tori, um líder do conselho e os dois líderes da Aliança, eu acredito que esse filho da puta tá focando na liderança da cidade e sabe da existência do nosso grupo.

- Acha que ele sabe da Aliança? - Haechan perguntou assustado.

- Tenho quase certeza, qual seria a lógica de atacar Jungkook e Tori? - Yoongi levantou um ponto.

- Talvez afetar o líder dos filhos de Hécate e os novos líderes dos vampiros? - Tori e Jungkook são praticamente a descendência dos dois.

- Poderiam ter atacado meu pai e os irmãos em vez de nós dois, Yoongi levantou um bom ponto. - Jungkook falou.

- Quem seria idiota o suficiente pra atacar os irmãos veteris? Tem coisa nisso e nós precisamos descobrir. - Fiquei de pé. - Fiquem de olho quando vierem pra cá, Yoongi pode estar certo, se estiver, podemos estar sendo observados agora.

- A gente pode fazer uma ronda na floresta bem rápido, os vampiros no caso. - Lisa falou, então eu olhei pra todos.

- Beleza! Kai, Haechan, Lia e Lisa, vocês podem vistoriar a floresta. Yeonjun pode ir atrás do conselho e avisar que eu fui atacada mas já estou bem, pode contar tudo, eles já devem estar cientes de que Jungkook está vivo o resto de vocês está liberado.

'Sempre achei essa sua liderança muito sexy'

- Você tá muito atirado pro meu gosto Jeon Jungkook, não falaria um negócio desse antes. - Ele deu de ombros.

- Você pode ler minha cabeça agora, antes dava pra esconder. - Eu ri e os outros nos olharam como se tivesse nascido um chifre na testa de nós dois.

- Lidar com essa ligação de vocês vai ser interessante. - Yeonjun riu. - O que vocês dois vão fazer? - Ele perguntou.

- Vou levar Jungkook até o Park, ele ainda precisa treinar o auto controle.

Nós nos despedimos e eu saí na frente com Jungkook, passamos pela floresta por trás da academia pra evitar sermos vistos, tudo isso correndo na nossa velocidade máxima, o que é muito, em poucos segundos chegamos na casa dos irmãos, assim que pisamos no saguão Park abriu a porta, ele ia falar alguma coisa, mas eu não dei tempo, apenas pulei pra frente e dei um soco nele, nós dois caímos pra dentro da casa e Jungkook nos encarou assustado, pensei tão rápido que nem ele percebeu o que eu ia fazer.

- Como você me esconde que Jungkook está vivo? Porra! - Park foi se levantar e eu bati nele de novo, eu sei que não estava causando nenhum dano e Park provavelmente sentia cócegas com meus murros, mas eu estava puta.

- Você está apanhando de quem Jimin? - Vante apareceu na sala, depois começou a rir. - Vem Jungkook, deixa os dois se entenderem. - Vante falou e sumiu pra dentro da casa com Jungkook, eu olhei para o Park.

- Eu te odeio. - Falei com a sobrancelha franzida e o encarei com um olhar de ódio.

Eu sou malvada, preciso acreditar nisso.

- Desculpa Tori, mas eu não podia contar. - Ele me segurou e nos colocou de pé, eu cruzei os braços e me sentei no sofá.

- Passei vinte dias sofrendo com a morte dele Park, você é um filho da puta, sabe o quanto gosto de Jungkook. Como você agiria se alguém fizesse você pensar que Vante estava morto antes da ligação, e nem venha me dizer que não é a mesma coisa.

- Eu mereci os socos, se quiser bater mais pode ficar a vontade. - Ele falou simplesmente, então joguei minha cabeça pra trás no sofá.

- Não quero mais bater em ninguém, estou cansada psicologicamente, preciso de paz.

Park veio mais pra perto de mim e colocou o braço por trás de meus ombros, depois começou a contar uma história.

- Quando Taehyung e eu completamos dezoito anos nós dois fugimos de casa, nossa mãe morreu no parto e nosso pai teve câncer alguns anos depois, quando ele morreu nós dois ficamos morando com a nossa madrasta, mas ela não era uma pessoa muito agradável, quando crescemos era nítido o desejo que ela criou por nós dois, aquilo estava incomodando demais, os flertes sutis, as passadas de mão, até que chegou o momento que não aguentamos mais, então saímos de casa.

- Por que está me contando isso? - Virei pra ele curiosa.

- Você vai entender. - Ele falou e depois continuou a história. - Passamos três anos vivendo no limite da pobreza e na ralé da sociedade, eu passei a roubar pra sobreviver e Taehyung trabalhou como gigolô no prostíbulo de uma senhora que achou ele incrívelmente atraente. - Arregalei meus olhos, Vante era prostituto, puta merda.

Por isso o sexo com ele era tão bom.

Senti Jungkook engasgar com alguma coisa na cozinha, então me dei conta de algo.

Ele não sabia que eu tinha transado com o Vante e descobriu agora quando pensei nisso. Limpei minha mente pra que Jungkook não absorvesse mais detalhes, principalmente imagens daqueles dias e voltei a prestar atenção no que Park estava falando.

- Quando completamos vinte e dois eu fui pego por causa dos roubos e acabei sendo preso, foi aí que Taehyung conheceu os vampiros. Ele se ofereceu como alimentador pra uma gangue de vampiros e em troca pediu pra que eles me tirassem da cadeia, eles me tiraram e nós passamos a morar com os vampiros por dois anos, eu de favor e Taehyung como alimentador, até que percebi que o Tae não era mais ele mesmo, parecia um drogado de tantas toxinas que ele havia absorvido das mordidas. Então eu agi como idiota e tentei fugir com ele. Não passamos nem por um quarteirão antes de nos encontrarem, era mais de uma dúzia de vampiros, eles nos cercaram e nos atacaram, dois humanos idiotas, nós não tínhamos chance nenhuma contra eles. Cada parte do nosso corpo foi mordida, não a comum, mas a da transformação, todos eles injetaram o veneno da transformação com as presas, por isso temos tantas cicatrizes. Acordamos no galpão três dias depois, nós dois já transformados.

- Que horrível. - Falei totalmente envolvida pelo que havia acontecido com os dois.

- A única coisa que falaram pra gente foi: "Se não beberem sangue em duas horas vocês vão morrer". Então um deles jogou um alimentador na sala em que estávamos, eu o mordi em questão de segundos, poderia tê-lo matado, só não o fiz porque eu precisava deixar um pouco para o Taehyung também, até que ele me disse que não queria viver desse jeito, Tae lutou contra a sede de sangue durante as duas horas e eu só conseguia chorar implorando pra ele não me deixar sozinho. Quando o corpo dele começou a rejeitar a transformação eu comecei a sentir uma dor absurda, foi aí que nos demos conta da ligação, se Taehyung morresse pela falta de sangue eu morria junto, por causa disso Tae escolheu viver, por minha causa, então ele bebeu o sangue do alimentador, mas por incrível que pareça nós não o matamos.

- Eu não sei o que causou a nossa ligação, mas desde cedo nós nos importávamos demais um com o outro, nós vivemos um pra o outro, acho que o universo levou isso em conta. - Quando Park parou de falar Vante entrou na sala seguido de Jungkook.

- Eu matei meu primeiro humano uma semana depois, a fome falou mais alto. Depois disso eu descobri que a garota tinha um filho, ela era mãe solteira, isso me deixou com tanto ódio de mim mesmo e dos que haviam me transformado que eu jurei duas coisas pra mim e para Jimin, eu cuidaria de toda a descendência daquele garoto e mataria os vampiros que nos transformaram um por um. Eu dei um jeito de levar o garoto pra um orfanato e sempre levava coisas pra ele, mantimentos, comida, eu fazia isso todo o mês, enquanto isso Jimin e eu começamos a aprender a como segurar uma estaca sem sofrer demais com a dor, hipnotizamos um humano pra fabricar duas estacas pra nós e treinamos com ela por anos, então começamos a caçada.

Jungkook sentou do meu outro lado e Vante sentou na nossa frente, na mesinha de centro, Park continuou a história.

- Nós matamos todos os vampiros que nos transformaram em um período de oitenta anos, foi complicado mas encontramos um por um em diversos lugares do planeta, enquanto isso Taehyung continuava cuidando do garoto, ele casou, teve um filho, morreu e Tae cuidou do filho dele, isso se estendeu por nossos mais de 800 anos de vida, até que a descendência parou no começo deste ano.

- Por quê? - Perguntei.

- Porque você não teve filhos Tori, foi o único motivo pra eu ter te transformado, você faz parte dessa descendência e eu acompanho sua vida desde que você nasceu. Izzie também, ela tinha câncer em estado terminal e eu a transformei, mas a descendência continuou porque ela tinha uma irmã.

- Izzie é parente minha de sangue? - Eu perguntei de olhos arregalados.

- É sim, na verdade ela é sua tia, você é filha da irmã mais nova dela.

- Puta que pariu. - Eu coloquei a mão na cabeça. - Pra que me contou tudo isso?

- Nós acreditamos que já estava na hora de você saber de tudo. - Park falou. - Você e Jungkook estão ligados agora, precisam saber de tudo um do outro pra essa ligação dar certo, Jungkook sabe a história da família dele, agora você sabe da sua.

- Izzie sabe disso? - Vante balançou a cabeça negativamente.

- Vou contar mais tarde.

- E agora? - Perguntei querendo saber aonde eles queriam chegar.

- Agora que os dois já sabem de tudo, nós vamos trabalhar a ligação de vocês. - Park falou. - Afinal somos os únicos vampiros vivos que tem a ligação, estamos em uma onda de ataques e quando descobrirem sobre a ligação de vocês, qualquer ataque direcionado pra um vai afetar o outro, a ligação é um ponto forte um ponto fraco ao mesmo tempo, vamos ensinar vocês a lidar com isso.

- E quando começamos? - Jungkook perguntou, Vante sorriu de lado.

- Agora.

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