O som de passos irrequietos ecoou pelo corredor abobadado, aproximando-se apressados. Ele sabia quem viria, podia sentir a energia inquieta que o precedia.

Quando a porta se escancarou com estrondo, o homem poderoso ergueu os olhos com um sorriso oblíquo, encontrando um sorriso travesso no rosto do jovem.

— Meu impetuoso assistente, tão selvagem como sempre! — cumprimentou- o com seu charme diabólico.

— Mestre! Trouxe novidades para esse humilde servo? — perguntou ele, atirando-se no sofá de veludo como um gato.

Havia algo de indomável naqueles olhos, como os de um animal noturno.

O homem sentado, revirou os olhos, com desdém calculado, jogando o cartão na direção do rapaz, que pulou do sofá, pegando o cartão, onde só lia:

Nome: Juan Vasconcelos

Idade: 50 anos

País: México

— Juan Vasconcelos, do México. Divirta-se, mas não se meta em encrencas demais, rapaz. — falou com um riso sibilante.

Ele sorriu de forma travessa, revelando presas reluzentes.

— Prometo me comportar... Mais ou menos.

— Vá então, e prossiga meus desígnios, meu caro. A diversão aguarda!

O homem fez um gesto com a mão, para que este saísse da sala.

— Pode deixar comigo! Até logo, chefia! — disse, com trejeitos exagerados.

O rapaz partiu então num redemoinho, rindo alto em sua ânsia por caos e desordem. Seu riso maníaco ecoou pelos corredores em forma de badaladas prateadas, anunciando mais uma caçada.

O homem permaneceu sentado em sua poltrona, saboreando aquela risada frenética com divertimento.

"Divirta-se, meu selvagem" — sussurrou para si mesmo, antes de mergulhar de volta em seus próprios devaneios infernais.