Pelo som do salto no piso, o homem sentado na poltrona, sabia quem estava se aproximando. Olhou para a porta, que foi aberta, confirmando suas suspeitas. Sorriu.
Quando entrou, os saltos ressoaram no assoalho como garras em pedra. Ele ergueu os olhos de rubi, encontrando os dela.

— Minha querida, tão bela como sempre. — disse em tom unguentoso.

Ela sorriu, com um ar beirando a arrogância.

— E para quê me chamou desta vez, mestre? — perguntou ela, aproximando-se num deslizar serpentino, os cabelos castanhos escuros, reluzindo sob a luz. — E o que meu mestre deseja de mim?

Havia luxúria em seu olhar, mas também algo de selvagem e indômito. Ela sabia que ele não a domava por completo.

Ele estendeu o cartão entre os dedos ossudos. Ela o tomou com um roçar de unhas afiadas.

Nome: Patrícia Blank

Idade: 23 anos

País: Estados Unidos

— Patrícia Blank... Uma presa apetitosa. — sussurrou, guardando o cartão entre seios de alabastro.

— Divirta-se, filha das trevas. Faça o que quiser com ela.

— Posso dar um presente especial para ela?

— Claro. Por que, não? Agora vá!

Depositou um beijo carnívoro no ar e partiu, o riso seco ecoando em seu encalço. Mais uma caçada das trevas teria início.