52. Seonim
Duas semanas depois
— Eu não posso acreditar que já se passaram duas semanas. — Taehyung falou.
Jimin observou seu amigo brincar com os anéis de sua mão, enquanto Jungkook e Yoongi estavam sentados em frente a Hoseok, Yoon-woo e sua namorada, Jinkyun, na ilha da cozinha. Jimin e Taehyung encontraram refúgio no sofá mais distante deles, e Jimin gostou disso. Mesmo que o ciúme de Jungkook por seu ex ainda estivesse lá. Yoon-woo não facilitou cutucando o urso, e ambas as suas palhaçadas deram dores de cabeça a Jimin.
— Eu também não posso acreditar. — Jimin expressou. — Eu não posso acreditar que eles deixaram Jungkook vir comigo.
— Você vai devolvê-lo?
— Eles desejam. — Jimin sorriu, preparado para usar sua arma se necessário.
— Bom. — Taehyung deu um aceno pesado. — Eu não teria deixado você deixá-lo.
— Tae. — Jimin riu. — Isso quase não faz sentido.
— Você me entende. — Taehyung soltou um sorriso presunçoso antes de mudar seu tom para um mais sério. — Como ele está?
— Bem. — Jimin assentiu pensando nas últimas duas semanas. — Ele tem pesadelos, mas não se lembra deles quando acorda. Ele dorme muito, mas quando está acordado está alerta e pronto para enfrentar qualquer tarefa que tenha pela frente. Estou mais preocupado com suas dores de cabeça e se estou sendo sincero, é meio difícil lidar com suas mudanças de humor.
— Ele está recebendo ajuda? — Taehyung perguntou.
— Sim. — Jimin assentiu. — Encontramos um bom terapeuta que trabalha com ele regularmente. Ele acorda e vai para a clínica e volta todo cansado. Dorme e tem o jantar preparado quando chego em casa. Eu me tornei uma dona de casa.
— Dona de casa! — Taehyung soltou uma risada de latido se enrolando em risos.
Deve ser uma ideia nova para Taehyung, que sempre conheceu Jungkook como provedor e zelador. Namjoon havia mencionado isso uma vez, mas desistiu quando Jimin disse ao seu chefe que ele não se importava. Claro, Jungkook mudou muito, mas as coisas que importavam eram as mesmas. A maneira como ele olhava para Jimin era a mesma, e a maneira como ele mostrava seu amor era a mesma. Então Jimin não se importou, mesmo sendo difícil às vezes. Ainda havia muitas coisas pelas quais Jimin estava passando, mas foi bom ter que compartilhá-las com Jungkook.
— Jieun ficou brava com ele? — Taehyung finalmente perguntou.
— Não. — Jimin balançou a cabeça, — Eu não deixei. Eu a fiz prometer ouvi-lo e quando eles finalmente se encontraram, choraram como crianças. Até o pequeno Yugyeom os estava julgando.
— Estou feliz então. — Taehyung entrelaçou seus dedos.
— Eles devem chegar a qualquer momento. — Jimin apertou sua mão enquanto verificava seu telefone para ver se havia alguma mensagem perdida. — Namjoon ligou. Você pode ir supervisionar Yoon-woo? Vou descobrir onde está o resto do nosso grupo.
— Sem problemas. — Taehyung ergueu o lábio superior zombando de Yoon-woo, mas Jimin viu o olhar brincalhão em todo o rosto de seu amigo. — Eu vou me livrar dele e garantir que ele não incomode seu Kookie.
— Eu não tenho medo de Yoon-woo incomodar Jungkook. — Jimin expressou se levantando. — Eu tenho medo de Jungkook ter o suficiente e descontar seu temperamento em Yoon-woo.
— Sim. — Taehyung falou. — Kookie me deu aquele olhar antes. Não é bonito, eu não gostaria disso nem para meu pior inimigo.
Taehyung se levantou e começou a caminhar em direção à cozinha. Jimin sorriu um pouco ao ouvir o início de uma briga brincalhona entre os dois. Jimin se virou e saiu para a varanda, pronto para ligar para o número de Jieun. Mas quando ele estava prestes a discar, uma mensagem dela chegou dizendo que eles estavam entrando no elevador. Jimin riu um pouco e enviou um emoji sorridente. Ele então procurou pelo nome de Namjoon e discou.
Foi no terceiro toque que o sangue de Jimin gelou. Algo não estava certo, porque Namjoon sempre atendia... não importava o quê. Jimin desligou e discou novamente, mas desta vez foi direto para o correio de voz. Franzindo o cenho, ele olhou para o telefone. Ele tentou de novo... Suas mãos estavam úmidas, pois ele não conseguia se livrar desse medo. Decidindo-se, ele ligou para o escritório de Namjoon.
— Jimin... — Disse uma voz laboriosa no receptor. — Não venha para o...
E a linha caiu. Automaticamente, Jimin se virou e quase deu de cara com Jungkook.
— O que está acontecendo? — Jungkook exigiu com uma risada persistente enquanto concentrava sua atenção nele.
— É Namjoon. — Jimin respondeu tentando acalmar a velocidade crescente de seu coração e a necessidade de sair correndo de lá. — Ele parece estar com problemas e a linha caiu.
— Vamos. — Jungkook disse, mas Jimin balançou a cabeça para isso.
— Vou levar Hoseok.
— Mas...
— Não... — Jimin disse firmemente colocando sua mão no peito firme de Jungkook esperando acalmar sua franqueza. — Hoseok é meu capitão agora. Fique aqui e faça companhia aos nossos hóspedes. Voltarei, prometo.
Jimin estendeu a mão e beijou sua bochecha mesmo sabendo que Jungkook estava pronto para protestar. Jimin voltou para dentro do apartamento, telefone na mão.
— Hoseok. — Jimin falou enquanto Taehyung abria a porta do apartamento, deixando entrar a corrente de ar junto com a risada de Jieun. — Jin. — Jimin chamou chamando a atenção deles. — Código x189.
Quase todos naquela sala sabiam o que aquele código significava, mas apenas três tinham autoridade para agir de acordo com ele. O código x189 significava que o chefe ou superior estava ferido ou morto no prédio de escritórios “ninho”.
— Vamos. — Hoseok disse de uma vez, o rosto sério enquanto a risada de Jin desaparecia.
Jimin olhou por cima do ombro e viu que os braços de Jungkook estavam cruzados sobre seu corpo como se estivesse se protegendo e Jimin deu-lhe um pequeno sorriso, esperando que isso tranquilizasse seu noivo. Jungkook não reagiu, mas não reagir era melhor do que exagerar, e Jimin não poderia estar mais orgulhoso de Jungkook por se manter firme.
Yoongi, por outro lado, estava protestando para ir junto com eles, mas Hoseok o dispensou dando um beijo em sua testa antes de encontrar Jimin no hall. Em um instante, Jimin e Hoseok estavam com seus casacos e sapatos, e Jimin sentiu o peso familiar da arma no coldre ao lado enquanto ele a prendia com segurança. Jin havia se mudado para a casa colocando o carrinho de bebê ao lado do sofá, dando ao bebê Yugyeom um último olhar antes de se inclinar e beijar Jieun na bochecha.
— Nós ligaremos quando tivermos mais notícias. — Jimin disse na sala. — Tae cui...
— Não se preocupe com isso. — Taehyung disse sabendo que Jimin estava pedindo para ficar de olho em Yoon-woo, que tinha uma carranca em seu rosto, sua namorada segurando seu braço parecendo incomodada, e o mais importante… Jungkook.
Jimin assentiu e os três promotores deixaram o apartamento a passos largos, sabendo que haviam deixado entes queridos para trás.
— Diga-me no caminho. — Hoseok disse enquanto eles desciam as escadas de emergência ao invés de esperar pelo elevador.
Os três correram para o carro de Jin, a pequena sirene magnética no capô tocando enquanto Jimin chamava o departamento de polícia e Hoseok alertava a ambulância. A base do assento do pequeno Yugyeom cutucou seu lado, mas ele ignorou. Hoseok, que estava sentado no banco do passageiro, desligou a sirene quando chegaram perto do prédio para não alertar quem estava no prédio.
— Mina deve estar lá em cima também. — Hoseok disse enquanto o carro de Jin girava em direção à entrada.
— E quanto a sra. Ko (Euna)? — Jin perguntou correndo para fora do carro com Jimin em seus calcanhares.
— Eu não sei. — Hoseok disse. — Namjoon disse que ele e Mina estavam terminando algumas coisas antes de irem para a festa de Jungkook.
— Ele parecia realmente fora disso. — Jimin levantou enquanto eles passavam pelas portas principais, passando seus crachás. — E se eles estiverem feridos?
— Vou ficar aqui. — Jin disse na entrada. — E esperar a ambulância.
— Bom. — Hoseok disse. — Vou subir as escadas. Jimin vai pelo elevador.
— Sim, senhor! — Jimin afirmou indo direto para o elevador apertando o botão e desejando que esse se apressasse.
As portas se abriram e Jimin deu uma olhada rápida e entrou clicando no botão para se apressar. Ele pegou seu celular e colocou no silencioso antes de pegar sua arma. Ele segurou a arma entre as mãos e se inclinou ao lado dos botões e longe de possíveis danos quando as portas se abrissem.
Ele olhou para cima observando a pequena luz mudar enquanto passava pelos andares até que finalmente, depois de parecer uma eternidade, a campainha tocou e as portas se abriram. Não houve tiroteio como ele pensou, mas ainda assim, Jimin levantou sua arma apenas no caso.
— Aqui é o tenente Park Jimin. Estou armado! — Jimin gritou empurrando a porta para ficar aberta.
— S-sou eu! — Euna chamou. — Por favor, não atire!
(Personagem Euna)
Jimin suspirou aliviado ao ouvir a voz dela.
— Senhorita Ko! — Jimin gritou: — Você está machucada?
— Ele me pegou! — Ela gritou. — Mas eu estou bem. É o chefe Kim!
Jimin colocou a trava de segurança de volta e saiu do elevador. Ela estava meio escondida atrás de sua mesa. Havia sangue em sua testa, mas a julgar pela quantidade de sangue parecia ser um ferimento superficial.
— Quem estava aqui?
— Eu não o vi. — Ela disse se levantando e Jimin a viu inclinar-se. Ele estendeu a mão para ela e a encostou na mesa tentando dar uma boa olhada nela. — Ele me bateu e eu o ouvi lutando com o chefe.
— Onde está Namjoon? — Jimin notou que seu cabelo sempre bem cuidado estava emaranhado e com sangue grudado na testa. Suas roupas geralmente bem passadas estavam manchadas de sangue e bagunçadas, feridas defensivas nela, mas fora isso ela parecia bem.
— O escritório dele. — Ela falou sinalizando na direção do escritório. — Eu tentei persegui-lo, você o pegou?
— Não. — Jimin balançou a cabeça, — Ele pode ter descido as escadas. Eu vou dar uma olhada no Namjoon. Senhora Ko, a ajuda está chegando.
— Graças a Deus! — Ela chorou. — Por favor, vá e ajude-o.
Jimin assentiu pegando a cadeira de rodinhas dela e a sentou antes de seguir pelo corredor. Ele quase suspirou de alívio ao ver a porta de Namjoon aberta. Seu amigo e chefe estava uma bagunça e também tinha feridas defensivas... mas foi o olhar em seus olhos que Jimin quase não reconheceu. No entanto, ele conhecia aquele olhar bem o suficiente para saber que na frente dele havia um predador procurando por sua presa.
— Namjoo...
— ABAIXE-SE! — Namjoon gritou, sacando sua pistola com as mãos trêmulas.
Jimin caiu no chão, reagindo sem pensar e os tiros dispararam e ele colocou as mãos sobre a cabeça. Bang. Bang. Bang. E o vidro da sala de conferências se estilhaçou. Houve um baque e tiros voaram sobre sua cabeça e Jimin pôde se ouvir gritar pelo menos uma vez. Ele fechou os olhos com força quando o rosto de Jungkook apareceu em sua memória e tudo o que ele conseguia pensar era nele neste momento.
As portas do elevador se abriram e fecharam e Namjoon parou de atirar soltando uma maldição.
Jimin ouviu o corpo de Namjoon ceder a um baque pesado no chão antes que o mais alto começasse a hiperventilar. Jimin espiou por seus braços protetores para ver... a sala estava em silêncio, exceto pela respiração pesada e difícil de Namjoon. Jimin se arrastou para o seu lado ignorando os pequenos cortes do vidro no chão. Toda a sua atenção estava no bem-estar de seu amigo.
— Nam! — As mãos de Jimin pegaram o corpo de Namjoon sem saber mais o que fazer, ele não parecia ferido, mas seus olhos estavam totalmente dilatados e suas pálpebras tremiam incontrolavelmente.
— Vá atrás dela! — Namjoon resmungou. — Euna não é...
— Apenas fique quieto. — Jimin ordenou olhando ao redor pensando em sua secretária. — Senhorita Ko!
Mas ela não respondeu.
— Ela é... — A mão de Namjoon pegou o pulso de Jimin, que se encolheu com a força com que o outro o segurava. — Ela é Seonim.
— O que?
— Namjoon! — Hoseok gritou das escadas de emergência: — Aqui é o capitão Jung Hoseok! Estou armado, então se afastem filhos da puta!
— Hobi! — Jimin gritou: — Euna Ko é Seonim! Ela está pegando o elevador!
— Jin! — Hoseok estava abaixando a arma e pegando o telefone. — Atenda por favor.
O aperto na mão de Jimin enfraqueceu e Jimin olhou para baixo para ver que os olhos de Namjoon estavam fechados, mas ele estava respirando, então isso deve ser uma boa notícia. Ele se levantou e viu a promotora Song Mina. Ela não estava ferida, mas parecia não responder. O que diabos aconteceu?
Ko Euna era Seonim? Como isso foi possível? E um calafrio percorreu sua espinha quando ele se lembrou de Jungkook falando sobre esse cenário. Jimin se lembrou de Jungkook dizendo a ele que Yugyeom suspeitava que alguém que trabalhava para Gem ou o próprio Gem estaria se inserindo em sua unidade. Essa foi a razão pela qual Jungkook pensou que Jimin era um suspeito, para começar. E todo esse tempo, foi Ko Euna.
Jimin se lembrou de falar com ela no elevador uma vez e ela falou sobre o namorado dela estar na cidade. Seu namorado tinha sido seu irmão, Park Jihyun todo esse tempo. Isso significava que Ko Euna era mãe de sua sobrinha, Park Jimin. Isso significava que Ko Euna, ou Seonim, era a garota de prata, filha de Choi Minseo e Jawang. E ela tinha feito Jimin de bobo.
Jimin olhou para as portas do elevador quando ouviu Hoseok xingar Jin do outro lado do telefone. Jimin não precisava ouvir Jin para saber que ela o havia enganado também. Ele ouviu as sirenes à distância, e pelo menos ele sabia que a ajuda estava finalmente aqui e Namjoon junto com sua colega de trabalho Song Mina seriam salvos.
— Hoseok. — Jimin disse com seu sangue gelando. — Eu preciso que você venha comigo.
— Para onde? — Hoseok perguntou parecendo irritado enquanto se ajoelhava ao lado de Namjoon segurando sua mão gentilmente.
— Eu preciso que você venha comigo. — Jimin disse novamente. — Precisamos falar com Park Hwangso.
— O touro? — Hoseok perguntou olhando para ele. — Ele tentou te matar, Jimin.
— Ele também é a única pessoa que pode saber onde Euna, Seonim, se esconderia. — Jimin disse.
— Não podemos. — Disse Hoseok. — Temos que ter certeza de que nosso pessoal está bem.
— Eles estão. — Jimin tentou raciocinar enquanto entrava no escritório de Namjoon verificando o pulso de Song Mina. — Eles estão drogados. A dose não deve ter sido muito, mas Namjoon é um cara grande. Ele deve ter recuperado alguma consciência. Eu acho que é por isso que Namjoon e Seonim estão machucados, eles devem ter lutado por algo, mas não o suficiente para realmente machucar um ao outro. Eles vão ficar bem. A ajuda está a caminho, mas se ficarmos aqui vamos perdê-la.
— Não podemos deixá-los. — Hoseok balançou a cabeça. — Alguém precisa estar aqui para eles quando acordarem. Precisamos saber pelo que eles estavam lutando.
— Mas...
— Leve Jin com você. — Hoseok soltou um grunhido frustrado.
— Sim senhor! — Jimin deu um aceno afirmativo, não querendo que Hoseok mudasse de ideia e correu para os elevadores novamente. Ele viu a pequena luz se mover antes mesmo dele apertar o botão.
Jimin pegou sua arma, mas não a sacou e quando a luz finalmente parou e o elevador se abriu, ele soltou a respiração que estava segurando. Os paramédicos estavam lá prontos para agir. Jimin viu Jin no fundo do elevador e antes que seu amigo pudesse sair, Jimin agarrou o pulso de Jin empurrando de volta para o elevador. Jin começou a protestar, mas Jimin começou a explicar enquanto o elevador os levava para baixo. Assim que chegaram ao térreo, Jimin empurrou o elevador para subir novamente antes de seguir Jin para fora e entrar no carro.
— Hoseok está com eles. — Jimin assegurou enquanto Jin olhava para trás.
— Certo. — Jin assentiu, mas isso não mudou sua carranca.
A viagem até a prisão foi tensa, mas tranquila. A única vez que os dois trocaram palavras foi para bolar um plano, e depois que Seokjin terminou o telefonema com o diretor, que Jimin descobriu que era amigo da família de Seokjin. Chegaram à prisão. Jimin não pôde deixar de pensar na primeira vez que ele veio ao Centro de Detenção de Seul. E como um estranho carma poético, ele se viu na mesma sala onde havia conversado com Choi Hyukhe.
No entanto, a pessoa sentada na sala não era Choi Hyukhe, mas Park Myung.
Myung ainda parecia tão grande e tão intimidante quanto Jimin se lembrava dele. Seu rosto estava rígido, mas entediado, e os guardas acorrentaram seus pulsos à mesa por precaução. Jin estava falando, sentando na presidência e seguindo o protocolo gravando a conversa. Jimin, no entanto, estava estudando a expressão firme de Myung. A atenção de Jimin foi atraída quando Jin o cutucou em suas costelas quase dolorosamente e ele seguiu as instruções de Jin.
Estava bem na tatuagem dele... Nevermind (Deixa pra lá). O grafite no antigo bairro de Jungkook para onde seu irmão foi levado. O nome estava tatuado em sua memória pelas incontáveis horas que passou quando criança procurando por seu irmão. A palavra havia sido criptografada em sua memória e seu significado era um conceito pelo qual Jimin tentou viver.
Myung estava recostado em sua cadeira, como se ele não estivesse realmente acorrentado e seus olhos nunca deixassem os de Jimin. Jimin tentou pensar na primeira vez que o encontrou na casa de Danwo. Onde ele o atacou com uma faca. Naquela época, Jimin não tinha noção de sua relação compartilhada. Naquela época, ele quase havia perdido a vida e nada disso teria sido revelado a ele.
— Ele te deu esse nome, não foi? — Jimin perguntou, cortando direto na linha de questionamento de Jin.
— Eu merecia. — O rosto de Myung escureceu e seus olhos brilharam. — Você não merecia.
— Foi por isso que ele nomeou sua filha com meu nome? — Jimin perguntou e com certeza isso fez o lábio superior de Myung se contorcer e os olhos se arregalaram antes que ele controlasse sua expressão novamente. — Você traiu todos eles. Você tocou todos nós como um bom violino. Você até enganou Jihyun.
— Você não pode falar esse nome! — Myung estava de repente de pé, seu rosto a um centímetro de distância do de Jimin antes de ser obrigado a sentar pelos guardas. O coração de Jimin querendo fugir do medo porque ter aquele homem perto dele novamente o aterrorizava.
— Ele era meu irmão. — Jimin disse tão passivamente quanto podia.
— Ele era meu irmão mais do que jamais foi seu. — Myung balançou os ombros fazendo com que os guardas o soltassem, mas ele não se moveu de sua cadeira novamente.
— Myung. — Jimin disse. — Soo Hye te deu esse nome, não foi?
— Ele me deu as habilidades para sobreviver. — Os olhos de Myung se estreitaram.
— Mas Jihyun te deu Park.
O rosto de Myung fez uma careta.
— Por que ele lhe deu o sobrenome dele? — Jin perguntou e Jimin nem olhou um segundo para longe de Myung.
— Porque homem bonito, — A voz de Myung era condescendente, mas seus olhos eram os de um predador. — fizemos um pacto de sermos irmãos de sangue.
— Você tinha outro mestre. — Os olhos de Jimin olhavam para o rosto de Myung, memorizando cada linha. — Choi Hyukhe te deu um nome também, não foi. Hwangso, o touro. Diga-me, Kim Yugyeom também lhe deu um nome? E o Jawang? Você o serviu também?
— Você não sabe do que está falando. — Myung soltou uma risada sem humor.
— Eu realmente sei. — Disse Jimin e desta vez ele se inclinou para frente na mesa. — Seonim está fugindo. Ela machucou dois de nossos agentes.
— Só dois? — Myung soltou uma zombaria. — Ela está ficando mole.
— Então você sabe que ela estava fingindo ser Ko Euna? — Perguntou Jin.
— Jihyun deu a ela essa identidade para entrar em seu escritório. — Myung respondeu. — Se ela quer ser encontrada, ela será encontrada.
— Tanta confiança em suas habilidades. — Jin apontou. — Você gostaria de elaborar sobre isso?
— Não. — Myung respondeu.
A sala estava silenciosa e Jimin ouviu o zumbido suave das luzes no teto.
— Onde ela está? — Jimin perguntou. — Você é o único vivo que resta para nos contar.
— E de quem é a culpa? — Myung perguntou. — Você matou Jihyun. Meu irmão e meu amigo.
— Você o traiu. — Jimin apontou. — Você não é diferente de mim.
— Trair ele? — Os nós dos dedos de Myung ficaram brancos. — Eu estava tentando salvá-lo.
— De que? — Jimin perguntou.
— Não é do que sua cadela inútil! — Myung praticamente gritou e de repente estava de volta em seu rosto e mais uma vez ele foi puxado para trás pelos dois guardas.
— Linguagem. — Jin avisou. — De quem você estava tentando salvá-lo?
— Dele mesmo... — Myung lutou com o aperto do guarda e ele se acomodou novamente. — Dela.
— Por favor, ajude-nos a entender. — Disse Jin.
— É fácil. — Myung rosnou. — Ela queria se vingar de seus pais e do Mão Vermelha e qualquer um envolvido no que eles fizeram conosco. Foi ideia dela me mandar para a prisão na primeira vez para ajudá-la a matar o líder do red king da Mão Vermelha.
— Mas... — Jin protestou.
Então Jimin se lembrou de Namjoon falando sobre como seu pai havia morrido cinco ou seis anos atrás. Como ele havia sido morto por alguém dentro da prisão, mas eles nunca souberam realmente os detalhes apenas que uma briga havia começado e que um dos pais de uma das vítimas da Mão Vermelha havia dado o golpe final.
Pensando na linha do tempo que Baek Iwon da ilha de Jeju disse a ele… essa deve ter sido a época em que Jihyuhn e Seonim se reuniram.
— Então Seonim planejou tudo isso? — Jimin perguntou: — Tudo isso é culpa dela? E o tráfico de pessoas e drogas? Esses são os planos dela também?
— Foram todos de Jihyun. — Myung balançou a cabeça. — Jihyun era meticuloso, mas o que ela queria era outra coisa. Jihyun nos prometeu que deixaríamos isso para trás e começaríamos uma nova vida juntos. Nós três, mas ela tornou as coisas pessoais. Seonim queria vingança, mas Hye ficou sabendo. A guerra começou entre nós e Jihyun não teve escolha a não ser bater no velho bastardo com um bastão. Deixou-o com morte cerebral.
— Então, como você deveria ajudá-lo? — Jimin tentou não vacilar quando percebeu que Jungkook quase sofreu o mesmo destino vegetativo. — Qual era o seu plano exatamente?
— Meu plano era fazer com que Jihyun finalmente visse quem Seonim realmente era. — Myung olhou para o teto por um momento. — Mas ela tinha suas garras profundas nele. Então ela deu à luz aquela garotinha.
O zumbido era tão alto quando Myung parou de falar. No entanto, foi no meio da conversa sobre Jihyun que Jimin percebeu algo que ele não esperava. A motivação por trás das ações de Myung agora estava clara para Jimin.
— Você estava apaixonada por ele. — Jimin olhou para Myung com uma nova luz. — Você estava com ciúmes que ele nunca iria escolher você e quando Seonim deu à luz você sabia que o perdeu para sempre.
Myung jogou a cabeça para trás, olhos escuros e raivosos, mas Jimin viu o medo neles também. Myung estava com medo de admitir isso para si mesmo, e Jimin teve pena dele.
— Você não quer que eu o chame de irmão por esse mesmo motivo. — Jimin continuou. — Em sua mente, você pensa que se não pode tê-lo romanticamente, pelo menos pode tê-lo como irmão. Entendi. Sinto muito, mas eu entendo isso. Myung, o que você fez? Como Yugyeom se encaixa em tudo isso?
A cabeça de Myung abaixou e Jimin finalmente olhou para Jin que parecia estarrecido. Os minutos se estenderam entre eles e assim que Jimin começou a falar novamente as palavras de Myung eram as de um homem derrotado. De um homem que perdeu tudo e novamente Jimin teve pena dele.
— Nós já sabíamos quem era a família real de Seonim. — Myung disse e sua voz era tão suave que Jimin quase não percebeu. — Estávamos seguindo Choi Hyukhe por esse motivo. Eu deveria ganhar sua confiança e, para isso, investiguei seus inimigos ou qualquer um que quisesse prejudicá-lo. Foi quando notei dois promotores seguindo a operação de lavagem de dinheiro de Choi na loja de automóveis. Quando eu cavei mais neles, notei que ambos olharam para o desaparecimento de Jihyun. Neste momento, a garotinha de Jihyun ainda não havia nascido e Jihyun ainda estava lutando contra Hye. — Myung continuou falando e Jimin podia ouvir o quão de coração partido ele parecia. — Mas no final foi Yugyeom que continuou cavando e se aproximou para encontrar a verdadeira identidade de Gem.
— Então você entrou em contato com Yugyeom primeiro? — Perguntou Jin.
— Sim, mas não imediatamente. — Myung respondeu humildemente, cansado e derrotado. — Eu o observei de longe, mas então a garotinha nasceu e Hye era um vegetal. Eu sabia então que Seonim estava manipulando Jihyun. Isso porque ela não queria deixar esse estilo de vida e que ela iria arrastar todos nós com ela. Eu fiz a coisa certa e contei tudo a Yugyeom. Eu disse a ele para não confrontar aquela senhora, mas ele o fez. Eu disse a ele para não confiar nos Choi, mas ele sentiu pena deles. E ele não confiava em Jihyun, mas eu consegui convencê-los a deixar de lado suas diferenças.
— Como? — perguntou Jin.
— Ao convencê-los de que os Chois eram o verdadeiro problema que Seonim queria. — Jimin disse ao invés de receber um pequeno “sim” como resposta, então ele continuou, — Foi assim que você convenceu Jihyun a desistir de sua filha. — Jimin expressou sentindo seu peito contrair. — Você o convenceu a desistir do bebê Jimin.
— Jihyun sabia que nunca deixaria Seonim. — Myung disse. — Ele estava muito apaixonado por ela. Mas também o fiz perceber que Seonim não cuidaria de sua filha se ela não tivesse tudo. Então, com seu consentimento, ele deu permissão a Yugyeom para levar o bebê para um local desconhecido.
Jimin se lembrou do circuito interno de TV dos três saindo da oficina de Choi.
— Jihyun mudou de ideia? — Jimin perguntou.
— Ele queria. — Disse Myung. — Ele queria sua filha de volta, mas então Yugyeom estava convencido de que ele tinha feito a coisa certa. Eu sabia que ele tinha, mas Jihyun se sentiu mal por isso. Ele se sentiu culpado por ter enganado Seonim e por ter mentido para ela. Jihyun queria sua filha de volta e Yugyeom se recusou a devolvê-la.
— Foi por isso que Yugyeom morreu? — Jimin perguntou. — Por que o Minseo o matou?
— Minseo viu Yugyeom saindo da casa de Danwo. — Myung respondeu. — Ela pensou que Danwo estava trabalhando com o SPO nisso e que o sistema era tão corrupto quanto naquela época. Yugyeom chegou muito perto de todos e no final não era confiável. Jawang e Minseo estavam procurando por sua filha desaparecida ao mesmo tempo que Jihyun e Seonim. Todos apontaram os dedos uns para os outros e Yugyeom foi pego no meio. De qualquer forma, Yugyeom se recusou a devolvê-la, mas fizemos a coisa certa.
— Então, quando você diz que fez a coisa certa... — Jin limpou a garganta.
— Eu fiz um favor a essa garotinha. — Myung retrucou.
— Você a separou de sua família. — Jin respondeu. — De sua mãe e seu pai!
— Seonim é uma cadela louca! — Myung gritou. — Se você acha que Jihyun era problema… ela é dez vezes pior. Ela não quer a filha de volta como você pensa que ela quer! Ela vai matá-la.
— Por que ela faria isso? — Jimin perguntou apertando o punho com tanta força que machucou os nós dos dedos.
— Porque ela quer que elas se encontrem com Jihyun novamente... — Os olhos de Myung estavam cheios de raiva, fogo e desespero... Jimin acreditou nele. — Seonim preferiria queimar o mundo se isso significasse que Jihyun e ela seriam as duas últimas pessoas que restariam no mundo.
— Se você realmente acredita nisso. — Jimin disse inclinando-se para frente. — Onde ela está?
— Eu não sei. — Myung balançou a cabeça. — Se eu fosse você, eu a esqueceria. Esqueça a filha de Jihyun e reze para ela ficar bem.
— Ela nunca vai ficar bem. — Jimin disse se levantando. — Não se a mãe dela estiver lá fora querendo matá-la.
— Yugyeom era a única pessoa que saberia onde aquela garotinha está. — Myung disse recostando-se em seu chai e contente com seu conhecimento. — Não há como encontrá-la. No final do dia, salvei a filha de Jihyun mesmo que isso significasse traí-lo. O que você fez, Park Jimin? Isso mesmo, você o derrubou e libertou um monstro maior.
Jimin pegou seu casaco e saiu de lá não querendo mais ouvir sua voz ou ver seu rosto. Ele passou pela porta e saiu para o corredor. Corpo tremendo de raiva... não, medo.
CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
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Genteeeeee que mundo cruel.
Eu tenho pena de Jihyun. A vida foi tao cruel com ele. Eu queria poder salvá-lo. Vocês esperavam que Euna fosse Seonim? Nem eu. Fiquei chocadissima. Essa cadela quer matar a própria filha? Louca.
Agradeço a todos pela leitura
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