47. Busan
— Jimin! — Naehe quase gritou e deu um salto de felicidade ao vê-lo.
— Noona... — Jimin choramingou, com um sorriso estúpido no rosto, em seu abraço enquanto ela o puxava para dentro da casa antes mesmo que ele pudesse protestar.
— Você deveria ter ligado. — Naehe repreendeu enquanto o segurava em suas mãos olhando para ele e estudando-o. — Joonie está na escola e Seijin deve chegará em casa em breve.
— Eu queria te surpreender. — Jimin riu timidamente. — Ouça, desculpe por não ter vindo para o Natal. Vocês receberam meus presentes?
— Nós recebemos, o colar que você me deu era lindo, obrigado. — Naehe sorriu para ele enquanto o conduzia para dentro da casa. — É muito bom ver você.
— Sim. — Jimin assentiu porque era.
A casa estava exatamente como na memória de Jimin e esse pensamento o acalmou. O lugar tinha um cheiro caseiro e convidativo, muito limpo e arrumado. Fotos da jovem família estavam em exibição e uma caixa de brinquedos com o nome de Joon estava na sala. Pequenas bugigangas aqui e ali que mostravam suas vidas e memórias queridas. Ele conseguiu ver seu rosto em algumas dessas fotos de quando ele costumava visitar e Jimin sentiu uma grande bolha quente em seu peito. Realmente, ele não sabia como ou quando teve essa sorte de ter todas essas pessoas em sua vida.
— Como foi a viagem?
— Longa. — Jimin respondeu. — muito longa.
— Venha. — Ela disse com um sorriso doce, mas compreensivo, seu rosto inteiro irradiava calor e isso o fez pensar em Taehyung. — Eu quero que você saiba que você é bem-vindo aqui a qualquer hora, e eu não quero que você pense o contrário. Mas aqui é Busan...
— Eu... — Jimin abriu e fechou a boca porque desde que ele pisou em Busan, ele sentiu como se não pertencesse lá.
— Diga para sua Noona o que aconteceu. — Ela persuadiu suavemente.
— Você tem café? — Jimin perguntou balançando a cabeça e se preparando porque ele queria compartilhar com ela, ele só precisaria de algo para se preparar que não fosse na forma de álcool.
— Sim. — Ela respondeu com uma risada. — Claro que eu tenho café! Esta é a casa de um ex-procurador e ex-policial.
— Hmmm... — Jimin soltou uma leve zombaria pensando em Namjoon e no quanto parecia que ele estava seguindo os passos de Seijin.
Eles se sentaram ao redor da mesa de jantar e Jimin acabou contando a ela o que havia acontecido com ele nos meses do ano passado quando conheceu Jungkook. Foi bom dizer isso em voz alta para alguém imparcial aos encantos de Jungkook. Naehe como sempre nunca o julgou, mas pegou o que ele deu a ela.
— Você cresceu. — Ela disse com um olhar que fez Jimin pensar que era assim que as mães deveriam olhar para seus filhos... com orgulho. — Então você vai vê-lo?
Jimin se virou e deu um suspiro profundo. O trem de volta para Busan foi estressante. O tempo todo ele duvidou de sua decisão e a urna cinerária em seu colo foi o que o manteve sentado. A urna também foi o que impediu que o homem do outro lado do trem se aproximasse, mesmo que Jimin sentisse os olhos lascivos do estranho sobre ele durante toda a viagem. Acabou pegando um táxi até o hotel e fez o check-in antes de seguir viagem e motivo de estar em Busan.
— Eu fui até a Mansão Jeon. — Jimin explicou finalmente. — Fui dispensado.
— Ele te mandou embora? — Ela perguntou.
— Isso foi o que os seguranças disseram. — Jimin fechou os olhos e coçou a testa. — Então eu vim aqui.
— Oh, Jimin. — Ela estendeu a mão sobre a mesa pegando a mão dele e Jimin apertou sua mão de volta.
— Eu acho que fui dispensado. — Jimin disse, querendo parecer engraçado, mas soou tão lamentável para seus ouvidos. — Acho que o desconhecimento e a incerteza é o que torna isso pior. Se ele tivesse saído e falado isso em vez de AWOL*.
(*Significa ausente sem licença oficial. Ausência não autorizada é quando alguém não vem trabalhar e não dá motivo para sua ausência ou não entra em contato com seu empregador.)
— Bem, parece-me que vocês dois passaram por muita coisa. — Disse ela com simpatia. — Talvez isso seja uma coisa boa. Talvez nunca tenha sido para ser.
— Talvez... — Jimin ecoou com o coração vazio. — Em outra nota, eu realmente vim aqui para convidar todos vocês para jantar. Você quer se juntar a mim?
— Eu não tenho que cozinhar, tenho? — Ela perguntou esperançosa.
— Não. — ele respondeu ficando de pé.
A reunião de Jimin com Seijin e sua família foi uma recepção calorosa. Mesmo depois que eles voltaram para a casa. Eles ofereceram sua casa para ele e Jimin aceitou a oferta, deixando o hotel naquela noite. Ele gosta de passar tempo com eles, e era bom ser desejado. No final ele acabou entregando a maleta que carregava consigo, pois precisava que outra pessoa olhasse, mesmo que não fosse Jungkook.
Mas essa não era a razão pela qual ele estava aqui neste bar. Jimin tentou não se contorcer de antecipação enquanto esperava. Ele conseguiu entrar em contato com Taemin depois de um dia de atraso. Não era o mesmo que fugir, mas ele estava com medo de ser rejeitado como tinha sido com Jungkook. Ele estremeceu com a experiência.
Então como uma tempestade, Taemin de repente estava sentado na frente dele. Foram-se as roupas extravagantes, mas ele ainda era muito bonito. Jimin olhou para ele segurando a respiração. Esta era a primeira vez que ele o via desde que Yoon-woo o tirou do quarto do hospital... a sete meses atrás.
— Oi. — Disse Taemin.
— Oi. — Jimin ecoou.
Eles ficaram em silêncio, esquecendo completamente o mundo ao seu redor ou que estavam em um bar chique com as janelas abertas para deixar entrar a brisa agradável do oceano de Busan.
— Como você está? — Jimin perguntou hesitante, sem saber por onde começar agora que o outro estava na frente dele.
— Eu já estive melhor...
— Eu sinto muito...
— Não. — Taemin disse pegando o cardápio, sua voz áspera e Jimin estremeceu. — Apenas não.
O silêncio entre eles era estranho. Era isso que eles eram agora... estranhos?
— Mas é isso que eu vim aqui para te dizer. — Jimin se obrigou a dizer mesmo que suas mãos estivessem frias e úmidas. Ele não se atreveu a olhar para Taemin porque se sentia muito envergonhado e culpado. Em vez disso, ele puxou as mangas de seu suéter e tentou controlar como seu lábio inferior continuava tremendo, ou como seus olhos ardiam com lágrimas não derramadas.
— Não foi sua culpa. — Taemin disse finalmente. — Eu só vim aqui para te dizer isso.
— Desculpe. — Jimin disse tão baixinho que ele se perguntou se Taemin o tinha ouvido.
— Estou fazendo terapia. — Taemin se voluntariou a falar. — Minha família está me ajudando e graças a Kai eu consegui encontrar trabalho novamente.
— Você pode dançar? — Jimin perguntou olhando para cima talvez, se houvesse pelo menos um vislumbre de esperança disso.
— Não. — Taemin balançou a cabeça. — Não mais.
— Me perdoe. — Jimin estava realmente chorando agora.
Ele sabia o quanto Taemin adorava dançar. Dançar era sua vida e Jimin era parte da razão pela qual Taemin havia perdido isso. Tinha perdido a chance de viver seu sonho.
— Não foi você. — A voz de Taemin era gentil mas firme. — Não foi você, Jimin. Eu não culpo você.
Jimin mordeu o lábio inferior com força, ele não contestou Taemin. Ele não compartilhava o mesmo ponto de vista de Taemin, mas quem era ele para disputar com Taemin? Talvez seja assim que Taemin conseguiu viver e seguir essa outra carreira. Então, no final do dia, quem era ele para quebrar isso também?
— Que bom, então. — Jimin falou. — Que você está trabalhando.
— Eu recruto e ensino. — Taemin deu de ombros. — Não muito diferente do que eu costumava fazer antes. Mas, ao contrário de antes, não posso mais subir ao palco.
— E Mayung?
— Ele deixou o país. — Taemin falou enquanto desviava o olhar do cardápio e de Jimin completamente. — Ele saiu porque não podia mais ficar aqui. Muitas memórias e mesmo que eu tenha dito a ele que não era culpa dele, ele ainda se sente responsável.
— Eu estou tão... — Jimin começou a se desculpar, mas Taemin lançou-lhe um olhar que fez seu pedido de desculpas parar em seus lábios.
— Devemos pedir alguma coisa? — Taemin perguntou acenando para uma garçonete e pedindo dois martínis secos para ambos sem consultar Jimin para uma escolha.
— Posso te perguntar uma coisa. — Jimin falou, e novamente ele não sabia se estava ultrapassando seus limites, mas ele precisava saber.
— O que é isso? — Taemin perguntou, e foi quando Jimin percebeu que a vida e a luz por trás dos olhos de Taemin haviam desaparecido.
Quando Taemin perdeu sua habilidade de dançar, algo quebrou a única coisa que fazia Taemin brilhar... e Jihyun fez isso. Seu irmão mais novo tinha feito isso. Jimin queria cair de joelhos e pedir desculpas e ter Taemin lhe dando algo para fazer para que tudo ficasse bem. Para fazer tudo como deveria ser em vez do que era. Mas ele não fez isso. Em vez disso, ele observou Taemin tomar aquele martíni como se estivesse bebendo água.
— Por que você foi com ele? — Jimin perguntou pensando na filmagem de Jihyun entrando no estúdio de dança, fingindo ser Jimin para a recepcionista. Como ela foi buscar Taemin, e então Taemin foi com ele.
— Ele disse que tinha Mayung e Gain. — Taemin disse. — Me mostrou uma foto deles, amordaçados. Estava no telefone dele.
Jimin olhou para suas mãos e viu como elas tremiam. Se Jimin pudesse voltar no tempo, ele já teria feito isso. Se pudesse, teria trocado de lugar... para poupar seu irmão mais novo e todos os seus amigos e entes queridos. Talvez então, Taemin teria sua luz de volta? Talvez então Mayung tivesse sua irmã de volta, e talvez Jungkook...
— Eu tenho sua pulseira. — Jimin disse em vez disso e tirou a pequena pulseira de sua bolsa e a colocou sobre a mesa. Ele a empurrou sobre a superfície em direção a Taemin e imediatamente recuperou sua mão porque não queria incomodar o outro.
— Eu não sabia que você tinha isso. — Os olhos de Taemin lacrimejaram enquanto ele olhava para a pulseira. — Eu deixei cair porque eu queria que você me salvasse.
— Ajudou. — Jimin assentiu de uma vez porque ajudou. — Eu a encontrei e sabia que você o tinha deixado cair. Foi assim que descobrimos para onde Gem levava todas as suas vítimas e como ele se movia pela cidade.
— Gem. — Taemin falou em um suspiro e sua mão apertou o bracelete até que seus dedos estavam brancos. — Você não chama ele...
— Sim. — Jimin disse. — Eu o chamo de Jihyun e Gem.
— Obrigado. — Taemin assentiu e deslizou a pulseira de volta para seu pulso muito magro. — Obrigado por me encontrar.
Jimin mordeu o lábio novamente e olhou para baixo. A mesa ficou em silêncio novamente enquanto o barulho de pratos e utensílios dos outros convidados os cercava. O pianista do outro lado do restaurante continuou tocando sua música e foi bom. Foi reconfortante, bom o suficiente para Jimin olhar para cima e levar a taça de martíni aos lábios. Estava forte e ele estava bem com isso, e gostou de como o álcool caro queimava sua garganta. Isso o lembrou que ele estava vivo.
— Ele fez Mayung escolher. — Taemin disse de repente.
— Escolher o que? — Jimin perguntou olhando para seu amigo que agora estava brincando com as contas de seu bracelete como costumava fazer quando precisava ficar calmo.
— Ele fez Mayung escolher quem viveria e quem morreria. — Taemin disse. Jimin ficou em silêncio enquanto Taemin tomava seu tempo para falar novamente. — Ele nos pegou. — A voz de Taemin vacilou e Jimin lutou contra a vontade de chegar até ele e abraçá-lo. Para abraçá-lo com força e tranquilizá-lo de que ele estava bem... mas não o fez. — Ele nos drogou o suficiente para não lutar com ele. Ele me deu uma injeção e meu corpo ficou mole. Ele fez o mesmo por Mayung e Gain. Ela estava mais dopada do que Mayung, e é por isso que ele deu a Mayung a escolha.
As veias de Jimin estavam geladas de ódio, sua mandíbula apertada, seus punhos cerrados.
— Mayung escolheu... — Taemin soltou um soluço enquanto suas lágrimas fluíam livremente.
— Quem ele escolheu? — Jimin perguntou, mas ele já tinha um palpite.
— Ele me escolheu. — Taemin colocou as mãos no rosto se escondendo atrás deles. — Ele me escolheu para viver e escolheu Gain para morrer.
O coração de Jimin doía pelos irmãos Choi. Em como Mayung estava quebrado quando ele pensou que tinha feito mal a sua irmã. Com o quanto ele parecia amar Taemin e com toda a dor que Jihyun havia infligido.
— Ele ainda me machucou. — Taemin gritou atrás de suas mãos chamando a atenção dos poucos convidados ao redor deles. — Ele disse que precisava me machucar porque precisava te dar uma lição.
— Eu? — Jimin perguntou sua garganta estava seca e em carne viva.
— Você. — Taemin confirmou. — Que eu era o aviso para mantê-lo longe.
— Eu o matei. — Jimin disse atraindo os olhos de Taemin para ele... eles eram grandes, molhados e arregalados. — Eu o matei. — Jimin disse novamente e desta vez saiu firme. — Você não precisa mais se preocupar com ele. Ele não vai machucar você ou sua família ou qualquer outra pessoa novamente. Então, por favor, solte-o. Solte-me e nunca mais me encontre. Jihyun se foi, mas eu ainda sou o irmão dele. Ele machucou meus amados amigos e outras pessoas. Não se sinta mais mal Taemin. Saiba que vou trabalhar duro para impedir outros como ele, tudo o que você precisa fazer é ir para casa e viver sua vida.
— Você realmente? — A voz de Taemin falhou. — Oh Jimin! — Então Taemin deu a volta na mesa abraçando Jimin em um abraço apertado. — Sinto muito também!
Jimin piscou sem saber o que fazer por um momento e então com a mesma ferocidade ele abraçou o dançarino de volta. Juntos, eles estavam juntos novamente, e não eram mais estranhos. Se fosse outra ocasião, Jimin ficaria envergonhado de mostrar tanta emoção em público, mas francamente, ele simplesmente não se importava. Taemin o estava abraçando e mesmo que Jimin achasse que Taemin deveria seguir seu conselho, por enquanto, isso parecia melhor do que bom. Parecia perfeito.
Foi Jimin quem os encorajou a sair do bar e por se sentiram mal por fazer uma cena... deixaram uma grande gorjeta. Jimin e Taemin andavam de mãos dadas dando e recebendo a força que ambos precisavam desesperadamente.
— Por mais que eu esteja feliz por ter falado com você. — Taemin disse enquanto eles continuavam andando sem rumo por ruas tortuosas que lentamente começaram a se tornar cada vez mais familiares. — Você não deveria ter voltado para Busan.
— Eu precisava. — Jimin disse baixinho. — Eu precisava vir.
— Só não volte de novo. — Taemin encorajou. — Você reconhece este bairro?
Jimin fez. Era seu antigo bairro que ele compartilhava com Yoon-woo. Caminharam em silêncio enquanto se aproximavam cada vez mais da casinha com o telhado de laje de zinco e a casa de concreto surrada. Era menor do que Jimin lembrava, e ele ficou surpreso ao ver uma criança brincando com um balde de água na porta da frente torta. A garotinha estava vestindo shorts e um chapéu de sol com sandálias de plástico rosa. Sua mãe estava lavando roupas não muito longe com um sorriso no rosto enquanto observava sua filha brincar, enquanto suas mãos estavam em carne viva de tanto esfregar, e Jimin se conteve. Este lugar era uma merda, mas parecia que era para colher boas lembranças. Ele sorriu para o lugar e então olhou para Taemin.
— Vamos. — Jimin encorajou arrastando o mais alto para fora do beco.
— Então você falou com Jungkook? — Perguntou Taemin.
— Não. — Jimin respondeu. — Eu fui duas vezes para a mansão Jeon e fui recusado nas duas vezes.
— Sinto muito. — Taemin apertou sua mão. — E seus pais?
— Eu liguei para eles ontem. — Jimin informou estremecendo com o andamento daquelas conversas. — Eles concordaram em me encontrar na segunda-feira.
— Para o memorial do seu irmão?
— Sim. — Jimin assentiu quando eles pararam em frente ao ponto de ônibus.
— É isso. — Taemin disse quando o ônibus estava chegando e Jimin se sentiu nervoso novamente porque realmente estava.
— É isso. — Jimin ecoou.
— Vamos viver nossas vidas. — Taemin persuadiu com um sorriso que parecia fazer seus olhos brilharem como se a vida tivesse sido colocada de volta neles. — Desde que nós dois tentemos...
— Estaremos juntos. — Jimin completou.
As rodas do ônibus pararam completamente, e Jimin olhou para Taemin... colocando o rosto dessa pessoa para sempre em sua memória.
— Se você precisar de alguma coisa. — Jimin falou.
— Você será a primeira pessoa para quem eu vou ligar. — Taemin respondeu.
Os dois se abraçaram e se apertaram e assim se soltaram. O calor do outro se foi, mas a presença de Taemin em sua vida estava para sempre tatuada em seu ser. Jimin acenou quando Taemin entrou no ônibus e assim... o dançarino foi embora. Com um sorriso e o brilho em sua alma brilhando em seus olhos.
— Não, você não vai. — Os lábios de Jimin puxaram para cima porque ele sabia que esta seria a última vez que ele veria Taemin.
Jimin afundou no banco, sentindo-se cansado, mas não exausto. Ele estava sorrindo como um tolo e talvez tenha chorado um pouco. Mas, eventualmente, outro ônibus chegou e Jimin entrou nele com o rosto limpo de lágrimas e um coração cheio de amor por seu amigo. Taemin precisava e merecia toda a felicidade que a vida poderia dar, e Jimin sabia, ele não estava nesse futuro. Ele sabia que sentiria falta de Taemin, mas aquele não era mais o seu lugar.
A viagem de volta para a casa de Seijin foi longa, mas ele chegou antes do jantar. Ele acabou brincando com Joonie no quintal até que ambos estivessem sujos e cansados. Eventualmente, Naehe os chamou para se lavar e os dois correram para o banheiro como filhotes em um par.
Eles conversaram e riram durante o jantar até que suas barrigas estivessem cheias e Naehe levou Joonie para a cama. Jimin sentou-se com Seijin e juntos eles despejaram sobre a caixa Gem novamente até que Naehe veio e se juntou a eles.
— Você precisa ir para Jeju. — Seijin disse a ele mais tarde naquela noite quando o relógio se aproximava cada vez mais da meia-noite.
— Por que? — Jimin perguntou inclinando a cabeça.
— Por causa disso. — Naehe disse olhando através da caixa de evidências e tirando uma foto.
A foto de Hongshik segurando um bebê em frente ao museu do ursinho de pelúcia.
— Mas essa foto é recente. — Jimin apontou. — Olhe a data.
— Sim. — Seijin assentiu. — Mas quem tirou a foto?
Jimin pegou a foto das mãos de Naehe e olhou para ela abertamente.
— Continuaremos a analisar suas anotações e fazer mais comparações, mas achamos, — Disse Seijin, — que você deveria ir a Jeju e refazer seus passos.
— Ele pensou que eu era Jihyun. — Jimin lembrou. — Estava chovendo muito e meu capuz estava levantado. Ele realmente pensou que eu estava lá para matá-lo. Ele disse que estava arrependido e atirou em si mesmo.
— A verdadeira questão para isso é... — Seijin apontou empurrando seus óculos grossos até a ponte de seu nariz.
— Por que... — Jimin terminou o pensamento em voz alta. — Tudo bem, eu estou indo.
— Espere, e vá de manhã... — Naehe franziu a testa.
— Eu não tenho muito tempo. — Jimin disse. — Eu disse ao Namjoon que eu voltaria para Seul na terça-feira. É quase domingo e na segunda vou ver meus pais.
Naehe não disse mais nada, mas também não parecia feliz com isso.
— Eu vou dar uma olhada e ligo para vocês se eu encontrar alguma coisa. — Jimin disse tentando fazê-la se sentir melhor.
— Eu ainda queria que você fosse com alguém. — Seijin disse soando como um pai preocupado.
— Eu também. — Jimin assentiu enquanto pensava em Jungkook. — Mas felizmente para mim, eu tenho vocês dois e vocês sabem para onde estou indo. Eu vou ficar bem. Juro.
— Tudo bem. — Disse Naehe. — Vou preparar um pouco de comida para você.
— Obrigado. — Jimin sorriu para ela se levantando e indo para o quarto de hóspedes que eles tinham dado a ele. Ele rapidamente fez a mala e chamou um taxista. Ele saiu da sala, a foto estava guardada com suas coisas e a lancheira de Naehe embalada.
— Se qualquer coisa acontecer, você nos liga. — Disse Seijin quando o taxista finalmente parou na garagem.
— Eu prometo. — Jimin assentiu, — Diga a Joonie que eu vou dar um presente para ele.
— Ele vai gostar disso. — Naehe sorriu gentilmente para ele e com um aceno final, Jimin saiu correndo pela porta.
Ele disse ao motorista para levá-lo ao aeroporto e deu-lhe uma gorjeta enquanto se apressava para a companhia aérea mais próxima para levá-lo ao seu destino. A passagem de ida e volta não era tão cara quanto ele pensava, mas isso pode ser porque ele estava viajando sozinho. A pior parte foi que durante a próxima hora e meia ele passou apertado entre uma mulher obesa que roncava enquanto dormia e uma mulher mais jovem que ficava se ajustando em seu assento a cada dois minutos. Mas, finalmente, ele conseguiu e rapidamente foi para os arquivos locais.
Era tarde, ou melhor, cedo no domingo, mas depois que ele mostrou seu distintivo, o especialista forense o ajudou a examinar o banco de dados. Eles procuraram pelo nome de Shin Hongshik e, com certeza, havia uma casa alugada com esse nome.
— Você está procurando seu parceiro? — Perguntou a recepcionista enquanto Jimin saía do prédio com uma pasta em mãos.
— O que? — Jimin perguntou a ela colocando a pasta de lado por um momento enquanto esperava pelo taxista.
— Seu parceiro. — Ela repetiu. — O alto e bonito. Capitão... oh, qual era o nome dele. — Jimin franziu a testa e quase a dispensou, mas em vez disso, ele esperou por ela enquanto ela pensava nas coisas. — Capitão Jeon. — Ela disse. — Ele parece um estudante universitário.
— O que? — O coração de Jimin subiu para a garganta batendo forte quando ele praticamente largou a pasta para dar toda a sua atenção à recepcionista. — Promotor Capitão Jeon Jungkook?
— Sim. — Ela sorriu parecendo presunçosa e com os olhos do coração ao pensar em Jungkook... e algo feio e verde se moveu dentro de Jimin, mas ele empurrou para baixo por enquanto. — Ele veio ver se tínhamos algum registro do Sr. Shin. Ele foi muito educado sobre isso também, realmente me surpreendeu. Sempre esperava que os promotores de alto escalão fossem muito esnobes, opa, desculpe. Acho que falei demais.
— Quando foi isso? — Jimin perguntou. — Quando ele veio?
— Não faz muito tempo. — Ela olhou para seus registros. — Sim, ele esteve aqui às 23:32.
— Ele disse para onde estava indo? — Jimin perguntou querendo tirar todas as informações dela.
— Não. — Ela balançou a cabeça, — Mas aquele homem que estava com ele me deu arrepios.
— Que homem?
— Ele parecia seu guarda-costas. — Ela cantarolou. — Eu honestamente não prestei muita atenção. Você quer ver o feed de CCTV?
— Sim. — Jimin assentiu e a seguiu ao redor da mesa até a sala de segurança no corredor.
— Oficial Yeonjun. — Ela disse para o jovem com um sorriso doce. — Você pode retirar o feed de vídeo de mais cedo. Por volta das 23h00
— Olá. — O jovem oficial Yeonjun se curvou para Jimin antes de voltar sua atenção para as telas. — Estão procurando algo específico?
— Eu vou te dizer se eu ver alguma coisa. — Jimin disse mostrando seu distintivo e assinando seu nome no diário de papel que Yeonjun havia apontado.
— Tudo bem para mim. — Disse ele passando pelas paredes de segurança.
A recepcionista estava prestes a sair, mas Jimin a segurou, pois ela sabia como eles estavam.
Com certeza, por volta das 23:00 às 23:40 Jungkook passou pelo feed de segurança. Seu cabelo era comprido, preso para trás e fora de seu rosto. Ele andava com a mesma arrogância que Jimin estava tão acostumado. Jungkook estava todo preto apesar do calor do verão. Ele ficou tão impressionado por finalmente poder ver Jungkook depois de tanto tempo. A última vez que Jimin viu seu namorado foi no hospital. Quando ele colocou seu cobertor amarelo em cima do homem. Quando os olhos de Jungkook estavam fechados devido ao coma. A raiva borbulhou dentro de Jimin, uma raiva que o teria assustado, mas no momento ele nem percebeu que estava lá. Ele ficou tão encantado ao ver Jungkook andando e respirando tão normalmente que quase não viu o homem que o seguia. Como uma sombra em um filme ruim, e à segunda vista Jimin o reconheceu imediatamente.
— Oficial Yeonjun. — Jimin disse pegando seu cartão de visita que tinha suas informações pessoais. — Vou para o endereço xxx-xxx-xxx. O que eu preciso que você faça é seguir o feed do CCTV da cidade e seguir o carro deles. Diga-me se eles estão indo na mesma direção, está entendido?
— Sim senhor! — Yeonjun de repente parecia vivo e a recepcionista olhou para ele com olhos de adoração.
— Mantenha-me atualizado. — Jimin deu um aceno final e saiu da sala de segurança. Ele foi direto e viu o taxista começar a sair, mas chamou de volta. No banco de trás, ele tinha Yeonjun ao telefone em constante comunicação, enquanto ele dizia ao taxista para se apressar.
Porque quer Jungkook gostasse ou não... Jimin estava indo direto para ele.
CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
──── ──────── ────
︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶
O que acharam desse capítulo? A conversa de Taemin e Jimin? Jungkook fazendo sua própria investigação, depois de ficar meses sem dá notícias? Como Jimin ira reagir? Descobriremos em breve.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top