46. A few months later
Sete meses depois
Lentamente Jimin tirou o copo de seus lábios e o colocou no porta-copos. O homem, Secretário Gang Suk da Jalada corp, estava sentado na frente dele. Seu terno verde de três peças e gravata pareciam caros e elegantes, enquanto seu rosto era o de uma raposa. Ele estava olhando para Jimin de cima a baixo como se decifrando como continuar se dirigindo a ele. Jimin, por outro lado, não ia deixar esse homem intimidá-lo, ele já havia enfrentado coisas piores, muito, muito piores.
— Tenho certeza de que você acha que está fazendo a coisa certa, — Disse o homem lentamente, ajustando os punhos das mangas, — mas o presidente não está muito feliz com a Big Hit ultimamente. Concorde com seus termos, sargento Park.
Jimin olhou para longe dele e para o resto do bar. Estava cheio de outros homens e mulheres de terno e todos ocupados conversando entre si para ter prestado atenção neles. A sala estava um pouco quente com todos os corpos e fumaça de cigarros acesos.
— O Conselheiro Ohgyum sabe que você está aqui? — Jimin perguntou inclinando-se para trás em seu assento.
— Não. — Gang Suk respondeu depois de limpar a garganta. — Mas se ele soubesse, então eu tenho certeza que ele concordaria comigo.
— Ohgyum sabe que você está tentando prejudicá-lo? — Jimin perguntou depois de um suspiro. — Ouça, senhor Gang...
— Suk, você pode me chamar de Suk. — O homem sorriu gentilmente, mas Jimin poderia dizer que era tudo uma formalidade frívola com um toque de favores dissimulados.
— Senhor Gang. — Jimin tentou novamente e desta vez com um chute definitivo em sua voz. — Ou seu chefe concorda com os termos que estabeleci para ele e seu filho ou nós o veremos no tribunal.
— Ele é uma criança. — Argumentou o secretário. — Dê uma folga para ele.
— Ele não é uma criança. — Apontou Jimin. — Ele é mais velho que eu.
— Ele foi criado no exterior. — Gang tentou. — Ele ainda precisa aprender como a Coreia funciona.
— Eu perguntei sobre isso. — Jimin inclinou a cabeça para pegar sua bebida novamente, um bourbon, tomando seu tempo para beber antes de colocá-la novamente. Jimin deixou o líquido queimar sua garganta e se acomodar em seu estômago vazio. Ele sentiu Gang olhando para ele, estudando-o, mas Jimin não prestou atenção nisso. — Ele veio de Nova York. Liguei para sua antiga escola e, aparentemente, ele foi absolvido das acusações de estupro. A vítima se acomodou.
— Isso é notícia velha. — Gang acenou com a mão pegando a bebida na frente dele com um olhar irritado.
— Isso foi no ano passado. — Jimin apontou. — E desta vez ele foi pego pela polícia por dirigir embriagado e com uma prostituta em seu carro.
(A Coreia do Sul sempre proibiu a prostituição, estipulando multas ou pena de até um ano de prisão para as prostitutas e seus clientes, além de penas mais duras para cafetões e donos de bordel.)
— Essa era a namorada dele. — Gang forneceu com um sorriso falso em seu rosto de raposa.
— Então prove. — Jimin disse. — Prove que a garota era namorada dele e que ela não estava sendo paga pela noite. Já tenho o rastro do dinheiro. E, francamente, você estar aqui só me prova que seu chefe está cobrindo o filho dele com muito dinheiro corporativo. Diga ao seu chefe, Sr. Koh Kim Nam, que espero que seu filho se conforme com meus termos ou então vou me certificar de que ele seja arrastado em todos os meios de comunicação (jornais e reportagem) até que o faça.
O rosto de Gang se contorceu em uma careta.
— Você vai se arrepender disso. — A fachada de Gang finalmente desapareceu.
— Você está me ameaçando? — Jimin perguntou sem nenhum traço de preocupação.
— Não. — Disse Gang imediatamente. — Apenas um aviso amigável.
— Eu não peço favores muito menos aviso. — Jimin se levantou, ajeitou os botões da frente de seu terno antes de pegar sua bolsa no chão. — Espero ver você e o jovem Jackson no meu escritório na próxima terça às dez da manhã.
— Nos vemos lá, Jimin.
— É Tenente Park para você. — Jimin disse ajustando sua bolsa por cima do ombro.
Sem outra palavra, Jimin se virou deixando Gang sentado sozinho na mesa. Ele manobrou seu corpo para fora do bar antes que pudesse ser arrastado para outra conversa com a qual não se conformaria. Este lugar era a colmeia de funcionários de muitas profissões de colarinho branco diferentes. Jimin aprendeu que este lugar era onde a maioria dos acordos eram feitos e favores dados. Não que Jimin se importasse muito com eles, mas este também era um lugar onde ele poderia encontrar pessoas com a mesma opinião. Pessoas que tentaram defender a lei e não apenas raspá-la. Ele aprendeu essa manobra de backhand seguindo Namjoon nos últimos seis, sete meses.
Pensando no tempo que passou, as coisas em sua vida mudaram drasticamente, assim como a nova formação no escritório. Yoongi saiu para se tornar professor de meio período na Universidade de Seul. Ele trabalhava menos horas e passava muito tempo em centros de recuperação. Hoseok e Yoongi foram morar juntos e estavam pensando em adotar. Hoseok, por outro lado, foi promovido a capitão e a posição parecia se adequar à sua personalidade, bem como à sua ética de trabalho.
Jin também recebeu uma promoção, mas o homem alto recusou. Em vez disso, ele continuou trabalhando em sua antiga posição. Jimin sabia a verdadeira razão disso, toda a unidade sabia. Ele estava gastando seu tempo sendo um pai para o pequeno Yugyeom e um bom noivo para Jieun. Eles se deram bem e suas personalidades pareciam combinar. Essa foi a razão pela qual Jimin não se sentiu muito mal por deixar Jieun sozinha com sua nova família. O pequeno Yugyeom parecia estar gostando da atenção e Jimin estava muito feliz por eles.
Euna trabalhava com o mesmo rigor de antes e com o mesmo passo em relação às pessoas que entravam no escritório. Até hoje, Jimin não a chamava de Euna, mas ainda se dirigia a ela como Sra. Ko. Ela ainda era tão reservada, mas tão trabalhadora, o que facilitou a vida de Jimin. Então havia outra pessoa em sua unidade, Song Mina era uma ex-policial, mas fez o possível para tentar acompanhar a nova mudança e ritmo. Jimin gostava de trabalhar com ela, ela era um tipo de mulher séria e Jimin achava isso admirável. Outra coisa que Jimin notou foi que Namjoon olhava para ela com bastante frequência e ele sabia sem palavras que seu amigo a achava atraente. Parecia haver uma faísca ali, e de alguma forma os olhos de Namjoon se transformavam em suaves piscinas de corações sempre que ele olhava para Mina ou quando eles conversavam baixinho um com o outro.
— Você e Jungkook costumavam ter esse olhar. — Hoseok disse a ele uma vez.
E agora sentado deste lado da cerca, Jimin podia ver o quão fofo e chato era trabalhar com pessoas assim. No final do dia, eles fizeram o trabalho, e ela parecia ser perfeita para o trabalho e com potencial para ser a felicidade de Namjoon.
Jimin chamou um taxista e instruiu o homem a levá-lo de volta ao escritório. Ele estava animado para seu aniversário em alguns meses e, ao mesmo tempo, estava nervoso. Sua liberdade condicional de quando ele era jovem seria suspensa e ele teria permissão para dirigir. Por um lado, ele finalmente conseguiria a independência que sua posição de tenente exigia. Mas, isso significaria que ele teria que estar ao volante e ele não sabia se era forte o suficiente para isso. Jimin mexeu em seu telefone, olhando alguns e-mails e respondendo-os antes de mudar a tela procurando o bate-papo em grupo com Taehyung e Yoon-woo.
Ele ainda não conseguia entender os dois homens. Eles estavam sempre brigando e nunca concordavam com nada, mas ainda assim, eles se chamavam de amigos. Jimin sabia que Yoon-woo havia apresentado Taehyung a alguns de seus amigos atores e Jimin sabia que Taehyung estava conhecendo um deles intimamente. No entanto, tanto Yoon-woo quanto Taehyung esconderam isso dele. Por alguma razão eles não queriam que Jimin soubesse, ele tinha a sensação de que eles só queriam protegê-lo. Se Jimin fosse sincero, doía ver todos esses casais felizes se movendo ao seu redor, mas ele não se sentia ressentido com eles. Ele queria que seus amigos tivessem sua felicidade e vivessem suas vidas. Então ele pensou que, quando Taehyung sentisse que poderia dizer a ele que estava saindo com alguém, então ele sorriria e aceitaria tudo.
Outra coisa com a qual ele teve que lidar foi que Yoon-woo não terminou com Jinkyuu. Não que ele esperasse que Yoon-woo fizesse isso, mas Jimin sabia que ele nunca perdoaria Yoon-woo por tê-lo deixado por ela. Yoon-woo mostrou nos últimos meses que não sairia da vida dele (JM), e Jimin gostou disso. No entanto, ele sabia que nunca o perdoaria por trapacear, mentir e por deixá-lo. Uma coisa que Jimin sabia era que ele poderia deixar ir. Ele não se ressentia mais de Yoon-woo. Se alguma coisa ele se sentiu culpado por ter se agarrado a Yoon-woo com tanta força que o homem foi forçado a sair. No fim de tudo, não foi tudo culpa de Yoon-woo. De qualquer forma, Jimin gostava do que eles tinham agora. O que tinha sido no começo antes de complicarem com sexo. Eles eram amigos e eram família... irmãos até.
Jimin viu o telefone tocar com a resposta deles dizendo que ambos estavam ocupados demais naquela noite para jantar juntos e suas inúmeras desculpas. Jimin sorriu e respondeu para não se preocupar e os lembrou de fazer pausas.
Quando ele chegou ao escritório, estava vazio, mas normalmente era assim a essa hora. Ele derramou seus arquivos de casos, organizando-os de acordo e verificando seu diário para ter certeza de que tudo estava configurado. Havia poucas pessoas que ele precisava entrevistar, mas elas ainda não haviam respondido suas mensagens.
Jimin olhou para cima e viu a mesa vazia de Jungkook. Ele e Hoseok dividiram os casos de Jungkook. Namjoon continuou dizendo que entrevistaria algumas pessoas para assumir a vaga vazia, mas até agora nada. Se alguma coisa, ele tinha feito duas entrevistas e ambas eram escolhas erradas. Não que Jimin tenha julgado Namjoon por procrastinar, mas eles precisavam de mãos extras.
A pior parte foi que Jimin ouviu muito poucas notícias sobre Jungkook. A última coisa que ele ouviu foi que Jungkook ainda estava em uma cadeira de rodas, mas essa notícia foi há cerca de quatro meses. Yoongi não conseguia ir muito a Busan, e Jieun tentava falar com Jungkook, mas ele não atendia suas ligações. Era como se o próprio Jungkook os estivesse mantendo afastados, e isso doía mais do que se fosse a intromissão dos Jeon.
Jimin respirou fundo e olhou para seu trabalho e se permitiu sentir as emoções. Deixar todas entrarem, assim como Yoon-woo instruiu. Ao confrontar o que estava passando diariamente, assim como Namjoon disse que seria, Jimin foi capaz de assumir o controle de sua dor.
Ele ainda tinha tantas perguntas que não foram respondidas. Ele agora se perguntava se algum dia elas seriam respondidas, mas a única coisa que podia fazer era tentar encontrar respostas para elas. Então ele colocou de lado seu trabalho diário e tirou a caixa de Gem de sua gaveta e a caixa de provas de debaixo de sua mesa e começou a derramar sobre isso.
Havia alguém que Jimin estava procurando, alguém que tinha sido o fator chave que conectava os Chois, Jawang e Gem. Todos os três fatores foram a verdadeira razão por trás da morte de Yugyeom. Isso era a garota, a filha não registrada entre Minseo e Jawang.
Jimin olhou para a caixa de evidências e tirou a fita de confissão feita por Kang Ha, o assassino contratado por Jawang, e aquele que matou Yugyeom. Ele colocou o USB em seu computador e esperou que o sistema operacional registrasse o dispositivo. Ele procurou o arquivo de vídeo certo e aumentou o volume. Jimin moveu o cursor sobre o botão play e se recostou em seu assento. Caneta e caderno à mão prontos para colocar mais notas nele.
— Este é o distintivo do Promotor Chefe Kim Namjoon número xx-xxxx-xxxx. Estarei comandando o interrogatório com meu subordinado, o Promotor tenente Jung Hoseok, por favor, indique seu nome e número de crachá.
— Sou o Promotor Tenente Jung Hoseok e meu número de distintivo é xxx-xxxx-xxxx.
— A data de hoje é 31 de agosto de 2019. Horas: 08:17. Na minha frente está o suspeito Kang Ha. Por favor, diga seu nome e olhe diretamente para a câmera.
Jimin não podia ver os rostos de Namjoon ou Hoseok, mas ele podia ver a parte de trás de suas cabeças de onde a câmera estava. Kang Ha ergueu os olhos de suas amarras e olhou diretamente para a câmera.
— Meu nome é Kang Ha. — Ele disse e Jimin notou o olhar estóico em seu rosto, e o quanto seus olhos estavam privados de todas as emoções. No entanto, havia uma inteligência silenciosa por trás de seu olhar que quase poderia ser vista como predatória se não fosse por sua emoção derivada. Sua expressão estóica contrastava com o grande moletom que o fazia parecer mais bandido do que um assassino a sangue frio.
— Senhor Kang. — Namjoon disse na gravação. — Essa equipe deu a você o direito de entrar em contato e coordenar com um advogado?
— Sim.
— Você quer um advogado com você, Sr. Kang? — Namjoon perguntou.
— Eu recuso um. Você pode me chamar de Ha.
Houve algum silêncio.
— Então vamos começar. — Disse Hoseok. — Você pode nos dizer o que você estava fazendo em 8 de maio de 2019, das 21:00 às 23:00? Isso foi numa quarta-feira.
— Sim. — Ha assentiu olhando para Hoseok. — Essa foi a noite em que matei Kim Yugyeom.
— Por que você matou o Tenente Kim Yugyeom? — Hoseok perguntou.
— Não perguntei por que. — Respondeu Ha. — Recebi um telefonema do meu chefe. Na Sangwoo, mas as pessoas o chamam de Jawang.
— Ele liga para você com frequência? — Namjoon perguntou.
— Não com tanta frequência. — Ha respondeu virando seu rosto estóico para Namjoon. — Mas quando ele faz eu sempre atendo.
— Então nos leve de volta à noite do assassinato. — Hoseok pediu — O que você estava fazendo?”
— Eu ia dar o jantar para o meu gato. — Ha se virou para Hoseok novamente. — Recebi um telefonema de Jawang e fui procurar Yugyeom e o matei.
— Vamos voltar por um momento. — Namjoon disse. — Você estava preparando o jantar. Jawang ligou para você, disse o que exatamente?
— Não. — Ha balançou a cabeça. — Eu estava preparando o jantar para o meu gato quando Jawang ligou dizendo que eu tinha um trabalho.
— Certo. — Namjoon disse lentamente antes de limpar a garganta. — Ele te deu alguma instrução específica?
— Ele disse para encontrá-lo na antiga estação de Yeonghon. — Ha respondeu olhando para Namjoon. — Ele disse que eu encontraria um homem lá, chamado Kim Yugyeom e que meu trabalho era matá-lo.
— E você? — Namjoon perguntou: — Encontrou um homem chamado Kim Yugyeom?
— Sim. — Disse Ha olhando entre os dois promotores enquanto falava. — Cheguei na estação. Ele parecia estar esperando por alguém e quando eu perguntei seu nome ele disse que era Kim Yugyeom e que ele conhecia meu chefe. Eu balancei a cabeça e fui com ele, saímos da estação e quando ele estava de costas para mim eu puxei minha arma e atirei nele. Eu atirei nele duas vezes nas costas. Ele começou a rastejar para longe e eu finalmente atirei na cabeça dele.
A sala ficou em silêncio e, finalmente, Ha continuou falando sobre como ele havia jogado o corpo no rio. Como ele ligou para seu chefe e seguiu seu caminho alegre para alimentar seu gato. Namjoon e Hoseok fizeram perguntas sobre o que ele estava vestindo e o que Yugyeom estava vestindo. Se houvesse outras pessoas se ele tivesse perguntado a Yugyeom por quem ele estava esperando. Ha não parecia ter nenhuma resposta.
Jimin franziu a testa no final da entrevista e soltou um suspiro profundo. Ele sabia que Jungkook tinha visto esse vídeo, estava no log. Jimin sentiu pena de Jungkook e lembrou que seu namorado foi até ele e o abraçou com tanta força que ele sentiu que ia quebrar. Mesmo assim, ele abraçou Jungkook com a mesma ferocidade. Isso foi antes dele descobrir sobre o engano de Jungkook por pensar que ele era Gem.
Jimin estendeu a mão para o mouse pronto para tirar o vídeo, mas então um pensamento lhe ocorreu. Sua carranca se aprofundou em uma carranca e por um momento sua respiração parou. Poderia ser?
Jimin moveu o cursor para quando Ha admitiu ter matado Yugyeom. Jimin aumentou um pouco mais o volume e se inclinou ainda mais para frente.
— Cheguei na estação. Ele parecia estar esperando por alguém e quando eu perguntei seu nome ele disse que era Kim Yugyeom e que ele conhecia meu chefe. Eu balancei a cabeça e fui com ele, saímos da estação e quando ele estava de costas para mim eu puxei minha arma e atirei nele. — Ha disse, mas Jimin moveu o cursor novamente. — Ele parecia estar esperando por alguém e quando perguntei seu nome, ele disse que era Kim Yugyeom e que conhecia meu chefe. Eu balancei a cabeça e fui com ele, saímos da estação
Jimin parou a gravação. Ele apertou o play novamente.
— Ele parecia estar esperando por alguém. — Jimin parou a gravação por um momento e apertou o play novamente. — E quando eu perguntei seu nome ele disse que era Kim Yugyeom. — Jimin viu como Ha parecia entre os promotores como se estivesse explicando o que ele tinha feito em um museu ou em um passeio. Ele não tinha ideia. Ha era um seguidor, apesar de suas habilidades e inteligência, ele era completamente submisso a Jawang. Não necessariamente leal, mas submisso o suficiente para não fazer perguntas. A mão de Jimin tremeu com o que seu cérebro estava tentando conectar, e com o que ele estava vendo na gravação. — ... e que ele conhecia meu chefe.
O sangue de Jimin gelou. Yugyeom pensou que Ha estava trabalhando para Gem. Ha pensou que Yugyeom estava trabalhando para Jawang. Uma conversa e dois chefes diferentes. Nenhum deles sabia, e Yugyeom não parecia querer que seu disfarce fosse descoberto.
Ele então se lembrou do diamond onde Na Youngsaeng, neto de Jawang, falou sobre os crimes de seu avô contra Gem. Que Jawang roubou a “mercadoria” de Gem. Que foi Jawang que, sob as ordens de Minseo, chamou Ha para matar Yugyeom. Mas por que Minseo sentiu a necessidade de matar Yugyeom?
Então ele se lembrou da confissão de Choi Hyukhe. Jimin se levantou e foi até a caixa de provas e pegou seu gravador com os dedos dormentes. Ele apertou o play e ouviu Hyukhe desmoronar e contar sobre o infortúnio de sua família. Jimin fechou os olhos quando sua própria voz saiu da gravação acusando Mayung, filho de Hyukhe e Minseo, de ser gay. Ele se sentiu mal ao ouvir suas próprias acusações soando tão diferentes dele. Ele se encolheu com isso, pensando que estava desempenhando um grande papel de seu irmão.
Monstro.
Jimin então se lembrou daquela noite, com tudo o que aconteceu ele quase esqueceu.
Jimin ouviu Hyukhe recontar a infidelidade de Minseo com Jawang. Quão convencida ela estava de que o marido Hyukhe e a mãe Danwo estavam conspirando contra ela todos esses anos. Minseo queria ter sua filhinha de volta, aquela que Danwo havia dado para a mão Vermelha. Jimin entendeu de uma maneira estranha o quanto Minseo odiava sua mãe, Danwo, e a matou. Mas por que ela queria Yugyeom morto?
Qual denominador comum estava faltando? Jimin rosnou de frustração e coçou o couro cabeludo. Ele olhou para a mesa de Jungkook novamente querendo perguntar a ele e trocar ideias com ele, mas o outro homem não estava lá.
Jimin rosnou novamente, mas desta vez de raiva. Ele se levantou pairando sobre sua mesa olhando e lendo os documentos quando viu uma foto. Park Myung estava olhando diretamente para ele através da lente da câmera quando ele foi preso. Jimin pegou a foto e olhou de volta para os olhos calculistas, para o quadrado de sua mandíbula, e as características proeminentes que até hoje ainda lhe causavam pesadelos. O homem que levava o nome de sua família, Park Myung, era construído como um touro. Hyukhe o chamou de Hwangso, o que significava exatamente isso, touro. Este era o homem que esfaqueou Danwo sob as ordens de Minseo em troca de dinheiro que estava escondido debaixo da casinha do cachorro. Este era o homem que tentou matá-lo no primeiro dia de Jimin no trabalho.
Como uma lâmpada, a mente de Jimin se iluminou e mesmo assim ele sentiu frio com essa percepção: Hwangso estava em todos os lugares com cada grupo. Foi ele quem apresentou Hyukhe a Gem. Foi ele quem fez um trabalho para a Minseo. E alguém tinha que dizer a Jawang onde Gem guardava sua “mercadoria”. Jimin abandonou a imagem em favor de procurar outro USB. Ele procurou o vídeo que fez ele brigar com Jungkook. Aquele em que ele podia ver seu irmão com um suéter engraçado e o rosto escondido atrás de um chapéu. O dia da morte de Yugyeom. Dia dos pais. 8 de maio de 2019.
Jimin viu Yugyeom chegar e viu o Hwangso chegar também... ele viu os três homens saindo da oficina trinta e nove minutos depois.
Esse foi o último vídeo que alguém teve Yugyeom vivo. O que mais ele tinha feito durante aquele dia? Jimin não sabia, mas o que ele sabia era que Park Myung, também conhecido como Hwangso, estava conectado.
Pensando bem, não havia necessidade real de tentar matá-lo (JM) na casa de Danwo. Então, por que Hwangso o atacou? Por que ele fingiu ignorância quando era uma das pessoas que realmente conhecia o rosto de Gem... Jihyun, seu irmão, o criminoso… Gem.
O chefe dele…
Jimin olhou para a mesa vazia de Jungkook. Agora mais do que nunca Jimin precisava dele. Jungkook saberia exatamente o que fazer e como fazer Hwangso falar. Naquela época, Jimin achava que tinha vantagem sobre Hwangso, mas o outro o tocava como um bom violino. Uma nova percepção veio para Jimin e foi que Hwangso queria ser preso. Ele tinha medo de Gem?
Hyukhe e Gem foram traídos... assim como Yugyeom, Minseo e Jawang.
Jimin estendeu a mão para o telefone em sua mesa e sua mão pairou sobre ele. Ele deveria contar ao Namjoon?
Ele agonizou sobre isso. Ele tecnicamente não tinha muito e até então, Namjoon e os outros estavam preocupados... Jimin não estava trabalhando em nenhum caso pessoal. Todos eles seguiram em frente.
Até Jieun seguiu em frente.
Jimin olhou para a mesa de Jungkook novamente. Ele se sentiu tão dilacerado.
— De acordo com Hyukhe. — Jimin falou em voz alta como se estivesse trocando ideias com seu capitão. — A Mão Vermelha tinha a filhinha de Minseo. É essa a razão pela qual Yugyeom foi para a estação naquela noite? Minseo conversou com Yugyeom algumas vezes também. E se ela contou a ele sobre sua filha desaparecida e depois, por algum motivo, sentiu que não podia confiar nele?
Os olhos de Jimin se arregalaram. A realização o atingiu no rosto e ele balançou a cabeça.
— Ele a encontrou. — Jimin murmurou. — Ele a encontrou e manteve seu paradeiro longe de Minseo. Ele manteve as informações longe de Gem também e não disse nada a Hyukhe. Yugyeom encontrou a garota, mas fez o que com ela?
Espere, não garota, ela seria uma mulher. Talvez um pouco mais velha que Yugyeom e mais ou menos a idade dele (JM). O cérebro de Jimin doía e seu estômago roncava. Ele precisava de ar fresco e precisava pensar. Pensar corretamente. E ele precisava desesperadamente de alguém para lhe dizer que ele estava louco com suas teorias. Ele olhou para a cadeira vazia de Jungkook e sentiu um gemido baixo e frustrante sair de sua garganta. Ele tinha o suficiente. Ele não podia ficar aqui. Não mais. Apressadamente, ele começou a colocar todos os papéis de volta em suas pastas e todas as provas de volta em suas respectivas sacolas antes de colocar tudo isso dentro da caixa de provas.
Jimin começou a andar pelo corredor do andar vazio com propósito. Sua mente ainda estava confusa e latejante. Sua cabeça girando sobre tudo o que ele tinha montado, e ele sabia agora que não havia como voltar atrás. Ele se decidiu e as consequências eram a última coisa que ele se importava.
Jimin colocou a caixa no chão ao lado da mesa de Euna. Ele pegou seu telefone com dedos firmes e discou o número de Namjoon colocando seu chefe no viva-voz. A linha tocou quando ele ajeitou o casaco leve e a mochila.
— Você ainda está no escritório? — Namjoon perguntou.
— Por que você pergunta? — Jimin franziu a testa com a falta de cumprimento pegando a caixa e o telefone em cima da caixa. Ele correu para o elevador e apertou o botão várias vezes para apressar o elevador.
— Vá para casa, Jimin. — Namjoon instruiu com uma pitada de desespero por trás de sua voz. — Você não precisa provar para ninguém...
— Posso ter alguns dias de folga? — Jimin o interrompeu quando as portas finalmente se abriram e ele entrou no elevador. Ele mudou seu peso empurrando o botão para levá-lo de volta ao saguão.
— Ter o quê? — A voz de Namjoon saiu ligeiramente mais alta e cheia de descrença.
— Você está certo. — Jimin disse tentando tranquilizá-lo enquanto seu coração batia cada vez mais rápido com antecipação, mas ele sabia que tinha que convencer o outro a deixá-lo ir. — Preciso me afastar por um tempo, mas estarei de volta na terça-feira. Tenho uma reunião com o herdeiro da Jalada Corp, Jackson, às dez.
— Eu sei disso. — Namjoon disse na outra linha. — Você está bem?
— Sinto que preciso de alguns dias. — Jimin disse, o que não era mentira, mas também não era toda a verdade.
— Sim. — Namjoon disse. — Você precisa de companhia?
— Obrigado por oferecer, mas eu vou ficar bem. — Jimin respondeu, o que não era mentira, ele apreciava todo o cuidado e atenção de seus colegas de trabalho que se tornaram amigos. Ele se sentiu um pouco culpado por mentir pedindo uma folga, mas esta era uma viagem que ele estava ansioso para fazer. Uma viagem para ver duas pessoas que limpariam sua mente e o ajudariam com tudo isso.
— Onde você está planejando ir? — Namjoon perguntou.
— Busan. — Jimin desabafou recebendo um silêncio mortal do telefone.
— Você não pode ir e ver... — Namjoon começou a dizer. Jimin saiu do elevador e colocou sua caixa no banco mais próximo onde ele esperaria por um táxi depois que ele terminasse essa ligação com Namjoon. Ele desligou os alto-falantes e colocou o telefone contra o ouvido, embora não precisasse porque o prédio estava completamente vazio agora. De longe, ele viu a faxineira e acenou para ela, que fez o mesmo com um sorriso e um aceno de desaprovação da cabeça.
— Eu sei que não posso. — Jimin disse a seu amigo. — Mas eu realmente acho que é hora de eu levar meu irmão para casa.
Jimin disse, o que também não era mentira. Ele estava evitando levar as cinzas de volta para Busan. Ele nem tinha falado com seus pais sobre isso, e em vez disso, Namjoon disse a eles pelo telefone. Principalmente porque Jimin tinha todas as intenções de lidar com seus pais e dar a Jihyun um adeus adequado. Mas, Jimin aprendeu com Jungkook que ele não deveria se esforçar se não estivesse pronto. Não importa o que. Então Jimin se conteve mesmo que fosse egoísta.
Agora, parece que a oportunidade surgiu e sua coragem o manteve unido. Para finalmente retornar a Busan, a cidade que envolvia seu passado e futuro... esperando por ele.
— Tem certeza de que não precisa de companhia? — Namjoon perguntou preocupado.
— Eu acho que isso é algo que eu deveria fazer sozinho. — Jimin disse e sentiu que aquelas palavras eram verdadeiras. — Mas eu vou ligar para vocês.
— Tenha uma boa viagem então. — Namjoon finalmente disse.
— Obrigado. — Jimin assentiu. — Eu estarei de volta na...
— Terça-feira. — Namjoon respondeu. — Eu sei. Até logo Jimin.
Jimin sorriu para si mesmo se sentindo leve e livre. Era hora de ele encontrar as respostas para as perguntas que procurava.
Jimin e Namjoon ficaram em silêncio por um momento. Um pouco estranho no começo, principalmente porque Jimin percebeu que Namjoon queria perguntar. Mas Jimin não estava pronto para dar nenhuma informação sobre nada ainda.
— Vejo você então. — O sorriso de Jimin se alargou quando eles se despediram.
Jimin rapidamente chamou um táxi para levá-lo para casa porque ele tinha toda a intenção de sair de Seul esta noite.
CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
──── ──────── ────
︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶
Então, o que você acha???? Alguma teoria??? Jungkook ainda está se recuperando, mas ele nem sequer deu notícias. Poxa, independente de tudo, Jimin matou o irmão para salvá-lo. Então, o que aconteceu? Será que ele ainda está com amnésia? Bem, Jimin está indo para Busan e muitas coisas serão esclarecidas. Estão preparados. Espero que sim.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top