35 - Interlúdio: Jimin
Imagem da família de Jimin: Binmin, o pai. Yoona, a mãe. Jihyun, o irmãozinho. Para saber mais veja o capítulo de aviso.
Cheguei mais cedo hoje pois irei sair. Então aproveite e descubra um pouco mais sobre o passado de Jimin e como sua vida cheia de amor e alegria virou uma bagunça de dor e tristeza.
Lembre-se: Sangmi é mãe de Jungkook.
1.
— Você precisa se livrar desse problema.
Yoona colocou a mão na barriga, protetoramente, desolada com o que a mais velha estava dizendo. Seus próprios instintos maternais tomando conta dela, e ela fisicamente deu um passo para trás e para longe da mulher que a criou... de sua própria mãe.
— Acabamos de enterrar seu pai. — Continuou sua mãe, mas Yoona mal conseguia registrar suas palavras. — Se você largar esse Zé ninguém, pode haver uma chance de salvá-la. Acabei de ouvir de Jeon Nara, ela está tendo um problema semelhante. Se você resolver seu problema e se o jovem Jeon deixar aquela garimpeira, talvez possamos salvar nosso nome.
— Mãe. — Yoona balançou a cabeça, chocada demais com as palavras sem remorso sendo jogadas nela. Ela não conseguia nem chorar, o choque muito grande, e agora tudo o que ela queria era a segurança de seu próprio filho ainda não nascido. — Jeon Jinhyuk já está casado com Sangmi, eles já estão juntos há algum tempo. Você não só quer destruir minha felicidade, mas a dele também?
— Você sempre foi tão bonita. — Sua mãe disse parecendo ofendida como se fosse Yoona quem estivesse dizendo todas aquelas palavras ruins. — Mas tão burra.
— Você se atreve a chamar Sangmi de garimpeira. — Yoona jogou mais palavras enquanto tentava controlar seu temperamento. — Mas o que você quer que eu faça é exatamente isso.
— Eu preferiria prostituir você em toda a alta sociedade do que tê-la casada com aquele Zé ninguém. — Sua mãe retrucou batendo a mão na almofada do sofá da sala. — Engravidei e pensei que te criei melhor. Por uma vez pense criança!
— Você e papai confiaram nele! — Ela chorou agora, lágrimas caindo pelo rosto, elas estavam quentes e com raiva, e era injusto como sua mãe estava tratando Binmin.
— Com o nosso dinheiro! — Sua mãe gritou indignada. — Não nossa filha!
Yoona se encolheu com as palavras.
— Ele me pediu em casamento. — Yoona se manteve firme. — E eu disse que sim.
— Você está cometendo um erro. — Sua mãe falou. — Guarde minhas palavras filha, você vai viver para se arrepender dessa decisão.
As duas se entreolharam, ambos respiravam com dificuldade como se tivessem acabado de terminar uma maratona. Yoona estudou sua mãe, seus modos sempre foram difíceis. Suas palavras... duras. Ela sabia que tinha conseguido metade das coisas que tinha ao longo dos anos por causa de seu pai. Seu pai amoroso que sempre agiu como um amortecedor entre eles. Sem ele... não havia ponte entre eles. Ela sabia que se ficasse se arrependeria mais do que tudo. Ela não podia ficar aqui e criar seu filho, e ela não podia deixar Binmin.
Yoona respirou fundo e trêmula e enxugou as lágrimas. Ela se recompôs o máximo possível e olhou para sua mãe. Ela parecia uma rainha em sua casa cara e móveis de design. Os criados cuidariam dela. Ela sabia que não podia... de jeito nenhum ela voltaria aqui.
— Vou me despedir então. — Yoona mordeu o lábio com força e se curvou para a mulher que a criou, que colocou roupas sobre ela, manteve um teto sobre sua cabeça... porque apesar disso... até agora, ela ainda era sua mãe .
— Mulher! — Sua mãe gritou atrás dela enquanto os servos se preocupavam com ela.
Yoona manteve a cabeça erguida enquanto saia de sua casa de infância apenas com suas roupas nas costas. O mordomo tentou impedi-la, tentando argumentar com ela, mas Yoona se decidiu. Ela agradeceu e confiou sua mãe a ele. Com isso Yoona saiu pela porta da frente.
Ela esperava que, ao contar a sua mãe sobre o bebê, elas pudessem fazer um novo vínculo... talvez mais felizes após a morte de seu pai... menos amargo e mais agridoce. Mas acabou por ser um sonho idealista. Ela esperava algum reclamação, mas nem uma vez pensou que sua mãe rejeitaria seu bebê. Ela esperava rejeição em relação a Binmin, mas não a seu bebê... talvez isso fosse o que mais machucasse.
Claro, ela não estava tão adiantada em sua gravidez, mas Yoona sabia que ela amaria essa criança. Seu pai ficou feliz quando ela contou a ele, ele até o chamou de Jimin, significando “minha sabedoria será mais alta que o céu”. E Yoona acreditou... isso era um bom presságio... ela teve a benção de seu pai, e por causa disso, ela faria a melhor vida que pudesse com Park Binmin... O contador da família deles... o amor de sua vida.
2.
— Por favor, podemos ir com você? — Yoona implorou, sentindo a solidão mais do que nunca.
Com a economia mudando, Binmin trabalhou por longas horas. Ela sabia que era importante e que muitos de seus velhos amigos da alta sociedade estavam começando a ser confrontados com a realidade. Acordar depois do crash da bolsa e descobrir que não eram tão ricos quanto pensavam. Binmin ainda tinha acesso a muitas contas de seu antigo círculo social e, realmente, esse trabalho lhes deu um bom lar. Nem uma vez ela passou fome e seus dois filhos viveram confortavelmente.
Claro, não foram as riquezas com as quais ela cresceu, houve momentos em que eles tiveram que economizar. Às vezes ela sentia falta, mas nunca o suficiente para voltar. Na verdade, ela sentia falta de sair por um capricho sem pensar duas vezes se eles poderiam ou não pagar. Ao mesmo tempo, foi divertido tentar resolver as coisas com Binmin, e se tornou um ritual entre eles planejar suas férias. Ela sabia que ele queria mais para ela, mas ela fez questão de nunca reclamar porque ela não queria que ele quebrasse as costas trabalhando para o desnecessário. Tudo o que ela precisava eram seus três homenzinhos.
No entanto, ela ainda se sentia sozinha ultimamente. Ela sentia falta de Binmin, embora ele estivesse lá ao mesmo tempo em que não estava. Ultimamente, Binmin acordava cedo e saía antes que seu dia pudesse começar e voltava bem a tempo de colocar as crianças na cama. Foi difícil porque, embora ela amasse seus filhos e gostasse de passar tempo com eles, parecia que ela era uma mãe solteira. Ela sentia falta de como Binmin era engraçado e da simplicidade de seu relacionamento.
Além de se sentir sozinha, Yoona sentis falta de uma conversa real de adulto que não envolvesse brinquedos de lego.
— É um longo caminho para Seul. — Disse ele cutucando o braço dela como costumava fazer como sua maneira de pedir desculpas.
— Eu não me importo. — Ela disse, — Eu quero ir, e as crianças vão para outro lugar. Por favor, Binmin, não nos deixe em Busan.
— Eu não vou te deixar, Yoona, eu nunca poderia te deixar. — Binmin suspirou pegando-a em seus braços e ele se aconchegou nela.
Ela sentia falta disso, ele não podia ver que ela só sentia falta dele?
— Não me faça implorar. — Ela gemeu e fez beicinho, algo que Jimin tinha aprendido e dominado.
— Tudo bem. — Binmin suspirou cedendo porque ele sempre cederia a ela. — Eu amo você, Princesa.
— Eu te amo. — Ela colocou os braços ao redor dele com força e realmente ela amava.
3.
— Eu não deixaria os meninos brincarem com os Yums se eu fosse você. — A irmã de Binmin, Hyorin disse com uma voz áspera graças a sua máscara de oxigênio.
— Por que isso? — Yoona perguntou se levantando e indo até a janela onde ela podia ver Jimin e Jihyun brincando com outro garoto da idade deles.
— Há rumores de que seu pai está em dívida com a Mão Vermelha. — Ela informou.
— A gangue?
— Sim. — Hyorin concordou. — E seu líder não é brincadeira. Há alguns meses, sua filha se suicidou e ele nem fez um funeral para ela.
(Lembra da irmã de Namjoon que o próprio pai matou?)
— Tenho certeza que sim. — Disse Yoona não entendendo porque um pai seria tão cruel com sua própria filha. — Mas se você acha que os meninos não deveriam brincar com os Yums, eu vou te ouvir.
— Há um playground por perto. — Disse Hyorin. — Ouvi dizer que haveria um palhaço.
— Oh, Jimin vai adorar isso. — Yoona sorriu já sabendo que Jimin iria.
Era engraçado como era fácil agradá-lo. Foi ainda mais cativante ver o quanto ele cedeu aos caprichos de Jihyun, embora ele provavelmente fosse tão relincho quanto. Ela queria que seus filhos crescessem independentes e bem fundamentados, mas os dois se agarravam como sardinhas. Eles compartilhavam tudo, mesmo quando tinham seus próprios brinquedos. A única vez que ela havia falado isso para um amigo, ela descobriu o quão sortuda ela era por ter filhos carinhosos. Enquanto outras crianças brigavam por seus brinquedos, seus meninos os dividiam entre si. À medida que cresciam, ela percebeu que Jimin queria ter mais independência ou apenas brincar sozinho, e em circunstâncias normais, ela permitiria que ele tivesse seu tempo sozinho. Mas eles não estavam em casa, e de jeito nenhum ela iria deixá-los ir sozinhos.
— Nós podemos ir sozinhos mãe. — Jimin franziu a testa para ela segurando a mão de Jihyun.
— É muito perigoso. — Ela tentou argumentar com o mais velho. — E não sei quem mais vai estar lá.
— Você disse que não poderíamos brincar com nosso novo amigo. — Jimin continuou a discutir. — Então acho que podemos ir sozinhos ao parquinho. Você pode nos observar da casa.
— Eu não posso te ver da casa. — Ela tentou novamente porque ele era muito teimoso.
— Eu vou ficar com o hyung. — Jihyun expressou e é claro que ele estava do lado de Jimin.
— Deixe-os ir, Yoona. — Binmin disse saindo da casa. Ela olhou para o marido, momentos como este ele não entendia o quão perigoso o mundo poderia ser. — Eles precisam aprender a ficar sozinhos. — Binmin tentou novamente e desta vez sua voz era gentil. — Todas as outras crianças de sua idade vão sozinhas. Podemos passar por lá de vez em quando se você se sentir mais confortável.
— Bem, as outras crianças não são minhas. — Yoona argumentou.
— Por favor? — Os meninos disseram em uníssono com grandes olhos de cachorrinho e seu coração se abrandou.
— Tudo bem. — Ela disse a eles. — Mas irei buscar vocês e quando disser que é hora de voltar, significa...
— Que é hora de voltar. — Eles ecoaram.
Satisfeita, ela assentiu e os dois a abraçaram com tanta força que ela não conseguiu ficar com raiva. Ela se abaixou e os abraçou provavelmente com a mesma força.
Seu coração às vezes parecia que iria explodir de amor pelos dois filhos, e ela torceu o pescoço observado-os enquanto eles caminhavam pela rua em direção ao parquinho.
— Yoona. — Binmin disse. — Eu preciso falar com você sobre Hyorin.
— O que tem ela? — Yoona perguntou ainda observando as crianças até que eles viraram a esquina e saíram de sua vista.
— Falei com o médico dela hoje cedo. — Ele falou e Yoona virou-se para o marido e fez o possível para manter sua mente longe das crianças. — Ele disse que ela não tem muito tempo. Que ela interrompeu o tratamento.
— Ela me disse. — Yoona tocou seu rosto na esperança de confortá-lo. — Sinto muito querido. Eu sei que ela criou você como uma mãe faria.
— Ela fez mais do que isso. — Binmin se inclinou em seu toque. — Ela me apoiou quando eu disse que não queria ser pescador.
Yoona não tinha palavras para isso. Ela sabia que os antecedentes familiares de Binmin eram simples e o quanto ele lutava contra a corrente quando se tratava de seu futuro.
— De certa forma, ela se certificou de que você me encontrasse. — Yoona se enterrou em seu peito e relaxou em seus braços.
Pela próxima hora, Yoona se certificou de que Hyorin e Binmin sentassem juntos e conversassem. Ela pedia histórias de sua infância e ria e chorava com eles. Ela foi abençoada.
— Devemos sair para comer? — Binmin perguntou e Yoona mentalmente se chutou esquecendo completamente de preparar a comida.
— Vou fazer algo rápido. — Disse ela ficando de pé.
— Tire o dia de folga, Yoona. — Hyorin disse pegando a mão dela: — Você trabalha muito duro. Ouça Binmin e vamos sair.
— Ah, tudo bem. — Ela sorriu para eles. — Binmin você pede o que você quer e eu vou buscar as crianças.
— Eu vou fazer isso rápido. — Binmin ficou de pé. — Jihyun come como um boi hoje em dia.
Yoona riu e foi até a porta. Ela calçou os sapatos e vislumbrou seu reflexo da janela, e o olhar de bochechas rosadas e olhos brilhantes olhou de volta para ela. Então era isso que era ser feliz... ela gostou.
Ela desceu a estrada e quando estava atravessando um carro branco quase a atropelou porque estava indo muito rápido. Ainda bem que ela se moveu bem na hora. As pessoas não sabiam que havia um playground por perto? Franzindo o cenho e ainda com uma dose de adrenalina, ela foi até o parquinho. Mal estava se segurando, mas mesmo assim, as crianças pareciam adorar. Lá estava o palhaço que Hyorin dissera e para sua surpresa, Jimin não estava perto dele. Ela inclinou a cabeça e então o ouviu antes de vê-lo.
— Jihyun! — Jimin gritou, lágrimas por todo o rosto enquanto ele olhava ao redor sem rumo.
— Jimin! — Seu coração afundou e sua mente a levou para lugares escuros que ela não queria explorar.
Jimin se virou para ela, seus olhos arregalados e temerosos e todas as entranhas de Yoona se contorceram e reviraram. Foi sufocante.
— Mamãe! — Jimin correu para ela, os braços esticados para cima e para fora como costumava fazer quando era bebê. — Não consigo encontrá-lo.
O mundo de Yoona virou... e ficou escuro.
4.
Ela conversou com a polícia, detetives e até com o SPO sobre tudo. Eles colocaram fotos de Jihyun em todos os lugares, mas ninguém sabia... ninguém tinha visto. Como isso era possível? O rosto de Jihyun estava em todos os noticiários, eles até subiram na frente das câmeras implorando para o sequestrador trazer de volta seu amado filho.
O interior da casa era sombrio. Ela não suportava olhar para Jimin, ele tinha um trabalho. Um! E ele falhou nisso.
— Não é culpa dele. — Binmin tentou acalmar quando ela gritou com Jimin quando o viu chorando.
— Não, mas é sua! — Ela se virou para o marido. — Você me convenceu a deixá-los ir sozinhos.
— Isso não é justo. — O olhar de mágoa estava escrito em todo o seu rosto, mas agora, nem mesmo a culpa era forte o suficiente para superar seu rancor em relação ao marido.
Ela estava magoada, chateada e até mesmo com raiva. Ela não conseguia ver além da dor... e sua única esperança de ver a luz era que Jihyun voltasse para suas vidas. Para deixar esse pesadelo para trás... para deixar essa temida cidade para trás. Ela ficou repetindo os eventos em sua cabeça... mas eles voltaram com a mesma conclusão... ela deveria ter ido com eles para o parquinho.
Então eles lutaram. Eles lutaram muito e quando não estavam lutando... eles estavam procurando por Jihyun.
Yoona adormeceu na mesa com a nova pilha de pôsteres da foto de Jihyun. Havia um mapa de todos os lugares onde eles colocaram o pôster e todos os lugares que ela ainda tinha para colocá-los... na verdade ela não queria adormecer, mas o fez. Não foi até que a porta da frente da casa de Hyorin fechou um pouco alto demais que a acordou.
— Jihyun! — Ela chamou já a seus pés e esperança na ponta de seu ser.
Não era Jihyun...
Em vez disso, era Jimin em seus tênis hulk e suéter vermelho que Jihyun havia escolhido para ele no último Natal. O filho mais velho olhou para ela com medo e Yoona se sentiu mal. Fisicamente doente, então ela se afastou dele. Ela não suportava olhar para ele com olhos inocentes e temerosos... como se buscasse sua aprovação... mas não podia.
Hyorin morreu no mês do desaparecimento de Jihyun e eles realizaram uma pequena cerimônia. Yoona estava em suas roupas escuras olhando para suas mãos incapazes de fazer qualquer coisa por ninguém agora. Ela aceitou as condolências, mas ela podia ver que eles estavam com pena dela também. Ela odiava isso. Ela se sentia tão inútil... ela não conseguia se lembrar da última conversa que teve com Hyorin... foi sobre Jimin? Ela não conseguia se lembrar.
— Sra. Park. — Sr. Shin Hongsik do escritório do comissário disse em seu terno chique... algo que ela não via há muito tempo. — Você entende o que eu estou dizendo?
— Você quer fechar o caso do meu filho. — Ela repetiu depois de uma batida silenciosa.
— Não perto, mas a cidade não pode mais pagar esta investigação. — Disse ele no que supôs ser apologético. — Não houve nenhuma pista e ninguém se apresentou como testemunha.
— Porque eles são todos covardes! — Ela rosnou. — Você e todos eles.
— Yoona. — Binmin avisou, mas sua voz a irritou…. Ultimamente, tudo a irritava. — Por favor, podemos fazer isso outra hora? Acabamos de voltar de enterrar minha irmã.
— Peço desculpas. — Disse Hongsik, — Minhas condolências por sua perda.
— Você pode enfiar suas desculpas e condolências em outro lugar. — Yoona olhou para ele. — Você tem filhos?
— Não. — Hongsik se contorceu sob seu olhar. — Mas eu...
— Então você não tem ideia. — Ela atirou de volta para ele, odiando tudo sobre ele. — Você não tem uma única pista, não é?
— Peço desculpas novamente. — Hongsik limpou a garganta. — Posso lhe dar uma lista de investigadores particulares que trabalham em casos desaparecidos.
— Obrigado, Sr. Shin. — Binmin disse estendendo sua mão e Yoona fervia com suas formalidades.
— Sobre o que foi tudo isso? — Yoona falou com o marido assim que o diretor do escritório do comissário estava fora da casa de Hyorin.
— O que você quer dizer?
— O que eu quero dizer? — Ela repetiu sua voz uma oitava acima e ele olhou para ela em silêncio.
Yoona se afastou dele e ao sair da sala de Hyorin quase se esbarrou em Jimin que estava escondido e ouvindo tudo. Ela olhou para ele e seu mais velho olhou para trás com expectativa... mas ela simplesmente não aguentou.
A pior parte foi quando eles pagaram dois investigadores diferentes e eles não tiveram nada para mostrar. Houve um homem que disse ter visto algo, mas quando lhe deram dinheiro de indenização, sua pista os levou a um beco sem saída. Yoona o processou por causa disso, o que custou seu dinheiro e isso deixou Binmin com raiva.
Não era segredo para ela que todo o sistema de aplicação da lei de Seul estava corrompido e, quando ela começou a expressar suas opiniões, Binmin a levou de volta a Busan. Mas ela não queria estar em Busan. Seu filho estava em Seul. Esperando e chorando por ela... e como os dias se estenderam em meses e meses se estenderam em um ano, ela percebeu que talvez fosse melhor se eles encontrassem um corpo... talvez então eles pudessem seguir em frente.
Mas não havia ninguém e nenhum rastro… Jihyun simplesmente se foi. Seu garotinho que agia todo duro e abraçava tão perto dela durante as noites porque tinha medo de monstros. O menino doce que queria ser como Jimin...
Yoona não aguentava mais olhar para Jimin ou Binmin. Sua própria culpa e raiva a consumiam.
Binmin começou a beber e quando eles tiveram que desistir da casa ela ficou brava por isso. Ela estava com raiva de Binmin por ter se soltado quando ela também estava sofrendo. Ele estava sendo egoísta... ela passou a maior parte do tempo com Jihyun porque ele estava muito ocupado trabalhando. Como ele ousa agir tão patético sobre isso?
Ela estava segurando o álbum de bebê de Jihyun quando a porta de seu quarto se abriu. Ela estava aqui há horas... e outra onda de culpa a invadiu quando Jimin silenciosamente colocou uma tigela de cereal na mesa de cabeceira. E então ela estava com raiva... se ele podia ser tão atencioso por que ele não tinha prestado atenção em Jihyun? Ele tinha prometido... e ela acreditou nele.
— Saia! — Ela gritou jogando a tigela de cereal em sua direção manchando o chão de madeira e o garotinho gritou correndo para fora da sala.
A nova casa deles era pequena, um apartamento de um quarto, uma sala onde Jimin dormia e uma cozinha que ninguém nunca usou... bem, talvez Jimin. Uma vez ela o viu roubando dinheiro da carteira de Binmin, e foi quando ela soube que havia algo errado... Algo errado com aquele garoto. Ela o observou atentamente depois disso. Ele já foi um garoto feliz, mas agora ele estava recluso e nervoso. Ele nunca olhava as pessoas nos olhos e quando o fazia, era para ela. Demônio.
Por que seu filho desapareceu? Por que seu casamento e amor por Binmin se dissiparam?
Tudo o que eles fizeram foi brigar. Uma luta interminável de culpar um ao outro…
“Você não deveria ter me convencido a mandá-los sozinhos.”
"Você não deveria ter me convencido a trazê-los para Seul."
“Não temos dinheiro”.
“Você está bebendo nosso dinheiro.”
“Você desperdiçou nosso dinheiro com advogados e investigadores particulares.”
"Não é como se você se importasse com ele."
“Eu estava providenciando para você.”
“Eu não precisava de você.”
“Você é apenas uma putinha rica e metida.”
“Você é apenas um marinheiro bêbado.”
"Foda-se"
"Foda-se você".
Yoona sabia que tinha chegado ao fundo do poço quando se cortou no pulso. Não era profundo o suficiente, mas havia sangue por toda parte. Na pia... no chão, e ela levou muito tempo para limpar tudo.
Ela havia perdido seu filho... seu bebê. Nada mais importava.
Até que uma luz veio... e uma luz inesperada que serviu como uma tábua de salvação para ela. Ela atendeu o telefone e do outro lado estava o mordomo... o mordomo de sua família.
— Sua mãe está doente. — Ele disse e Yoona pegou uma pequena bolsa e saiu.
Ela não voltou... nunca mais.
5.
Yoona estava feliz novamente. Ela não sabia como ela tinha essa sorte, mas ela estava feliz novamente. O último desejo de sua mãe era que ela se casasse com Oh Insung, um senhor mais velho que havia ficado viúvo há alguns anos. Ele era rico e o par perfeito para o último desejo de sua mãe.
Eles não falavam sobre os Parks em casa. A única coisa que ela manteve foi o álbum de bebê de Jinyun. Para quem ela olhava todas as noites... ela não queria esquecê-lo. Mesmo depois que seu novo bebê nasceu... Oh Siwon. Ela contou a Siwon tudo sobre Jihyun quando ele estava em sua barriga.
Insung estava feliz com seu bebê e ela também. Ela podia respirar novamente e sempre que se sentia mal, olhava para a cicatriz em seu pulso como um lembrete para nunca mais seguir aquele caminho. Ela havia deixado para trás a escuridão e se sentia melhor... Como se o peso do mundo tivesse sido tirado de seus ombros.
Tudo até aquele demônio voltar para sua vida.
Jimin.
O governo o trouxe para a casa dela e a obrigou a interagir com ele. Ela ouviu falar do que ele tinha feito com Binmin e, francamente, ela não estava surpresa... ele havia perdido seu irmão afinal... nenhum outro pecado poderia ser mais pesado do que aquele.
A visita ao hospital de Binmin foi horrível... mas ela sentiu que tinha que fazer isso. Ver seu rosto novamente trouxe de volta a escuridão em seu coração. O ressentimento ao longo dos anos... e o jogo da culpa. Parte dela estava feliz por isso ter acontecido com ele, outra parte estava completamente indiferente. Para onde foi o amor deles?
Ele morreu no dia em que eles perderam Jihyun.
— Ele é gay. — Binmin disse e olhou para ela com olhos suplicantes, como se ela tivesse todas as respostas.
A visão dele a repugnava agora, quando antes ela teria gostado. Seu coração estava pesado.
Ela saiu do quarto de Binmin no hospital cerca de trinta minutos depois que ele disse a ela que Jimin era o problema dela agora. Ela não se incomodou em checar ele de novo, Binmin e suas duas pernas quebradas... suas vértebras esmagadas... algo que o faria usar uma bengala pelo resto de sua vida. Jimin tinha feito isso... o menino que ela deu à luz.
Então ela o acolheu... pecaminoso ou não.
Ela podia ver a mudança em sua casa, como tinha sido leve e bonita... pacífica e agora a dinâmica estava começando a mudar. Estava mais escuro e cheio de ansiedade... todo mundo pisava em ovos. Até Insung começou a ficar do lado dele... como Jihyun costumava fazer... como Binmin costumava fazer...
Sua mente correu porque ela sabia que este Demônio estava ali para pegá-la. Ele tinha beleza de um ângulo, mas ela sabia melhor.
Uma manhã ela acordou, nada descansada, pois ela não tinha descansado desde que o Demônio entrou na casa. Ela olhou em volta até ver o relógio... fazia trinta minutos... ela dormiu demais por trinta minutos... Siwon normalmente a teria acordado... seu peito pesado com leite, mas por que ele não estava chorando?
Ela arrumou sua camisola e caminhou até o outro quarto para verificar Siwon. Mas Siwon não estava lá... ele não estava lá. Sua mente entrou em pânico... seus pés e mãos ficaram frios e ela correu procurando por ele. Freneticamente chamando os servos enquanto ela arranhava seu rosto.
E foi assim que ela o encontrou... Aquele Demônio. Ele estava balançando Siwon em seus braços fazendo barulhos arrulhos e Yoona praticamente gritou. Ela correu e levou Siwon embora não se importando que ela tivesse sido áspera e embalou Siwon em seu peito quando ele começou a chorar.
— Não toque nele! — Ela gritou para Jimin.
— Ele estava chorando. — Ele tropeçou...
— Não se atreva a tocá-lo! — Ela gritou e Siwon chorou mais forte e ela recuou de Jimin. — Não o tire do berço! Como você ousa!
— Yoona! — Insung gritou pedindo aos servos que a levassem embora, mas ela não precisava insistir porque ela levou seu bebê... de volta para a segurança de seu quarto.
Demorou um pouco para ela acalmar o bebê, mas conseguiu. Siwon estava segura... mesmo que ela não tivesse sido capaz de manter Jinhyun seguro... ela tinha que manter Siwon segura.
Mas isso não impediu Jimin de usar seus poderes contra o marido dela. Jimin era absolutamente lindo e ele era gay... uma megera e súcubos andando em sua casa.
Ela tinha visto como os homens da equipe olhavam para ele. Seus lábios carnudos, corpo magro e pequeno, pele de porcelana…. Se alguma coisa, ele parecia inocente e quebrado... o sonho molhado de todo homem... querendo ser seu herói. Então ela tinha que manter Insung a salvo dele.
Foi uma tarefa difícil, pois Insung insistiu em tentar ajudá-lo. Disse coisas como “Jimin também foi uma vítima”, mas Yoona sabia melhor.
Ela manteve Siwon perto dela e então uma noite quando ela precisou de água ela decidiu caminhar até a cozinha. Ainda mais quando Insung não estava dormindo ao lado dela.
Ela os viu então... sentados em bancos altos da ilha da cozinha.
Jimin estava chorando curvado sobre si mesmo e o braço de Insung estava em volta dele... embalando-o... e Yoona viu vermelho. Ela bateu em Jimin com tanta força e o avisou para nunca se aproximar de seu marido... Binmin estava certo... Jimin precisava ser atingido para ser colocado em seu lugar.
— Você não pode fazer isso de novo. — Insung disse a ela. — Você não pode bater nele assim.
— Sou eu ou ele. — Yoona ameaçou.
— O que você está falando?
— Ou você escolheu eu e Siwon ou você escolhe ele. — Yoona falou já pensando em como sair... quanto dinheiro tirar... se ela não pudesse manter Insung para si mesma, então ela manteria Siwon seguro.
Demorou um pouco para Insung perceber que ela não estava brincando. Mas, infelizmente, ele viu a luz e ela se certificou de mantê-lo na luz. Tudo o que ela tinha que fazer era desistir de seus direitos com Binmin, dos direitos que tinha em relação ao ex. Legalmente... Park Jimin não era mais filho dela e Yoona nunca se sentiu mais livre.
CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
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O que você acha? Será que o sequestro foi um engano? O pai de Namjoon que sequestrou o garotinho? Será que foi o garotinho que Namjoon viu e tentou salvar, denunciando o pai? Hum.... 🤔
Jimin tinha 8 anos quando o irmãozinho, de 5 ou 6 foi sequestrado. Jungkook tinha 6 anos quando vou o sequestro. Todo mundo era criança. 😭😭😭
Por isso eu odeio a mãe de Jimin. Compreendo a dor e desespero dela, claro. Como ela pode culpar, acusar e negligenciar uma criança de 8 anos? E quando teve a chance de se redimir, mais ou menos cinco anos depois, não fez, pelo contrário, abriu mão da maternidade, por assim dizer e entregou a tutela de Jimin para qualquer louco adotar. Uma criança de 16 anos. Ela chamou Jimin de demônio, mas demônio é ela. Eu não tenho palavras para descrever meu odio por essa mulher. Sério.
Ela desistiu dos direitos de Binmin ao mudar o nome. Então invés de ter o 'Park' de Binmin, ela pegou o sobrenome de Insung, seu novo marido. Sendo assim, Jimin não é mais filho dela.
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