34. Despair

No capítulo anterior Jimin foi atrás de um suspeito que ao vê-lo correu e se suicidou com um tiro. Vamos ver como será apartir desse momento... Boa leitura!!

Jimin ligou para Jungkook primeiro, mas ele não atendeu. Ele ligou para Namjoon em seguida, mas o chefe também não atendeu. Então Jimin discou o número de Yoongi e esperou. Mas a espera pareceu durar uma eternidade, e Jimin sentia muito frio... e pesado.

— Ele está morto. — Jimin falou em uma respiração sobre a chuva batendo em seu moletom, mas ele ainda estava molhado.

— Espere o que? — Yoongi respondeu.

— Eu acabei de bater na porta, — Jimin continuou falando como se Yoongi não tivesse falado uma palavra, — eu só bati e ele abriu a porta, mas ele puxou o gatilho.

— Você não está fazendo nenhum sentido. — A voz de Yoongi disse do receptor, mas parecia tão distante. — Onde você está?

— Eu chamei a ambulância, — Jimin disse a ele. — mas ele está morto. Eu chequei...

— Jimin você está em choque. — ​​Disse Yoongi. — Me diga onde você está. Vamos dragão, pense, mova-se.

Jimin piscou e enxugou a chuva e o sangue de sua testa que obscurecia seus olhos. Ele disse a Yoongi onde estava e depois de alguma conversa que ele não conseguia se lembrar, desligou o telefone. Depois, ele se afastou do corpo do velho e voltou para dentro da casa manchando o chão com água e lama. Ele olhou em volta e viu um cobertor no sofá do outro lado de onde ele tropeçou e o pegou. Jimin voltou para a chuva e cobriu o corpo da maneira mais decente e honrosa que pôde, sem perturbá-lo muito.

Ele voltou para dentro da casa e abriu a porta da frente para ficar alerta quando a ambulância e os policiais locais chegassem.

Dentro da casa, havia muitas fotos e figuras de trens. Jimin olhou para baixo e havia algumas fotos na lareira. Eram principalmente de Hongsik sozinho ou apertando a mão de oficiais importantes ou cortando fitas. Apenas uma foto se destacou para Jimin. Na foto estava Hongsik, de pé ao lado do monumento do Museu do Urso de Pelúcia de Jeju. Ele estava segurando uma criança enrolada em um cobertor rosa, mas Jimin não conseguia ver como o bebê parecia e muito menos saber quem tirou a foto. A foto não parecia ter sido tirada há muito tempo. Fora isso, não havia outros itens pessoais que Jimin pudesse ver.

— Se identifique! — Alguém disse da porta.

Jimin olhou para cima e viu um par de policiais com suas armas, prontos para atirar se necessário.

— SPO. — Jimin disse e apontou para seu crachá sinalizando que ele queria alcançar seu bolso, mas não o fez até que eles o autorizassem a fazê-lo. — Eu liguei.

Jimin mostrou suas credenciais e, após as formalidades, contou a eles sobre o corpo na parte de trás. O mais velho dos dois saiu para investigar e seu mais novo ficou com Jimin. Os paramédicos o sentaram, e Jimin ficou feliz que outra pessoa estava tomando o ponto. Ele se sentia tão cansado, seus músculos doíam e sua cabeça doía ainda mais.

Ele acabou dando sua declaração mais uma vez para a detetive na cena enquanto as mãos fortes, mas gentis do paramédico costuravam sua testa. Ele sentou-se lá depois de pendurar o casaco para ser levado como evidência. Esperando o mundo acontecer.

— Então, o que você estava fazendo aqui, sargento Park? — A detetive chamada Jeongyeon perguntou.

— Eu vim aqui para fazer perguntas a ele sobre um processo judicial. — Jimin respondeu. — Eu trouxe um mandado.

Então a detetive Jeongyeon foi procurar a mochila de Jimin e sem dúvida o mandado estava lá.

— E ele simplesmente puxou o gatilho?

— Eu sei como isso soa. — Jimin assentiu. — Mas sim. Ele puxou o gatilho... eu implorei para que não o fizesse.

A detetive Jeongyeon levantou uma sobrancelha para ele, mas colocou o mandado de volta em sua bolsa. Então, ela continuou fazendo perguntas, as mesmas às vezes mas de uma maneira diferente, e Jimin respondeu. Ele respondeu o mais claramente que pôde porque precisava pensar e se mover.

Ele respondeu mesmo se sentindo entorpecido e sua cabeça parecia que estava sendo dividida ao meio. O paramédico lhe deu um cobertor, e Jimin se abraçou nele, mas a detetive não o deixou sozinho. Não realmente, ela estava a apenas um metro e meio de distância dele, olhando-o com desconfiança.

— Jimin! — Yoongi disse entrando por baixo da fita de barricada e sacando seu distintivo quando os policiais não o deixaram entrar. Ele tinha um guarda-chuva e estava olhando para Jimin com muita preocupação.

Jimin se sentiu culpado por tê-lo deixado preocupado. As palavras duras de Jungkook de mais cedo voltaram, ele tinha um trabalho, estar em segundo plano... ele falhou com eles. Ele olhou para seu colo e apertou o cobertor mais forte.

— Ele não pode sair ainda. — Disse a detetive para Yoongi.

— Ele está sendo preso? — Yoongi perguntou.

— Não. — Disse a detetive.

— Você recebeu a declaração dele?

— Sim, mas...

— Então ele vem comigo. — Yoongi disse, voz baixa então Jimin se levantou e o viu entregar ao detetive um de seus cartões de visita. — Se você tiver mais alguma dúvida, sinta-se à vontade para entrar em contato conosco.

Yoongi virou-se para Jimin, pegou sua bolsa e o colocou debaixo do guarda-chuva.

Jimin se sentiu como um boneco de pano quando deixou Yoongi assumir o controle total. O homem o colocou no banco do passageiro, e ele se atrapalhou com o cinto de segurança enquanto Yoongi dava a volta no carro. Jimin se assustava toda vez que Yoongi fechava as portas do banco de trás quando ele colocava o guarda-chuva e sua bolsa e a porta do lado do motorista quando ele entrou no carro. Se assustava… porque para seus ouvidos o som era muito alto… como um estrondo! E os rostos de Danwo, o homem que ele matou na perseguição de carro, cujo nome Jin não permitiu que ele soubesse, e de Hongsik vieram à sua mente.

Todo o tempo Jimin suprimiu esse sentimento de pavor e dormência... de vergonha e culpa. Tanta culpa... se ele não tivesse empurrado a porta se tivesse conseguido convencer Hongsik a ouvir antes de puxar o gatilho. Jimin cerrou os punhos e pôde sentir a dor aguda de suas unhas cravadas em suas palmas. Yoongi ligou o carro e se afastou da casa... longe do corpo morto... longe de...

Bang!

O carro bateu em um buraco. Jimin soltou um grito abaixando a cabeça como se eles estivessem sendo alvejados (sendo alvo), talvez tivessem sido, ele não sabia... mas ele estava tremendo, e suas mãos estavam protegendo sua cabeça.

— Droga, garoto! — Yoongi amaldiçoou, mas continuou, a chuva caindo forte sobre eles.

Chuva... tanta chuva.

Jimin se lembrou do pânico que sentiu quando se escondeu dentro dos refrigeradores de peixe quando a gangue local de Busan espancou seu pai por suas dívidas. Aquele pequeno Jimin de doze anos, assustado, tão assustado e pequeno. Era exatamente assim que ele se sentia naquele momento. Tudo parecia estar correndo de volta para ele. A morte de Danwo na frente dele. As mãos poderosas de Myung ao redor da garganta dele, olhos afiados e loucos, querendo matá-lo. Os homens no Diamond, suas armas apontadas para eles, e quão assustado ele se sentiu. No homem que ele havia atirado na perseguição de carro... e agora isso.

Jimin tremeu, seus dentes batendo um no outro e as mãos tremendo. O carro parou.

— Jimin. — Yoongi disse baixinho. — Você está bem?

— Estou bem. — Os lábios de Jimin tremeram enquanto ele tentava recuperar o controle de seu corpo de sua mente. — Eu vou ficar bem.

— Ouça. — Yoongi disse. — Eu sei que isso não é justo com você, mas eu preciso que você fique atento. Algo aconteceu, e você tem o direito de saber. Mas eu preciso que você seja sensato...

— O que? — Jimin sentou-se novamente, assumindo o controle de seu corpo... pense... mova...

Uma nova onda de pavor o atingiu. O que tinha acontecido?

— Jungkook e Namjoon encontraram Gain. — Ele disse.

— Eu sei. — Jimin assentiu. — Eu vi Jungkook sair para buscá-la.

— Houve uma complicação. — Disse Yoongi, os olhos em Jimin como se estivesse contemplando o que ele iria dizer em seguida. — Recebi a ligação logo antes de você me ligar.

— O que aconteceu? — Jimin se virou para ele, a mente afiada e as emoções se desfazendo.

Ele ligou para Jungkook e Namjoon. O que tinha acontecido? Onde eles estão bem? Oh…. Jungkook.

— Eu ainda não sei. — Yoongi disse, — Tudo que eu sei é que eles encontraram Gain. Ela foi amarrada a uma bomba, e Jungkook conseguiu convencer o homem-bomba a se render. Mas a bomba explodiu de qualquer maneira e não sei se eles estão bem... tudo o que sei é que dez policiais foram enviados para o hospital.

— Então o que você está esperando? — Jimin praticamente rosnou. — Dirija!

O rosto de Yoongi se contorceu e olhou para frente, puxando o carro de volta para a estrada vazia. Eles dirigiram em silêncio e a perna de Jimin não parava de balançar enquanto ele mastigava o interior de sua bochecha. Por que ele não conseguia se lembrar da última coisa que ele disse para Jungkook... Ele disse a ele o quanto ele se importava?

Durante todo o tempo em que a sobrancelha de Jimin estava cerrada, seus olhos olhavam para todos os cantos, e ele xingava toda vez que havia uma luz vermelha. E parecia haver tantas luzes vermelhas naquela noite. Atravessar a ponte para chegar ao hospital foi excruciante e ainda mais quando eles tiveram que esperar a passagem de uma balsa. Jimin estava pronto para pular do carro e correr para o hospital se fosse preciso.

Cinco horas, haviam se passado cinco horas desde que Hongsik havia se matado, e parecia que a noite mal estava começando. Yoongi estacionou e Jimin correu atrás dele até o elevador, onde os levou para a sala de emergência. Ele ignorou todos os olhares de lado de Yoongi e palavras não ditas e seguiu sua liderança para a ala correta. Jimin foi informado pelas enfermeiras em qual quarto Jungkook estava e ele praticamente correu para lá.

A porta parecia pesada, mas Jimin a empurrou silenciosamente para o caso de Jungkook estar dormindo.

— Jungkook? — Jimin perguntou.

Ele o viu ali, sentado na cama, com uma bata de hospital e pés descalços. Havia bandagens em volta de sua cabeça e algumas em seus braços e o coração de Jimin afundou. Sua respiração estava presa e era difícil articular algo coerente.

— Jimin? — Jungkook inclinou a cabeça.

Todos os medos de Jimin voltaram correndo. E sua necessidade de abraçá-lo, tocá-lo, saber que ele estava bem, o atingiu como um caminhão. Antes que Jimin pudesse ditar seu próximo passo, ele estava correndo em sua direção. Em um segundo ele estava segurando Jungkook, abraçando-o, enterrando-se no corpo maior do outro. Desta vez... Jimin não foi capaz de conter as lágrimas e ele estremeceu.

— Pêssego. — A voz de Jungkook era calmante, seus braços ao redor dele, massageando-o, confortando-o. — Estou bem, realmente estou. Shh...

— Você não atendeu seu telefone. — Jimin acusou e reclamou enquanto tentava conter seus gritos no pescoço de Jungkook… então ele abraçou o mais novo.

— Eu sinto muito. Por favor, Jimin olhe para mim. — Jungkook pediu e depois de um pouco de luta ele fez Jimin se afastar. — O que aconteceu com o seu rosto? — Jungkook perguntou, preocupado, com as mãos no rosto, movendo-o de um lado para o outro, inspecionando.

— Eu caí. — Jimin disse e a memória de Hongsik se matando na frente dele voltou à sua mente e ele se encolheu com a memória.

Os olhos de Jungkook estavam alertas e perscrutadores*.
(*Observar detalhamente)

— Jungkook... — Uma mulher pigarreou em algum lugar da sala, e Jimin olhou.

Seus olhos se arregalaram ao ver a mãe de Jungkook sentada no sofá e uma jovem sentada bem ao lado dela. Sua barriga grande, obviamente grávida, e Jimin se desvencilhou de Jungkook indo para as janelas sentindo-se envergonhado e estúpido. Ele enxugou o rosto tentando se recompor e desejou ficar sozinho com Jungkook. Ele estava irritado e com medo.

— Mãe, Jieun, você nos daria um momento? — Jungkook disse e isso surpreendeu Jimin.

Essas mulheres estavam alí para ele também. Elas se importavam com ele, e tecnicamente elas tinham todo o direito de estar ali. No entanto, ele não pôde deixar de pensar na noite anterior, como Jungkook disse que o queria em sua vida. Colocá-lo em primeiro lugar e Jimin sentiu outra onda de emoção passar por ele. Era quente... e estranho... mas não desconfortável. Se alguma coisa parecia certo.

— Sim. — Jieun disse. — O médico disse que eu preciso andar o máximo possível. Sra. Jeon, você pode me ajudar a encontrar um pouco de chá?

— Sim. — A Sra. Jeon disse e Jimin pôde ouvir sua hesitação e alguns resmungos.

Jimin as viu se mover ou mais como ele viu Jieun cambaleando pela sala com a mãe de Jungkook ao seu lado, mas infelizmente elas saíram.

A presença delas deixou um som persistente para trás. Como se a sala estivesse barulhenta e agora tudo estava mudo e quieto. Jimin enxugou o rosto com a manga e engoliu em seco porque não sabia para onde ir a partir dali. Ele fez um espetáculo de si mesmo na frente das mulheres de Jungkook.

— Venha aqui. — Jungkook disse e Jimin arrastou suas pernas até ele, ser complacente era uma opção muito melhor para ele neste momento de turbulência. — O que aconteceu?

— Ele se matou na minha frente. — Jimin admitiu afundando ao lado dele. — Eu tentei pará-lo, mas ele puxou o gatilho e eu não pude fazer nada para detê-lo.

Jungkook não disse nada, e Jimin ficou feliz por isso. Ele observou Jungkook pegar suas mãos, e viu alguns arranhões nelas.

— O que aconteceu com você? — Jimin perguntou depois de um silêncio: — Yoongi disse que você foi trazido para cá. Eu estava tão preocupado.

— Protocolo. — Jungkook disse. — Gain tinha uma bomba amarrada a ela. Conseguimos tirá-la, mas a bomba explodiu no momento em que estávamos saindo. Perdemos algumas pessoas. Mas estou bem, fui arremessado, só isso.

Jimin olhou para ele, e a ideia de perdê-lo... de tê-lo perdido de verdade abriu um buraco em seu peito. Ele não pôde evitar quando uma nova onda de lágrimas caiu, e ele escondeu o rosto nas mãos. Felizmente, seu namorado não o impediu e, em vez disso, passou os braços ao redor dele. Para mais uma vez confortá-lo.

— Não seja tão descuidado. — Jimin gritou, e seu medo de perdê-lo estava alí para ficar. — Por favor, pare de ser tão descuidado.

— Ei... — Jungkook deu uma risada que fez o peito de Jimin doer mais. — Essa é a minha fala. Pare de me fazer ficar preocupado com você. Eu não posso deixar você fora da minha vista.

Jungkook o agarrou como se ele pesasse nada mais que uma pena e o fez deitar na cama de hospital muito desconfortável. Os sons suaves do bipe os fizeram companhia e Jimin ficou com ele, sua cabeça em seu ombro, com os braços de Jungkook em volta dele.

— Eu estava com tanto medo que você fosse um dos feridos. — Jimin admitiu.

— Desculpe, Pêssego. — Jungkook pressionou o rosto no cabelo de Jimin. — Estou bem.

Jimin se aconchegou perto dele em resposta. Jungkook deve ter tomado medicação porque adormeceu rapidamente, mas Jimin não moveu um músculo. Porque nesta posição ele podia senti-lo, Jungkook estava vivo... ele estava respirando... ele estava bem.

Jimin observou o pequeno ponteiro do relógio na parede se mover para quase uma hora depois e mesmo assim ele não se atreveu a se mexer. O batimento cardíaco de Jungkook era como uma tábua de salvação para sua própria sanidade.

— Ele está dormindo? — Perguntou uma voz suave na porta e Jimin levantou a cabeça com a intrusão.

Jeon Sangmi, a mulher que Yoongi descreveu como dominadora. A mulher que os viu se beijando uma vez. A mãe de Jungkook entrou no quarto. Por lei, ela tinha mais direito de estar ali do que ele.

Jimin lentamente e o mais gentilmente que pôde, levantou-se da cama. Ele pegou o cobertor e aconchegou Jungkook com ele, certificando-se de que ele estava bem coberto antes de se virar para ela com o que esperava ser um sorriso agradável.

— Você deveria ligar para seus pais. — Ela sussurrou. — Eles devem estar preocupados.

— Obrigado, Sra. Jeon. — Jimin disse não querendo corrigi-la. Ele olhou de volta para a forma adormecida de Jungkook e começou a se afastar.

— Você não tem que ir. — Disse ela.

— Eu tenho que verificar meu chefe. — Jimin falou porque ele se sentia estranho em ficar com a mãe de Jungkook sem uma apresentação adequada.

— Você o deixou triste. — Ela acusou antes que Jimin pudesse realmente sair e ele congelou com suas palavras. — Eu não sei o que aconteceu entre vocês dois, mas ele parecia tão feliz. Então, um dia, ele não estava mais. Não precisei perguntar para saber que meu filho estava sofrendo... Eu suspeitei que fosse você, mas agora tenho certeza que era. Você o machucou.

— Me desculpe. — Jimin admitiu e novamente ele não queria corrigi-la.

Quem era ele para corrigir a amada mãe de Jungkook? Quem era ele para manchar qualquer linha de relacionamento entre eles?

— Não o machuque novamente Park Jimin. — Ela ameaçou. — Ou eu vou fazer da sua vida um inferno.

Jimin baixou o olhar.... então aqui estava a mulher que Yoongi tinha falado. A mulher que Taehyung provocou com Jungkook... a mãe de Jungkook. E ela não gostava dele.

— Vá e verifique seu chefe. — Ela o dispensou.

Jimin fez uma reverência e saiu da sala. Ele engoliu todas as suas palavras, toda a sua defesa porque, no final do dia, elas não importariam para ela. Porque para Jeon Sangmi, essas razões não importavam. Sua única preocupações estavam reservadas ao seu único filho. Ao filho que pertencia ao seu amado marido falecido. Ele fechou a porta atrás de si com o coração pesado.

O hospital estava praticamente vazio. Ele viu uma enfermeira na recepção, e foi só isso.

Jimin se arrependeu de ter saído do lado de Jungkook, ele queria ficar com ele. Em seus braços, ao lado de seu batimento cardíaco, uma melodia que ele poderia ouvir por um longo tempo... talvez até para sempre.

Ele se afastou e foi até a recepção e perguntou pelo quarto de Namjoon.

— Ele está dormindo. — Hoseok disse assim que a enfermeira começou a explicar as coisas para ele. — Yoongi está lá com ele.

— E quanto a Gain? — Jimin perguntou.

— Ela recebeu um sedativo e o irmão está com ela. — Hoseok respondeu: — Namjoon o inocentou das acusações. Sua testa está horrível, você colocou um pouco de gelo nela?

Jimin estendeu a mão para o corte e assobiou quando seus dedos o tocaram. Foi Hoseok quem o agarrou e o fez sentar enquanto pedia uma bolsa de gelo para a enfermeira.

Jimin sentou com as mãos no colo sentindo-se inútil e miserável. Este dia inteiro tinha sido miserável e ele desejava estar de volta em seu apartamento com Jungkook. Talvez eles devessem ter tirado o dia de folga.

— Aqui. — Hoseok lhe entregou a bolsa fria.

Jimin pegou e colocou na testa enquanto fechava os olhos. A imagem do morto voltou à sua mente e ele abriu os olhos imediatamente. Ele não queria vê-los.

— Como você está? — Hoseok perguntou e Jimin percebeu que o outro havia se sentado bem ao lado dele.

— Hoseok. — Jimin começou. — Sinto muito que você teve que descobrir do jeito que você fez. Eu me sinto horrível. Eu gostaria de poder levá-lo de volta…

— Eu não me importo mais com isso. — Hoseok admitiu com um suspiro. — Depois de hoje, eu não me importo mais. Quase perdemos três dos nossos hoje.

— Eu não estava em perigo. — Jimin corrigiu recebendo um olhar de desaprovação de Hoseok então Jimin explicou. — Ele nunca apontou uma arma para mim e não havia bombas para explodir também.

— Que nós saibamos. — Hoseok disse. — Ouça Jimin, para ser honesto, eu estava com raiva de você. Irritado que Yoongi lhe disse primeiro. Eu sei que você disse que descobriu por acidente, mas ainda assim doeu. Doeu que ele confiasse em outra pessoa mais do que em mim. Eu estava com raiva que você escondeu isso de mim por tanto tempo, você também não deveria ter feito isso. Mas no final do dia, eu estava em falta. Eu descontei minha raiva em você. Eu também sinto muito.

A ironia não passou despercebida por Jimin que acabou de ter uma conversa parecida com outro amigo, Taemin, pela manhã sobre esse mesmo assunto.

— Você acha que Yoongi vai me perdoar? — Jimin perguntou.

— Dê a ele tempo. — Hoseok disse. — Ele é teimoso.

— Eu sou mais teimoso. — Jimin desafiou. — Ele me chama de dragão.

— Kook também. — Hoseok soltou uma risada com um sorriso brilhante. — E de qualquer forma, vejo que você já está sendo punido... mamãe Jeon não parecia feliz quando foi expulsa da sala com Jieun.

— Sim. — Jimin suspirou pensando em sua ameaça, mas o que ela não sabia era que Jimin não queria machucar Jungkook. — Os pais de Yoongi gostam de você?

— De mim? — Hoseok sorriu largamente. — Eles querem me adotar.

Jimin olhou para seu amigo, ele queria ser adotado também, por mais bobo que isso soasse.

— Ela foi embora? — Jimin perguntou: — Jieun?

— Não. — Hoseok disse. — Ela disse que queria ver Jungkook mais uma vez antes de ir para casa.

— Eu vou ver se ela precisa de algo. — Jimin suspirou ficando de pé.

Ele realmente não queria, mas parte dele queria perguntar a ela sobre Jungkook. Descobrir onde ela estava com ele em sua perspectiva. Ele estava com ciúmes. Isso o irritou mais do que ele pensava inicialmente. Ele sabia que ela estava grávida, mas vê-la tão grávida, com a possibilidade dela estar carregando o bebê de Jungkook... isso o ferveu e o enviou direto para uma mentalidade de pandemônio. A sensação era feia, como um monstro, e Jimin não se reconheceu. Era este dia... todas as suas emoções estavam em guerra e sendo enroladas... esticadas até seus limites. Jieun… o primeiro amor de Jungkook.

— Então isso é uma coisa agora? — Hoseok perguntou: — Um relacionamento entre vocês três?

— É Jungkook e eu. — Jimin corrigiu com um desdém que ele não conseguiu disfarçar.

—;Eu não quero ser essa pessoa, — Hoseok disse timidamente, — mas eu vou retribuir o favor e ser o advogado do diabo. O que vai acontecer depois que o bebê nascer? Vocês dois conversaram sobre isso?

— Nós não tivemos tempo. — Jimin disse irritado empurrando o bloco de gelo para longe de seu rosto.

— Você deveria tentar arranjar tempo. — Hoseok disse suavemente, quase gentilmente. — O bebê está vindo, esteja você pronto ou não.

— Então eu acho que você não concorda com Yoongi. — Jimin disse pensando na conversa que ele teve com o outro promotor em sua casa. — Você acha que o bebê é do Jungkook.

— Meu bebê é do Yugyeom. — Uma bela voz disse pegando Jimin de surpresa.

Ele fechou os olhos, pedindo e implorando por paciência e misericórdia. De que outra forma ele iria foder tudo hoje? Se ele pudesse riscar essa conversa, talvez fizesse uma releitura. Esta não era uma conversa que ele deveria ter com ela, mas com Jungkook. Não só isso, Jungkook deixou óbvio que ele estaria na vida daquele bebê... o que significava a vida dela... o que significava que se ele, Jimin, quisesse um relacionamento com Jungkook, significava que ele teria que ser legal com ela também.

— Jieun... — Hoseok disse tão chocado por ter sido ouvido por ela.

— Jungkook me perdoou. — Jieun olhou para eles, suas pequenas feições inchadas com a gravidez, mas ainda assim ela era uma bela jovem. — Se ele está bem com isso, então talvez você devesse também. Eu agradeceria se você parasse de falar sobre esse assunto. O pai do meu filho é Yugyeom.

— Me desculpe. — Jimin se desculpou antes que Hoseok pudesse dizer qualquer coisa ou permitir outro segundo de mal-entendido que poderia ser ainda mais catastrófico. — Você tem razão. Não temos nada que falar sobre algo assim.

Jieun olhou para ele e o ar entre eles era sufocante.

— Você o machucou. — Ela disse, não era uma acusação, mas também não era legal.

— Você também. — Disse Jimin.

— Jieun, você não sabe do que está falando. — Hoseok interferiu. — Jungkook o machucou primeiro.

— Não é sobre quem machucou quem primeiro. — Jieun virou a cabeça para Hoseok. — Eu o vi sofrendo e o vi chorar. Eu não quero isso para ele.

— Eu entendo o que você sente. — Jimin disse a ela tão gentilmente e com toda a eloquência que ele conseguiu reunir. — Mas isso é algo entre Jungkook e eu.

Ela olhou para ele, quase chocada, e então seu olhar se iluminou, seus ombros relaxaram e seu rosto se suavizou.

— Você me lembra ele. — Ela disse como se estivesse olhando para Jimin pela primeira vez, mas ao mesmo tempo ela também não o estava vendo. — Yugyeom era mal-humorado, meio como você, mas educado.

Jimin não sabia o que fazer com essa informação. Essa era a terceira vez que alguém dizia isso, e ele não sabia como se sentir sobre isso. Ele deveria sentir alguma coisa? Então ele aproveitou essa pequena trégua para falar com ela. Não sobre Jungkook, mas Yugyeom.

— Na verdade, eu estava indo te encontrar. — Jimin disse a ela. — Eu conheci alguns amigos de Yugyeom e eles estavam se perguntando se poderiam te enviar uma cesta de presente.

— Que amigos? — Ela perguntou os olhos inclinando a cabeça.

— Eu dei a eles as informações de Jungkook. — Jimin continuou. — Eles são de um centro de cuidados a idosos.

— Que centro de assistência a idosos? — Hoseok perguntou.

— Eu não posso acreditar que ele estava realmente me dizendo a verdade. — Jieun soltou uma meia risada de descrença.

— O que você quer dizer? — Jimin perguntou.

— Ele costumava dizer que tinha lugares para ir e pessoas para ver. — Jieun sorriu para si mesma quase perdida em sua própria memória, havia uma tristeza e felicidade em seus olhos. — Eu apenas pensei que ele estava tentando nos evitar.

— Por que Yugyeom iria para um centro de assistência a idosos? — Hoseok perguntou.

— Ele estava visitando um residente lá. — Jimin informou e se perguntou o que dizer. — Aparentemente, ele estava procurando por alguém e sua liderança terminou aí. Cathy, uma de suas amigas, disse que Yugyeom costumava visitá-la com bastante frequência e sair com os outros moradores. Eles gostaram muito dele e ficaram arrasados ​​quando eu contei a eles sobre o seu... bem, você sabe.

— Sobre sua morte? — Jieun perguntou insensivelmente.

— Sim. — Jimin confirmou.

Eles ficaram em silêncio, o ar tenso até que, finalmente, Jieun suspirou.

— Vamos resolver isso então. — Ela disse, sinalizando para eles se sentarem. — Eu não quero mais Kookie assim. Já faz um tempo que não, e o que aconteceu entre mim e Yugyeom foi egoísta, mas me senti bem. Eu me apaixonei por ele, e ele estava apaixonado por mim. Mas eu sabia o que o trabalho significava para os dois.

Hoseok a ajudou a sentar, e Jimin a observou lutar para ficar confortável com sua grande barriga inchada. Ele se recostou no desconfortável assento do hospital na área de espera, colocando a bolsa de gelo de lado, sua mão doendo de frio.

— Vou contar uma história que aposto que nenhum de vocês conhece. — Ela disse massageando sua barriga. — Só conheço essa história porque continuei pressionando Yugyeom e praticamente o chantageei. Ele estava muito tenso sobre isso também. Kookie costumava beber muito. Quero dizer no primeiro ano em que ele se juntou ao SPO.

Jimin se lembrou de Jungkook levando-o ao seu bar favorito e de alguma forma essa informação não o surpreendeu.

— Eu não estava lá, mas Yugyeom me contou tudo. Nesta noite em particular, Kookie ficou tão bêbado que acabou contando a Yugyeom alguns segredos que ele havia guardado de nós. O que já é uma façanha, porque costumávamos contar tudo um ao outro. — Jieun estava olhando para eles enquanto ajustava seus pés inchados em uma pequena cruz na frente dela. — Aparentemente, Kookie viu uma criança sendo sequestrada quando era novo. Aconteceu bem na frente do nosso antigo complexo de apartamentos.

Jimin se sentiu desconfortável com essa história. Sua própria memória de frenesi quando ele não conseguia encontrar seu irmãozinho voltou para ele. Ele afastou esses pensamentos e tentou se concentrar no que Jieun estava dizendo.

— Kookie nunca contou a ninguém, até aquele momento. Mas o fato é que Yugyeom viu o mesmo sequestro de sua própria casa. Todos nós costumávamos ser vizinhos, mas Yugyeom e Kookie moravam no mesmo andar enquanto eu morava no térreo com minha família. — Jieun acenou para si mesma, perdida em suas próprias memórias. — Lembro-me de voltar do casamento da minha irmã e havia todos esses policiais e a busca continuou por semanas. Mas nenhum dos dois nunca disse nada.

— Por que eles não contaram a ninguém? — Hoseok perguntou enquanto o coração de Jimin pulou uma batida pensando em seu irmãozinho.

Jimin se sentiu fisicamente mal do estômago... ele podia sentir a bile subindo, e um calafrio percorreu sua espinha. De repente, ele não queria mais ouvir essa história. Pensar que tanto Jungkook quanto Yugyeom viram algo assim quando eram tão jovens, que foram de espectadores de um crime, para testemunhas do sequestro de alguém.

— O pai de Yugyeom costumava bater nele a ponto de ele não conseguir andar ou rir. Houve um tempo em que ele estava sempre com uma muleta ou duas. — Disse Jieun francamente e Jimin podia ver por que ela era amiga de Jungkook, ela era destemida.

— Com medo de chamar a atenção e decepcionar seu pai, — Hoseok disse em voz alta, — isso é muito comum em crianças de lares maltratados. Mas e o Jungkook?

— Kookie? — Ela perguntou e desviou o olhar como se tentasse juntar todas as suas palavras antes de falar. — A mãe de Kookie é uma boa mulher, ela é carinhosa e amorosa, mas pode ser sufocante. Ela o trancava em casa o dia todo. Ela tinha medo de perdê-lo, e ela sempre o impedia de sair de casa sem sua permissão. Então, sempre que ela estava no trabalho, Jungkook fugia de casa. Acho que no final ele estava com medo de dizer qualquer coisa a ela. Mesmo quando ele fez o teste para se tornar um promotor, foi feito sem que ela soubesse.

— Isso é difícil. — Hoseok franziu a testa e havia um óbvio olhar doloroso em seu rosto cheio de empatia. — Então é por isso que eles se tornaram promotores? Para encontrar a pessoa desaparecida.

— Era uma criança. — Ela disse e os olhos de Jimin arderam, não gostando nada disso, mas como uma bola de neve, ele não sabia como impedi-la de cair de uma colina. — Namjoon mostrou a eles o caminho, mas pelo que Yugyeom disse, foi o que os motivou a perseguir como promotores. Para lutar por aqueles que não podem.

— Quando foi isso? — Jimin se ouviu perguntar, embora sua cabeça latejante e seu coração dolorido lhe dissessem para calar a boca. Mas, ao mesmo tempo, ele precisava saber.

— Eu não sei. — Ela disse. — Foi em nosso antigo bairro, no distrito de Gangseo. Nosso complexo de apartamentos costumava ficar em frente a esse playground decadente. Coisinha feia, pequena, mas ajudava a passar o tempo e era nosso único refúgio enquanto crescia. Nosso pequeno paraíso.

Jimin virou o rosto para longe deles. Pense... mexa... ele não conseguia parar de tirar conclusões precipitadas. Não havia nenhuma maneira de ser o mesmo. Naquele mesmo distrito…. Naquele mesmo playground... até hoje... Ele poderia descrever o parque e o bairro até cada pedra. Ele procurou em todos os lugares, até mesmo escapou da casa de sua tia algumas vezes para procurar Jihyun. Antes, ele havia cometido muitos erros, mas agora não cometeria de novo, não ia confiar em narrativas que se encaixassem, mas deixaria que as evidências ditassem suas conclusões.

Porque ele precisava pensar... se mexer.

— Um parque infantil? — Jimin perguntou, pés frios, mãos molhadas e úmidas.

— Sim. — Ela respondeu ainda perdida em sua própria memória.

— O parquinho tinha umas barras de macaco que levava a um poste… Um pedaço de terra inútil que era como uma montanha improvisada? — Jimin perguntou, as palavras fechando em sua garganta.

— Sim. — Ela respondeu, mas havia alguma hesitação na borda de sua voz. — Como??

— Em cima do muro do complexo de apartamentos, — Jimin continuou lembrando de tudo, — havia grafite por toda parte? A palavra em inglês “Nevermind?”

— Sim. — Disse ela.

— O sequestro foi — Jimin continuou já sabendo, sua mente sabia, sua consciência sabia, seu ser sabia. — de um garotinho?

— Sim, mas como você...

— Isso foi há dezessete anos? — Jimin perguntou, sua voz baixa, irreconhecível para si mesmo... Doía. Seu peito desmoronando e seu mundo se tornando mais frio... mais sombrio... mais solitário.

— Jimin? — Hoseok perguntou, mas Jimin não estava prestando atenção nele.

Jimin manteve os olhos nela.

— Acho que sim. — Disse ela. — Mais ou menos, posso perguntar à minha irmã, seu ex-namorado na época trabalhava como palhaço. Eu me lembro porque ele costumava fazer essa figura de balões, você conhece os bichinhos.

— Com licença... — Jimin se levantou, pés vacilantes, joelhos quase dobrando, mas ele se preparou. Sair... ele precisava sair e respirar... ele precisava... ele não sabia o que precisava. E havia uma voz chamando-o, mas Jimin correu. Ele correu rápido e para longe.

A chuva molhava seu rosto, seu corpo, encharcando seu terno, mas Jimin correu. Pense e se mova... mas tudo o que ele podia fazer era correr.
   
   
  
 
CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
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Uou.... Quem diria que essa bomba ia explodir... E agora, como Jimin vai reagir? Ok, quais são seus pensamentos sobre este capítulo??? Tadinho do Jimin. Espero que o final feliz dele seja realmente feliz. Ele merece.

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