33. Password
Jimin havia contatado a segurança do apartamento, a polícia local, e agora estava esperando Jungkook atender. Ele não tirou Youngsaeng da sala de estar, mas levou Mayung para a cozinha. Ele deixou dois guardas com cada homem e deixou outro com Taemin no quarto.
— Jimin! — Jungkook atendeu: — Como foi?
— Estou transferindo Mayung para a delegacia mais próxima. — Foi a primeira coisa que Jimin disse. — Jungkook, ele teve algo a ver com o sequestro de Gain. Na Youngsaeng está aqui também, mas eles não estão falando.
— Você tinha um trabalho Park Jimin. — Jungkook rosnou e Jimin se encolheu fisicamente. — Eles estão seguros?
— Sim, senhor. — Jimin respondeu ao seu superior.
— Você está machucado?
— Não, senhor. — Jimin disse rapidamente. — Foi uma prisão relativamente limpa. Choi Mayung correu, mas consegui alcançá-lo.
— Mas você não está ferido?
— Estou bem. — Respondeu Jimin franzindo a testa. — Capitão, o Sr. Choi está apavorado. Ele está convencido de que seus pais vão matá-lo assim que descobrirem sobre Gain. Eles já foram informados?
— Vou entrar em contato com Yoongi. — Jungkook respondeu, — Estou a caminho. Envie-me uma mensagem com a localização.
— Sim, senhor. — Jimin assentiu, a garganta fechada sentindo como se ele continuasse fazendo besteira naquele dia.
— Me desculpe por ter gritado com você. — Jungkook disse com um suspiro.
— Eu assumo a responsabilidade por isso. — Jimin se curvou para o telefone mesmo que Jungkook não pudesse vê-lo. — Vou mandar uma mensagem de texto com as informações que você precisa.
Houve silêncio do outro lado do telefone, e Jimin podia ouvir a respiração de Jungkook no fone de ouvido. Infelizmente, seu superior desligou e Jimin não poderia estar mais feliz com isso.
— A polícia está aqui. — Disse o gerente da recepção, curvando-se para Jimin... seu comportamento é de um cidadão muito respeitoso.
— Obrigado. — Jimin disse mandando mensagem para Jungkook.
Com certeza, uma van de policiais veio, levando os presos, e Jimin foi até o quarto para procurar seu ex-melhor amigo.
— O que vai acontecer com ele? — Foi a primeira coisa que Taemin perguntou quando o viu.
— Obrigado. — Jimin disse ao segurança, dispensando-o. — Vou cuidar daqui.
Os guardas olharam entre o residente e o distintivo e fizeram uma reverência antes de sair com uma expressão azeda. Por que a classe da servidão cuidava tanto dos ricos?
— Taemin, você vai ter que ser muito honesto comigo agora ou então não poderei te ajudar mais tarde. — Jimin disse honestamente procurando por qualquer sinal de desonestidade.
— Tudo bem. — Taemin suspirou antes de afundar na cama puxando suas longas pernas de dançarino perto de seu peito. — O que você quer saber?
Jimin não disse nada e sentou ao lado dele.
— Onde você conheceu Choi Mayung? — Jimin perguntou primeiro.
— Na companhia de dança. — Taemin respondeu. — Eu comecei ano passado, e o conheci na festa onde fui apresentado como dançarino principal.
— Qual é a natureza do seu relacionamento? — Jimin perguntou.
— Você quer saber quantas vezes nós transamos também? — Taemin lançou-lhe um olhar.
— Não. — Jimin suspirou e tentou novamente. — Vocês dois são oficiais? Quem mais sabe sobre o seu relacionamento?
— Amigos íntimos. — Taemin disse e Jimin se encolheu com essa palavra porque ele não sabia disso. Porque ele havia cortado Taemin de sua vida, e ele se sentia culpado por isso agora.
Taemin estivera em uma posição semelhante, guardou um segredo, um segredo que não era dele para contar. Onde ele poderia ter perdido as duas amizades então fez o que achou ser a melhor opção. Agora, Jimin estava em uma situação semelhante, mas acabou contando a Hoseok um segredo que não era dele para contar. Ele estragou tudo com seus novos amigos e desapontou os antigos.
— Yoon-woo sabe? — Jimin perguntou.
— Você vai mesmo me perguntar isso? — Taemin perguntou e havia um ressentimento histérico em sua voz que cortou o ar. — Ele ficou com raiva de mim também, você sabe. Ele disse que eu deveria ter me esforçado mais para manter você ao meu lado. Como se isso fosse minha culpa. Vocês dois são uns idiotas!
Taemin se levantou e agora estava andando de um lado para o outro, os olhos arregalados de raiva e lágrimas quentes. Jimin o observou limpá-los com raiva e não pôde deixar de sentir que merecia toda a raiva de Taemin.
— Mayung foi a melhor coisa que me aconteceu. — Taemin explodiu, — Ele me aceitou e me amou. Quando eu estava me sentindo para baixo, era Mayung que estava lá para mim, porque meus chamados melhores amigos me deixaram. Eu precisava de você Jimin, e você me deixou. Você fugiu de mim e de Yoon-woo.
Jimin olhou para as mãos e mordeu o lábio. Taemin estava certo, ele não o deixou explicar seu lado. Ele estava tão magoado e chafurdado em sua própria dor e autopiedade que não levou em consideração os sentimentos de Taemin. Ele nem fez isso por Yoon-woo... e ele quase perdeu Jungkook por isso também.
— Me desculpe. — Jimin admitiu. — Me desculpe, eu fui um amigo de merda.
Taemin não o corrigiu, mas se sentou ao lado dele novamente.
— O que vai acontecer com ele? — Perguntou Taemin.
— Isso depende de quanto ele coopera. — Jimin disse olhando para seu amigo. — O que você sabe da família dele? De sua irmã?
— Que ela é muito querida. — Taemin disse. — Mas Mayung sempre teve ciúmes dela.
— Por que?
— Ela era a filhinha da mãe e do pai dela. — Taemin suspirou. — Eles não aceitaram Mayung por ser gay. Seu pai o expulsou, deu-lhe uma grande soma de dinheiro, mas eles não o queriam por perto. Gain quis, ela veio visitar e ligava com frequência, mas Mayung sempre a recusava.
— E a avó? — Jimin perguntou pensando em Danwo, a velhinha que ele segurou as mãos enquanto ela dava seu último suspiro.
— Ela amava Mayung. — Taemin disse. — Eu a conheci uma vez, uma senhora muito legal. Mayung não teve permissão para ir ao funeral dela, você sabe. Eu o levei para o túmulo um dia depois que ela foi enterrada para que ele pudesse prestar seus respeitos.
— Então ela estava bem com ele sendo gay?
— Não. — Taemin balançou a cabeça. — Mas ela também não queria que ele fosse embora. Ela se ressentiu do pai de Mayung por expulsá-lo e de sua mãe por permitir que isso acontecesse.
Jimin se lembrou da casa de Danwo, fotos de sua filha e dois netos, mas nenhuma de Hyukhe. Isso fazia sentido agora. Jimin suspirou e olhou ao redor do quarto, e com certeza, ele podia ver traços de Taemin em todos os lugares. Havia uns óculos de sol ridículos que ele sabia que com certeza pertenciam a Taemin. Um cobertor fofo que não combinava com nada no quarto bem projetado, mas ele sabia que Taemin gostava desse tipo de coisa. Seus olhos se arregalaram um pouco quando ele viu uma caixinha de música que ele havia dado a Taemin em seu aniversário anos atrás. Ele sabia que a caixa não fazia mais barulho, e Taemin a usaria para guardar suas joias baratas, mas aqui estava... em cima da lareira principal bem ao lado das sapatilhas de balé de Taemin.
— Jimin, por favor, me diga o que está acontecendo? — Taemin perguntou pegando sua mão, — Gain foi mesmo sequestrada?
— Sim. — Jimin respondeu solenemente. — Você acha que pode ir comigo para a delegacia? Mayung está com medo agora, e se ele tiver algo a ver com o desaparecimento dela e se algo acontecer com ela, ele estará em apuros. Você entende o que eu estou dizendo?
— Sim. — Taemin assentiu quase freneticamente segurando sua mão com mais força enquanto procurava algo para ancorá-lo. — Me diga o que fazer.
— Vamos, — Jimin disse puxando Taemin para seus pés e não soltando sua mão. — Vamos perguntar a ele e salvar sua irmã.
A dupla deixou o apartamento, desceu o elevador e entrou na garagem ainda de mãos dadas. Antigamente, quando em Busan, Taemin e ele gravitavam um para o outro sempre que estavam ansiosos. Subconscientemente, eles davam as mãos, como duas crianças perdidas. Jimin sentiu falta disso.
Ao contrário daqueles dias em que eles esperavam os ônibus para levá-los aos lugares, agora Taemin dirigia um carro cinza caro e Jimin entrou no lado do passageiro e em pouco tempo Taemin os levou para o trânsito. A viagem não foi tão longa, mas de alguma forma pareceu longa, mas Taemin era bom em seguir as instruções de Jimin.
Ele podia ver o quão nervoso Taemin parecia, como seus olhos se arregalaram e como as linhas em seu lindo rosto endureceram. A preocupação por quem ele amava e Jimin pensou em Jungkook. Ele se colocou no lugar de Taemin e reprimiu um estremecimento com o mero pensamento. Por isso, ele não podia culpar o dançarino, mas ele precisava que Taemin se acalmasse antes que eles entrassem na cova dos lobos.
Assim que Taemin estacionou, Jimin pegou sua mochila e deu a volta no carro. Ele deixou sua bolsa no chão e abriu a porta do motorista e puxou o outro homem para fora.
— Respire. — Jimin instruiu. — Mayung precisa de você. Lembre-se, eu estarei lá também.
— Você ficará? — Taemin perguntou, mãos trêmulas... desesperados e preocupados com o que poderia acontecer com a perda de seu amante... sua rede de segurança.
Jimin olhou para ele, o garoto que tinha dado uma chance a ele e lhe deu um emprego em seu estúdio. O garoto que o ensinou a dançar e a ter confiança em si mesmo. O garoto que estava sempre lá para ele, e a única vez que ele não estava... Jimin o descartou. Jimin não se importava onde eles estavam ou porque, porque Taemin tinha sido seu amigo e nunca deixou de ser. Taemin havia tomado uma decisão, pensando que estava do lado certo, e havia se queimado por causa disso. Agora, seu amigo precisava de apoio e conforto. Jimin o envolveu em um grande e apertado abraço de urso. Não o soltando, e para sua surpresa, Taemin o abraçou de volta com tanta ferocidade.
— Está tudo bem. — Jimin sussurrou. — Eu não vou a lugar nenhum. Não mais.
— Eu senti sua falta. — Taemin fungou na curva de seu pescoço. — Eu sinto muito.
— Eu também. — Jimin falou a ele e quis dizer isso. — Nós vamos nos encontrar depois. Vamos compensar o tempo perdido. Eu prometo.
— Eu prometo também. — Taemin assentiu e Jimin pôde sentir o ar mudar.
Taemin, o garoto que o ensinou a ser forte estava de volta. Não o performer, mas o poderoso gigante por trás do artista.
— Ok. — Jimin assentiu também e soltou.
Taemin sorriu para ele e Jimin retribuiu. Ele se afastou e pegou sua bolsa do chão. Quando os dois começaram a caminhar em direção à entrada Jimin viu Jungkook parado na porta, mãos descansando nos quadris, rosto estóico... ilegível, e o estômago de Jimin deu um nó.
— Quem é aquele? — Taemin perguntou ao lado dele.
— Meu capitão. — Jimin respondeu limpando a garganta. — Vamos lá.
Ele insistiu e relutantemente caminhou em direção a Jungkook. Que estreitou os olhos, lançando-os entre eles, enquanto sua língua pressionava firmemente contra sua bochecha.
— Capitão. — Jimin cumprimentou, — Este é Lee Taemin, namorado de Choi Mayung.
Jungkook levantou uma sobrancelha para ele, mas deu a Taemin um aceno sólido antes de voltar para dentro.
— Ele é falador. — Taemin fez uma careta.
Jimin deu-lhe um sorriso tenso e seguiu Jungkook com Taemin em seus calcanhares. Na delegacia, estava Namjoon esperando por eles junto com o chefe da delegacia. Eles pegaram a declaração de Taemin novamente, e Jimin ficou de olho em como as pessoas o tratavam. Eles lhe trouxeram chá e foram educados com ele, e ninguém nunca levantou a voz contra ele.
— Você sabia? — Jungkook perguntou ao lado dele.
— Sabe o que? — Jimin perguntou.
— Que eles estavam namorando?
— Não. — Jimin respondeu. — Só descobri hoje.
Jungkook não disse nada e fez sinal para Jimin segui-lo até a sala do monitor. Namjoon estava parado ali, braços cruzados sobre o peito, olhos fixos nas duas pessoas nas telas.
Youngsaeng estava andando pela sala enquanto as mãos de Mayung estavam em seu rosto.
— O Sr. Na Youngsaeng pediu seu advogado. — Namjoon disse quando os viu. — O que o namorado de Choi diz?
— Ele não sabe nada sobre o que aconteceu. — Jimin defendeu. — Ele estava a caminho do trabalho quando o vi, fiquei chocado com a coisa toda.
Eles ficaram lá por mais dez minutos quando os policiais chegaram dizendo que o advogado de Na estava pronto.
— Jimin você fica aqui. — Namjoon instruiu. — Jungkook, você fica com Choi e eu com Na.
— Certo. — Jungkook assentiu e Jimin sentou no banco com seu bloco de notas olhando para os monitores. Namjoon saiu primeiro e Jimin pulou um pouco quando uma mão apertou seu ombro. — Conversamos depois.
Jimin pegou sua mão e se inclinou para beijá-la. Jungkook deu-lhe outro aperto e saiu da sala e Jimin desviou os olhos da porta e voltou sua atenção para os monitores. Ele ligou o volume quando viu Jungkook entrar na sala de interrogatório.
— Sr. Choi Mayung. — Jungkook começou a se acomodar no lado oposto da mesa ao namorado de Taemin. — Eu sou o Capitão Jeon Jungkook e estou encarregado do caso de sua irmã. Antes de começarmos, gostaria de lembrá-lo de que você tem direito a ter um advogado presente.
— Não. — Disse Mayung levantando a cabeça de suas mãos com uma expressão cansada no rosto. — Por favor, apenas encontre minha irmã.
Jungkook não disse nada e em vez disso se recostou em seu assento, o arquivo da polícia e o bloco de notas descansando confortavelmente em cima da mesa o observando e os minutos se arrastando.
— Você disse ao meu colega que tem medo de seus pais. — Jungkook perguntou batendo sua caneta no bloco de notas preguiçosamente. — Por que isso?
— Porque é minha culpa que ela esteja desaparecida. — Mayung admitiu, a voz cansada e quebrada. — Pedi a Youngsaeng para sequestrá-la.
— Por que? — Jungkook perguntou.
— Porque eu queria fazer meus pais sofrerem. — Mayung soltou um choro miserável. — Eu queria dar a eles uma lição.
O estômago de Jimin caiu e sua boca ficou seca enquanto ele olhava para o irmão mais velho de Gain confessado.
— Quando foi isso? — Jungkook perguntou.
— No dia em que meu pai foi sentenciado. — Continuou Mayung, — Eu estava bêbado e só queria que ele sofresse mais. Youngsaeng estava comigo e eu disse a ele que às vezes eu só queria que Gain fosse embora.
— Qual foi a reação de Youngsaeng quando você disse isso? — Jungkook perguntou.
— Ele riu. — Disse Mayung. — Ele disse que poderia fazer isso acontecer.
— E você acreditou nele?
— Não, claro que não! — Mayung disse rapidamente: — Youngsaeng é só conversa. Ele costuma dizer mais do que pode mastigar.
Jimin poderia testemunhar isso. Ele soltou um suspiro agudo e não pôde deixar de julgar Mayung em um nível pessoal. Ele era o irmão mais velho de Gain, ele deveria protegê-la... não fazê-la desaparecer ou desejar-lhe mal.
— Então vocês dois planejaram isso? — Jungkook perguntou.
— Não, eu só disse que gostaria que ela tivesse ido embora para que mamãe e papai pudessem sentir alguma coisa. Para machucá-los. Ela é a favorita deles, você vê. — Mayung disse desesperadamente. — Eu nunca pensei que Youngsaeng faria alguma coisa.
— Quando você soube que ela estava desaparecida? — Jungkook perguntou e Jimin reprimiu um calafrio ao ver quão calmo Jungkook parecia e realizava este interrogatório. — Meu colega me disse que pegou você e o Sr. Na discutindo sobre isso. — Jungkook mudou-se para a pasta e levou seu tempo procurando uma declaração específica, e eu cito: "O que você quer dizer com você perdeu minha irmã?" Isso está correto?
— Sim! — Mayung praticamente gritou: — Como isso está ajudando você a encontrá-la?
— Você tem alguma ideia de como Na a sequestrou? — Jungkook perguntou em vez disso. — Alguma ideia de onde ele pode estar mantendo ela?
— Não. — Mayung disse puxando seu cabelo e Jungkook escreveu algo em seu caderno.
— Existe alguma coisa que você queira confessar? — Jungkook perguntou.
— Apenas encontre-a. — Ele soluçou. — Por favor, apenas encontre-a.
Jungkook não disse mais nada e pegou seu arquivo e bloco de notas saindo da sala. Jimin observou enquanto Mayung enterrava as mãos no rosto novamente como se a linha de questionamento não tivesse acontecido. Jimin desligou o som e foi para o outro monitor onde Na Youngsaeng, seu advogado e Namjoon estavam sentados.
— Não foi minha culpa. — Youngsaeng disse naquela voz patética novamente. — Era para ser uma brincadeira.
— Então, onde estão esses homens? — Namjoon perguntou. — Os que você contratou?
— Foi por meio de um aplicativo. — Disse Youngsaeng após um aceno de cabeça de seu advogado. — Eu não sei como eles se parecem.
— Que aplicativo é esse? — Namjoon perguntou.
— Chama-se KidnapUs. — Youngsaeng informou olhando entre os dois advogados como se eles não estivessem entendendo a piada. — Ela provavelmente está bem. Como eu estava tentando dizer àquele covarde Mayung esta manhã... você sabe, antes que aquela coisa bonita chegasse e tirasse as coisas de proporção.
— Então me diga em vez disso. Essa coisa bonita é nova em tudo isso, você sabe. — Namjoon sugeriu, sua voz mais amigável se inclinando para frente com um sorriso conhecedor, como se ele realmente entendesse e Jimin estremeceu desta vez.
— Ah, isso é novo. — Youngsaeng lambeu os lábios e começou a acenar com a cabeça como se aprovasse Namjoon. — Está no meu telefone. — Youngsaeng se inclinou para frente, como se tudo isso fosse óbvio, mas precisasse de elogios por sua engenhosidade. — Ele me disse onde eles têm Gain. Acabei de esquecer a senha do meu telefone, tive que comprar um novo, você sabia que eu a enviei da América. A última versão. Isso, tudo isso é apenas uma brincadeira... você sabe como tirar ela de seu cavalo alto e fazê-la viver um pouco.
— Pare de falar! — O advogado de Youngsaeng avisou, mas Namjoon já estava de pé, qualquer alegria foi roubada de seu rosto e saiu da sala.
— Se eu colocar minhas mãos nele. — Jungkook disse e Jimin olhou para ele.
— Você já quebrou o nariz dele uma vez. — Jimin disse a ele e desligou o áudio.
Jungkook não respondeu e saiu da sala do monitor e Jimin foi atrás dele. Um policial ocupou a sala quando eles saíram e ele correu atrás do homem mais alto com seus passos largos.
— Onde está o telefone do Sr. Na? — Namjoon estava perguntando ao policial encarregado das provas.
O oficial os levou para os fundos, onde eles tinham todos os pertences de Na em uma caixa quando o processaram.
— É protegido por senha. — Jungkook disse quando tirou o telefone do saco plástico de provas.
— Quais são as chances de ele nos dizer sua senha? — Namjoon perguntou retoricamente.
Jimin observou seus superiores conversando sobre o número que poderia ser e, ao mesmo tempo, sabendo que levaria muito tempo para a perícia decifrar o tempo muito limitado que eles tinham para encontrá-la.
— Ele é egoísta. — Jungkook raciocinou. — Seu aniversário?
Eles tentaram. Falhou, e eles tinham só duas tentativas antes do aparelho bloquear. Os três se entreolharam e Jimin se afastou deles... as palavras 'vadia' e 'coisa bonita' continuavam surgindo em sua mente. Na Youngsaeng era mais do que egoísta, ele estava cheio de si. Continuando querendo que Jimin o servisse sexualmente, ele usou a depravação para reduzir seu valor como humano, assim como Park Myung fez, chamando-o de 'vadia'.
— Tente, — Jimin virou-se para os homens mais altos, — 4221.
A dupla franziu a testa, mas Jungkook olhou para o telefone e tentou.
— Não funcionou. — Disse ele.
— Então mude os números para 2142*. — Jimin disse e o tempo todo esperando que ele não estivesse errado.
— Consegui. — Os olhos de Jungkook se arregalaram enquanto Namjoon estreitava seus olhos inclinando um pouco a cabeça, estudando-o. — Eu vejo o aplicativo.
— Ele também precisa de uma senha? — Namjoon perguntou.
— Está ligado ao e-mail dele. — Jungkook disse com um sorriso. — peguei! Ela está no sul do distrito de Guro!
— Vá buscá-la! — Namjoon ordenou e Jungkook saiu correndo de lá.
Uma onda de alívio tomou conta de Jimin, e ele reajustou seu terno antes de se virar para seu chefe.
— Você fez bem. — Namjoon disse primeiro.
— Obrigado, senhor. — Jimin disse, mas tudo o que ele conseguia pensar era que esperava que Jungkook encontrasse Gain a tempo.
— Posso perguntar como você sabia os números certos? — Namjoon perguntou.
As bochechas de Jimin queimaram e seus olhos se arregalaram não querendo dizer a ele, mas Namjoon estava olhando para ele com um olhar sem graça.
— Ele me chamou de vagabunda. — Jimin se obrigou a dizer. — No Diamond.
— Eu me lembro. — Namjoon disse e Jimin pôde ouvir que a desconfiança estava deixando sua voz e agora estava sendo substituída por curiosidade.
— Eu também ouvi como ele me chamou na sala de interrogatório. — Jimin continuou e olhou para o homem alto de óculos que pigarreou mudando um pouco o olhar.
— Eu não quis dizer nada lá... — Namjoon começou a dizer, mas Jimin balançou a cabeça porque ele realmente não queria ouvir.
— Jungkook o chamou de egoísta. — Jimin continuou. — E apenas as coisas que ele queria que eu fizesse e quão cheio de si ele era. Esses números pareciam os mais apropriados.
— Eu não entendo. — Namjoon franziu a testa.
— Você sabe o significado de 69? — Jimin puxou as mangas sentindo-se estranho. — Bem, esses números têm um significado próprio.
— Oh... — Namjoon disse coçando a nuca parecendo um pouco envergonhado. — Tudo bem então.
— Sim...
— Sim.
Os dois ficaram parados por um segundo antes de irem embora com Namjoon indo primeiro. Jimin saiu da sala de provas e foi encontrar Taemin que estava sentado no saguão com seus ridículos óculos vermelhos novamente.
— O que aconteceu? — Ele perguntou tirando-os assim que seus olhos se cruzaram. — Havia um grande grupo de pessoas que acabou de sair.
— Nós podemos tê-la encontrado. — Jimin explicou e ele viu Taemin afundar ainda mais em seu assento parecendo aliviado e então ele se animou novamente.
— Isso significa que Mayung será dispensado?
— Isso vai acontecer depois que soubermos sobre Gain. — Jimin disse com sinceridade e sentou-se ao lado dele. — Ouça, eu tenho que ir, você vai ficar bem aqui?
— Por que você tem que ir?
— Tenho outro caso em que estou trabalhando. — Jimin disse pegando sua mão. — Podemos trocar números?
— Sim. — Taemin apertou sua mão e os dois pegaram seus telefones e fizeram exatamente isso.
— Me ligue se precisar de mim. — Jimin disse. — Eu falo sério.
— Você também. — Taemin disse e o puxou para um de seus lendários abraços.
— Tudo bem. — Jimin disse finalmente se levantando. Ele voltou para a sala do monitor e pegou sua mochila. Ele colocou o endereço em seu telefone para o endereço de Shin Hongsik e esperou pelo táxi que havia chamado. Estava chovendo e frio lá fora, então Jimin fez questão de fechar o zíper de sua jaqueta.
De manhã, Jungkook zombou dele, dizendo que ele parecia um estudante universitário com aquela capa de chuva. Jimin havia retaliado fazendo-lhe o maior beicinho que ele podia fazer, e isso parecia ter feito Jungkook parar de trabalhar. Foi fofo, e memórias assim, Jimin queria se agarrar a mais. Ele não queria pensar nos possíveis perigos para os quais Jungkook estava correndo e não queria pensar que algo terrível havia acontecido com Gain. Se ela estivesse ferida, Mayung ficaria em perigo e, por sua vez, seu amigo sofreria por causa disso. Muito doloroso.
A viagem de Jimin até a casa de Hongsik foi longa, ele teve que atravessar o rio Han e estava indo em direção à cidade de Goyang, nos arredores de Seul. O táxi agora estava preso atrás de uma passagem de nível, enquanto o trem de carga cruzava com uma longa cauda em seu próprio ritmo.
— Vai demorar um pouco. — O taxista disse a ele enquanto os limpadores de para-brisa trabalhavam muito com a chuva torrencial.
— Tudo bem. — Jimin assegurou e olhou para o arquivo que ele havia reunido sobre Hongsik.
Ele havia trabalhado como diretor do escritório do comissário por dez anos antes de se demitir. Pelo que Jimin apurou, Hongsik trabalhou com o Sr. Soo, que assumiu o cargo após sua partida. O homem era solteiro e tinha pago seus impostos. Começou a trabalhar como condutor de trem depois disso.
— Você se importa se eu colocar uma música? — Perguntou o motorista.
— Eu não me importo. —Jimin disse, — Só não muito alto.
— Obrigado. — Disse o motorista e estendeu a mão para mexer em seu rádio.
Jimin deu-lhe um sorriso tenso e olhou para seus arquivos novamente. O motorista colocou pansori, mas Jimin não se importou. Finalmente, depois de dez minutos, o trem passou e o maquinista continuou.
A música fez Jimin pensar em seu pai, naqueles bons dias em que ele agia como um pai. Quando ele perguntava sobre seu dia e comprava sorvete para ele. Pansori, enquanto nenhum jovem ouviu, Jimin gostou. Pensando em seu pai, Jimin guardou os arquivos e observou a paisagem passar por ele.
Era quase rural, com ruas esburacadas e casas de aparência pobre. Não era nada como Seul, mas à medida que avançavam, estava ficando difícil ver as nuvens escurecendo o céu.
— Está chovendo muito. — Jimin comentou.
— É aquela época do ano. — Disse o motorista. — Este é meu último turno, mas posso esperar por você se é isso que você quer.
— Vai ficar tudo bem. — Jimin disse, — Acho que passamos pela estação de trem. Eu deveria ser capaz de me levar de volta para Seul.
— Sim. — Ele disse. — Eles funcionam até as dez.
— Obrigado. — Jimin agradeceu.
— Aqui estamos. — Disse o motorista e Jimin o pagou com seu cartão de crédito sabendo que ele teria que fazer toda a papelada para ser reembolsado antes que seu pagamento chegasse.
— Tenha uma boa noite. — Jimin segurou seu capuz e mochila antes de fechar a porta. Ele se apressou pelo caminho descendo as escadas, enquanto a chuva obscurecia sua visão.
Chovia tanto que Jimin amaldiçoou por não ter trazido seu novo guarda-chuva, e estava tão escuro por causa das nuvens, e era pouco depois das cinco da tarde. Ele tentou o seu melhor para saltar sobre as poças e estremeceu com o frio. No final do caminho havia uma casa sem cerca. Estava disforme, tinha um aspecto antigo e tradicional, mas lentamente foi sendo remodelado ao longo dos anos, um monumento do tempo.
Jimin correu e bateu na porta. Nada aconteceu. Ele franziu a testa e esfregou as duas mãos para um pouco de calor falso. A chuva caindo ainda mais forte e não importava se ele estava debaixo do pequeno teto, não o protegia de molhar os sapatos. Ele bateu novamente. Houve algum barulho atrás da porta, mas Jimin não conseguia ouvir claramente por causa da chuva.
— Pare de bater tanto! — Um velho empurrou a porta parecendo irritado. Os olhos do velho se arregalaram quando a luz atingiu o rosto de Jimin, e ele se afastou tentando fechar a porta.
Jimin ficou parado por meio segundo, quase tarde demais para reagir, mas empurrou a porta. Os dois lutaram por um momento, antes de Jimin vencer, abrindo a porta completamente.
— SPO! — Jimin gritou esperando que o homem se acalmasse, mas o ancião começou a correr para os fundos. — Pare!
Mas quando Jimin começou a correr atrás dele, ele tropeçou em uma pilha de jornais e bateu a cabeça na mesa antes de se proteger da queda com as mãos. Ele gemeu e sacudiu a tontura para longe, ele se levantou e tropeçou com a visão embaçada. Ele podia sentir o sangue descendo para seu olho e esfregou-o. Ele fez suas pernas se moverem na direção que ele tinha visto o velho correr.
— Pare! — Jimin gritou abrindo a porta dos fundos e pulando da varanda.
Nos fundos da casa havia uma estufa bem cuidada e um pequeno poço de tijolos onde o homem mais velho estava parado. O coração de Jimin arranhou sua garganta quando a pequena visibilidade da luz lhe deu o suficiente para ver a gravidade do que estava acontecendo.
— Abaixe a arma. — Jimin levantou as mãos avançando em direção ao velho.
— Desculpe, meu menino. — O homem gritou e a chuva quase afogou suas palavras, mas os olhos de Jimin estavam olhando para o dedo indicador no gatilho... e como o focinho estava firmemente pressionado na têmpora direita do velho.
— Por favor, apenas abaixe a arma. — Jimin implorou e se aproximou.
— Me perdoe! — O homem chorou com ranho escorrendo pelo nariz.
Bang!
Jimin gritou. Mãos nos ouvidos e virando a cabeça para o lado enquanto um respingo de sangue manchava sua jaqueta azul.
CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
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Tudo bem... todos apertem os cintos... porque teremos que fazer isso nos próximos capítulos...
Quem o homem pensou que Jimin era? E porque ficou tão assustado que pediu desculpas e se matou?
Nota da autora.
Se você quer saber... Eu tive que pesquisar esses números para que eles pudessem se encaixar na personalidade pervertida e louca de Na Youngsaeng.
21- Estilo cachorrinho
42- Boquete
Por que Jimin os conhece? Bem, devo lembrá-lo que ele usava o sexo como um mecanismo de enfrentamento. Então....
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