Epílogo

Quatro anos depois…

Meus olhos não conseguem se desviar da mulher mais bela da minha vida. Nós já estávamos na Holanda há duas semanas. Nossa vida em Madrid está maravilhosa, mas depois que a Laura sofreu seis abortos espontâneo, eu decidi que estávamos precisando de algumas férias, para que a autoestima da Laura subisse novamente e ela ficasse mais tranquila. Nós dois estávamos sofrendo com a morte de seis filhos, mas eu preferi sofrer no silêncio, para ajudar minha esposa a passar por esse momento difícil.Amanda mesmo vivendo a alguns quilômetros de distância, está servindo como psicóloga de nós dois.

Bebo um pouco da minha água com gás, imaginando ser uma gin tônica. Com a decisão da Laura de não beber, eu parei de beber. Mesmo ela dizendo que não se importa, prefiro desse jeito.

Minha esposa mistura as diversas tulipas do campo. Ela veio correndo em minha direção com os braços abertos e eu me levantei, a recebendo nos meus braços. Ela está cheirando a tulipa. Seus cabelos castanhos estão na altura da sua cintura.

‐ Como você está pimentinha?

‐ Ansiosa, como das outras seis vezes – disse cabisbaixa.

‐ Dessa vez vamos seguir as ordens do médico. A corretora disse que já tem algumas pessoas querendo alugar a mansão – dei um beijo no topo da sua cabeça.

‐ Obrigado por ainda estar ao meu lado – segurei seu queixo, fazendo ela olhar para mim.

‐ Eu sempre estarei ao seu lado – juntei nossos lábios em um beijo suave.

— Como você está? – eu abri a boca para falar que estou bem, mas ela me silenciou encostando o indicador nos meus lábios e eu dei um beijo – Já estamos casados a quatro anos, eu te conheço quando está mau.

‐ Eu esqueci que você é a minha psicóloga que precisa de psicóloga.

‐ Como está?

Laura sentou na toalha esticada sobre a grama. O grande campo de tulipas nos cercam com todas as suas maravilhas. A leve brisa leva os seus cheiros para longe do campo. Me sentei ao seu lado e minha esposa descansou sua cabeça nas minhas coxas.

‐ Estou confiante, mas apreensivo. Estamos seguindo tudo que o médico disse, agora é esperar e rezar.

Acariciei os seus cabelos longos. Laura fechou os olhos e seu lindo sorriso se alargou em seus lábios tingidos de vermelho. O decote do seu vestido vai para baixo dos seios que ficaram maiores a cada gravidez.

‐ Temos que ir, o voo sai em cinco horas.

Ela se levanta rápido e fica encarando as tulipas por um tempo, como se sua mente fosse uma câmera fotográfica. Ela se virou para mim, com um sorriso sapeca. Laura se levantou, pegando a sua taça. Me levantei e peguei a minha raça e a toalha de piquenique. Seguimos pela trilha em meio às delicadas, os dedos de Laura pairam por cima das diversas pétalas coloridas.

Quando chegamos ao hotel, Laura me entregou uma das minhas jaquetas e fui para dentro do closet. Fechei as duas malas e coloquei perto da porta e entrei no closet, tendo a melhor visão da minha esposa. As rendas brancas escondendo os seios fartos e sua bocetinha maravilhosa. Ela escorregou um vestido carmim pelo seu corpo, que abraçou cada uma das suas curvas. Suas costas estão expostas pelo decote em U.

‐ A mais bela das flores e a mais picante das pimentas – Dei um beijo no seu pescoço e ela tombou a cabeça para o lado, me dando mais liberdade – A mais cheirosa das essências e a mais doce das sobremesas.

Meu dever em tempo integral, é mostrar para a Laura o quão linda ela é e mostrar o tanto que a amo. Algumas vezes eu a via se culpando por não conseguir me dar um filho, isso sempre fazia uma parte de mim se quebrar e levantar a sua autoestima, ajudava curar ela e a mim.

Às vezes eu queria que as coisas fossem mais simples, mas aí eu penso melhor e as nossas vidas seriam sem graça se tudo fosse simples. Nos últimos dois anos nossas vidas se tornaram caóticas, isso fez com que conhecêssemos um ao outro melhor e ver o nosso amor crescer a cada dia.

‐ Podemos nos mudarmos para Holanda? – Laura desceu do táxi, inspirando o maravilhoso cheiro das flores.

‐ Não – dei um beijo na sua bochecha rosa por causa do calor e peguei nossas malas – Mas podemos vir visitar em toda primavera.

‐ Pensando bem, é melhor assim. Eu não ia gostar da vista depois que as flores morressem.

‐ O jardim da nossa sala é mais bonito – dei um beijo suave em sua temporada e fomos para a área de desembarque.

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Quando pousamos em São Paulo, Laura parecia ansiosa. Chamei um uber e fui massageando seus ombros até o hotel. Com a antiga casa de Laura alugada, ficamos em um hotel até a consulta e depois vamos para Minas Gerais, curtir nossa uma semana de férias.

‐ Ei? – nosso olhar se encontrou no espelho do elevador – Se não quisermos fazer isso, podemos só ir para Minas Gerais e curtir nossa semana de folga.

‐ Eu quero fazer isso.

‐ Então vamos manter a calma, para seu corpo não ficar tenso.

Ela começou a recitar números em francês e seus músculos ficaram mais relaxados. A consulta era daqui uma hora e meia, nosso voo para Belo Horizonte é amanhã cedo.

‐ Estou a fim de comer croissant recheado com frango e catupiry.

— Mas croissant se come recheado com chocolate ou puro – ela me olhou com os olhos semicerrados.

‐ Aqui é Brasil, sempre damos o nosso famoso jeitinho brasileiro.

Ela empurrou as malas para dentro do quarto e fechou a porta. Entrelacei nossos dedos e voltamos pelo mesmo caminho que entramos. Laura continuava ansiosa, mas seu sorriso crescia a cada tipo de recheio que os croissant tinham.

A lanchonete fica em frente ao hotel e a poucos metros fica a clínica. Minha esposa pegou dois croissants, um recheado com frango e catupiry, e outro de presunto e mussarela. Eu optei por comer o tradicional e um suco de laranja que disseram ser natural, mas o gosto industrializado não deixa enganar.

‐ Você está olhando para o suco como se fosse um bicho de sete cabeças – ela bebeu um gole grande do seu café com creme.

‐ Me acostumei com sucos naturais de verdade – bebi um pequeno gole do suco, sentindo o gosto do corante alimentício.

‐ Como a da o restaurante? 

Laura sempre esteve interessada no meu trabalho, com sou interessado no trabalho dela, mas nos últimos três meses, ela viajava a negócios ou chegava cansada em casa. Nossas conversas reduzidas a pequenas frases como, O dia foi ótimo ou Tudo normal.

‐ Está indo bem, ainda estou tentando aprender mais sobre a culinária espanhola e confiar em alguém suficiente para liberar o Logan para ele voltar para os Estados Unidos – mordi um pedaço do croissant e senti o gosto de comida congelada – Como está no consultório?

‐ As crianças realmente gostam de balas de goma – ela olhou para os seus croissant – Alguns pais não entendem que não posso falar o que me disseram lá dentro.

‐ Algum responsável em específico? – tomei mais um gole da minha água com corante amarelo e aromatizante.

‐ Tem uma paciente de dezesseis anos, que está grávida e os pais dela não saem do meu pé para eu falar quem é o pai do bebê – um sorriso sacana apareceu em seus lábios.

‐ Deve ser modo protetor dos pais – dei a última mordida no meu croissant.

Laura terminou de comer e fomos caminhando até a clínica, a médica atendeu minha esposa assim que entramos no consultório. Dessa vez, Laura não quis que eu entrasse com ela.

Meus pés batiam freneticamente no piso de mármore, enquanto o tic tac do relógio aumentava a minha ansiedade. Bebo um gole de água e vou para perto da janela, olhando o grande jardim de cimento. Os grandes prédios cobrem as pequenas praças. O sol está no seu ápice, clareando os enormes prédios.

Fico olhando a movimentação nas ruas, que não percebo o tempo passar. Me virei para trás, quando a porta do consultório da médica se abriu. O sorriso de Laura é contagiante, que não consigo não sorrir, mesmo em meio a uma incerteza que é a gravidez dela.

‐ Só seguir as orientações que te passei, que tudo deve ficar bem

‐ Ok muito obrigada.

Entrelacei os meus dedos aos de Laura e fomos para fora da clínica. Minha esposa não quis dizer como havia sido a consulta e isso me deixava cada vez mais ansioso.

‐ Você vai me contar como foi, ou vai me deixar morrer na curiosidade? – me joguei na cama macia do hotel.

‐ Eu ia esperar para te contar no seu aniversário amanhã, mas esqueci que você tem instinto de fofoqueiro – Ela entrou no closet e voltou segurando uma caixa de papelão biológico – Feliz aniversário, amor!

‐ Obrigado, pimentinha.

Dei um beijo suave em seus lábios e desfiz o laço que mantinha a caixa fechada. Quando retirei a tampa, não consegui conter as minhas lágrimas. Segurei a foto do ultrassom nas minhas mãos, sem acreditar que aquele filho era mim.

‐ Você está grávida a quanto tempo? – olhei para a barriga dela, na expectativa de saber a quanto tempo ela estava grávida.

‐ Três meses – ela segurou a minha mão e colocou no seu ventre – Ele se mexe toda vez que escuta a sua voz.

Meu filho estava mechendo dentro da mulher que mãos amo nesse mundo. As lágrimas escorriam dos meus olhos a cada mexida que nosso fazia.

Me levantei e puxei Laura para os meus braços, unindo nossos lábios em um beijo intenso e apaixonado. Suas mãos puxava os fios castanhos dos meus cabelos intensificando cada vez mais o beijo.

‐ Menino ou menina? – disse com os nossos lábios ainda colados.

‐ Menino.

Me ajoelhei na sua frente, ficando frente a frente com a barriga coberta pelo seu vestido. Coloquei a mão na sua barriga e nosso filho se mexeu.

‐ Oi meninão do pai. Deve estar tão confortável e quentinho aí dentro. Estou doido para você vir ao mundo para nós conhecermos você, mas pode aproveitar os seus seis meses aí dentro.

Dei um beijo na barriga da Laura e me levantei juntando nossos lábios novamente. Meu coração martela com força dentro do meu peito e as lágrimas de nós dois deixam nosso beijo salgado.

‐ Eu amo vocês dois! – encostei minha testa na dela.

‐ E nos amamos você!

FIM

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