18: Pedido
Acordo com uma dor de cabeça aguda, meus ossos doem. Tudo em mim doe. Abri os meus olhos com dificuldade e Laura dorme tranquilamente. Ambos estamos com nossas fantasias de desespero gregos e eu só me lembro de começar a beber na boate, depois disso não me lembro de nada, nem de como cheguei na mansão de campo do Leo.
Me levantei, pegando um Anador dentro da minha gaveta. As camisinhas que Mike sempre deixa dentro das gavetas da mesa de cabeceira de cada quarta. Mando o remédio da garganta à baixo e vou para o banheiro. Retiro a fantasia, que por algum motivo, nem as asas eu tirei, mas pelo menos minhas lentes eu tirei, já que não consigo enxergar nada a palmo de distância.
‐ Porra, que água gelada.
Entrei embaixo da água gelada, sentindo todos os meus músculos se contraírem. Acabei o meu banho e me enrolei em uma toalha. Quando saí do quarto, vi a minha cueca jogada no canto do quarto, respirei fundo por a ter tirado aqui e não dentro do banheiro da boate.
Vesti um conjunto de moletom e dei um beijo na testa da Laura. Retirei a sua coroa e os braceletes. Voltei a cobrir o seu belo corpo e desci para primeiro andar. Carla e Leona estavam arrumando a mesa do café.
‐ Café anti ressaca – disse Leona, me dando um beijo na bochecha e eu imediatamente olhei para a escada, e fiquei aliviado por não ver ninguém – Está com medo da sua namorada interpretar meu beijo de amizade, errado?
‐ Ontem a noite, antes de eu ficar completamente bêbado. Me lembro que a víbora loira, estava tentando me beijar na frente da Laura. Então é melhor prevenir, até eu apresentar você.
‐ Você se lembra de alguma coisa que aconteceu ontem à noite? – Carla está com um sorriso malicioso no rosto.
‐ Não me lembro de nada – peguei um pouco do suco de laranja – Nunca mais vou beber, não desse jeito.
As duas se entreolharam, dando risada da minha cara. Escuto passos vindo da escada, quando me viro, Laura está com os cabelos molhados e vestindo uma blusa minha. Ela olha confusa para nós três e depois me abraça, apoiando sua cabeça no meu peito e murmurou algo.
‐ Café? – Leona entregou uma xícara de café expresso para a minha namorada.
‐ Obrigada, estava precisando. A bebida e o Henri acabaram comigo.
‐ Então você se lembra o que aconteceu ontem a noite e quem somos? – Carla se sentou em uma das cadeiras e começou a comer o seu cereal.
‐ Você é a Carla e ela – Laura apontou para a outra cadeira onde minha amiga está assentada – é a Leona.
‐ Achamos mais uma para o time. De quem bebe, mas não esquece.
‐ Alguém pode me atualizar o que aconteceu? Porque estive me sentindo deslocado nessa conversa.
‐ Você bêbado vira o outro homem, tanto na cama, quanto fora – Laura se sentou na cadeira ao meu lado e um gemido abafado saiu da sua boca.
‐ Eu te machuquei, amor? – passei a mão na sua coxa.
‐ Não, você foi maravilhoso – ela me deu um beijo suave – tanto na cama, como dentro do ônibus.
‐ Vocês transaram dentro do ônibus e depois foram para o quarto – disse Carla e as três começaram a rir.
‐ Espera – as três olharam para mim – Eu transei com a Laura dentro do ônibus de turnê do Leo?
‐ Tava mais para uma pupari sobre quatro rodas, mas se quiser chamar de ônibus de turnê – Carla deu de ombro.
‐ Sim, você me fodeu dentro do ônibus e depois dentro do carro – disse Laura, alisando a minha coxa.
‐ Ele ficou corado – Leona começou a rir e se levantou – Vamos nos arrumar meninas. Quero chegar no salão cedo, a festa hoje a noite promete.
‐ Vou ficar na água hoje, meu fígado precisa de descanso – Laura se levantou e deu um beijo rápido em meus lábios.
‐ Eu preciso de outro homem, para eu parar de transar com o Mike — Carla deu um beijo e sussurrou no meu ouvido – Vê se faz tudo no tempo programado.
‐ Quando a vara é boa, sempre queremos apanhar – Leona me entregou o meu cartão de crédito – Devia parar de perder suas coisas.
Ela piscou para mim, me avisando que conseguiu comprar todas as coisas que eu precisava para hoje a tarde. As três subiram para o quarto e eu fiquei tomando o meu café.
————☆☆————
Derrubo Cal dentro do lago e quase cai junto com ele. Mike veio correndo em minha direção e eu apenas desviei e ela caiu direto na água gelada do lago. Acabo de colocar as velas dentro das estruturas de ferro.
‐ O que acontece se ela dizer não? – Leo estava montando a mesa de DJ, na parte coberta
‐ Não havia pensado em uma alternativa para essa hipótese.
As bebidas estavam no gelo e os copos enfeitados com vestidos de noiva e terno. Em volta do grande tapete vermelho que está no centro do jardim, tem quatro vasos com enormes buquês de tulipas lilás, as flores favoritas de Laura. Cada vaso representa um ano que nós conversamos por celular. Kaio me entregou o maior buquê de rosas vermelhas que já tinha visto.
‐ Onde está o anel de noivado, preciso colocar ele dentro do porta aliança? – Kaio me encarou, esticando a mão.
‐ Ela já está na caixinha.
Peguei a caixinha da Piaget. Tive que marcar um horário para comprar o anel de noivado. Abri a caixa de veludo branco, revelando o anel de noivado Piaget em platina, cervejada com um diamante de corte brilhante de um quilate e quatorze diamante de corte brilhante de vinte e nove quilates.
‐ Cuida bem dessa belezinha.
Mike e Cal saem de dentro do lago e começam a ajudar na arrumação para a balada que Leo me forçou aceitar a deixar ele fazer depois do pedido. Subi para o meu quarto e começou a recitar o meu pedido várias vezes na minha cabeça. A água quente do chuveiro me relaxava, mas não o suficiente para tirar a minha preocupação de ela dizer não.
O sol começou a se pôr e Kaio acendeu as velas, as colocando dentro do lado. A água estava sendo clareada pelas chamas e as tochas iluminam todo pier. Eu estou em pé segurando com força o gigantesco buquê de rosas. O anel estava dentro de um porta aliança, em formato de uma rosa.
‐ Ancioso? – Cal tirou um pelo que está na minha blusa.
‐ Pode apostar que estou.
‐ Quem diria que o virgem se casaria primeiro.
Ele se afastou quando Leona buzinou da garagem. Leo apagou todas as luzes deixando apenas as velas iluminando o jardim e os quatros holofotes que iluminam o meu corpo. Me ajoelhei no tapete vermelho e soltei um suspiro pesado e a porta dupla da cozinha se abriu, Leona e Carlas foram para juntos dos nossos amigos.
O olhar de Laura se encontrou com o meu e ela tampou a boca, uma lágrima escorreu do seu olho e ela veio andando até mim. Me levantei, entregando o buquê para ela e puxei para um abraço apertado. Juntei nossos lábios em um beijo apaixonado e calma.
Quando nos afastamos, fui até um dos buquês de tulipas e peguei o porta aliança e me ajoelhei novamente. Abri a rosa de metal, e Laura tampou sua boca e lágrimas começaram a escorrer pelas suas bochechas. Léo colocou Perfect em um volume baixo.
‐ Laura, faz quatro anos que estou apaixonado por você. Cada parte do meu corpo anseia por você. Seu cheiro, suas atitudes, são as coisas que me fizeram me deixar perdidamente apaixonado. Muitos tentaram me tirar de você, mas meu coração sempre pertenceu a você e a mais ninguém. Não teve uma pessoa no mundo que foi capaz de mudar a minha vida como você mudou. Não teve uma pessoa no mundo que foi capaz de fazer o meu coração bater tão forte, quanto agora. Nesses poucos dias que passei ao seu lado, senti mais coisas do que senti a vida toda. Por isso tenho certeza que quero passar toda a minha vida ao seu lado. Laura, amor da minha vida, minha pimentinha. Você aceita se casar comigo?
‐ Não tem como dizer não.
Me levantei e deslizei o solitário em seu dedo anelar e a puxei para um beijo intenso. Fogos de artifícios começaram a colorir todo o céu e os todos os holofotes se acenderam, começando um jogo de luzes coloridas. One Kiss começou a tocar alto nas caixas de som. Apoiei a minha testa na de Laura e nossas respirações estão aceleradas.
‐ Eu te amo tanto, futura senhora Alstyn.
‐ Também te amo, senhor Alstyn.
Carla nos entregou dois copos e Laura riu das fantasias dos copos. Virei a bebida, que desceu queimando a minha garganta. Voltei a juntar os nossos lábios, em um beijo intenso e agressivo. Ela mordeu o lábio inferior e puxou, me arrancando um gemido.
‐ Sexo selvagem hoje a noite? – seus olhos brilham de puro desejo.
‐ Sexo selvagem hoje a noite! – dei um beijo rápido em seus lábios e fomos para a pista de dança improvisada e Kaio despejou mais bebida em nossos copos.
Puxei Laura para o píer e nos sentamos na beirada. As pequenas velas iluminam a água cristalina e gelada do lago. Me levanto e retiro a minha roupa, ficando apenas de cueca. Pulei de ponta, indo fundo na água que não estava tão fria quanto eu pensava. Subi para a superfície e encarei os lindos olhos castanhos, que me olha com atenção.
‐ Entra, meu amor. A água está morna – ela fez uma careta, passando a mão nos seus cabelos – Eu pago o salão novamente, para você.
Ela tirou o vestido e os saltos. Seu corpo está sendo iluminado pelas tochas do pier. Ela mergulhou e seu pequeno corpo sumiu na profundeza da água, quando seu corpo apareceu na minha frente, segurei a sua cintura a trazendo para perto de mim. As velas iluminavam a nossa volta, deixando a cena ainda mais romântica.
Leo fazia o jardim de boate, os jogos de luzes iluminavam as grandes árvores que cercam a mansão. As batidas estrondam pelas grandes caixas de sons instaladas nas paredes do salão, além das pedras fake, que são caixas de som disfarçadas.
‐ Tenho que assumir que você é a pessoa com os melhores planos – suas mãos acariciavam os meus bíceps.
‐ Era para eu ter te pedido em casamento no Brasil, mas você mudou os meus planos.
‐ Eu pensei que você ia me pedir em namoro – uma vela passa por nós, soltando um cheiro de lavanda.
‐ Eu já te namoro a quatro anos, não quero perder mais tempo com essas bobagens de namoro para se conhecer – dei um beijo na volta do seu pescoço.
‐ Estou de acordo.
Meus amigos pularam pelados dentro do lago, apagando algumas velas. Cal e Leona começaram a encenar Romeu e Julieta, com uma vela entre eles. Os sentimos reprimidos de Cal por Leone, faziam com que toda vez que eles se encontravam, ser os momentos mais engraçados.
‐ Algum dia ele vai falar para ela? – Mike parou ao meu lado e Laura foi nadando até Carla – Eu amo o modo desastrado dele, quando está perto da Leona.
‐ Mas? – continuei olhando a improvisação dos meus dois amigos.
‐ Depois que presenciei toda essa semana romântica, acho que ele merece uma vida de puro romance – Mike se afundou e apareceu perto das meninas, assunto Carla.
‐ Não vai ficar pelado também? – Leo surgiu ao meu lado – Você já mostrou tudo ontem mesmo.
‐ Não vem bancar o que lembra de tudo, porque você não consegue lembrar nem a cor da primeira bebida que bebeu, depois de bêbado.
‐ Não querendo ser o pessimista do grupo, mas já sendo – ele ficou de costa para Laura – Acha mesmo que está na hora de juntar as escovas. Matrimônio é uma coisa séria.
‐ Não se preocupe meu amigo, essa não foi uma escolha re momento – me aproximei mais dele – Eu não devia contar, mas temos nove embriões congelados no Brasil.
‐ Quer dizer que vocês podem ser pais a qualquer momento? – seu semblante neutro às vezes me assustava, por ele ser tão discreto.
‐ Sim, mas não posso ficar explicando o motivo. Isso é assunto entre eu e a minha noiva – dou um sorriso largo, quando vejo Laura olhando para nós.
‐ Se é que você quer e tem certeza, vou apoiar o casal. Mesmo que eu tenha que fazer isso de Ibiza – um sorriso cresceu em seus lábios e ele movimentou a cabeça no ritmo da música Blue remixada pelo Eiffel 65.
‐ Então vai mesmo para Ibiza, se tornar um dos maiores DJ?
‐ Quer seguir uma nova vida. New York foi apenas o começo da minha carreira, agora quero explodir nas paradas. Ibiza vai ser – ele fez um movimento com as mãos, insinuando uma explosão de cada lado da cabeça.
‐ Boa sorte, espero que encontre o amor – Carla subiu nas costas do Leo.
‐ É uma dose amor não mata ninguém – Laura depositou um beijo no meu pescoço – Pode deixar bobo, mas não matar.
Meu olhar está fixo atrás de Carla. Finalmente Cal tomou coragem para beijar Leona, ou é apenas a bebida que deu uma dose de coragem. Carla fez uma careta, por dormir no quarto perto dos dois.
‐ Alugo o meu quarto por cem dólares – direcionou o meu olhar para a minha amiga.
‐ Isso é um absurdo. Eu sou modelo e não traficante – ela alterou a voz.
‐ É isso que me deixa rico – entrelacei os meus dedos aos de Laura, embaixo d'água – Já que você não quer alugar, vou levar a minha noiva para nós brincamos um pouco.
‐ Boa noite, pessoal.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top