POV JIMIN.

Depois que mudei de curso, tenho bastante tempo livre, afinal não é bem uma faculdade o curso que faço.

Procurei me manter o mais ocupado possível, fiz até uma listinha de planejamento.

Faço meu curso, estudo um pouco a mais pois quero aprender rápido,  faço auto escola, mesmo ainda não estando na aula prática.

É  algo que eu quero muito, dirigir. Mas não sei se meu trauma vai permitir isso.

Quando tenho tempo livre, costumo ir ao restaurante ajudar o Jin, ele fica bem feliz sempre que apareço, já que os meninos ficam o dia todo na faculdade.

JM_ Olá.

J_ Ah que bom  que veio! Pode me ajudar hoje? A menina que me ajuda virá só a noite e hoje está cheio.

Realmente, Jin aprendeu uma nova receita de bolo, o lugar fica lotado a tarde por causa desse bolo.

JM_ Vou atender as mesas, pode ser?

J_ Meu herói! Vou compensar alimentando sua caixinha.

Ah, minha caixinha.

É  um começo de um sonho. Eu nunca pude sonhar muito, porque todas as minhas ideias eram barradas  pelo meu problema auditivo. Mas agora que estou ouvindo, eu comecei isso.

Meu plano é  formar uma ONG.  Quero montar uma organização que ajude pessoas  com deficiência,  que não tem condições  de se tratar.

Meus pais amaram a ideia e  se depender da minha mãe, a ONG estará de pé amanhã, mas eu não quero assim, eu quero me orgulhar, entende?

Quero algo feito por mim. E  vou trabalhar duro para conseguir.

Jin que deu essa ideia das caixinhas, foi a única ajuda que eu aceitei, coloquei uma caixinha no trabalho de todos que estão dispostos a me ajudar, claro que a caixinha da minha omma volta cheia todos os dias....

JM_ Não precisa Jin...

J_ Claro que precisa. Está trabalhando, merece receber.

JM_ Então só as gorjetas.

J_ Jimin....

JM_ Por favor.

Eu não quero que meu sonho pese no bolso dos meus amigos, não é justo.

J_ Ok.

Coloquei um avental e comecei a atender as mesas. A grande maioria queria o bolo novo do Jin, ele é realmente muito gostoso.  As pessoas saem bem contentes sempre que pedem e eu ganhei bastante gorjeta.

Ela fala que é o bolo 3kim. Porque tem três sabores que formam uma gostosura. Assim como o trisal dele.

Logo já tinha atendido quase todos, faltava uma mesa de uma moça e uma garotinha.

JM_ Posso ajudar? O que desejam?

A menina me olhou e ficou mexendo as mãos.

M_ Ah, me desculpe por isso, são estereotipias,  já ouviu falar?

JM_ Sim,ela tem autismo?

M_ Estamos observando ainda, nada comprovado. Eu vou querer duas fatias do  bolo novo.

Enquanto anotava o pedido dela, continuei observando a garotinha.

Não são estereotipias, eu sei bem  como é,  Jiny tem bastante.

Ela repetia o mesmo gesto, me encarando o tempo todo.

J_ Algum problema?

JM_ Conhece aquela moça?

J_ Ah, ela se mudou recentemente,  vem muito aqui. Ela é  ceo de uma empresa que abriu aqui perto, vem sempre comer com a filha. Parece que a menina tem autismo.

JM_ Não sei...ela parece querer falar algo. Vê, faz os mesmos gestos.

J_ Para de encarar Jimin, elas podem não gostar, vem comer um pedaço do meu bolo novo.

Ele fala se apoiando em meu ombro.

Não consegui disfarçar e fiz uma cara de dor.

J_ O que foi, se machucou?

Neguei depressa.

É a primeira vez que estou fazendo algo sozinho, nao quero mostrar que sou tão incapaz que consegui arrumar problema no primeiro semestre.

JM_ Não foi nada, vamos.

Fiquei cismado com aqueles gestos e eles ficaram se repetindo na minha mente.

Então, assim que fui pra casa, comecei a pesquisar sobre. Abri todos os meus livros e comecei a estudar.

Já tinha anoitecido quando senti alguém me beijando no pescoço.

JK_ Tá tão focado que nem me viu chegar. Trabalho?

JM_ Oi Kookie, não. É  só uma curiosidade. Chegou tarde hoje.

JK_ Me perdi todo na matéria. Tae  também  só saiu agora. Quer tomar um  banho enquanto eu peço algo pra gente comer?

JM_ Já  tomou banho?

JK_ Ainda não, isso foi um convite?

JM_ Por que não?

Ele sorri e retira a camisa, acabei copiando o mesmo gesto dele e retirei a minha.

Jungkook se aproximou e me deu um selinho, descendo seus beijos pelo meu pescoço.

Fechei meus olhos, curtindo o momento, mas senti ele parar do nada.

Jm_ Que foi?

JK_ O que foi isso?

Ele fala tocando em meu ombro.

JM_ Nada.

JK_ Nada? Tá roxo Jimin! Mas que droga, eu juro que tento respeitar seu espaço, mas...

JM_ Então apenas  respeite.

JK_ Você pode não falar nada amor, mas todo dia tem uma marca diferente em seu corpo,  seu corpo está pedindo ajuda.

JM_ Não tem nada...espera....pedindo ajuda....

Uma luz pareceu surgir na minha mente e eu corri até meus livros.

JK_ O que está fazendo?

JM_ Só um momento...

Continuei folheando até achar o que eu queria.

JM_ Eu não acredito.

JK_ Que foi?

JM_ O sinal que a menina fazia...era um pedido de ajuda.

Ela pediu socorro...e eu não fiz nada.

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