[76] I was saying that I loved you and...
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Jimin não esperava muito da manhã seguinte, não esperava mais do que não ter Jungkook ali, porque ele não estava ali. Então restava-lhe levantar-se, ir na casa de Yoongi, tratar de si e ir na academia.
Dormir no chão não era muito confortável, mas dormir com Jungkook no chão era uma situação completamente diferente.
O Park estava sentado em frente da lareira apagada, com frio devido à brisa matinal que se fazia na casa, encolhendo-se contra o cobertor pequeno, saltando quando ouviu passos pequenos atrás de si, espreitando por cima do ombro, receoso, porque não acreditava que Jungkook tinha mesmo ficado ali.
O seu coração passou de cem batimentos à hora, pelo susto, para mil, vendo o garotinho deixar a porta da cozinha com a cabeça caída para trás, com uma garrafa de leite na sua boca, apertando-a, mas deixando claro que não estava saindo nada.
''O seu leite acabou.'' Ele murmurou, olhando o menor sentado no chão, esticando o braço para pousar a garrafa dentro da cozinha, no móvel que tinha ao lado da porta.
E Jimin nem sabia que garrafa de leite era aquela, sorrindo torto, porque era muito a cara de Jungkook ir na casa dele e exterminar a raça da sua comida.
O maior sentou-se no chão igualmente, atrás do Park, abrindo as pernas para se encaixar atrás dele, abraçando a sua cintura, o puxando para si e pousando o queixo no seu ombro.
''Você dormiu bem?'' Ele perguntou, beijando-o entre a sua clavícula e o pescoço, castamente, ouvindo-o rir baixinho.
''Nunca tínhamos feito isso.'' Ele murmurou, porque dizer que sim era demais, mas dizer que não era mentir. E também estava confuso, porque Mark tinha falando em ultimatos, mas aquilo não parecia um.
''Há muita coisa que ainda não fizemos, bebê.'' Ele murmurou, com a boca contra a pele do outro abafando o som da sua voz, mesmo que ele não estivesse se mexendo, apenas o abraçando.
O coração de Jimin aqueceu-se naquele momento, fechando os olhos e se perguntando se estava sonhando, se Jungkook era uma alucinação, ou mesmo se Yoongi o podia ter drogado na noite anterior até porque o mesmo andava ficando impaciente com toda a situação.
Então ele virou-se um pouco, ficando de lado para o maior, puxando as pernas contra o corpo para que ainda coubesse no meio das pernas do Jeon, abraçando as mesmas.
''Mas também há muita coisa que já fizemos.''
Jungkook acenou uma vez, concordando, passando os braços em volta do menor, deixando-o dentro de um circulo, porque parecia tão pequeno daquela maneira que era possível. Jimin encostou-se no peito dele, completamente encolhido, sentindo-se o maior bebê de sempre.
''E há muita coisa que não estamos fazendo nesse momento.'' Ele retrucou, com o seu nariz se infiltrando em meio aos cabelos do menor, deixando os seus lábios abaixo de sua orelha, beijando o local delicadamente.
Mas apesar do gesto, o tom de Jungkook não era nem um pouco pervertido. Ele só queria conversar, queria esclarecer as coisas, nem que fosse apenas para obter as mínimas informações. Queria livrar-se daquele peso que só desaparecia quando estava com o garoto que agora tinha em seus braços. Queria ir mais vezes a casa dele, pintar-lhe o resto das paredes, acabar com a sua comida. Se fosse para dormir naquele sofá, ele não se importaria, nem no chão.
E dali em diante, sem a resposta de Jimin, Jungkook estava decidido que iriam sim conversar.
''Porque a sua mãe está internada em uma clínica?'' Foi a primeira pergunta que fez, porque era a que lhe fazia mais confusão, desde aquele dia.
Jimin pousou os cotovelos nos joelhos, levando as mãos para a própria nuca, com a cabeça baixa entre as suas pernas. Não havia como evitar aquilo agora, e também já não era tempo disso.
''É complicado, Jungkook.''
Mas Jimin queria dizer tudo! Queria dizer tudo de uma vez! Estava farto de esconder, de se esconder. Mas estava mais cansado. Cansado de estar longe de Jungkook, cansado de se sentir sozinho, cansado de se sentir triste e todas as outras coisas ruins acumuladas dentro de si.
''Mas ela...'' Ele começou, meio incerto sobre como explicar o porquê, sobre como responder aquilo e não se desfazer ali. ''Ela está lá...''
Por sua causa, Jimin! Diga de uma vez!
''Pelo quê?'' O maior insistiu, mesmo que não parecesse impaciente.
''Essa história é tão longa...'' Ele murmurou, desiludido consigo mesmo por não conseguir colocar aquilo em palavras. ''A minha mãe investiu muito contra nós... Desde o ínicio.''
Ele deveria defender a sua mãe, não devia? Agora ainda mais, não era? Devia protegê-la também?
''Nós?'' Jungkook ergueu uma sobrancelha. ''Você e eu?''
''Nós.'' Ele repetiu, erguendo a cabeça e olhando em frente, ainda sentado de lado para Jungkook, levando as mãos a apertarem o seu nariz. ''Ela não me deixava estar muito com você, quer dizer, ela enchia a minha cabeça.'' Ele dizia, porque parecia coisa de à uma imensidão atrás. ''E eu fui obrigado a me afastar de você, procurar uma solução, porque nem no inferno eu deixaria você.'' Continuou, se virando um pouco mais para ele. ''Então eu saí de casa, eu nos dei os piores tempos, eu me tirei da sua vida e isso foi totalmente culpa minha, Jungkook, mas eu não tinha uma solução para nós e eu ainda não tenho.'' Confessou, passando um braço pelos ombros do maior, usando-os como apoio para ficar de joelhos na frente dele, destruindo o pequeno circulo, mas segurando-lhe em ambas as mãos. ''Eu amo você, e eu sei que houveram momentos em que foi difícil de acreditar, mas depois de você sofrer aquele acidente, meu Deus...'' Ele acabou negando com a cabeça, porque não se queria lembrar. ''E você descobriu, você descobriu que a minha casa tinha sido assaltada, não soube, mas o meu carro passou pelo mesmo, e foi por isso que naquele dia eu não te levei comigo, Jungkook. Eu queria, queria mesmo! Queria te trazer comigo e tratar de você, estava doendo tanto!'' Exclamou, como se sentisse aquela dor consigo naquele momento, e provavelmente ele sentia. E olhando para Jungkook, o garoto parecia que estava assistindo algo, com o lábio inferior se mexendo às vezes, engolindo em seco. ''Você não percebeu que eu tinha um motivo, mas está tudo bem. Eu tive motivos para tudo, Jungkook, porque o que eu queria sempre era estar perto de você. Eu acho que eu fiz de tudo, eu tentei de tudo, eu te visitei sem eles saberem, os nossos pais, mas foi porque eu não aguentei mais.'' Um suspiro tão alto saiu da sua boca, cansado de tudo aquilo, cansado de ter que reviver os seus piores momentos, e ainda não tinha chegado na desgraça. ''Fala alguma coisa, por favor, fala alguma coisa.'' Pediu-lhe, abanando as suas mãos nas dele.
E como se saísse de um choque, Jungkook apertou os dedos dele em resposta.
''Eu entendo.'' Ele disse, olhando as pernas do garoto, tentando meter em sua cabeça que ele também estivera errado por um tempo.
Antes de continuar, Jimin respirou fundo, passando os dedos pelos cabelos do maior, arrastando-os para trás da sua orelha, em um gesto carinhoso.
''Eu sabia que eu precisava de uma solução permanente, sabia que precisava de conseguir as coisas certas para nós, mas você viu, Jungkook, ela foi na casa de Yoongi.'' Ainda doía falar de sua própria mãe daquela maneira. E se Jungkook não acreditasse? ''Ela me disse para eu me afastar de você, ela me disse as piores coisas que uma mãe nunca devia dizer. E você estava com problemas, eu estava com problemas, e não havia soluções em minhas mãos. Ela me culpou, ela diz que eu não amo você, mas eu te amo tanto, Jungkook! Você não estava acreditando nas minhas promessas, você estava me pedindo para voltar para casa, mas eu não podia. Você entende agora?''
Qualquer pausa serviria para que ele respirasse, mesmo que sentisse que os seus pulmões estavam se apertando um no outro.
''Entendo.''
''Então eu te disse para ir, só para evitar que você descobrisse tudo ali. E eu nunca quis que você descobrisse, eu não queria te magoar, nunca quis, bebê, eu nunca quis.'' Ele murmurou, repensando todas as suas escolhas, perto do abismo que era a sua cabeça, as suas memórias. ''Mas você voltou para mim, e eu sabia que você iria, porque você é a única pessoa em que eu ainda acredito.'' Declarou, sorrindo ao menor, sentindo os seus olhos se embaçarem, se tornarem húmidos, limpando-os e sorrindo torto, como se assegurasse que estava tudo bem quando o maior segurou a sua bochecha.
''Eu te amo...'' Ele sussurrou, como uma garante e Jimin acenou uma vez, concordando, mas ainda não tinha terminado.
''No dia que você voltou, eu não sei se a minha mãe sabia, mas ela apareceu na academia. Ela me contou tantas mentiras, ela me disse que você era meu irmão, ela me disse que Mark era meu pai, Junggu-'' Jimin rapidamente parou a sua frase, vendo o garoto arregalar os olhos, recuar uns milímetros. ''Me ouça, por favor, me ouça.'' Pediu, desesperado, ficando perto de novo, mesmo que mais do que antes. ''Eu fiquei besta com isso, eu realmente terminei com você, com o que nós tínhamos.'' Riu, como o masoquista que era, porque não tinha piada alguma. ''E eu estava te dizendo que te amava, mas parecia tão difícil para você acreditar.'' Suspirou, porque parecia que ninguém acreditava em si, mesmo depois de tudo. ''Eu só não sabia o que fazer, neném, eu não saberia o que fazer nunca se fosse verdade. Eu comecei a me ocupar na academia, treinando para ballet, porque você me disse que eu seria capaz de passar esse exame e eu fui.'' Ele sorriu torto, porque no meio da bagunça toda algo de bom tinha acontecido. ''Eu acabei me magoando antes de ir e as minhas esperanças eram nulas, você tinha deixado de mandar mensagem, eu estava sozinho. Eu não soube de você por tanto tempo, não até voltar e apenas um tempo depois...''
''Como você está?'' Ele interrompeu e Jimin acabou levando a mão ao tornozelo, massajando-o superficialmente, mostrando-lhe onde se tinha magoado.
Mas não lhe respondeu.
''Eu pedi a comparação dos nossos ADN, mas demorou semanas.'' Murmurou-lhe, porque estava de novo nas memórias ruins. ''E quando eu peguei nelas, naquele dia que você me viu lá em casa, eu estava vindo embora com um papel pequeno que destruiria a nossa vida, amor, tudo porque a minha mãe queria nos destruir. Ela fez esse tipo de coisa, ela boicotou os exames, ela...'' Mais um suspiro profundo, porque era feito deles, precisava deles, precisava se acalmar, precisava não chorar. ''Eu estava vindo embora quando o médico sentiu algum tipo de remorso e me deu a verdadeira resposta ao meu pedido.'' E mais um sorrisinho escasso, ainda era tudo muito louco. ''E nós não somos irmãos, Jungkook, nunca seríamos, porque eu te amo bem mais do que isso.'' Admitiu, voltando a mexer nos cabelos do outro por um segundo. ''E aí eu fui correndo para você, mas te vi beijando Taehyung. Eu vim embora, porque a culpa era toda minha, completamente minha e eu não merecia você, de qualquer jeito.''
Jungkook negou freneticamente com a cabeça, mas Jimin acenou uma vez, sem aceitar ser contrariado.
''É por isso que a minha mãe está em uma clínica, Jungkook.'' Ele respondeu, como a sua conclusão imprevista. ''Porque ela vem agindo como uma louca e eu e o seu pai fartamos disso.''
Jungkook não disse nada por muito tempo, por muito tempo mesmo, baixando a cabeça entre as pernas, puxando os seus cabelos levemente. E Jimin deu-lhe o seu tempo, porque também precisava de algum.
Os dois precisavam de um tempo, naquele momento, mas não longe um do outro.
Resumidos eram aquilo.
Separados... Mas juntos.
[C O N T I N U A]
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N/a:
Eu só quero dizer que sempre foi minha intenção tornar essa fic um pouco realista, no sentido que nunca se tratou de um conto de fadas. E o que eu quero dizer com isto é que esse é o motivo pelo qual Jimin demorou todo esse tempo contando tudo para o Jk, porque se fosse eu, na minha vida, passando por tudo o que eles passaram, eu teria dificuldade em assimilar tudo em um estalar de dedos. Eu juro que estou tentando trazer o melhor para vocês, que estou me esforçando, então esse é o meu pedido de desculpas caso eu não tenha agradado alguém.
E é chato estar sempre agradecendo, mas eu não consigo evitar, porque isso tudo é graças a vocês.
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