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No último capítulo eu tentei criar uma fotografia bonita, se não ficou bonita me desculpem.

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Enquanto Yoongi murmurava qualquer coisa desconexa em frente da vitrina de doces, Jimin pagava os cafés dos dois, rindo baixinho pelos resmungos do maior, que insistia em procurar o que queria, mesmo que já soubesse que não teria naquele dia. 

''Venha daí, Yoongi.'' O chamou, estendendo-lhe o copo grande descartável de café, bebendo do seu e caminhando em frente. 

''Nós ainda precisamos de conversar, porque Hoseok me contou umas coisas engraçadinhas.'' Ele ralhou, caminhando ao lado do amigo para fora da cafetaria conhecida. ''Não pense que pode me comprar, Park Jimin.'' 

O menor parou em frente da porta, vendo-a ser aberta e esperando que as pessoas passassem, virando-se para o amigo.

''Já sei o que Hoseok te fa-'' Jimin parou bruscamente de falar quando se virou para a porta mais uma vez. 

Antes dos cabelos vermelhos chegarem ao seu olhar, já o rosto chocado de Jungkook estava preenchendo a sua visão. 

Os dois prendiam as respirações, se olhando, com Jungkook engolindo em seco ao ver o menor, quase paralisado, porque, esperava nunca ter que dizer aquilo, mas não era altura para ver Jimin. 

E pareceram eternidades enquanto os dois se encaravam, barrando a entrada para possíveis pessoas que quisessem passar. Estavam com os corações nas mãos, mas sentiam coisas diferentes. 

Jimin sentia que estava vendo a luz da sua vida e não teria que se sentir culpado por isso porque a culpa não era sua. 

Mas Jungkook... Jungkook sentia mais milhentas coisas em cima dessa, sentia a dor o consumir, depois de tanto tempo ser ver o garoto, sem ouvir dele, e agora ele estava ali, como se nada fosse, com o seu amigo, tomando café, enquanto Jungkook andava se desesperando aos poucos. 

O Park sentiu uma cotovelada nas costelas, e era Min, e então ele piscou, ainda devagar, dando um passo em frente e subindo os braços para o pescoço do maior, abraçando-o. 

''Jungkook...'' Ele murmurou, fechando os olhos, aproveitando todas as sensações que sentia sempre que estava perto do mais novo. 

Mas Jungkook não se mexeu, mal respirava, com os braços para baixo, o olhar longe, sem olhar ninguém ou algo em concreto. E ao entender, Jimin afastou-se alguns centímetros, porque impedir aquela proximidade natural era crime, segurando-lhe as maçãs do rosto e olhando-o nos olhos. O Jeon lambeu o lábio de baixo, olhando-o e afastando-o levemente. 

''O que está fazendo?''  Sussurrou-lhe. 

O mundo de Jimin caiu por terra, porque ele começava a sentir-se um pouco mais feliz, pensando nas melhores hipóteses para o resultado das decisões que tinha tomado. 

Então Jimin largou-o, ainda que perto, segurando as duas mãos dele nas suas. 

''Você quer conversar?'' O Park perguntou, em murmúrios, porque estavam no mundo deles. 

''Não sei.'' Jungkook mordeu o lábio com força, olhando-o como se fosse um estranho, como se estivesse sendo tocado por um completo desconhecido e não pela pessoa que o amava. 

O Park olhou o amigo, depois de respirar fundo, quase pedindo por socorro. 

''Te encontro em casa?'' Disse-lhe e ele acenou. 

E quando estava prestes a passar pela porta, bateu no braço do amigo com o punho fechado. 

''Vê se não faz besteira dessa vez, que tal?''

Jimin revirou os olhos, vendo-o sair da cafetaria com um sorriso amigável, e depois olhou Jungkook, que encarava o chão, como se tivesse realmente paralisado, sem saber o que fazer, assustado, medroso. 

O que estava se passando? 

Mas Kim Taehyung ainda estava ali, olhando os dois, olhando o amigo se perdendo. 

''Você não precisa ir se não quiser, Kookie.'' 

Jungkook subiu o rosto e o olhou, e Jimin fez o mesmo, mas com um semblante totalmente diferente. Ficou enervado com ele, porque Jungkook nunca pensaria em não ir consigo, pensaria? E o que Taehyung tinha que ver com isso? Já estava arrependido de mandar aquele idiota na direcção do seu neném. 

''Talvez...'' Jungkook murmurou, com a voz rouca, pigareando em seguida, olhando o de cabelos vermelhos. ''Você pode esperar em uma outra mesa?'' 

Jimin ficou levemente chocado, porque não pretendia, de todo, conversar naquele lugar, mas talvez fosse o melhor. 

O outro acenou e Jungkook sorriu-lhe torto, saindo dali e caminhando para uma mesa encostada à parede, no canto. Jimin não podia fazer nada que não fosse segui-lo, porque para ele o tempo tinha passado rápido, ocupado, mas para Jungkook... 

Sentaram-se frente a frente, com o café do mais velho em cima da mesa, no canto, com nada entre os dois, com os pulmões escapando pela boca de um e com os olhos querendo escapar da face do outro. 

''Jungkook.'' O chamou, pousando os cotovelos em cima da mesa, tentando aproximá-los, mas o outro apenas subiu o olhar, sem nem mexer a cabeça. ''Você cortou o cabelo.'' 

Era ridículo, não era? Será que Jimin se tinha esquecido de tudo? 

''Está bonito.'' Acrescentou, batucando os dedo contra a mesa. Jungkook seguiu o movimento, sem expressão alguma. 

''Você quer conversar?'' Ele perguntou, mas em um tom zangado, que o acusava de o ter levado ali para aquilo e não o estava fazendo. 

''Sim, eu quero.'' 

''Então porque não veio antes?'' 

''O quê?''

''Se queria mesmo conversar porque não veio antes? Quer dizer, se não esbarrasse em mim hoje ainda ia querer conversar?'' 

Jimin estava indignado, mas não recuou, porque nunca Jungkook tinha falado de um modo tão frio consigo, tão sem emoção, indiferente. 

''É complicado, Jun-''

''É sempre complicado com você.'' Atirou-lhe, ainda quieto. ''Então comece a descomplicar ou estou fora.''

Jimin demorou um tempo, sem saber ao certo o que falar, sem saber por onde começar, sem saber como se declarar, lhe contar as suas coisas, fazer tudo o que faziam antes, porque ele ainda nem sabia se podia... Mas queria tanto! 

''Eu quero...'' Ele murmurou, indeciso, com medo que o outro se fosse embora. ''Eu quero saber como você está.'' 

''Você não me disse como você estava.'' Atacou, ainda na defensiva. ''Mas agora eu sei que não foi difícil para você.'' 

O mais velho ergueu uma sobrancelha, perplexo. 

''O quê?'' 

''O que é isso?'' Ele chegou-se à frente também. ''O que é isso aqui, Jimin?''

O seu nome escapando pela boca dele era uma ameaça tão grande. 

Não mexe, Jimin. Não se mexe! 

''Eu preciso de você, de qualquer maneira.'' Confessou-lhe, derrotado. 

Jungkook riu, uma risada pequena, mas aberta, audível, escondendo o riso sarcástico depois, olhando o outro nos olhos. 

''Isso é engraçado.'' Murmurou entre dentes, desviando o olhar em seguida, com os cotovelos dobrados na frente do peito, a língua se mexendo contra o interior da sua bochecha. 

''Você acha?''  

Jimin não achava muita graça, pessoalmente. 

''Você veio para me contar mais mentiras?'' 

''Eu não te contei mentiras.'' 

Jimin já nem sabia mais como se defender, estava doendo ver o outro daquele modo. 

''Contou tantas.'' Ele corrigiu, triste sobre isso. ''Me magoou. Preferia que tivesse jogado a verdade na minha cara de uma vez.''

''Jungkook... Bebê...'' Chegou-se mais para a frente, puxando a mão dele para o pé da sua, baixando o rosto à medida que ficavam próximos. ''Eu nunca quis magoar você, me ouça.'' 

''Eu ouvi suficiente.'' Ele murmurou, decidido. ''Eu acho que eu estou desistindo.'' 

''O quê?!''

''Porque você não terminou logo, Jimin?'' Ainda em tom baixo, pois estava tão magoado que nem conseguia ficar com raiva dele. ''Porque você enrolou?'' 

''Nós não estamos terminados!'' Exclamou, assustado. ''Eu te disse, Jungkook, eu te disse! Eu te disse que a gente ia v-'' 

''Só mais uma, eu sei.'' 

''O quê?''

''Só mais uma de suas promessas falhadas.'' Esclareceu-lhe, olhando em seus olhos de novo, sentindo a sua mão perder a força contra a sua. 

''Não faz isso, Jungkook...'' Pediu-lhe, do fundo do coração. ''Porque está dizendo essas coisas?'' 

Jungkook negou com a cabeça de uma vez, afastando-se do seu toque e respirando fundo, fechando os olhos, parecendo estar em... pânico? 

''Jungkook?'' O chamou, mas não obteve resposta, ouvindo as respirações dele dali. ''O que está acontecendo? Bebê?'' 

[C O N T I N U A]

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Eu confesso que eu estava gostando dessa fase depressiva, mas a vida segue.