16k, muito kê? Obrigado <3

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Jimin assistia a escadaria na sua frente, com certeza com mais de cem degraus, depois encarava o seus pés, em concreto o seu pé, o seu pé magoado, agora fora de efeito de qualquer analgésico. Não pretendia abusar da sorte, então não tomara mais nenhum até à hora certa. 

E sabia que devia exercitar, subir as malditas escadas, mas ao invés disso, sabendo-se incapaz, apenas girou o corpo e pressionou o botão de elevador. 

Ele queria mesmo subir aquelas escadas, ter direito ao inteiro, poder ver aquela teto trabalho e arquitectado, com tanto trabalho exposto, conhecer o lugar, aproveitar a honra que era poder estar ali. Queria ser como todos os outros bailarinos ali, mas simplesmente não conseguia. 

Tinha negado a companhia do amigo ali, porque queria sim a experiência completa, mas sentia-se em baixo, porque eram poucas as suas chances habitualmente, mas com o pé magoado? Jimin estava ali só por cortesia!

Enquanto esperava o elevador subir, com o capuz em seus cabelos, a alça do saco de desporto ultrapassando o seu peito, deixando-a debaixo de seu braço para enfim o mesmo ficar atrás de si, e de mãos nos bolsos, Jimin permitiu-se fechar os olhos, sentir o que parecia ser uma brisa gelada adentrar-lhe as narinas, fazendo o seu estômago estremecer. 

Ele ouviu o sininho que anunciava a abertura das portas, olhando em frente e deixando o elevador, vendo a correria que era na sua frente, com dançarinos de um lado para o outro. 

Mas Jimin apenas se aproximou da grande lista exposta em um placar de madeira enorme, olhando as categorias, procurando a sua, achando o seu nome no final, sabendo que iria estar lá, pois a ordem era a ordem de inscrição. 

E quem se inscrevia ali sabia o que queria, não era indeciso, não andava a bambear na corda, esperando o terror acontecer para seguir um caminho. Eram pessoas seguras de si, e isso diferenciava-os de Park Jimin. 

Ele checou o horário, a entrada, o seu número de concorrente, tudo. 

E então uma voz fininha, amigável, acolhedora, chegou em seus ouvidos. 

''Olá! Eu posso te ajudar? Encontrou o seu nome?'' A garota trazia uma prancheta contra o peito, um auricular no ouvido, que parecia ter um microfone, os cabelos bem presos, vestida de saia justa e blazer. 

Jimin abobalhou-se, puxando o capuz dos seus cabelos, ajeitando os mesmo, desajeitado, sorrindo-lhe. 

''Eu encontrei, obrigado.'' Ele disse, engolindo em seco, tendo a certeza de que estava sozinho naquilo e que não precisaria se pronunciar em muitas horas. 

''Você não pode esquecer o seu número!'' Ela falou, com o tom repreendedor. ''É por ele que vão chamar!'' 

Jimin concordou com a cabeça, olhando novamente o final do papel, e ainda bem que o seu nome se encontrava ali, caso fosse mais em cima ele nem ao menos conseguiria enxergar direito. 

''Boa sorte!'' Ela deu um pequeno tapa no ombro dele, em incentivo e Jimin sorriu em agradecimento, vendo-a afastar-se e chegar-se perto de novos possíveis concorrentes. 

Dali em diante Jimin franziu o cenho, olhando para cima, em procura de indicações, e sentia-se até idiota porque poderia ter perguntado para a menina do auricular. 

No entanto Jimin suspirou, encontrando o sinal que precisava, apressando o passo, esquecido de que, não, não conseguia andar rápido. E então parou ao fim de apenas dois passos, respirando pelas narinas, expulsando todo o ar dos seus pulmões caminhando com mais calma dessa vez. 

Jimin nunca pensou ver tanta gente num único balneário, garotas, garotos, muita gente. E vê-las todas preparadas, com os cabelos presos, com os tutus descendo pela sua cintura, vendo-as calçar as sapatilhas, vendo os garotos colocar faixas nos cabelos, e Jimin... Jimin era só Jimin. 

Entrava por ali atrasado, quase sufocado, no seu casaco que não era realmente seu, grande demais, com botas calçadas. E em algum momento ele puxou a primeira porta de cacifo que viu, atirando seu saco lá para dentro e enfiando a cara lá dentro, como se o ar de lá fosse necessário para ele. 

E então, Jimin enfiou meia barra de cereal nos lábios, obrigando-se a mastigar, para então, no meio da bagunça que era o seu transporte de equipamento, encontrar dois analgésicos e enfiá-los pela garganta abaixo, baixando o rosto em seguida, sentindo os comprimidos enormes descerem pelo seu esófago. 

E então a sua cabeça voltou-se para trás de si, onde um grupo de garotas todas vestidas de igual estava correndo, em bicos de pés, para fora dali, provavelmente para a prova agrupada. 

O Park esticou os braços para cima, encostando-se contra o cacifo, para que desapertasse os seus cordões. Em poucos minutos Jimin estava mudado para as suas roupas características da dança, sentado em um banco vazio, com poucos garotos espalhados pelo local, longe de si, enquanto passava pomada sobre o seu calcanhar ferido, apertando depois, com a sua maior força, as pontas em volta do seu pé. 

E então alguém passou por ali, um homem alto, gritando para dentro do espaço que os últimos concorrentes tinham quinze minutos para se apresentarem no backstage, que era mesmo ali ao lado.  Jimin respirou fundo, ouvindo um dos garotos, provavelmente bem mais novo do que ele, gritando que tudo daria certo. Mas era impossível dar certo para todos, mas mesmo assim Jimin não se irritou, apenas lhe sorriu pela intenção, invejado pelo espírito dele.  

Ele eventualmente ficou sozinho, sendo possível ouvir o vibrar do seu telemóvel contra o metal do cacifo, aproximando-se do mesmo para ver a mensagem de boa sorte que saberia que receberia por aquela hora, da única pessoa que sabia que ele estava fazendo aquilo.

Jimin bateu a porta de metal de uma vez, não tendo noção do horário, tirando a última peça da sua vestimenta antes e apressando os passos dali para fora, vendo uma porta enorme, avermelhada, quase fechar-se, então ele correu, sentindo-se como se descesse do cume de uma montanha.

''Boa sorte.'' O ajudante que segurava a porta disse-lhe assim que passou, e Jimin ficou junto do aglomerado que olhava o palco, onde um garoto já iniciava a sua apresentação.

Então Jimin olhou para o lado, por puro acaso, vendo o mesmo garoto que gritara antes nos balneários seguindo os seus braços, e Jimin seguiu também, olhando a própria mão e então ele sorriu torto, mas chocado.

''Sabe que está se matando, não é?''

Jimin olhou de baixo para cima, entendendo porquê que ele dizia aquilo, e acenando com a cabeça na mesma.

Ele era realmente o último, vendo todos os outros concorrentes ficarem do outro lado do palco enorme, assim que terminavam.

''Vinte e dois, zero, noventa e três!'' Uma voz feminina, mas nada gentil, gritou.

E Jimin sabia que era ele, que era a sua vez, mas não se mexeu, completamente abismado com a importância daquilo, sobre como ia estragar tudo, sobre como as pessoas iam rir da sua cara por ele ser um falhanço, se perguntando em múrmurios porquê que ele estava ali.

''Hey!'' Ele girou a cabeça, olhando-o, com os olhos arregalados. ''Não é você?!''

Jimin agradeceu mentalmente o empurrão do garoto, entrando em palco, observando o rosto dos três jurados, ocultados pela escuridão.

E Jimin ainda tinha aquilo em suas mãos, mas a música começou antes que ele pudesse fazer alguma coisa e ele mexeu-se, sem pensar muito, para menos de cinco segundos depois o seu pé falhar e ele trombrar no chão.

Sabia que não teria muita habilidade e ouviu a aparelhagem ser silenciada, sem nenhum som da plateia, vendo o seu fim mais negro do que achava que seria.

''Vinte e dois zero noventa e três, você tem mais uma chance!'' A mesma voz gritou, e Jimin caiu de joelhos no chão, pousando o pano no chão, apressando-se a desapertar as suas sapatilhas, ouvindo agora alguns murmúrios. E ele sabia que não devia fazer aquilo, que nem devia expor o seu ferimento, mas não queria sair dali a achar que podia ter feito mais.

Depois de atirar as pontas para longe de si, onde não fosse interferir, Jimin ficou de pé, com as pernas juntas, puxando a venda vermelha sangue, em contraste com o loiro do seu cabelo e as roupas todas negras, diante os seus olhos, tapando-os, fazendo um nó acima da nuca, certificando-se de que não cairia.

E então o palco era dele.

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Boa sorte, Jiminnie <3

(p.s o vídeo é a dança base dele)

Na noite passada essa fanfic desapareceu completamente do meu perfil e eu me senti tão triste só por pensar em perder vocês e os vossos comentários, não pelo número mas pelo que eles significam para mim e de como fazem o meu dia.

Acho que o que estou tentando dizer é obrigado por ainda estarem aqui.