14k, obrigado doçuras ♡

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Ninguém sabia de Jimin, ninguém. Não havia muito quem quisesse saber.

Mas, por exemplo, Min Yoongi, que morava com o garoto, não o via nunca. Quando tentava o apanhar em casa, o garoto sempre tinha uma desculpa, tanto por não atender as ligações como para não colocar os pés em casa.

Seokjin, que era dono do local onde Jimin passava mais tempo, parecia chegar sempre no momento em que Jimin já tinha saído, deixando rasto algum.

A sua mãe não o procurava muito, agora que Jungkook tinha revelado ao seu pai a situação corrente e o mesmo tinha contado à mulher, apenas para que ela deixasse os garotos em paz.

Mesmo Mark já tinha ligado para Jimin, mas o garoto simplesmente não atendera.

E então Jungkook.

Incrivelmente, Jungkook deveria ser o único que sabia sobre Jimin, já que eram deste as únicas mensagens que respondia.

Dois dias depois de ter deixado a casa do mais velho, Jungkook tinha lhe mandado uma mensagem, dizendo-lhe que sentia a sua falta, e mesmo que Jimin estivesse no trabalho na altura, respondeu-lhe, com a honestidade toda, dizendo-lhe que sentia a sua falta também. Daí em diante, desde que fizera Jungkook prometer que não faria questões difíceis, os dois engaratam em longas conversas. Excepto quando Jungkook perguntou ao garoto como ele estava. A resposta de Jimin foi curta. Isso é uma questão difícil e você prometeu.

Apesar de Jungkook saber de tudo, ele não sabia de nada, porque podiam falar de tudo, mas não podiam falar de nada. Entende?

Naquela quinta feira mais do que cansativa, porque os dias do Park resumiam-se a isso, cansativos, o garoto entrava em casa no final da tarde, apenas para que trocasse as suas coisas pelas da academia, já que de manhã cometera o deslize de as esquecer, esperava que Yoongi ainda estivesse fazendo sabe-se lá o quê que ele sempre fazia naquele horário.

Mas, quando entrou, Yoongi levantou-se do sofá, encarando Jimin, com dois papéis em mãos, juntando-os e jogando-os com brusquidão na mesa de centro da sala.

Jimin entendeu que era sobre ele, então rapidamente se aproximou e encarou o papel.

''Quando iria me contar?''

Jimin pegou os bilhetes de avião para si.

''Não iria.'' Ele sacudiu os ombros, saindo dali, caminhando pelo corredor até chegar ao seu quarto.

Min Yoongi seguiu-o.

''Não iria?'' O mais velho perguntou-lhe, surpreso. ''Mas falta pouco tempo.''

''E daí?'' Olhou-o por cima do ombro, enquanto ficava de costas para colocar as coisas na mochila da academia. ''Você não precisava de saber.''

''Você não iria me contar! Isso é importante!''

''E isso te dá o direito de mexer nas minhas coisas?'' Virou-se para o garoto, apenas para caminhar com os bilhetes em mãos, abrindo a gaveta da secretária e guardando-os.

''Fazem duas semanas, Jimin.'' Yoongi disse-lhe, entrando no quarto.

''De quê?'' Perguntou-lhe, como se não soubesse, pousando o saco em cima da cama, transferindo as coisas de sua mala habitual para a que usaria.

''Desde que Jungkook saiu por aquela porta.'' Yoongi disse-lhe, apontando com o dedo para o corredor, mesmo que o outro não visse. ''E não voltou mais.''

''Ah.''

Duas semanas, meu Deus.

''Não vai me dizer o que aconteceu, nunca?''

''Eu e Jungkook estamos terminados.''

Precisava fazer alguma coisa.

''Vocês quê?'' Inacreditado, Yoongi ficou do lado do melhor amigo, olhando-o. Mas Jimin não estava mentindo.

''Está com problemas de audição, Yoongi?'' Jimin finalmente olhou nos olhos do amigo, como se quisesse mostrar que não estava brincando, nunca estaria com uma coisa daquelas.

''Porque você fez isso?''

Jimin nem era capaz de negar que aquilo acontecera porque ele o fizera.

''Porque nós dois somos irmãos.'' Ele respondeu, sabendo que o outro não entenderia realmente o quanto aquela frase incidia no seu coração abalado, o maltratando.

Precisava de fazer algo, rápido.

''Isso nunca te interessou antes.'' Yoongi segurou o pulso do menor, para que ele parasse de se mover, olhando-o. ''O que a sua mãe disse?''

''Nada, Yoongi.'' Negou com a cabeça, largando-se dele e puxando o zíper longo. ''Só terminou, ok? Pare de tocar no assunto.''

''Eu não vou engolir isso, Jimin.'' O outro disse-lhe, seguindo-o mais uma vez pelo corredor. ''Não vou. Esse garoto era tudo para você.''

''E ainda é.'' Não pôde deixar de dizer, sacudindo os ombros, chegando à sala.

''Então não me diga que vocês dois terminaram!'' Ele guinchou, Jimin abrindo a porta da casa.

Olhou-o, já do lado de fora, já pronto para fechar a porta.

''Nós somos irmãos, Yoongi.'' Disse-lhe mais uma vez, de cara fechada, batendo a porta e saindo do prédio com pressa.

Jimin tentava não pensar nos últimos dias, mas precisava fazer algo, urgentemente.

Deixava a música da rádio tocar em seus ouvidos, deixava todo o barulho das ruas, do seu trabalho, da academia, de todo o lugar o consumir, sobrepondo-se aos seus pensamentos. Mas era apenas uma tentativa. Consegue imaginar, não é?

No balneário da academia, trocou-se rápido, correndo para a sala do final do corredor, logo vendo todas as crianças correrem na sua direção, o abraçando.

''O aconteceu, senhor Park?'' A voz da loirinha na sua frente, encolhida, talvez envergonhada por perguntar aquilo, encheu os ouvidos do mais velho. ''Mamãe disse que você adoeceu na última semana.''

''Está tudo bem, Wendy.'' Tocou-lhe a bochecha levemente, levantando-se do chão, estando de cócoras antes. ''Não estou doente, só não pude vir.''

''Legal!'' A garotinha de pelo menos sete anos correu pela sala, colocando-se rapidamente no seu lugar, na segunda fila.

E Jimin suspirou, iniciando os exercícios com as garotinhas que ainda traziam alguma alegria ao seu dia.

Quando Jimin terminou aquela aula, retirando o cd da aparelhagem daquela sala, o substituindo por um seu. Por algum motivo não aparente, pegou o seu celular.

E tinha algo lá, de Jungkook, mas não era uma mensagem, não dessa vez.

O Park, sem se conter ou sequer pensar nisso, discou o seu código e abriu o site do qual tinha recebido notificação.

Um pouco derretido, encarou a fotografia, que claramente tinha levado algum trabalho para ficar daquele jeito, embasbacado ao perceber que, pela primeira vez, ela trazia uma legenda consigo.

''You're the best thing about me''