[15] baby, breathe a little
Dupla atualização ♡
♤♡♤
Naquela sexta feira Jimin ficou um quanto desapontado ao chegar a casa e ver que Jungkook já tinha ido para a casa da sua mãe.
Com o tio do garoto habitando em seu quarto, Jimin podia dormir no de Jungkook em paz.
Vestiu a camisola que o garoto tinha usado para dormir no dia anterior e ficou de boxer.
Sentado na cama, com as costas contra a parede, Jimin se perguntou se o melhor não seria se afastar do garoto de uma vez por todas.
Mas por outro lado sentia um aperto no coração só de pensar em nunca mais vê-lo.
Mas o que ele podia fazer?
Jungkook tinha o traído. Era um facto e ele não podia ignorar.
Ele nem tinha uma explicação!
Jimin limpou as lágrimas que escorriam de seus olhos e encostou a cabeça na parede, olhando para cima para as conter. Ele fungou uma vez e juntou os seus joelhos, pousando os seus pulsos lá e brincando com os anéis em seus dedos.
O que Jungkook estaria fazendo naquele momento?
E quanto tempo ele ficaria?
Foi então que Jimin se lembrou que estava sozinho no quarto de Jungkook.
Rapidamente se levantou, limpando a cara insistentemente e abrindo o armário do garoto, tentando perceber a quantidade de roupa que ele tinha levado.
Sabia que era bisbilhotar.
Viu algumas cabides vazios e enquanto puxava uma gaveta percebeu que não sabia quanta roupa Jungkook tinha no geral.
Ele pegou umas calças do garoto, brincando entre seus dedos com oa rasgos das mesmas.
Então viu que a gaveta tinha papel branco por baixo das calças.
Ele tirou o par que o cobria e percebeu serem fotografias, viradas ao contrário.
Ele ainda pensou em não ver, em ignorar. Mas ele não podia. Não conseguia.
Seus dedos foram para lá sem qualquer comando.
Muitas das fotografias era de atuações que Jungkook e seus pais tinham ido assistir, mas outras eram de momentos que Jimin nem desconfiava que era ele quem Jungkook fotografava.
O garoto passou todas as fotografias entre seus dedos, algumas de viagens que fizeram em família e outras mais aleatórias, focadas no seu rosto.
Não é preciso dizer que Jimin quase se desmanchou ali.
Jungkook guardava fotografias suas no fundo de uma gaveta do seu armário.
Ele voltou a pôr tudo no lugar, se esforçando para parecer que ninguém havia ido ali.
Alguém bateu na porta do quarto.
"Entre."
Jimin viu o tio do irmão abrir a porta com cuidado.
Park sentou-se na cama, encolhendo as pernas e tapando as mesmas com a camisola.
"Jungkook não está." Avisou, sorrindo. "Está com a mãe."
"Ah." Ele largou a porta. "Eu só vinha ver se ele estava melhor." Se preparou para ir embora.
"Jungkook está doente?" Perguntou ao homem antes que ele saísse.
"Ah, não!" O homem voltou a entrar, encostando a porta. "Era sobre um garoto." Ele sussurrou, segredando.
Jimin arregalou levemente o olhar.
"Ah... Sim?" Se fez de desentendido.
"Você poderia ajudá-lo, não?" Ele disse doce. Park acenou. O homem sentou-se na cadeira da secretária de Kook, girando a mesma na direção de Jimin. "Ele me falou do melhor amigo."
Park era idiota mesmo por achar que era sobre si.
"Ah." Sussurrou, lábio preso entre os dentes.
"Ele me disse que o garoto o beijou!" Exclamou, quase horrorizado. "Ele nem sabe o que fazer agora. Porque ele gosta de outro garoto, mas esse tal de Taehyung era como um irmão para ele. Então agora ele está meio perdido por não gostar dele do mesmo jeito."
"Não sabe o que fazer?" Jimin adivinhou.
"Não sabe mesmo!" Ele respondeu. "Ele não queria perder a amizade com esse garoto, mas sabe que se continuar com ele vai ter problemas com o garoto dele."
"Complicado." Ia comentando.
"É complicado mesmo. Amigos de infância apaixonados que não são correspondidos. É mau mesmo."
Talvez fosse.
Talvez Jimin não soubesse de tudo.
"Bem, me desculpe ter te chateado." Ele levantou-se.
"Não me chateou."
"Já não basta estar ocupando o seu quarto que ainda te venho incomodar com problemas do meu sobrinho." Ele riu.
"Não me incomoda mesmo." Ele assegurou. "E esteja à vontade."
Esteja mesmo porque eu gosto de estar aqui. Pensou.
"Você irá falar com ele?" O homem perguntou, mão na maçaneta, esperando a resposta.
Jimin engoliu em seco e acenou, segurando as bainhas da sua camisola e as puxando para baixo.
O homem sorriu-lhe, quase em agradecimento e deixou o quarto, fechando a porta em silêncio.
Jimin largou a camisola e caiu para o lado, mordendo o seu lábio e deixando as lágrimas que prendia até então caírem.
Era mau ouvir aquelas palavras, falando de si e da sua situação como se não fossem nada.
Jimin queria muito ter Jungkook ali naquele momento.
Queria abraçá-lo e dizer-lhe que resolveriam aquilo juntos, mesmo ele não entendendo porra do que se passava ali.
A porta abriu-se à sua frente e Jimin rapidamente fungou, limpando a cara.
Era o tio dele mais uma vez.
"Só vinha lhe dizer que não precisa de chorar." O homem disse, como se soubesse que ele já estava chorando antes. Como se ele soubesse de tudo o resto. "Okay?"
Jimin acenou com a cabeça, ainda limpando a cara e tentando sorrir.
O homem sorriu-lhe também e voltou a fechar a porta.
Lutando contra a vontade de ouvir a voz de Jungkook, Jimin adormeceu.
▪》》▪
No domingo de manhã, quando fez dois dias que Jimin não via o irmão, o mais velho ficou a manhã toda na cama do garoto. Era para Jungkook voltar essa noite e tudo voltar ao normal, fosse qual fosse o "normal".
Na hora de jantar ele batucava os dedos impaciente na mesa.
"Jungkook volta hoje, não é?" Ele perguntou aos pais.
A sua mãe acenou com a cabeça, mas Mark o olhou estranho.
"Se ele não voltar a gente liga-lhe amanhã."
"Como assim se?" A sua mãe perguntou por si.
"Ele me disse para eu lhe dar o seu tempo." Mark informou. "Se ele não voltar hoje é porque ele quer ficar lá mais tempo."
Longe de Jimin.
"Porque ele quereria? Ele vive com a gente." A sua mãe retrucou.
"Eu sei, Lisa, mas você não vê que ele está passando por algo difícil?" O pai defendeu-o.
"E ele pode passar por isso aqui. Com a família dele."
A sua mãe era pocessiva demais. Tratava Jungkook como se fosse filho dela e na real ela considerava-o.
"Lisa, Jungkook não é-"
"Com licença." Jimin afastou a cadeira e levantou-se, saindo da cozinha e subindo as escadas apressado.
Fechou-se no quarto do garoto e procurou o seu celular, discando o número de Jeon.
Jimin sentou-se na cama, onde os pés não chegavam ao chão, e escondeu a mão entre as coxas.
Ele o ouviu pegar no celular e respirar contra ele, sem dizer nada.
"Oi." Jimin disse com a respiração acelerada, como se tivesse terminado de correr a maratona. Jungkook nada disse. "Me diga oi." Quase implorou.
"Oi."
A sua voz, da qual Jimin sentia tanta falta.
As suas respirações eram ouvidas de cada um dos lados e Jimin até podia imaginar a boquinha pequena do outro entreaberta.
"Tudo bem?" Perguntou.
Jungkook riu seco.
"Não." Foi sincero. "E com você?"
"Não."
Mais uma risada.
Jimin deitou-se na cama, de barriga para cima e braço para o ar, segurando o celular junto da orelha.
"Por favor, volte." Pediu-lhe. "Por favor, volte. Eu sinto a sua falta."
E outra risada.
Ele estava achando piada?
"Bebê." Ele disse e Jimin o imaginou sorrindo. "Respire um pouco."
"Estou tentando." Confessou. "Estou tentando, Jungkook." Repetia. "Você vai voltar?"
"Eu preciso de ir."
"Você vai voltar?!" Exigiu uma resposta.
"Vou." Ele murmurou.
"Quando?"
"Amanhã." Ele estava se movendo. "Agora eu preciso de ir." Informou. "Durma bem."
Jimin suspirou ao perceber que o garoto tinha desligado, não lhe dando nem a chance de responder.
Já não queria mais saber se Jungkook estava ou não brincando com ele, se estava realmente apaixonado.
Naquele momento não se importou de parecer um bobo ao mostrar todo aquele desespero.
Só queria Jungkook ali.
Foi com o pensamento de que veria Jungkook no dia seguinte que Jimin adormeceu nesse dia.
▪》》▪
Jimin saíra apressado da academia, tendo a plena noção de era tarde da noite e que Jungkook poderia estar dormindo quando Park chegasse a casa.
O garoto até subiu os lances todos das escadas, se recusando a esperar pelo elevador.
Ofegante ao chegar a casa, Jimin atirou as chaves para algum canto da mesinha da entrada e pousou o saco ao lado da porta, apressando o passo em direção das escadas.
A sua mãe estava no sofá, o observando.
"Onde está Jungkook?" Ele questionou, já saltando as escadas.
"Jungkook não voltou ainda." A sua mãe disse.
Jimin paralisou ali no meio.
"O quê?"
Jungkook mentira-lhe? Jimin tinha esperado por ele o dia todo!
"É." Ela disse desinteressada, nas no fundo o filho sabia que ela estava chateada só por pensar em perder Jungkook para a mãe dele. "Ele ainda não disse nada."
"Mas ninguém ligou?"
"Mark acha realmente que ele precisa de um tempo."
Jungkook não precisa de um tempo. Jungkook precisa de Jimin. Eles precisam um do outro.
"Ok." Ele subiu as escadas agora em passo lento. "Estarei no quarto. Boa noite."
▪》》▪
A terça feira correra exatamente da mesma maneira.
Jungkook não tinha voltado e Jimin começava a acreditar que o garoto realmente não sentia nada por si.
No entanto, à noite, Jimin ficou com a mãe na cozinha enquanto a mesma arrumava a cozinha e Mark estava na sala, esperando a mesma.
"Você não tem falado muito, meu amor." A sua mãe dizia, espreitando por cima do ombro para o filho, já que estava de costas para eles enquanto lavava a loiça. "Está tudo correndo bem com o trabalho e tudo?"
"Sim." Ele respondeu seco. "Se estivesse indo mal eu te dizia."
"Não sei se acredito mais nisso." Ela murmurou. "Meus filhos agora não me contam mais nada." Ela insinuava. "Nem de mal, quanto mais de bom."
Park sabia que ela se referia a Jungkook e que estava um quanto abalada por Jungkook estar mal assim e não falar com ninguém.
"Não é culpa sua que Jungkook não te diga o que está se passando com ele." Ele disse em um suspiro.
"Eu perguntei-lhe, sabe?" A sua mãe disse, mais uma espreitadela por cima do ombro. "Primeiro ele disse que não queria falar sobre isso. Depois ele disse que iria passar. Mais tarde era porque não me queria incomodar. Inventou tantas desculpas só para não me dizer."
"É um adolescente, mãe."
"Você também era e me contava tudo."
Nem tudo, mamãe. Nem tudo.
"Mas Jungkook é mais... Tímido."
"Mas ele falava comigo antes."
"Ok, mãe." Jimin riu do drama. "Talvez ele só queira passar por isso sozinho."
"Eu não ia gostar que você passasse fosse pelo que fosse sozinho."
Aish, mamãe, mas eu estou passando e você nem nota.
"Eu sei." Ele murmurou.
"E Mark parece que não se importa, sabe?" Ela continuou. Jimin até olhou a sala, com medo que o homem a ouvisse.
"Com certeza que se importa." Rebateu. "Você é que está exagerando."
Ela desligou a torneira e olhou o filho de lado, semicerrando o olhar depois.
"Você sabe o que se passa, não é?!" Ela se aproximou, lhe apontando um dedo.
"O quê? Não sei nada!"
"É na escola? Ou é um garoto?" Ela exigia, se sentando em frente a Park. "Ele é o meu bebé, você precisa me dizer!"
"Eu não sei nada, mãe." Jimin se afastou, se levantando.
"Não fuja!" Ela ficou em pé também.
"Estou indo dormir!" Ele dizia entre risadas, fugindo da mulher.
"Volta aqui, garoto!" Ela ordenou, correndo atrás dele.
Jimin estava nas escadas quando o seu padrasto segurou a cintura da mulher e a fez sentar.
O filho riu dela e foi para o quarto de Jungkook, suspirando ao chegar lá.
Até a sua mãe podia ver que tinha algo de errado com Jungkook.
Toda a gente podia ver.
Mas ninguém via que Jimin estava se fechando no quarto todas as noites, chorando todas as lágrimas que não saíram de cada vez que ele forjou um sorriso durante o dia.
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