XXVIII

❥ CAPÍTULO 28

Tem uma semana desde o dia em que Ryan e eu saímos. Que vivi um dia ótimo, divertido e que provocou uma confusão dentro da minha cabeça e coração assim que cheguei em casa. Evitei pensar muito no que quer que seja essa coisa que minha mente inventou, porque talvez seja um pouco precipitado e estranho.

Mais uma semana de estudos se foi, com isso, as provas também estão cada vez mais perto, assim como a seleção de bailarinos para o corpo de balé de um novo espetáculo da companhia. Alguns de nós que entramos recentemente podemos ser escolhidos para nos apresentar com a nova peça, e isso é algo que me deixa mais nervosa e ansiosa ainda.

Agora eu estou almoçando, antes de ir para a faculdade, com Alice e mais alguns colegas que conheci na companhia e nos demos bem. Alice é mais legal do que eu pensei, bem eclética e não para de falar por um segundo, mas isso só a torna mais interessante. Ela sempre tem assuntos ótimos para conversar.

— O que vocês acham de ir a uma boate essa semana?— Pergunta Chase, um dos bailarinos que entrou conosco na companhia. Não conversei muito com o mesmo, mas ele parece ser alguém legal.

— Provavelmente nós vamos estar cansados no final dessa semana. — Deduzo, antes de enfiar uma boa quantidade do frango grelhado e salada na boca.

— Nós vamos sexta. — Ele dá ombros, explicando. — Depois tem o final de semana inteiro pra descansar. Inaugurou a pouco tempo e dizem que é uma maravilha.

— E pode ser uma oportunidade pra ficarmos mais próximos. — Alice completa, me olhando sugestiva.

Suspiro, pensando. Talvez não seja tão ruim assim. Uma festa de verdade faz falta às vezes, e pode ser bom para eu aproveitar mais.

— Tudo bem. — Balanço a cabeça, concordando.

— Todo mundo topa?— Chase pergunta animado para o restante do pessoal e quase todos confirmam. — Ótimo. Podem chamar seus amigos, quanto mais gente melhor.

De qualquer jeito eu chamaria Sarah ou Riley para ir comigo, tenho quase certeza que eles não negariam. Esse novo pessoal é legal, mas eu não conheço todos suficientemente bem para confiar ir a um lugar desconhecido somente com eles. Às vezes eu posso me exceder com a bebida, e não ter ninguém que eu conheço por perto pode ser uma tragédia. Apesar de gostar bastante da Alice, não vou confiar a minha pessoa bêbada a alguém que tem cara de quem bebe mais que muita gente.

— Uau!— Ouço Sarah exclamar do meu lado. Franzo o cenho olhando para ela, que está olhando para algo do outro lado do restaurante. Sigo seu olhar, curiosa, e parece que toda a animação de antes some do meu ser. — Eles são bonitos.

Observo minuciosamente o motivo de sua admiração. Uma parte do time de futebol da universidade está adentrando o restaurante, juntamente com algumas líderes de torcida. Eu entendo Alice, todos ali são extremamente a bonitos, cada um com seu jeito. Mas apesar de toda a beleza, algumas pessoas em especial tomam a minha atenção.

Um pouco mais atrás do grupinho, Ryan caminha ao lado de Jacqueline Hernandez. Ela falando algo animadamente para Andersen, enquanto o mesmo não esboça nenhuma reação no rosto, mas parece estar ouvindo o que sua companheira tanto fala. Eles se sentam em uma mesa do outro lado do estabelecimento, Ryan de frente para mim, aparentemente ainda não notou minha presença.

Desvio o olhar do grupo, voltando a atenção a terminar meu almoço e tentando tirar a imagem de Jacqueline passando suas mãos pelos braços dele. Por algum motivo, isso me incomoda.

— Você conhece?— Alice pergunta, voltando o olhar o olhar para mim.

— Eles são da SBU. Líderes de torcida e jogadores de futebol.

— Essa universidade é abençoada. — Ela exclama, abanando as mãos em frente ao corpo como se estivesse com calor. Solto uma risada fraca.

— Não se empolgue muito. — Aviso, apontando a ponta do garfo para Alice para dar ênfase. — Algumas pessoas podem ser grandes babacas.

— Até as garotas?— Ela levanta as sobrancelhas, sugestiva enquanto colocava a ponta do polegar entre os dentes.

— Algumas podem ser legais, alguns garotos também. — Dou de ombros. — Mas não é todo mundo.

— Ótimo. — Alice sorri, dando uma última olhada na mesa deles antes de se virar para nós e voltar a comer. Percebo que a minha mais nova amiga é alguém que gosta de se aventurar. A cara de santa pode enganar muito bem.

Não demora muito para eu perceber um olhar em mim, me observando. Levanto os olhos para o local somente para ver se não é algo da minha cabeça e descubro que não é. Ryan me olha de sua mesa, sério, observador e nada discreto. Ele acena levemente com a cabeça quando nossos olhares se encontram e eu faço um mesmo, dando um sorriso amarelo e o fitando mais um pouco, antes do mesmo desviar o olhar para conversar com seus amigos.

Você fica encantadora nessa roupa de dança.”

Recebo de repente uma mensagem no meu celular. Vindo de Ryan. Era de se imaginar. Prendo meu lábio nos dentes, tentando segurar o sorriso que minha boca queria começar a formar e respondo.

Muito obrigada.
Você fica encantador com a jaqueta do time”

Levanto o olhar para ele a tempo de vê-lo abrir um sorriso discreto, olhando para o celular. Ele parece digitar, sorrindo fraco enquanto morde levemente o lábio inferior. Não deixo de admirar suas reações. O sorriso, a mordida no lábio, as mechas do cabelo caindo sobre sua cabeça inclinada para baixo e a sua covinha, tudo isso é uma tremenda maldição enviada do inferno para mim.

“Deveria aprender um elogio novo, ruivinha.
Não é legal copiar cantadas.”

Olho novamente para Ryan, ele faz o mesmo, levantando as sobrancelhas enquanto espera algo. Balanço a cabeça, evitando sorrir demais e sem emitir nenhum som eu dou tchau a ele, me levantando e pegando minha bolsa.

— Tchau, pessoal. — Eu me despeço dos que estavam acompanhados comigo. — Tenho que ir pra não chegar atrasada, a gente deveria fazer isso mais vezes.
 
— Com certeza. Tchau, Evie. — Alice me abraça rapidamente, sorrindo. — A gente se fala depois.

— Adiós, ruivão. — Chase bota os dedos na testa, como se batesse continência. Seguro a vontade de revirar os olhos pelo apelido. A pior parte de ser ruiva, definitivamente, é escutar os infinitos apelidos que as pessoas inventam. Alguns podem ser legais, outros nem tanto.

Deixo minha parte da conta e logo saio dali, entrando em meu carro e dando partida. Passarei no apartamento rapidamente para tomar um banho rápido e trocar de roupa antes de ir estudar. Mal sai da rua do restaurante e meu celular começa a vibrar no banco passageiro. Atendo o mesmo, deixando no viva-voz enquanto mantenho a atenção na estrada.

— Alô?— Chamo quando a pessoa do outro lado demora para falar algo.

Você saiu sem nem responder a mensagem ou se despedir direito, me senti magoado. — A voz rouca e divertida de Ryan invade o carro. Arrepiando não só meu corpo, mas também acelerando meu coração e fazendo eu engolir em seco.

— Olha, Ryan, estou começando a achar que você não vive mais sem mim. Sempre arranja um jeito de falar comigo.

Não seja tão convencida, ruivinha. — Consigo imaginar perfeitamente seu sorrisinho no outro lado da tela.

— Então porque me ligou?

Você é muito curiosa. — Ele estala a língua, falando baixo.

— Você tá no restaurante, né?

Sim. — Ryan confirma. — Mas não tô com muita fome. Vim aqui fora rapidinho mas já vou entrar de novo.

— Então me ligou para nada?— Semicerro os olhos, achando estranho. Ryan simplesmente saiu de perto de seus amigos para falar comigo.

Não quer mais falar comigo?— Sua voz sai ofendida. Reviro os olhos, sorrindo. — Garota, você vai ter que me aguentar por bastante tempo.

Não é uma ideia tão ruim.


Me sigam lá! De vez em quando eu posto algumas coisas relacionadas ao livro.

Obs: Não é algo relevante, mas o nome da universidade a partir de agora é Saint Benedict University

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