XIII
❥ CAPÍTULO 13
Me afasto de Ryan rapidamente quando me dou conta de que qualquer um pode nos ver, e eu não quero que ninguém nos veja.
Os boatos são rápidos e qualquer coisa pela metade que alguém pode ter ouvido ou visto é motivo para se espalhar por todo o campus, sendo mentira ou verdade. Não quero ser vista com Ryan. Não gosto de muita atenção, e é algo que terei caso seja vista intimamente com ele. Não ligo para as especulações, que falem o que quiserem de mim, mas meu irmão não sabe de nada que já aconteceu entre mim e Andersen e eu não quero que saiba tão cedo.
— Seu momento acabou?— Ryan pergunta quando me afasto.
— Eu não quero que outras pessoas nos vejam assim. — Dou de ombros, abrindo uma garrafa de cerveja e bebendo alguns poucos goles em seguida. — Se alguém já não tiver visto.
Não estamos completamente sozinhos e qualquer um pode ter visto aquele momento nosso.
— Evie, isso não aconteceu por nada. — Ryan pega minha cintura e, ficando atrás de mim, ele me guia até a despensa da cozinha. Deixo ele fazer isso, já não estou no melhor estado mental, não ligo para qualquer coisa que sinto por ele.
Ele fecha a porta do despensa, trancando com a chave que já estava na fechadura e se vira para mim, me olhando sério.
— Eu não quero que ninguém veja, nem que Charlie descubra. — Falo e em seguida levo a garrafa até a boca, bebendo grandes goles de bebida alcoólica.
— E eu não vou fazer nada com você se não estiver lúcida. — Ryan puxa a garrafa da minha mão, colocando-a em uma prateleira onde tem várias comidas gordurosas. A sala é pequena e estreita, não tem muito espaço para andar. — Pensei que a gente tinha mudado o nível das coisas.
— Que coisas?— Dou uma risada e balanço a cabeça. — Continua a mesma coisa, só que hoje a gente tava quase se pegando no meio da cozinha igual antigamente.
— É, você tá bêbada. — Ele respira fundo, passando a mão no rosto.
— Não tô não. — Com certeza eu estou, só um pouquinho. — Você queria me beijar, eu sei, a gente tava quase, eu acho que também quero te beijar. Agora estamos sozinhos, não tem problema.
Chego perto dele, passando as mãos pelos seus ombros e enroscando meus braços ali.
— Evie… — Ele repreende.
— Pensei que queria. — Sorrio, roçando meus lábios nos seus. Consigo sentir o seu hálito cheirando a uísque. — Você demorou antes, tava enrolando pra me beijar, tava quase desistindo.
— Quando você acordar amanhã vai se arrepender disso. — Andersen aponta, levando as mãos até minha cintura.
— Você não sabe. — Talvez.
— Agora você tá enrolando. — Ele levanta uma sobrancelha.
— Cala a boca. — Peço, logo antes de juntar nossos lábios.
Sua boca encaixa na minha perfeitamente bem, e é automático dar passagem para sua língua quando a sinto. A sensação familiar de seu beijo não é ruim, se possível é até melhor do antes, diferente.
Ryan sobe lentamente as mãos pelas minhas costas, causando um arrepio na região interna das minhas coxas, e segura com força minha nuca e os cabelos que ali estão. Solto um gemido contido sem querer, e passo minhas unhas pelo seu pescoço suavemente, ouvindo seu suspiro.
Andersen começa a andar alguns poucos passos, me levando junto, até as minhas costas se chocarem com a porta da despensa. A sua mão que estava na minha cintura, desce lentamente, explorando meu corpo, até segurar firmemente minha coxa e puxar para si, meu corpo colando no seu.
O movimento faz nossas intimidades se encostarem, consigo sentir o grande e duro volume pressionado contra a minha virilha.
Sua mão acaricia minha coxa. Seu toque não deixa de ser bruto, assim como o beijo apressado e cheio de desejo que mantém nossos lábios juntos.
Seguro sua nuca firmemente quando Ryan me faz enroscar ambas pernas em seu quadril, me suspendendo no ar e me deixando presa entre ele e a porta.
Esqueço que não gosto de Ryan, esqueço que foi de um jeito muito parecido com esse que nós dois nos conhecemos e somente me deixo levar pelo sentimento excitante.
— Ryan… — Seu nome sai como uma súplica quando seus beijos descem para o meu pescoço e suas mãos exploram os cantos mais perigosos do meu corpo.
— Hm. — Ele murmura contra minha pele, não parecendo estar muito no mesmo mundo que o meu.
Seus dentes mordiscam levemente o lóbulo da minha orelha, ao mesmo tempo que suas mãos sobem para meus seios. Reprimo um gemido, sentindo as suas mãos grandes pressionarem o local íntimo e os dedos habilidosos me provocarem com as carícias nos mamilos enrijecidos, por cima do tecido da minha roupa.
— Para. — Retiro forças do fundo da minha alma para poder o interromper. Coloco as minhas mão nos seus ombros e Ryan para imediatamente os beijos e carícias, levantando a cabeça para me olhar.
O rosto corado, os cabelos bagunçados por conta das minhas mãos e os lábios inchados são uma maldição por serem coisas e detalhes tão tentadores e eu não poder seguir em frente.
Poder eu posso, mas não no momento. Não com ele. E não quando eu disse que não cometeria isso de novo.
— Você quer mesmo parar?— Ryan sussurra, a respiração ofegante, como a minha, e os olhos nos meus.
— Sim. — Afirmo, depois de alguns poucos segundos somente olhando para ele. Olho para o chão antes de bater levemente em seu peito. — Por favor.
Ele fecha os olhos por um segundo, suspira e me solta devagar, se distanciando de mim, meus pés pousando no chão na mesma hora.
— Por que você sequer começou isso?— Andersen pergunta. Sua voz sai baixa, a dispensa fechada abafa todo o som de lá de fora e agradeço por isso, senão seria necessário falarmos mais alto um com outro.
— Eu comecei?— Levantei uma sobrancelha.
— Evie… se você quer algo, você não pode fugir disso. — Ele fala, os intensos e escuros olhos fixos nos meus. — Agora você vai se privar de qualquer coisa por causa dessa besteria de ressentimento?
— Ressentimento?— Franzo o cenho, toda a excitação de antes indo embora e dando espaço para a raiva. — Você acha que tudo isso é porque eu tô ressentida? Por favor.
— Então se não é isso, o que é?— Ele abre os braços, dando um passo na minha direção.
— Ryan, não importa quanto tempo tenha passado, ou o quanto você pode ter mudado eu ainda te acho um tremendo de um babaca. — Respondo. — Um babaca por simplesmente ser um puta de um mentiroso que não sabe lidar com ninguém.
— Do que você tá falando? — Suas sobrancelhas se franzem em confusão.
— Quando nos conhecemos, a primeira coisa que fizemos foi ir para cama sem nem perguntar o nome do outro. — Começo, me aproximando dele em passos lentos. Ele fica atento. — Quando você descobriu que eu era irmã do cara que você tava criando uma amizade, simplesmente fugiu de mim e começou a me evitar.
— Evie… — Ele tenta me interromper, mas eu não deixo. Agora que eu comecei, pretendo terminar.
— Me chamava todas as noites quando Charlie não tava em casa ou me levava pra algum lugar e tínhamos nossa noite, aí você esperava eu dormir e saía sem nem deixar recado. Somente com o dinheiro da porra do táxi pra eu voltar pra casa. — Agora Ryan evita me olhar, olhando para qualquer outro canto do cômodo e não para mim. Claramente constrangido quando passa as mãos no cabelo. — Me via por aí e enfiava a língua em qualquer uma só pra eu não falar com você. Fingia que não me conhecia e de noite voltava com o mesmo papinho furado de sempre.
— Eu posso explicar. — Andersen tenta se livrar, voltando a olhar para mim, as sobrancelhas baixas.
— Eu não quero ouvir. — Balanço a cabeça. — E chame do que quiser. Rancor, raiva, frustração ou qualquer merda, mas só eu sei o quão ruim é ser tratada como a merda de um objeto sexual.
— Evie, não. — Ele nega. — Eu nunca tratei como se você fosse isso.
— Para. — Esbravejo, exausta. — Eu não quero ouvir. Ryan eu não te odeio e já te disse isso, o que aconteceu fica no passado. Pra você pode não fazer muita diferença, mas pra mim faz. E eu não vou voltar a ficar com alguém que não me tratava do jeito que eu mereço. Mesmo que por uma noite.
Ele olha para o chão, suspirando, parecendo não ter muitas palavras a mais para dizer. Somente olho para ele, perguntando a mim mesmo por que ainda não dei a volta e sai por aquela porta.
— Me desculpa. — Ryan diz, depois de um tempo. Voltando a olhar para mim o olhar cabisbaixo. — Me desculpa mesmo. Eu não sabia que você se sentia assim, e nem tinha percebido o quão babaca eu era naquela época. Você mesma disse que não queria que seu irmão soubesse, então eu só agi como se não nos conhecêssemos.
— Até naquelas noites? — Meu tom de voz abaixa, um bolo começa a se formar na minha garganta.
— Eu não… — Ryan respira fundo, balançando a cabeça antes de continuar, parecendo pertubado. — Qualquer sinal de afeto que alguém possa demonstrar é estranho pra mim, eu não sei como agir e acabo estragando tudo no final. Eu só não sabia o que fazer quando aquelas noites de prazer se transformaram em outras noites mais calmas e você demonstrava o mínimo de afeto.
— E então você tratava mal as pessoas e as evitava?
— Eu nunca te tratei mal. — Ryan nega. — Não de propósito. E eu peço novamente desculpas. Fui um completo escroto e entendo isso.
— Eu só não posso agir como se nada tivesse acontecido. — Balanço a cabeça. — E um pedido de desculpas não vai mudar isso.
— Eu sei. — Ele assente com a cabeça.
— Podemos agora tentar conviver normalmente, sem nenhum empecilho. Para o nosso próprio bem, porque temos mais um mês e meio pela frente de convivência.
— Tudo bem. — Ryan concorda, o olhar perdido na porta atrás de mim.
— Te vejo por aí. — Espero que não. Me distancio da porta.
— Tchau. — Ele passa por mim, abrindo a porta e fechando atrás de si quando sai da dispensa, me deixando sozinha.
Respiro fundo, engolindo o nó que se formava na minha garganta e fico ali por alguns minutos para me acalmar.
Não fazia muito tempo que eu entrei na faculdade quando conheci Ryan. Foi em uma festa de boas vindas que os veteranos fizeram para todos os alunos da universidade. Assim que adentrei a porta, eu o vi.
Quando nossos olhos se encontraram não se desviaram mais, e em algum momento daquela noite eu estava aos beijos com Ryan no banheiro. O que se transformou em uma noite no meu apartamento e se seguiu assim por dias, sendo somente uma atração sem igual que sentimos um pelo outro quando nos vimos.
Ryan já estava criando um forte laço de amizade com meu irmão, e quando ele descobriu que éramos irmãos as coisas ficaram estranhas, pois eu não queria que Charlie soubesse e Ryan não queria que aquilo pudesse de alguma forma arruinar a sua nova amizade.
Continuamos no segredo, conversando mais e nos conhecendo, poderia dizer até que um sentimento começava a crescer no meu peito, mas Ryan estragou tudo quando começou a agir feito um filho da puta.
Decidi acabar com o que quer que fosse aquilo, cansada de esperar algo de diferente e me iludir, e desde então os dias tem se seguido e eu venho nutrindo uma raiva por Ryan por não saber como tratar as pessoas
Compreendo seu lado, mas isso não muda como me sinto. Eu não estou afetado por ele ficar com outras pessoas ou por agir realmente como um ficante, e sim com a maneira que depois de um tempo ele começou a agir como um filho da puta que não sabe conversar.
Fui desde que nasci usada como uma forma de lucro para ganhar mais dinheiro e fama para meus pais através da dança e do piano. Eu e meus irmãos lidamos com a negligência que ambos tinham sobre nós e continuei na dança mesmo tendo pensado em desistir disso, por conta da pressão que minha mãe colocava para me ver ser "a melhor" – como ela dizia. Me adaptei a um novo país com apenas oito anos de idade e a saudade dos meus antigos amigos.
Não passei por tudo que eu passei para simplesmente deixar um homem qualquer chegar e me fazer perder a linha novamente e permitir ele me tratar como um brinquedo.
Se preparem para mais emoções nos próximos capítulos!
Votem e comentem! Digam o que acharam desse capítulo.
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