XII

❥ CAPÍTULO 12

A música, que vem abafada, é ouvida antes mesmo de eu avistar a casa. Assim que saio do carro, vejo pessoas dançando no quintal na frente da casa, outras se beijando e algumas já jogando suas tripas fora, em consequência a grande quantidade de álcool que provavelmente ingeriram.

A casa é grande e está muito cheia, é complicado passar pelos corpos suados e que dançam ao entrar na residência.

Festas nas fraternidades da universidade são muito comuns, principalmente quando dadas pelos meninos do time de futebol, e sempre são bem faladas por dias. Nesses dois anos que estou aqui, não fui a muitas festas, mas as que fui foram suficientes para ver que eles realmente sabem dar uma boa festa.

— Uma dose de vodka, só pra começar. — Sarah me puxa até a cozinha, falando alto por cima da música eletrônica. Seguro com mais força a mão de Riley e Sarah, para não nos soltarmos e acabarmos nos perdendo um do outro.

Sarah pega um copo para cada um de nós e coloca um pouco de vodka em cada copo.

— A Evie, e a companhia de Marie Andersen. — Sarah estende o copo no ar, em um brinde.

— Á Evie. — Riley faz o mesmo. Balanço a cabeça rindo, e levanto o meu copo, fazendo os três se encostarem levemente antes de levarmos os copos à boca e beber tudo de uma vez.

— Agora vamos dançar. — Sarah nos puxa novamente para a sala, onde a maioria dos jovens estavam aglomerados, dançando ao som da música alta e alegre.

— A gente realmente tem que dançar?— Pergunto enquanto Sarah balança os meus braços para me animar.

— Você é uma dançarina. — Riley chacoalha meus ombros, fazendo eu levar meu olhar até ele. — Mostra suas habilidades e o porque você tá numa das melhores companhias de dança do país.

— Tanto faz. — Dou de ombros, rindo quando vejo Sarah e Riley dançarem de jeitos totalmente aleatórios sem vergonha nenhuma.

Me junto a eles, pulando e balançando os meus braços ao som da música, me deixando levar pelo ritmo envolvente.

Em algum momento, Sarah acha alguém para ficar aos beijos e se agarrar enquanto dança. O mesmo com Riley, que vai para um canto da sala, aos beijos com algum garoto.

Aproveito esse momento para seguir em direção a cozinha para beber algo. Passo pelas várias pessoas até conseguir chegar à cozinha e ir em direção e pegar uma garrafa pequena de tequila, abrindo em seguida.

Levo o gargalo até a boca, bebendo alguns poucos goles. Faço uma careta quando paro de beber. A bebida é muito forte.

— Não é tão forte pra bebidas, né?— Ouço uma voz conhecida atrás de mim e me viro, vendo Jeremy Avery se recostando contra a bancada da cozinha.

— Não sou muito acostumada. — Dou de ombros, olhando e volta e me dando conta somente agora que estamos sozinhos no cômodo.

Com tantas pessoas aqui, tem realmente como um único cômodo ficar vazio justo quando estou sozinha com outro garoto? O universo realmente gosta de brincar comigo.

— Fico contente em te ver aqui. Achei que não viria. — Avery sorri de lado, levando em seguida o copo que segura até a boca, bebericando qualquer que seja o líquido que ele carrega.

— Eu vim com meus amigos. — Cruzo os braços, dando um pequeno sorriso. — A gente queria comemorar um pouco e se divertir. Sabe como é, agora nem sempre vou ter tempo pra festas.

Ele levanta as sobrancelhas, notando que não vim sozinha. Não viria mesmo, não quando ele mesmo fez questão de perguntar se eu viria a festa quando estávamos na faculdade.

Jeremy não parece ser uma pessoa má, mas por enquanto eu realmente não quero ficar com ninguém. O meu único foco essa noite é dançar e beber, sem homens.

— Não tô vendo seus amigos aqui. — Ele olha ao redor, para depois voltar a olhar para mim e vim a passos lentos em minha direção. — Aparentemente você tá sozinha.

— Não nascemos grudados. — Balanço os ombros, bebendo mais um pouco da tequila e tentando não fazer uma careta quando o líquido desce rasgando pela minha garganta. Mesmo sendo uma bebida forte, eu não deixo de beber. — Eles também têm o direito de se divertir com outras pessoas. Eu tô bem sozinha.

— Desculpa. — Ele levanta as mãos em rendição, dando uma risada e parando de andar. — Nem uma companhia? Uma dança juntos pelo menos, soube que você é uma ótima dançarina.

Respiro fundo, dando uma boa olhada em todo seu físico. Jeremy não é de se jogar fora, tem toda uma beleza magnífica, mas não estou nem um pouco no clima para nada que envolva contato físico com outro alguém. Se eu estivesse um pouco mais bêbada, com certeza já estaria aos beijos com ele, mas esse não é o caso.

Só quero curtir a noite um pouco sem ninguém no meu pé.

— Como eu disse, Jeremy, quero ficar um pouco sozinha hoje. — Me encosto na parede.

— Tudo bem. — Ele suspira, passando a mão em seus cabelos negros. — Te vejo por aí. Quem sabe não temos outras oportunidades pra aproveitar, né?

— Talvez. — Dou de ombros. Não acho que teríamos.

— Até qualquer hora. — Ele pisca um olho para mim ao passar pelo meu lado e sair da cozinha pela porta de correr de vidro, que leva para o quintal de trás, onde tem algumas pessoas.

Mando uma mensagem para Riley e Sarah, avisando onde estou para eles não ficarem me procurando e em seguida volto a guardar o celular na bolsa e a coloco sobre a bancada ao meu lado.

Olho para as pessoas lá fora, levando a garrafa até a boca e me perguntando o porquê eu simplesmente não consigo agir como eles, como uma jovem que tem que aproveitar a vida. Eu nem sei como as pessoas se divertem em festa, ou como elas se encaixam tão bem em tantos ciclos de pessoas.

É difícil para mim manter uma conversa com alguém desconhecido e fazer essa pessoa ficar, porque de um jeito ou de outro eu sempre acabo estragando tudo e o interesse vai embora, assim como a pessoa. Incontáveis as vezes que eu afastei uma amizade ou um possível relacionamento, simplesmente por não conseguir manter ninguém por perto tempo suficiente para eu sentir algo.

Não queria Jeremy, e estou decidida quanto a isso, mas o fato de que eu não me relaciono com alguém a quase um ano por não conseguir sentir nada, isso me assusta.

— Um beijo pelos seus pensamentos. — Dou um sobressalto de susto ao escutar a voz de Ryan baixinha no meu ouvido, e olho para ele ao meu lado. Que mantém um sorriso ladino nos lábios, e os olhos fixos nos meus.

— Prefiro manter para mim. — Dou alguns passos para o lado, me afastando um pouco do calor de seu corpo e me recupero do susto.

— Por que você tá sozinha?— Andersen cruza os braços, me analisando por inteiro. Me sinto nua com seu olhar. — Seus amigos estão por aí se divertindo.

— Eu sei. — Balanço a cabeça, desviando do seu olhar e bebendo um grande gole da tequila. Não me importo mais com o gosto forte do álcool.

— Você não respondeu à minha pergunta. — Ele levanta a sobrancelha.

— Eu quero ficar um pouco aqui. Não posso?— Dou mais um gole em seguida, andando um pouco pelo cômodo. De repente sentindo muito calor.

Vejo Ryan respirar fundo e ignorar minha pergunta.

— Você tá bonita, Evie. — Meu nome sai estranho em sua boca, não é ruim. — Isso porque entrou na companhia da minha tia?

— É... — Dou de ombros, olhando para a minha própria roupa.

Não me produzo muito, mas foi o suficiente para me sentir mais bonita do que não me sentia a dias. Um conjunto de saia e um cropped com um decote aceitável da coloração preta é a única coisa que eu visto, além da corrente de ouro em meu pescoço e as botas de cano baixo de salto plataforma

— Se você tá aqui comemorando, deveria realmente estar se divertindo e não parada sem fazer nada. — Ele aponta, se aproximando de mim. Respiro fundo e me viro de costas para ele, bebendo em um gole só o resto da tequila. — Você deixou seus amigos se divertindo com outras pessoas e fugiu deles pra ficar sozinha.

— Eu não vou impedir eles de ficarem com outras pessoas só pra não me deixar sozinha. — Coloco a garrafa no balcão, tentando não me virar para Ryan, que sinto muito próximo de mim.

— Por que você quer ficar sozinha, linda?— Apesar da música absurdamente alta e das várias vozes misturada pela casa, consigo ouvir nitidamente a voz baixa de Ryan atrás de mim. Seu corpo quase encostado no meu. — Aproveita um pouco.

— Eu tô bem sozinha. — Respondo, em um suspiro. Ele se inclina para colocar seu copo no balcão a minha frente, encostando seu peito nas minhas costas. Fecho os olhos, praguejando um palavrão mentalmente e respiro fundo, não conseguindo sair do lugar.

— Você também tem o direito de se divertir um pouco. — Seu hálito quente entra em contato com meu ouvido, e uma porção de arrepios acontecem pelo meu corpo. — Comemorar. Aproveitar a noite.

Andersen fala isso enquanto tira meu cabelo de um ombro, deixando meu pescoço livre. Não consigo fazer nada para impedir, não acredito que eu queira que ele pare, me condeno por isso, mas simplesmente deixo ele fazer o que quer.

Acho que estou mais bêbada do que pensei.

— Esquece todo o estresse, se deixa levar por essa ótima noite... — Suas mãos vão até meus ombros, fazendo uma leve massagem. Mordo o lábio inferior, não gostando das reações do meu corpo. — Relaxa.

Um beijo é deixado no meu pescoço quando suas mãos vão descendo lentamente pelos meus braços, até chegarem na minha cintura e ele me fazer virar para ele, olhando seu semblante sério e com o olhar cheio de luxúria.

O olho de cima a baixo, esquecendo tudo o que sinto por ele e admirando o jeito que a calça jeans se encaixa bem em suas pernas fortes e a camisa cinza aperta seus músculos, assim como a jaqueta preta de couro.

Minhas mãos param em seu quadril, por debaixo da jaqueta enquanto ele levanta meu queixo com os dedos, me fazendo olhar para ele.

Andersen se inclina para baixo, me deixo levar pelo momento esquecendo completamente tudo ao redor, nesse momento só existe nós dois.

Ryan beija a lateral da minha cabeça, descendo os beijos lentamente pelo meu rosto. Ele beija a bochecha, o meu queixo, a minha mandíbula, até enfim chegar na minha boca e beijar somente o canto dos meus lábios. Solto um suspiro frustrado, sentindo meu ventre se agitar em excitação e um arrepio não muito incomum subir pelas minhas pernas.

— Pra quem não gostava de mim, você tá bastante entregue. — Ele sussurra, roçando os lábios nos meus.

— Cala a boca, Ryan. — Praguejo, quase me soltando de seus braços e saindo dali rapidamente.

— Vem calar aqui. — Ele sorri de lado, apertando minha cintura levemente, um gesto que quase me arranca um gemido.

— Eu tô mudando de ideia. — Fixo meus olhos nos seus. Não consigo deixar de notar a forma como ele sempre olha em meus olhos com tanta intensidade.

— Não, você não tá. — Ele nega, descendo os beijos pelo meu pescoço.

É, eu não estou.

Uma perguntinha, gente linda: Vocês preferem um capítulo grande, com um pouquinho mais de 4 mil palavras, com bastante interação e hot, ou um capítulo dividido em duas partes com 2 mil palavras cada, mais ou menos?

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