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❥ CAPÍTULO 10
— E aí, ruiva. — Sou cumprimentada por um dos jogadores do time de futebol da universidade.
— Bom dia. — Dou um sorriso gentil, me encostando no balcão. Conheço muito bem esse cara. Jeremy Avery, um dos destaques do time e muito cobiçado por aí. — O que deseja?
— Cinco cafés, uma caixa de donuts para viagem… — Ele sorri de lado tentando usar seu charme. — E seu número, talvez.
— Sinto muito, mas esse último não está disponível. — Me afasto para preparar seu pedido.
— Sério? — Ele lamenta, com um tom divertido e ainda mantendo seu sorriso. — Que pena, seria a melhor coisa daqui, deveriam pensar sobre.
— Obrigada pela sugestão. — Dou um pequeno sorriso, fechando os cinco copos de café. — Vou levar até o gerente.
— Boa ideia. — Ele assente. Balanço a cabeça, pegando vários donuts de sabores variados.
Após preparar seu pedido, coloco todos os cinco cafés e os donuts em cima do balcão, o entregando.
— Muito obrigado. — Jeremy me entrega o dinheiro e quando eu vou pegar as notas de sua mão, ele segura a mesma suavemente. Arqueio uma sobrancelha o olhando. — Meu número, pra caso você mude de ideia.
Ele coloca um papel na minha palma, junto com o dinheiro e em seguida pega o que havia pedido se afastando depois de piscar um olho para mim. Acompanho com o olhar quando ele passa pelas portas e se encontra com seus colegas do time, todos cochichando.
Meus olhos não conseguem evitar de se encontrar com o de Ryan, que estava junto com eles. Seu semblante sério já entregava que ele não estava com muito bom humor.
Andersen dá um aceno de cabeça para mim, antes de se virar e se afastar da minha visão junto com os outros.
Balanço a cabeça, me livrando de qualquer pensamento, e volto ao trabalho. Guardo o dinheiro no caixa e coloco o papel com o número de Avery no meu bolso.
Não pretendo ligar para Jeremy, com certeza não, conheço muito bem esse tipo de cara, mas caso algum dia eu estiver louca o suficiente não vejo o porquê não o chamar. Ele é lindo, muito lindo, e pelo que as mulheres falam têm uma ótima pegada. Não sou nenhuma santa, tenho meus dias de recaída e necessidade.
"Tudo certo ainda para o nosso estudo hoje, né?
Ou tem outro compromisso?"
Vejo a mensagem de Ryan no visor do meu celular assim que meu turno acaba, a mensagem foi enviada a algumas horas atrás, mas como eu não fico com o celular enquanto trabalho só conseguir ver agora.
Franzo o cenho, entrando na conversa e respondendo sua pergunta estranha. Eu não gosto de desmarcar nada com ninguém, principalmente de última hora, sou muito organizada quando se trata da minha rotina, então não teria para desmarcar nada com ele se não fosse nada muito importante. E achei que ele já soubesse disso.
"Tudo certo pra hoje.
Me encontra na área externa da biblioteca no fim da minha aula."
Envio a mensagem e saio da cafeteria
Passo em casa rapidamente para tomar um banho e trocar de roupa, deixando para almoçar na faculdade.
—Abre o livro da última aula na página 68. — Falo assim que Ryan se senta na minha frente. Ele me olha levantando as sobrancelhas, assustado com a rapidez. — Sem enrolação, a gente tá perdendo muito tempo nos últimos dias.
— Tá bom. — Andersen dá de ombros, colocando suas coisas sobre a mesa.
— Pra começar eu quero que você leia da página 68 até a 72, prestando atenção e marcando tudo que achar de mais importante. & Dou a instrução, abrindo um livro qualquer para ler enquanto o espero.
— Por que não?— Ele murmura baixo, em um suspiro. O olho por cima do meu livro, vendo ele abrir o livro que eu pedi na página certa e começar a ler, concentrado.
Sorrio de lado, sem nenhum motivo, e volto meus olhos para a minha leitura. Mordisco uma barra de cereal somente para distrair, e espero até Ryan terminar a leitura e se encostar na cadeira respirando fundo.
— E agora?— Ele pergunta.
— Prestou atenção em tudo? Entendeu? — Pergunto com cautela. Ele franze as sobrancelhas, concordando com a cabeça. Sorrio em seguida. — Por isso vai ganhar um petisco.
Entrego uma barra de cereal para Andersen, que olha para a embalagem em minha mão e depois volta o olhar para mim, franzindo o cenho.
— Eu não sou um cachorro que faz algo que o dono manda e ganha um petisco de brinde. — Ele cruza os braços.
— Você não quer?— Levanto uma sobrancelha. Ryan revira os olhos, pegando a barra da minha mão e abrindo a mesma.
— Valeu. — Ele murmura, dando uma mordida.
Rio, em seguida limpo a garganta e me preparo para começar a lhe explicar um conteúdo.
— Vai me dar um doce toda a vez que eu acertar algo?— Ryan pergunta ao me ver estender um biscoito em sua direção, depois que se passa mais um tempo de estudo.
É somente permitido comer na biblioteca alimentos pequenos que não deixam farelos e podem danificar os livros e notebooks que tem aqui, e como estamos na área externa não tem realmente nenhum problema, até porque nada que comemos está sujando as mesas e os livros.
— Eu acordei de bom humor hoje, não reclama, amanhã eu posso aparecer com o pior humor do mundo. — Meu dia hoje, por algum motivo, está correndo muito bem. Não tem realmente uma razão para eu estar com o bom humor, eu simplesmente acordei assim, me sentindo muito bem. E por isso eu esqueço por alguns instantes que eu não gosto de Ryan.
— Eu não sou uma criança. — Andersen murmura, mesmo assim come o doce.
& Para de reclamar, eu tô sendo legal e você tá achando ruim?— Cruzo os braços.
— Eu não disse isso, só que é estranho. — Ele dá de ombros. — Você, normalmente me xingaria e nem pensaria em me dar algo.
— Pois eu não te ofereço nada nunca mais. — Balanço os ombros, colocando um pedaço de biscoito na boca. — Muito reclamão.
— Tá. — Ele ri, balançando a cabeça. — Desculpa.
— Isso é como um incentivo. — Suspiro, apoiando os antebraços na mesa. — Você aprende ou acerta algo, e eu te dou alguma coisa como um brinde. Acho que as pessoas trabalham melhor quando sabem que no final podem ganhar uma recompensa.
— Interessante. — Ele concorda. — Vai ser sempre comida?
Dou de ombros.
— Depende do meu humor. — Respondo enquanto dou uma mordida em um doce. Sorrio.
— Você realmente tá estranha hoje. — Andersen ri. — Mas eu gostei, é uma ideia interessante.
Voltamos ao estudo normalmente, sem nenhuma intervenção. É até bizarro o jeito que Ryan compreendeu rapidamente o que tinha que aprender, levando em conta a dificuldade que teve nos primeiros três dias. Fico contente, pois quem está lhe ajudando sou eu, o que significa que tenho uma boa competência nisso, em ajudar as pessoas.
Provavelmente, se Ryan não tivesse me pedido ajuda, eu nunca teria sequer pensado em ajudar alguém a estudar. Confesso que foi algo bom, pois apesar de estar o ajudando, também estou reaprendendo e revisando coisas que havia esquecido antes. Ele tem um método diferente de estudo do meu, e nós dois aprendemos um com outro. Essa boa convivência que temos quando estamos juntos estudando, foi repentina, mas até que é bem aceita.
— Como a gente não tem estudo por mais dois dias, eu quero que você pegue pelo menos duas horas desses dias pra ler e escrever tudo o que aprendeu. — Explico, quando nosso estudo acaba. — No fim da semana que vem eu vou fazer algumas perguntas e quero que você responda todas, pra gente ver em que nível estamos e aí passamos pra um estudo mais pesado e complexo.
— Tudo bem. — Ele concorda, prestando atenção no que eu falo.
Me levanto da cadeira, pegando minha mochila após guardar tudo que era meu.
— Por hoje é só. Alguma dúvida?
Ele me olha por alguns poucos segundos em silêncio, antes de respirar fundo e apoiar os braços na mesa, com os olhos ainda fixos nos meus.
— Por que você me odeia?— Sua pergunta é inesperada e me acerta em cheio.
Pisco os meus olhos algumas vezes, somente para ter certeza de que ele realmente perguntou isso. Procuro alguma resposta na minha mente para algo que nem eu entendo muito bem.
— Eu não te odeio, Ryan. — Respondo, após um suspiro. — Isso não é ódio.
Andersen não diz nada, somente concorda com a cabeça. Também não faço ideia do que falar ou se devo falar algo.
— Te vejo daqui a dois dias. — Começo a me afastar. — Tchau, Ryan.
Saio da biblioteca rapidamente, com sua pergunta em mente.
Por que eu não gosto de Ryan? O que ele tem de tão ruim para eu não gostar dele?
Ah, eu não queria que fosse pelo motivo de todo meu rancor e frustração
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