V

❥ CAPÍTULO 5

Se tem uma coisa que eu detesto é lugares cheios. Eu realmente não me dou bem em lugares onde tem muitas pessoas, seja em festas, lanchonetes, na rua, tanto faz. Não me dou muito bem socialmente, e o único lugar que eu realmente prezo e amo quando está cheio são as plateias dos teatros quando me apresento.

Sou uma pessoa horrível quando se trata de socializar, ainda mais conversar com um desconhecido, o nervosismo e a timidez sempre vencem. Tive que me acostumar, por exemplo, a atender muitas pessoas na cafeteria, mas ainda me dou mal nisso às vezes.

Por isso, ao entrar na cafeteria, que Ryan me pediu para encontrá-lo, e ver o lugar parcialmente cheio quase volto por onde entrei e vou para casa, mas decido entrar logo e ir a seu encontro.

Vejo Ryan em uma mesa, no fundo do estabelecimento, concentrado em ler o menu e agradeço mentalmente por ele estar mais afastado de todas as outras pessoas.

- Tô aqui. - Me sento, na cadeira em sua frente e colocando a minha bolsa sobre uma outra cadeira ao meu lado.

- Bom dia pra você também. - Ele diz, ainda olhando o menu da cafeteria.

- Bom dia, Ryan. - Ele sorri quando escuta, mas ainda não me olha. - Me diz porque você me chamou aqui.

Olho rapidamente ao redor, dando uma observada no local. A cafeteria tem uma decoração simples, mas aconchegante. Ela é iluminada por pequenas lâmpadas que cobrem grande parte do teto e é uma construção feita inteiramente de madeira - com exceção do teto. Em uma parede, um tipo de papel de parede preto com o nome da cafeteria North Sunsets Coffee repetido várias vezes por ela em várias fontes diferentes na cor branca.

É um lugar bonito, simples e aconchegante. Dá pra entender o porquê tantas pessoas vem aqui.

- Consegui uma audição pra você na companhia da minha tia. - Ele diz, tranquilamente, levantando a mão para chamar algum garçom.

- Tá falando sério?- Meus olhos se arregalam, levemente.

- Por que eu mentiria?- Ele finalmente me olha, sorrindo de lado.

- Isso é... - Faço uma pausa, sem palavras, e balanço a cabeça. - Uau, isso é ótimo.

- Eu sei. - Ele dá de ombros. - Não precisa agradecer.

Assinto com a cabeça, olhando para ele e tentando expressar a minha gratidão, já que não consigo expressar em palavras.

O garçom chega a nossa mesa e anota o pedido de Ryan, somente peço uma água, não pretendo ficar aqui por muito tempo.

- Me chamou aqui só pra isso?- Cruzo os braços, o olhando atentamente. - Podia ter me contado por mensagem.

Ele estala a língua no céu da boca e balança a cabeça.

- Não ia perder a oportunidade de te ver, ruivinha. - Ignoro, respirando fundo.

- Era só isso? - Pergunto.

- Não. Primeiro a gente tem que marcar os dias em que você vai me ajudar a estudar e eu te dou o resto das informações que você precisa antes de ir fazer a audição. - Logo quando Ryan termina de falar o garçom chega, deixando o pedido de Ryan sobre a mesa e um copo de água para mim. Agradecemos e ele continua fazendo seu trabalho.

- Eu tô livre nos fins de semana e a partir do fim da tarde nos dias de semana. - Digo. - Mas avisando que nem sempre, eu costumo usar algum tempo pra descansar.

- Eu tenho treino todos os dias e durante os sábados. - Ryan explica, em seguida colocando um pedaço enorme do sanduíche na boca. - Mas tô livre na maioria das vezes nos domingos depois do almoço e posso arranjar um tempo nos outros dias.

Suspiro, já ficando cansada só de imaginar.

- Quão mal você tá na matéria?

- Eu tirei a nota mínima na última prova. - Ele diz, rapidamente. Me olhando por cima do grande copo de café.

- Você é tão burro assim? - Levanto as sobrancelhas.

- Eu tava ocupado, não tive muito tempo pra estudar e nem me concentrar. - Ryan se defende, balançando os ombros. - Em quanto tempo você acha que eu consigo aprender a matéria?

- Dependendo da frequência que a gente se encontrar, dois meses mais ou menos, pra aprender ela toda. - Dou de ombros. - Se você não quiser reprovar nela e ficar focado nisso.

- Dois meses? - Ele reflete. - Você realmente consegue fazer eu aprender tanto em dois meses?

- A menos que você não se ache suficiente pra isso. Não é tão complicado. - Me levanto, bebendo toda a minha água. - Tô indo agora, te passo os horários e o local mais tarde. Agradeça a sua tia por mim.

- E eu? - Um sorriso convencido aparece em seu rosto. - Se não fosse por mim isso não estaria acontecendo.

- Assim como, se não for por mim, você pode reprovar em uma matéria e sair do tão amado time. - Dou de ombros, pegando minha bolsa. - Como você disse, uma troca de favores.

Ryan também se levanta da cadeira, andando alguns passos para se aproximar de mim, com um sorriso presunçoso nos lábios. Levanto minha cabeça para olhar em seu rosto, ele é estupidamente alto.

- Sobre o livro que você me deu um puta de um spoiler...- Ele começa, me olhando sério. Minha boca forma um pequeno sorriso ao lembrar, não digo nada. - Você não citou o fato de que ela volta à vida e eu quase desisti de ler depois do spoiler, por uma mentira.

- Mas não foi uma mentira. - Balanço a cabeça. - O pescoço dela realmente é quebrado e ela morre por isso, mas eu não achei que precisava citar o fato de que fazem ela ressuscitar.

- Sabe, eu odeio que falem algo pela metade ou que contem algo que não eu precisava saber. - Ele se aproxima ainda mais, sua cabeça inclinada para mim. Sua proximidade é perigosa, e eu sei disso, mas não me afasto. Não sei o porquê.

- Bom, a vida é cheia de decepções. - Dou de ombros, sentindo algum tipo de nervosismo, mas não demonstro. - Acredite, eu sei bem disso.

Falo a última parte, o olhando de cima a baixo. Ryan entende e balança a cabeça, rindo.

- Sabe, você fala tanto sobre a minha pessoa e como acha que eu sou tão desprezível assim que eu tô começando a achar que você tem algum tipo de ódio quanto a mim. - Ele fala tudo com um maldito sorriso de lado nos lábios.

- Você acha?- Deito a cabeça para um lado, levemente, e semicerro os olhos. - Achei que tivesse mais óbvio.

Ryan dá um passo para frente, se aproximando mais, e eu vou um passo para trás automaticamente, sendo pega de surpresa pela ação e me xingo mentalmente. Ele dá um riso rápido e pega um fio de cabelo meu enrolando no seu dedo e prestando atenção no próprio movimento.

Fico parada, respirando fundo e olhando seriamente para ele, que para de enrolar meu cabelo e me olha.

- Seu cabelo é bonito. - Ele diz, me olhando nos olhos. Balanço a cabeça levemente, concordando. - E cheira a morango.

- É o shampoo. - Dou de ombros, sem saber realmente porque estamos tendo essa conversa.

- Combina com você... - Ele sorri de lado, me olhando de cima a baixo e passa a língua nos lábios. Suspiro. - Moranguinho.

- Tchau, Ryan. - Digo rapidamente e me afasto dele, soltando o fôlego. - Eu te mando os horários e o local por mensagem, você me manda o que preciso aprender e quando eu posso ir na companhia da sua tia.

- Minha presença te afeta tanto assim?- Ele pergunta, sentando onde estava antes.

- Sim. - Respondo. Ele levanta as sobrancelhas. - Eu sinto que posso me afetar permanentemente com seu ego altíssimo e tanta masculinidade fingida.

Ryan só concorda com a cabeça, me olhando atentamente.

- Tchau, Moranguinho. - Ele não parece nada afetado com o que eu falei e insiste no apelido ridículo.

Respiro fundo e me viro, saindo daquele lugar e com o coração batendo a mil, sem entender muito do porquê meu corpo está reagindo tanto



Caso qualquer um de vocês conheçam algum cantor/modelo/ator asiático, ou descendente, que possa "representar" o Ryan, me falem aqui o nome por favor. Não precisa ser necessariamente famoso, qualquer um está ótimo, então caso vocês saibam de algum homem que possa se encaixar no Ryan para "interpretar", pelo que vocês viram até agora, me falem. Ou a pessoa que vocês imaginam quando pensam nele.

Digam o que acharam do capítulo!

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