XXIX - Conselhos
11/04/1888 - Segunda-Feira
- Pronto! Eu ganhei!
- Não, não ganhou.
- Ah?! Por que não?!
- Por deus, Soma. Já expliquei as regras, você não pode mover suas peças desse jeito. Além disso, você está em desvantagem a mais de vinte minutos!
- Mentira a sua! Você só não quer perder porque sabe que eu sou muito bom.
- Isso não faz o menor sentido! Pare de criancice e jogue direito.
- Agradeço muito pela visita, - Agni seguia manipulando os temperos com suas mãos, enquanto as carnes ferviam no fogão. - minha alteza fica extremamente feliz com as visitas de seu Mestre, senhor Sebastian.
- Gentileza a sua.
Segui cortando as vagens e ralando as cenouras.
- Fico tão emocionado! Os dois parecem desenvolver uma amizade tão bela, não acha?
Com rapidez, levei meus olhos a Bocchan e o príncipe.
- Lero, lero, você não gosta de perder!
- Escute aqui, seu trapaceiro! Você...
- Aquele quem diz, é aquele que é!
- Urg! Seu...
- De fato, suas interações parecem ter evoluído consideravelmente.
E de fato. Considerando que em tempos posteriores, Bocchan mal respondia as cartas do príncipe.
- Fico imensamente feliz em ver minha alteza com tão bons amigos! E em fim, - Agni abriu uma das panela a sua frente. - o preparo dos legumes está finalizado?
- Devidamente.
Entreguei a ele a bandeja de cenouras raladas, vagens cortadas e cebolas picadas.
- Obrigado! - Com a bandeja em mãos, ele despejou os alimentos sobre a panela, mexendo tranquilamente com uma colher. - O cheiro parece ótimo! Garanto que não se arrependerão de ficar para o almoço.
- Sou extremamente grato por sua hospitalidade. Já faz certo tempo que ando adaptando os pratos que Bocchan anda consumindo.
- O que tem feio?
- Meu Mestre nunca foi um grande adepto a legumes, mas depois de certas mudanças, notei uma certa simpatia de sua parte por legumes assados e fortemente temperados.
- Ah, é claro! Em minhas terras, muitos dos alimentos ganham mais sabores, quando bem temperados. Agradecemos a Shiva todos os dias, por esta grande graça.
- Imagino.
- Acredito que levará um certo tempo até que tudo termine de ferver. Enquanto isso, o senhor aceitaria alguma coisa?
- Não é necessário, obrigado.
- Ah, imagine! Minha alteza faz questão de que os senhores se sintam muito bem acomodados, por favor, beba algo!
- Eu realmente não...
- Venha! - Com a mesma hospitalidade exagerada de sempre, Agni levou-me a mesa da cozinha, de certa forma, me impulsionando com sua mão em minhas costas. - trarei um "Chai", para o senhor! Sente-se.
Forçadamente, sentei-me a mesa. Me inclinando sobre a cadeira, verifiquei a sala de estar mais uma vez.
- Você vai mesmo trapacear em todos os jogos?!
- Não se preocupe, eu sou um príncipe! Eu entendo de batalhas, nós venceremos!
- Isso é xadrez, nós estamos em literais times opostos!
- Oh, então é por isso que as suas peças são brancas. Explica de novo?
- De novo?!
Tudo me parecia bem.
- Aqui está, senhor Sebastian. - Agni retornou em um piscar de olhos, com uma xícara negra em mãos, repousada em seu pires. - Uma saborosa xícara de Chai!
- Muito obrigado.
Aceitei a xícara, a deixando sobre a mesa em minha frente.
- Não irá provar?
- Esperarei esfriar.
Mal sentirei o gosto. Uma pena desperdiçar tais especiarias de Chai.
- Oh, é claro. - Calmamente, Agni se sentou a minha frente, encarando profundamente seu príncipe, com admiração. - Então, o que vieram fazer em Londres?
- Jovem Mestre tinha alguns negócios importantes a tratar.
- Entendo, mas, algo os trouxe até aqui? Quero dizer, acredito que suas rotinas sejam um tanto conturbadas, para estas pequenas pausas, não?
- De fato, são. Mas, acredito que pequenos momentos de quebra possam fazer bem ao Mestre. Pequenas distrações.
- Oh, é claro! É algo muito importante! Durante os fins de semana, sempre procuro permitir que minha alteza tenha dias prazerosos, para suportar suas tarefas semanais.
- Tarefas?
- Sim! Apesar de estarmos longe de casa, fiz questão de manter sua rotina de estudos e ensinamentos, tanto religiosos quando de sua realeza. A cultura nunca deve ser deixada de lado.
- É claro, totalmente coerente.
"Não sei o que deu em você. É uma total perda de tempo irmos até lá."
" Com todo o respeito, descordo, senhor. Principe Soma e senhor Agni estão instalados em uma de suas propriedades na cidade, por tanto, é importante que estejamos sempre atentos ao estado da moradia, se está sendo bem cuidada e se os hóspedes estão bem acomodados. Não podemos deixar que corram rumores negativos sobre uma das moradias Phantomhive. Como descuidos com a faixada e outros tipos de agressão integridade estética da..."
"Corte a enrolação e pare de falar um pouco. Urg, que perda de tempo! Não quero demorar mais que duas horas lá dentro. Entendeu?"
"Yes, my Lord."
Esta foi a conversa que ocorreu, antes de chegarmos aqui.
Nosso contrato não me permite contar quaisquer mentiras que sejam, por tanto, estava sendo completamente honesto. Ao menos uma vez ao mês, as propriedades Phantomhive situadas na cidade, devem ser verificadas, para manter a boa aparência e funcionamento.
Mas, apesar do principal fator, haviam os pequenos fatores.
Que eram de completo e único interesse meu.
- Senhor Agni, há algo que gostaria de lhe perguntar.
- Oh, a mim?
- O senhor é, de fato, um servo a altura. O qual, admiro por todas as vivências e experiências.
- Estou apenas cumprindo meu propósito de vida. Ser a companhia ideal para a minha majestade e guia-lo para o sucesso, tudo isso se resume em ser um bom servente!
Um tanto nobre, não? Oh, o quanto os humanos podem ser devotos e saudáveis quando possuem algo pelo que viver, "um propósito", como todos dizem.
- É algo um tanto fora da curva, e de antemão, peço meus mil perdões pelo tópico e assunto. Mas, qual é a visão do senhor em relação as damas?
- Damas? O que quer dizer?
Que situação!
- Venho me questionando a cerca de uma certa dama, ultimamente. Por tempos tenho feito esforços para me aproximar, e tenho fracassado em grande parte dos momentos. Durante a noite de ontem, falhei totalmente mais uma vez. Eu tenho me questionado a respeito deste assunto e não consigo enxergar o que á de errado. Tenho seguido o mesmo comportamento de sempre, com os mesmos costumes e comportamentos que agradam as damas. Não consigo enxergar o que á de errado com ela. E, em minha total honestidade, gostaria de saber o que o senhor faria em minha posição.
Tenho estado imerso em introspecção acerca de uma distinta dama em tempos recentes. Ao longo de períodos consideráveis, tenho diligenciado em me aproximar, porém, em múltiplas ocasiões, meus esforços resultaram em insucessos. No transcurso do dia precedente, vislumbrei o vislumbre de uma oportunidade para estabelecer uma maior proximidade, contudo, minhas ações culminaram em um desfecho totalmente adverso. Em um ato de completa sinceridade, desejo indagar o que Vossa Senhoria optaria por empreender em circunstância análoga.
Agni é de fato um humano interessante, com habilidades que beiram o sobrenatural e se não me engano, um dos únicos seres humanos que teria a real capacidade de competir contra minhas habilidades. O que uma grande paixão e força de vontade não pode fazer por estes pequenos seres, não é?
A grande questão é que senhor Agni surge de uma metamorfose drástica. De um antigo criminoso condenado a morte, a um servo habilidoso, devotado e espirituoso. São grandes discrepâncias e muitos conhecimentos pelos caminhos trilhados.
E, por certo tempo, me peguei refletindo em relação ao que alguém como ele faria em meu lugar.
- O-oh, bem, admito que é um assunto um tanto incomum para mim. Minha majestade não chegou ao ponto de fazer questionamentos como esses. Mas, talvez não haja nada de errado com ela, e sim com o senhor, com todo o respeito.
- Comigo?
- Bem, antes de mulheres serem damas, elas são seres individuais, com sua própria luz, cada. Talvez falte, de sua parte, trata-la com um pouco mais de individualidade. Procure agrada-la, faça coisas que ela aprecie, prepare seus pratos preferidos, diga palavras carinhosas e a deixe a vontade, saiba seus gostos.
- E, isso de fato funciona?
- Acredito que qualquer relação seja assim, não é? Temos que saber dos gostos um dos outros, para que possamos nos relacionar bem. Bem, pelo menos é como deveria ser, e como Shiva prega as relações harmoniosas. Mulheres são como flores, cada uma delas necessita de um tratamento especial. Elas devem ser regadas, podadas, alimentadas, bem cuidadas e mimadas para que fiquem felizes. Tenho total certeza de que a moça sortuda que deseja cortejar, seja como uma flor. Por tanto, a trate como uma.
[...]
BANG, BANG, BANG!
- Incrível, você fez três acertos seguidos!
- Não imaginei que me sairia tão bem. - Engatilhei minha arma mais uma vez. - Afinal, já faz um certo tempo que não praticamos, não é?
- Faz mesmo! Mas, olha, estou impressionada. Você não esqueceu nada.
- Eu tenho uma boa professora.
BANG!
Acertei mais uma vez!
- É bem melhor treinar quando o Jovem Mestre vai pra cidade, né? Assim a gente pode praticar no gramado, sem atrapalhar!
- Uhum! - Passei a mão por minha testa, limpando o suor. Estava bem mais quente que de costume. - O que acha de pararmos um pouco? Estou com sede.
- Acho que vou praticar um pouco, pra não perder o costume!
- Tudo bem. Vou a cozinha, então!
- Vai pelos fundos! - Mey-Rin tirou seus óculos do rosto, os colocando em sua gola. - O senhor Sebastian trancou a porta da frente antes de sair.
Em partes, era mesmo uma pena que Mey-Rin precisasse tanto de seus óculos. Seus olhos não eram só habilidosos, com o tempo, passei a até mesmo acha-los bonitos.
Segui seu conselho e fui dar a volta pelos fundos.
Inclusive, talvez devesse conferir as horas. Em pouco tempo eu teria que...
- AHH! M-merda!
- AH! B-Bard?! O que faz aqui fora? Você não deveria estar na cozinha fazendo o...
- Não enche, tá? E-eu só vim aqui fora tomar um ar e, ahm, - Ele parecia perdido, começou a mexer e remexer em sua própria dólmã. - mastigar meus cigarros doces! É, é isso.
Ele tirou o pacote do bolso e o abriu, colocando um dos cigarros na boca.
- Veio fazer isso aqui atrás?
- Isso mesmo.
- A essa hora?
- É.
- E o almoço?
- Tá quase pronto!
Ele cruzou os braços, desviando os olhos de mim.
- Baldroy, por acaso estava nos espiando?!
- Espiando?! Ficou maluca?! Tá me achando com cara de tarado, é?!
- Você sabe que ficar aqui atrás espiando Mey-Rin é dez vezes mais estranho do que de fato tentar falar com ela, não sabe?
- Que coisa! Eu não estava...
- Você sabe que não precisa mentir para mim. Além disso, por que não fala com ela? Vocês quase não se falam desde o baile.
- Urg! - Ele quebrou o doce, rangendo os próprios dentes. - Eu não sei o que falar, tá? Não vou ir até ela só pra ficar gaguejando, que nem um maluco!
- Se eu fosse você, não ficaria esperando até surgir uma ideia! Já pensou se alguma outra pessoa passa a ter interesse nela?
- Tsc! Tipo quem? O Sebastian?
Senti uma pontada de culpa em meu peito.
- Ele não é o único homem no mundo, e Mey-Rin chama a atenção dos homens. Por isso, se fosse você, faria algo antes que alguém resolva fazer. Bom, quanto você se cansar de agir como um pervertido me avise. Eu estarei na cozinha e...
- Por que você se importa tanto?
- Como?
- É. Por que se importa tanto? O que vai acontecer com "a gente", não faz diferença nenhuma na sua vida. Então, pra que se importar?
E mais uma vez, senti a culpa tocar meu peito.
Apesar do jeito desajeitado, exagerado e as vezes, escandaloso, Mey-Rin sempre se esforçou para ser uma boa companhia. Desde o início, ela quis que fossemos grandes amigas, e fez de tudo para alcançar isso.
Os treinamentos, as conversas durante o café da manhã, a preocupação, a forma como sempre está disposta a ajudar sem hesitar.
Eu não mereço as atitudes de Mey-Rin. Talvez, não mereça nada do que ela tenha a oferecer.
- Porque eu gosto de Mey-Rin. Me dó ver ela tão apaixonada por alguém que não se importa nem um pouco com ela.
Eu sou uma hipócrita.
Vamos, Ayuni. É tudo para arrancar informações de Sebastian, é tudo para arrancar informações de Sebastian!
Nada menos, nada mais.
[...]
Jovem Mestre e ele, haviam voltado para casa, mas apesar disso, a tarde corria até que bem calmamente.
- Como é a frase? Não entendi!
- "Dolce far niente", é algo em italiano. Pode me passar o leite, por favor?
- Uhum! - Mey-Rin me entregou o vidro de leite fresco. - E o que significa?
- Obrigada. - Meia xícara de leite, era o que dizia a receita. Tirei a rosca, despejando o líquido na tigela. - Bom, esse é o problema. Li isso em um dos livros da biblioteca, e não consigo tirar da minha cabeça. Eu acho que é algum tipo de ditado, talvez. Procurei nos dicionários, mas não encontrei nenhum que me desse a resposta.
- Que coisa! E se for uma frase inventada?
- Não acho que faria sentido. Por que inventariam uma frase com palavras sem nexo? - Verifiquei o livro de receitas novamente. O próximo passo seria os chocolates em pedaços. - Passe o chocolate, por favor?
- Aqui! Já estão picotados!
- Obrigada. Inclusive, deveríamos verificar o forno... - Senti meu pescoço latejar. - Urg!
- Amelia? Está bem?
- S-sim, estou. Meu pescoço só dói um pouco, acho que dormi em uma posição ruim. - Sebastian, seu maldito desgraçado. - Em fim, vamos verificar esse bolo. Não quero que acabe queimando.
- Eu verifico pra você! Sabe aonde as luvas estão?
- Tsc! Acho que estão no meu quarto, que coisa.
- Ah? Por que estariam no seu quarto?
- Finny as usou para tentar assar biscoitos. Ele acabou as rasgando e pediu que eu as costurasse.
- Oh! Você sabe costurar?! Por que nunca me contou?
- Eu não sei. Eu planejava pedir que você as costurasse, mas esqueci! Hehe.
- Haha! Não tem problema! Se pegar elas, eu posso costurar agorinha.
- Tem certeza? Já estamos tão atarefadas com esse bolo.
- Não tem problema! Vai ser rapidinho.
- Tudo bem, se você insiste, - Dei de ombros. - eu vou pega-las! Pode continuar preparando a calda, enquanto isso?
- Uhum!
Lavei minhas mãos e as sequei em meu avental, indo em direção a meu quarto.
Talvez fosse uma boa ideia restringir um pouco a entrada de Finny na cozinha, já faz um certo tempo que ele vem destruindo os utensílios.
Ainda bem que ele é apenas um jardineiro. Poderia ser bem pior!
Girei a maçaneta de meu quarto, entrando.
- Aonde guardei mesmo?
Dei uma boa olhada em volta, tentando me lembrar do lugar em que guardei as benditas luvas.
Não as deixei no armário, não gosto de deixar nada em minha penteadeira, então...
Minha cômoda de cabeceira!
Caminhei até a mesma, onde costumava deixar um candelabro com velas acesas, apenas para o período da noite.
Já fazia um bom tempo que não as usava.
Lembro bem! As dobrei e guardei na primeira gaveta!
Bastaria um pouco de costura e...
Ah?
Ao abrir a gaveta, encontrei não só as luvas, mas algo que sem dúvida, não me lembrava de ter guardado por lá.
Em cima das dobradas luvas, um pequeno livro aberto, com marcas e riscos de lápis.
- Que estranho. - Genuinamente curiosa e confusa, peguei o pequeno livro e o analisei. Não havia título, possuía uma capa azul escura e de couro, aberto na página trinta e cinco, com algo circulado a lápis no terceiro parágrafo. - " 'Dolce far niente', em italiano, 'A doçura de não fazer nada'." O que?!
Me senti totalmente confusa! E-eu havia acabado de, q-quer dizer, não faz nem cinco minutos que disse isso a Mey-Rin!
Eu não estou maluca. Tenho certeza de que não trouxe livro algum ao meu quarto, nem hoje e nem ontem.
- Q-que se dane!
Fechei o livro e o larguei em cima da cômoda, trataria disso depois.
Peguei as luvas e sai.
[...]
- Pronto! A gente deixou tudo limpinho! O chefinho vai ficar feliz, não vai?
- Sim, - Acariciei os cabelos de Finny. Ele sempre pediu que fizesse isso. - tenho certeza de que ele vai ficar bem satisfeito.
- Ele gosta de lanchar aqui as vezes, sabia? Nem parece que o chefinho gosta tanto assim de plantas! Mas mesmo assim, eu tento deixar tudo bem limpinho!
- E está certo, é muito bom deixar as coisas que gostamos bem limpas.
- Né? Agora, a gente podia comer alguma coisa, né? Tá quase na hora do lanche!
- Podíamos. Mas, admito que estou com um pouco de preguiça de cozinhar agora.
- Ah, não tem problema! O Bard que é o cozinheiro, ele faz alguma coisa pra gente! Vem, - Ele segurou minha mão. - vamos lá!
- F-Finny, afrouxe um pouco. E-está machucando minha mão!
- Ah! Desculpe, desculpe!
- Tudo bem.
Insistindo em segurar minha mão, Finny e eu saímos da estufa, atravessando os jardins e indo em direção a cozinha.
Algumas horas se passaram, e continuo pensando sobre aquele livro e sua aparição estranha, para dizer o mínimo.
Certo, as coisas não costumam ser "normais", aqui na mansão. Mas, acho que algumas podem passar da conta.
E, obviamente, já tenho minhas próprias teorias, mas prefiro não me aprofundar muito e evitar a dor de cabeça.
Talvez, se eu simplesmente ignorar essas...
- Finny, você viu?! Amelia quebrou um baita galho pra gente! Que inspiração foi essa que te deu, em?
- Uau! Quanta comida! - Finny correu até a mesa. - Nossa, tudo parece delicioso!
- A-ah?!
- Eu acordei e vi que você deixou a mesa toda arrumada pro lanche! Cheia daquelas suas receitas temperadas!
A mesa da cozinha estava repleta de comida. E de fato, quase tudo eram receitas de lanches que eu tinha o costume de preparar! Falafel, hummus, biscoitos maamoul e até sanduíches com kebab!
M-mas que diabos?! Eu não cozinhei essas coisas!
- Gente, não fui...
- Uau! - Mey-Rin apareceu na porta da cozinha, com um cesto de roupa em mãos. - Amelia fez os lanches de hoje?!
- Senta ai Mey-Rin! Tá tudo uma delícia!
- Meu deus! - Ela deixou o cesto sobre a bancada da pia, e se sentou a mesa. - Amelia, quando você preparou tudo isso? Nossa, o cheiro é tão bom!
- Isso por que você não viu o gosto!
Tudo bem, essa "brincadeirinha" está começando a me irritar!
[...]
- Boa noite, Amelia!
- Boa noite, Mey-Rin!
- Tchau, Amelia!
- Durma bem, Finny!
- Boa sorte com essa louça ai, Amelia.
- Espero que você caia da cama, Bard.
- Hehe! Boa noite pra você também.
E, como se já não fosse o suficiente, hoje seria a minha vez de lavar a louça. Uma louça que supostamente usei para preparar um suposto lanche da tarde! Que coisa!
Mas, quem se importa? Seria minha vez de lavar, de um jeito ou de outro.
O melhor seria começar de uma vez.
Se começasse rápido poderia terminar rápido e...
- Amelia! - Era a voz de Mey-Rin. - Pode vir aqui?!
Eu mereço.
- Estou indo! - Larguei o pano de prato em minhas mãos e fui ao corredor de nossos quartos, em direção a porta de Mey-Rin. - O que houve?
- A-ahm, você pegou minha escova de cabelo?
- A perdeu, de novo?
- N-não! E-eu só, bem, não sei aonde está.
Ou seja, a perdeu.
- Procurou de baixo de sua cama?
- Sim.
- No armário?
- Sim.
- Nas gavetas da penteadeira?
- Já procurei em todos os lugares! Eu juro!
- Hm... - Dei uma boa olhada em volta, e apesar de parecer bem limpo, Mey-Rin tinha um grande talento para perder coisas. - acho que já sei.
- S-sabe?!
Caminhei até a sua penteadeira e a arrastei um pouco para frente.
Bem como eu esperava.
- Lembra do que te disse mês passado? - Me estiquei, tentando alcançar o piso, atrás da cômoda. - Tem um vão entre sua penteadeira e a parede.
- O-oh, sim eu me lembro!
- Bem, - Alcancei a bendita escova. - não se esqueça de procurar atrás dela, quando perder algo.
Entreguei a escova a Mey-Rin, que pareceu extremamente sem graça com seu próprio descuido.
- Ai! M-me desculpa, e-eu esqueci totalmente desse vão! Desculpa mesmo Amelia! Eu não queria...
- Tudo bem. Eu vou voltar para a cozinha, está bem? - Fui até a porta de seu quarto. - Boa noite.
- T-tudo bem! Boa noite, Amelia.
Se deixasse, ela ficaria pedindo "desculpas" por mais dez minutos.
Finalmente sai, fazendo meu caminho até a cozinha.
Gosto deles, Mey-Rin, Baldroy e Finny. Não são desagradáveis, são até que fáceis de conviver. Mas, honestamente, as vezes me sinto como um tipo de babá! Talvez bem menos de Bard, e um pouco mais de Finny e Mey-Rin. Mas, de qualquer forma eu...
- O que?! - A louça estava lavada, totalmente limpa, um brinco! - Já chega dessa merda!
Voltei ao corredor dos quartos.
Esse imbecil, inconveniente!
Passei pelo quarto de Bard e Finny.
O que ele pensa que está fazendo?! Está querendo me provocar?
Então, pelo meu quarto.
Idiota, metido, mesquinho!
O quarto de Mey-Rin.
Ele acha que isso é algum tipo de brincadeira?! O que ele quer com isso?! Merda! Ele não sabe deixar os outros trabalharem em paz?!
Avancei até a porta de Sebastian e, sem hesitação, girei sua maçaneta.
- Você! - Abri a porta. - O que pensa que está fazendo?!
- Oh, boa noite senhorita Amelia. -Ele largou a caneta em suas mãos, sentado e tranquilo na frente de sua escrivaninha. Totalmente sonso! - Não sei se sabe mas, normalmente é esperado que se bata na porta antes de...
- Não me venha com esse papinho!
- Estressada?
- Cansada de você!
- Ora, mas mal nos vimos hoje.
- Não se faça de tonto! Você passou o dia me vigiando e fazendo coisas por mim! Não passou?!
- A senhorita é tão esperta quanto imaginei.
- Qual é o joguinho, desta vez, hm?! Vai continuar fazendo minhas tarefas até me sabotar? Vai começar a quebrar louças durante minhas vezes de lavar os pratos? Vai colocar vinagre vencido nas minhas...
- Não existem "jogos", senhorita. Estou apenas tentando agrada-la. Não posso?
- Não, você não é assim. Você faz ou age com gentileza, esperando por algo em troca. Nada é de graça, quando se trata de você!
- Uma acusação como essa magoa profundamente meus sentimentos. Veja bem, um, como posso dizer? Um "colega" e eu tivemos uma conversa muito interessante, e cheguei a conclusão de que deveria dar um tratamento um pouco mais exclusivo a senhorita. E, sabendo de sua seriedade em relação a tarefas bem feitas e trejeitos, imaginei que ter suas tarefas feitas com perfeição e sem esforço, a agradaria. Falhei?
- Ah vamos lá, você consegue inventar mentiras melhores que essa!
- Se tem uma coisa que deve saber sobre mim, senhorita Amelia, é que não minto.
- Eu duvido.
- Me diga então, o que posso fazer para agrada-la?
- Quer saber o que me agrada? Pois bem, eu posso te contar. - Agarrei os apoios de braço, de sua cadeira, e me inclinei em sua direção, ficando frente a frente com seus olhos bordô. - Me agrada os momentos eu que você me deixa em paz, em que não se intromete em meu trabalho, em que não me tira meu sossego. Capiche, signore?
Sebastian se levantou, e logo, pude ver novamente nossa gritante diferença de altura.
Talvez não tenha sido a escolha certa.
- "Em que não tiro seu sossego", você diz. Me soa até mesmo burlesco, quer dizer... - Ao vê-lo de pé, passei a me afastar. - oh não, não desta vez. - Ele agarrou meu punho! - Como estava dizendo, é engraçado que a senhorita diga algo assim. Acredito que sim, a senhorita tem o total direito de gritar aos quatro cantos e contar a todos o quanto me repudia, o quanto não suporta minha figura ou, como sou "egocêntrico e narcisista". Pode gritar comigo, me alfinetar com respostas ásperas e até mesmo, bater em meu rosto. Mas, nada, e eu repito, nada disso pode anular o fato de que a senhorita me deseja.
- V-você está delirando! Eu...
- Não sou o tipo de pessoa que se esforça por coisas que não sejam de meu completo interesse. E admito, eu de fato tentei, fiz esforços e tentei me moldar para conquistar um pouco mais que o mero desprezo da senhorita, entretanto, nada parece ser eficiente. Mas, cheguei a recente conclusão de que, não preciso fazer isso. E sabe por que? Porque não depende de mim, não é algo a meu alcance. A senhorita sabe exatamente o que quer, sabia exatamente o que queria quando me permitiu beija-la pela primeira vez, pela segunda e pela terceira. Como também sabia quando sentiu minhas mãos correrem por seu corpo, ou quando se permitiu por suas mãos em meus ombros. A senhorita me chama de egocêntrico e coisas do gênero, - Ele soltou meu punho, levando seus dedos ao meu pescoço, a ferida que havia deixado. - mas a única aqui que não consegue deixar seu orgulho de lado e se servir do bel prazer é você, Senhorita Amelia.
Estava sem palavras.
Em segundos, tudo parecia sob controle e eu tinha a total certeza de tudo que faria e diria a ele antes de sair de seu quarto e me trancar no meu pelo resto da noite.
E agora, tudo parecia uma completa confusão, sem rumo, sem palavras, sem nada.
- Sem palavras? Que adorável. Sabe o que penso sobre isso? - Sua mão tocou minha bochecha, a acariciando, logo seus dedos passaram a passear, indo até meus lábios. - Por baixo desta sua casca inflexível, á algo macio. - Ele se inclinou. Pude sentir sua respiração em seu rosto, e seus olhos, talvez por um delírio meu, pareciam brilhar. - E talvez, seja a hora de quebra-la.
Ele me beijou.
Em questão de pouco tempo, sua boca tomou totalmente conta do beijo, com investidas famintas e uma língua vorás. Não era como se seu corpo pedisse passagem, era como se exigisse.
Suas mãos correram por meu corpo como se já conhecessem todos os caminhos, chegando a minha cintura e a apertando, pressionando nossos corpos.
E mais uma vez, tudo parecia quente, muito mais quente. Nossos corpos, nossas respirações, o quarto em si.
Até mesmo os uniformes.
O que estava acontecendo?
Antes tive a sensação de ter perdido o controle da situação, e agora, tenho a certeza.
Algo não parecia certo.
A forma como me arrepiava a cada toque, como minha boca respondia a seus avanços, como seu corpo parecia quente e macio...
Como parecia bom.
Havia algo de errado, errado comigo.
Quando comecei a responder tanto aos seus estímulos?
E, q-quando eles passaram a ser prazerosos?
Era difícil de explicar. Como se fosse um tipo de agonia, mas, não em um sentido ruim, é algo que causa frios e arrepios, mas por algum motivo, você não deseja que parem. Eles são bons.
Suas mãos foram a meus seios.
Um conjunto de carícias leves e um pouco intensas, vez ou outra os apertando, mas de um jeito agradável.
E, de repente, Sebastian começou a andar, e sem querer separar nossas bocas.
- S-Sebas...
- Shiu, não diga.
Mal pude falar.
E entre beijos, e passos muito lentos e até um pouco medrosos, por não querer cair, me vi apoiada em algo, algo macio.
Sua cama.
Oh, não.
- Sebastian...
- Já lhe disse, - Agora, sentada, vi o corpo de Sebastian cobrir e cercar totalmente o meu. - deixe que quebre.
Com sua boca faminta junto a minha, mais uma vez, ele passou a chegar cada vez mais perto, fazendo com que me mexesse em sua cama, indo para trás, cada vez mais.
Não, tinha algo de errado.
Com suas mãos em meu corpo, ele me guiou, e de uma hora para a outra, me vi deitada. Com a cabeça em seu travesseiro e com o corpo do maior totalmente por cima do meu.
Senti um formigamento, algo estranho que me fez levantar e esfregar as cochas. Aos poucos, senti a saia de meu vestido escorrer por minhas pernas e subir.
No mesmo momento, Sebastian deixou minha boca, e suas mãos foram a gola de meu vestido.
- Hm! - Virei meu rosto para o lado e levantei os ombros, tentando evitar que alcançasse o que queria. - N-não.
- Não se preocupe, - Seus dedos tocaram meu queixo, deixando nossos rostos rentes novamente. - não faria aquilo novamente. - Seu rosto passou a se encaixar entre meu pescoço e clavícula, e discretos, seus dedos puxaram minha gola para baixo, a afrouxando a revelando a ferida que Sebastian havia deixado por lá, na noite anterior. - Que crueldade a minha, não? Não deveria ter sido tão animalesco.
- D-diz isso agora?
- Nunca é tarde demais. Que tal... - Sua língua tocou a ferida, correndo por ali, lenta e úmida. - um beijo para que sare?
- Ahr!
Ai, não.
Quando a língua de Sebastian tocou meu pescoço, algo subiu por todo o meu corpo mais uma vez, desta vez, mais forte, mais arrepios, mais impacto.
E, acabei por deixar escapar um som de minha boca.
Merda.
Sebastian levantou sua cabeça, consideravelmente rápido. Ele olhou no fundo dos meus olhos, e sorriu.
Mas, não me parecia o mesmo de sempre, ou os com o qual estava acostumada.
Não havia soberba, sarcasmo ou qualquer veneno, como de costume. Não havia simpatia, ódio ou qualquer coisa do tipo.
Era algo diferente.
Um sorrio ladino, com seu lábio inferior sendo mordiscado por um canino grande demais para uma pessoa comum.
E, sem dizer palavra alguma, Sebastian voltou aos beijos.
Desta vez, os percorrendo por meu corpo.
Antes em meu pescoço, então, meu ombro, e de repente, sua boca deu uma atenção especial a meus seios, por cima do tecido do uniforme.
Era tão estranho, m-mas, não em um sentido ruim, ao mesmo tempo que não parecia correto.
Por que? Por que era tão confuso?
Talvez, eu esteja realmente começando a enlouquecer, como os outros que tentaram mexer com os Phantomhive. Mas, em que sentido aqueles homens foram atormentados? O que usaram contra eles?
Só sei que, contra mim, é algo estranho, cruel, incerto.
E, por alguma razão, bom a ponto de não querer que pare.
Suas mãos e boca se entendiam bem conforme andavam por meu corpo, como se soubessem bem o que fazer, quando fazer e como fazer.
Sua língua circulava, agora por minha cintura, enquanto seus dedos acariciavam. Seus beijos estalavam enquanto suas mãos apertavam.
Por que os apertos eram bons, se feitos com força? Qual era a lógica?
Merda, não tinha por que procurar por lógica agora. Minha situação já tinha fugido dela a tempos.
Meus olhos encaravam fixamente o teto, me permitindo apenas sentir, do que assistir.
Mas, e sê?
Levantei um pouco minha cabeça e levei meus olhos a Sebastian.
Olhos, quente, coração.
Sebastian estava com seus olhos fixos em mim, e não sei ao certo a quanto tempo. O vermelho bordô parecia mais vívido que nunca, já desisti de compreender o que se passam naquelas íris. No mesmo segundo senti como se algo batesse em meu peito e ricocheteasse, como um soco. Era apenas meu coração, funcionando como uma bomba relógio, tão nervoso quanto eu.
O que havia acontecido comigo?! Com o controle?! Meu corpo estava me traindo? Brincando comigo? Me dizendo algo que não entendo?
É como se fosse uma doença repleta de sintomas!
Meu quadril se ergueu em um susto quando senti as mãos de Sebastian sobre as minhas coxas.
Ele já estava lá, entre minhas pernas, as segurando com suas mãos cheias.
Acho que nunca o vi tão, caoticamente...
Caoticamente algo. Não sei, não faço ideia. Mal consigo descreve-lo ou entender.
Com os olhos ainda fixos nos meus, suas mãos afastaram minhas coxas, e sua boca escolheu a direita, aonde passou a deixar seus beijos.
Senti o aperto de suas mãos.
"Você tem belas pernas, sabia?"
Merda. Não, não. Agora não.
- S-Sebastian, pare.
- Não precisa mais se acanhar a essa altura, - Ele dizia, ainda entre beijos, com sua voz mais grave que o normal. - não acha?
"Ah, não seja tímida, diga alguma coisa."
- Sebastian, eu estou dizendo. Pare.
Ele não respondeu.
"Sabe, eu acho você uma boa garotinha. Muito boa."
- Merda, Sebastian! Eu disse pare!
Em um impulso, chutei seu rosto.
MERDA!
- E-eu, eu não queria, você, v-você me...
Ele estava com os cotovelos afundados no colchão, e o rosto para baixo.
Sangue.
Algo começou a pingar sangue e manchar o colchão. Vinha de seu rosto.
Dessa vez, eu passei totalmente do limite.
Ele lentamente levantou seu rosto. Havia muito sangue, saindo por seu nariz, agora, totalmente avermelhado.
O que eu faço? O que eu faço?!
- Eu, aham, eu acho melhor ir para o meu quarto. - Me levantei de sua cama as pressas, tentando arrumar meu vestido totalmente desalinhado, e meu penteado totalmente bagunçado. - Boa noite.
Com uma pressa e constrangimento que nunca me vi ter antes, eu sai do quarto em passos tortuosos.
Eu sou mesmo um desastre.
[...]
Como fui tão estúpido, tão cego? Era tão óbvio.
Me sentei, deixando que o sangue escorresse, pingasse pelo piso.
Ela entrou no jogo tão repentinamente, sem hesitações, sem resistência.
Sabia que havia algo faltando, uma peça chave que seria a resposta para a sua aceitação repentina.
E, entre suas pernas me afoguei em seu gosto e aroma, totalmente inquieto e faminto.
Ah, e a forma como me olhava. Hipnotizante, imperdível, inédito! Satisfatório.
Por tão pouco, poderia tê-la visto se desfazer totalmente em vergonha e prazer, se me permitisse fazer um pouco mais.
"Sebastian", "S-Sebastian". A forma como tropeçava no princípio de meu nome, o constrangimento, como o cuspia em vão, sem se quer completar suas próprias frases, as perdendo no meio da língua.
E como gemeu de supetão tão repentinamente conforme minha língua tocava a ferida que eu mesmo a causei. Porra! Que exemplar, que criatura!
Mas, foi somente entre as suplicas, que julguei sem fundamento, e a agressão repentina que resultou em sangue e a quebra de todo a minha imersão, que finalmente compreendi.
Esteve lá o tempo todo, mas custei encontra-lo. Dentre todos os traços de seu aroma, havia algo virginal. Algo que não havia sido tocado, encontrado por ninguém. Talvez, não tocado nem mesmo por ela!
Senhorita Amelia, uma virgem.
Escolhas tão repentinas, toques desajeitados, nervosismo repentino. Todas as suas escolhas só levavam a pura e deliciosa inexperiência de uma virgem.
Infernos. Como? Como poderia me surpreender tanto? Como me cegava a esse ponto? Por que parecia cada vez mais saborosa?
Como esta "coisa", "peste rebelde" ousava me deixar assim?
Ensina-la os divertimentos da luxúria, o gosto do sexo, os toques quentes e húmidos, os pontos mais sensíveis! Era realmente como cultivar uma alma! Ah, que grande banquete me aguarda!
*
PUTARIAAAAA! Gente, esse foi um dos capítulos que mais enrolei pra escrever e, ironicamente, um dos que MAIS GOSTEI! No inicio não levei tanta fé, MAS DEPOIS FOI SÓ "EITA, CARALHO, PORRAAAA"! Eu até mandei uns trechos para as minhas amigas surtarem comigo. Antes de qualquer coisa me perdoe pela demora! A escola tem me atrapalhado bastante. Me perdoem por qualquer erro, não estou com tempo para fazer as correções, e não queria deixar vocês em capitulo.
Antes de falarmos da putaria, vamos falar do princípio do capítulo. SEBASTIAN PEDINDO CONCELHOS PRO AGNI?! É. Olha, eu admito que escrevi essa cena um pouco relutante e com um certo medo da descaracterização do personagem, mas, ao mesmo tempo, eu acredito muito na ideia de que Sebastian está infrentando algo que é, de certa forma, novo para ele, algo humano a um ponto que pode ir um pouco além das compreensões padronizadas dele, o que o leva a atitude curiosa de perguntar algo a alguém. Mas, por que o Agni?
Honestamente, o Agni é um dos meus personagens preferidos. Além de ser um dos únicos que tem habilidades que podem bater de frente com as de Sebastian, é um mordomo exemplar, de coração bom e que, em algum ponto (na minha humilde opinião) foi capaz de tocar Sebastian com suas atitudes devotas ao seu príncipe, e suas filosofias curiosas. O que mais me deu forças para escrever a cena entre esses dois, foi uma interação entre esses dois que ocorre logo no início do mangá, assim que o Soma e Ciel se conhecem.
Eu fico de coração quentinho sempre que vejo o Sebastian surpreso por ter sido chamado/considerado um "amigo" pelo Agni! Me faz tão feliz!
ENFIM, VOLTANDO A PUTARIA, uma explicação básica aqui sobre o fim do cap. "Que conclusão é essa que o Sebastian chegou?"
Vamos lá! A gente sabe que nossa protagonista só se envolveu nesse bololô porque, a princípio, ela só queria obter mais informações sobre o Ciel, a partir do Sebastian, ela queria usa-lo, basicamente. E por isso ela aceitou tão rápido quando ele chegou dando em cima dela depois do baile. Sim, foi algo ousado, mas cada um joga com as armas que tem, certo? PORÉM, ENTRETANDO, TODAVIA, o Sebastian não é bobo, então ele estranhou o fato de ela ter aceitado tão rápido.
A questão é, tudo que aconteceu entre eles fez com que o Sebastian chegasse a conclusão de que tudo aquilo se tratava do fato da protagonista ser uma virgem que quer explorar o sexo. A forma como ela é meio desajeitada quando beija, sem saber direito aonde por as mãos, a vergonha repentina e a aversão ao assunto, a parte virginal do seu cheiro! Tudo isso faz com que Sebastian chegue a essa conclusão. (Mesmo que não seja "a correta)
ENTÃO, o que será que vai acontecer agora? O homi vai correr atrás dela, mesmo depois dela praticamente QUEBRAR o nariz dele? (Top 10 piores acontecimentos durante uma quase transa. )
E a nossa protagonista? ( Eu me trancava no quarto o dia todo e não saia por pura vergonha). É sério gente, passar vergonha na foda é algo que eu não desejo pra ninguém! KKKKKK
Em fim, me contem, o que acharam do capitulo? Estão gostando da química desses dois? Curtindo o desenvolvimento? Me contem tudo aqui nos comentários! Beijinhos!
Não esqueça de deixar seu voto "⭐️" e comentário!
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