XI - Preparativos
24/02/1888 - Sexta-feira
- AMELIA! OS ARRANJOS CHEGARAM! VEM VER!
Era Bard gritando do andar de baixo.
- Por que ele grita tanto?!
Perguntei a mim mesma enquanto colocava o esfregão dentro do balde. Esfreguei minhas mãos no avental do uniforme e fui até as escadas.
Enquanto as descia pude ver uma grande equipe de homens adentrando a mansão com imensos arranjos de rosas brancas e roxas, imensos mesmo. Não imaginei que a encomenda que eu e Finny fizemos seria tão grande. Mas, por que estão trazendo essas coisas para cá? Ou melhor, nem me atentei do porquê o Conde pediu essas coisas.
Me impressionei com a quantidade de rosas roxas dos arranjos, já que são raras e difíceis de achar. isso deve ter saído mais caro que pensei.
Desci as escadas com mais pressa.
- Olha só esses arranjos! São muito lindos! Ai, só de ver eu me empolgo! Não consigo parar de pensar em amanhã!
- É. Até eu tô empolgado! Fiquei sabendo que vai ter um bar maior esse ano.
- Espera, "amanhã"? - Questionei, confusa. - O que vai acontecer amanhã?
- O baile Funtom.
Atrás de nós, do alto das escadas estava o Conde, com Sebastian do seu lado, óbvio.
O menor desceu os grandes degraus enquanto falava.
- Em janeiro os resultados finais da Funtom saíram, somos a empresa de brinquedos mais famosa e presente em todo o continente europeu. E por isso, anunciei que faríamos a maior festa possível para comemorar.
- Parece incrível, Jovem Mestre. Meus parabéns pela conquista.
- Na verdade, não é nada demais. A Funtom bate suas metas todos os anos, mas acabou se destacando mais com os últimos resultados. Mas, de qualquer formaq, sim, será incrível. Comida à vontade, música, dança, mesas de baralho e poker a vontade.
- Imagino. Será uma noite e tanto, senhor. A que horas deveremos começar os serviços, na festa?
- Serviços? Não. Vocês só trabalharão em função do evento hoje.
- S-significa que vamos aproveitar mesmo o baile!
- Nós temos o melhor chefinho de todos!
Disse Finnian, dando pulos de alegria, enquanto puxava Bard por sua dólmã.
- Espera, "evento"?! Ah, n-não! Gente, esquecemos completamente das roupas! E agora?! E-eu não tenho nenhum vestido de gala! Você tem, Amelia?!
Mey-Rin agarrava meus ombros, me sacudindo desesperada.
- N-não, acho que não. Mey-Rin, p-pare de me sacudir!
- E agora, o que faremos?!
Ela continuou sacudindo. Escandalosa.
- Não precisam se agitar, Sebastian já cuidou de tudo. Agora vou voltar ao escritório, ele vai passar as informações a vocês. Até mais tarde.
Sem mais palavras, ele se retirou, nos deixando apenas com Sebastian.
- Bom, eu já imaginava que nenhum de vocês se lembraria das vestimentas, portanto contatei a senhorita Hopkins para vir à mansão hoje. Ela já tem as medidas de todos vocês, então trará alguns modelos prontos.
Os olhos de Mey-Rin brilharam ao ouvi-lo falar, foi o suficiente para fazê-la me soltar.
- Muito obrigada Sebastian! M-muito prestativo de sua parte, como sempre.
- Não à de quê. E suponho que a senhorita também irá participar da prova de vestidos, correto?
Ele questionou olhando para mim.
- Ah, claro que a Amelia vai! Nós duas vamos nos divertir muito! Não é?
- C-claro, eu vou participar.
Vou ter que passar por essa tortura de espartilhos e corseletes de novo?!
- Ótimo, torceremos para que a senhorita não tenha ganhado peso, para que as medidas se mantenham as mesmas. Bom, terminem os preparativos para o baile enquanto a Senhorita Hopkins não chegar, sabem que ela não é pontual. Até mais tarde.
Ele estava me provocando, de novo. Isso é algum tipo de diversão para ele? Sempre que penso que ele não pode ser mais repulsivo, me surpreendo.
E com aquele sorrisinho arrogante de sempre, ele subiu as escadas novamente, se retirando.
- O senhor Sebastian tem um senso de humor e tanto! Não é Amelia?
Ele é um grosseiro de merda, disfarçado de bom moço, isso sim.
As vezes gostaria de entender o que se passa na cabeça de Mey-Rin.
- Tem, com certeza.
[...]
A mansão estava cheia. O Conde havia contratado uma equipe inteira para cuidar dos preparativos do baile. Mansões como essa costumam ser cheias de empregados, mas por aqui costuma ser mais quieto e vazio, me senti estranha com tantas pessoas circulando de um lado para o outro, me senti até um pouco perdida!
Mas de qualquer forma, uma mão a mais nunca é algo ruim. Até porque, se dependesse de nós quatro, metade do trabalho sobraria para mim, considerando que Mey-Rin e os meninos não dão conta nem do que costumamos fazer no dia a dia.
- Adivinhem quem chegou!
- Amelia! É ela!
Mey-Rin saiu correndo da cozinha, largando a panela que tinha em mãos na pia.
- Me espera! N-não corre!
Quando chegamos ao salão principal, senhorita Hopkins nos aguardava com suas duas assistentes, as três repletas de bagagens e caixas em mãos.
- Senhorita Hopkins!
Mey-rin correu para cumprimentá-la.
- Olá, minha querida! Por Deus, continua linda como sempre!
- O-obrigada!
- Bom dia, senhorita Hopkins!
- Amelia, minha querida! E olha só, vejo que hoje teremos um dia cheio de trabalho! Vou ter que vestir vocês e os homens desta casa! Mas tudo bem, eu adoro um desafio!
Ela retirou as luvas das mãos e colocou nos bolsos de seu vestido.
- Onde estão os outros dois? O baixinho e o americano fumante?
- Estão nos jardins!
- Meninas, levem os rapazes para o quarto de hóspedes, e adiantem os trabalhos. Enquanto isso... - Ela esticou os dedos das mãos e os estalou. - eu vou cuidar dessas duas!
Nina disse com uma feição um pouco amedrontadora.
- Ela sempre faz essa cara?
Sussurrei para Mey-Rin.
- Só quando ela está inspirada, que eu me lembre.
Ela sussurrou de volta.
- Estamos mortas.
- Disseram alguma coisa, queridas?!
- Nada, senhorita!
- Nada, senhorita!
Respondemos juntas. É, esta seria uma manhã e tanto.
[...]
- Podemos te vestir com mangas bufantes, também precisaremos de uma grande armações de crinolina, óbvio! Precisamos apertar seu espartilho e, ah! Eu já sei a cor perfeita para você! Espere, só um momento!
Estávamos em um dos quartos de hóspedes da mansão, fazendo a prova dos vestidos.
Senhorita Hopkins me fazia perguntas sem fim e não parava de falar um segundo sequer. Enquanto isso, andava sem parar de um lado para o outro, enquanto revirava suas malas. A aquele ponto, já tinham vestidos e tecidos espalhados de um lado para o outro.
Mey-Rin com certeza estava se divertindo com tudo aquilo, dava para ver seus olhos brilhando e seu sorriso singelo.
- Querida, que tipos de vestido você costuma usar, além dos que eu te fiz?
- A-ah, eu não sei.
- Prefere veludo, brocado ou renda?
- P-perdão, qual a diferença?
Perguntei, genuinamente confusa. Para mim, aquilo soava grego!
- Ah, Deus. Tudo bem, já vi que não vai ser tão fácil fazer um modelo personalizado. Vamos lá, você sabe pelo menos sua cor preferida?
- Essa eu acho que sei! Vermelho.
- Ótimo, vamos trabalhar com isso! Ah, só tem mais uma coisa.
- Hm?
- Você não poderá espiar.
- Perdão? Eu preciso saber o que estou vestido.
- Não, não precisa. Eu faço o mesmo com Mey-Rin todas as vezes, não se preocupe.
- Mey-Rin? Você sabe alguma coisa sobre i...
- Confie em mim, é melhor você obedecê-la.
Ela dizia, quase como um aviso, não um conselho.
- Mey-Rin não pode te ver agora, vamos para o banheiro!
É melhor não contestá-la, ela pode me sufocar com um espartilho.
[...]
- Já posso abrir os olhos?
- Espere só um pouco... - Senhorita Hopkins ficou quieta por mais alguns segundos, apertando em minha cintura, com isso senti minha respiração ser dificultada mais uma vez. - pronto! Pode olhar!
Abre meus olhos, depois de passar sabe-se lá quanto tempo com eles fechados.
- E então, o que achou?
- Nossa, e-ele é...
- Perfeito, não acha? Combinou muito com você... - Ela correu para a porta do banheiro. - Mey-rin, venha vê-la!
- Ahh! Estou chegando... - Ela se levantou da cama e correu até a porta. - minha nossa. Amelia, você, v-você está linda!
- O-obrigada, a vocês duas. Eu gostei muito.
Nem mesmo eu sabia exatamente o que dizer. Por segundos fiquei vidrada a minha imagem no espelho, não consegui tirar os olhos das pérolas, do vermelho vibrante, do decote. Nunca me vi dessa forma, bonita, eu acho.
A sensação era boa.
- Que tal soltar seus cabelos para nós...
- Não.
Respondi firma, quebrando toda a minha imersão na imagem do espelho.
- Mas, Amelia, a senhorita Hopkins precisa...
- Não, não vou soltá-lo. Está bom do jeito que está.
Elas se encararam por alguns segundos, mas não se parecia com julgamento, apenas surpresa.
- Bom, não tem problema! Deixe seu cabelo como preferir. Agora, Mey-Rin, vamos dar uma olhada em você?
- Ahhh! Sim, sim! Que empolgante!
- E que tipo de vestido você quer, querida?
- Um que faça o senhor Sebastian querer dançar comigo!
Senhorita Hopkins fez uma certa expressão de, bom, não sei se repulsa era a palavra. Soava algo como "Tem certeza disso?", mas Mey-Rin tinha, sem dúvida.
- Então quer orelhas de gato?
- Orelhas de quê, Amelia?
- Nada!
- Bom, chega de enrolação! Amelia, vamos tirar seu vestido em breve, mas antes vou cuidar de Mey-Rin, espere lá fora!
- Sim, senhora.
Sai, com um pouco de dificuldade para andar por conta dos saltos que ela me fez calçar, e pelo volume do vestido. Com um pouco de dificuldade fui até a cama e me sentei.
Dez, vinte, quarenta, triste, cinquenta minutos. Uma hora. Foi o tempo que elas estavam gastando no banheiro.
Por Deus, por que tanta demora?!
Fiquei todo esse tempo balançando os pés sobre a beira da cama, cutucando meus brincos e pensando sobre como o Baile Funtom será. Quem será que vai estar lá? Quais músicas vão tocar? Eu ouvi dizer que o Conde Phantomhive dá as festas mais finas de Londres. Levando em consideração que ele é um dos poucos nobres que raramente dá bailes, quando ocorrem devem ser o grande evento. Muitas pessoas importantes devem ter sido chamadas.
Muitas pessoas, muita música e...
Espera.
Muitas pessoas, muito tumulto, Conde e empregados ocupados! Eu terei tempo de investigar a mansão.
Vai ser o momento perfeito!
- Amelia!
- Sim?
- Venha ver como Mey-Rin ficou!
- Estou indo!
Me levantei e, mais uma vez, andei com certa dificuldade até o banheiro, mas consegui chegar.
- N-nossa! Ele é bem...
- Adorável, não acha?! Eu amei!
Mey-Rin rodopiava feliz, de um lado para o outro.
Seu vestido era rosa claro, com a cintura bem marcada e mangas cheias de babados.
- Eu iria dizer "bem rosa", mas você está linda de qualquer jeito.
- Eu sei! Eu sempre quis usar um vestido como em um baile!
- Bom, se você está feliz, então está perfeito. Ficou linda!
- Amelia está certa. Apesar de você estar feliz, o vestido é estonteante, de qualquer forma! É lindo! E olhem só vocês duas... - Senhorita Hopkins tocou meus ombros e me empurrou para ficar ao lado de Mey-Rin. - estão extremamente lindas, divinas! Meus manequins preferidos! Vão ser o centro do baile! Nem imagino quantos convites receberão para a Valsa dos Amores!
- Valsa do quê?
- Oh! Mey-Rin, você não contou a ela?!
- A-ah, é! Eu esqueci completamente! A Valsa dos Amores é uma tradição que a família do Jovem Mestre mantém a décadas! Nela você pode convidar a pessoa por quem está apaixonado, ou espera que alguém te convide, para dançar! É como se fosse uma forma de se confessar para o outro!
- Mas o Baile Funtom não acontece todos os anos. Não é?
- Sim, sim! Mas a Valsa dos Amores sempre acontece no primeiro baile dado no ano, e neste caso, o Baile Funtom foi o primeiro, então... - Ela ergueu os ombros para cima. - é sempre assim!
- Entendi.
- Acho que nem precisamos perguntá-la com quem ela quer dançar. Não é?
- Esse ano vai funcionar! Todo ano eu tento ter coragem para chamar o Senhor Sebastian, mas eu nunca consegui! Esse ano, eu só espero que ele goste do vestido e aceite quando eu o chame!
Será que ela já parou para notar que, apesar de ela nunca ter tido coragem, ele poderia ter feito, mas nunca fez?
Eu gostaria de avisá-la, mas ela parece tão feliz. Sem contar que isso não é da minha conta.
- Você está linda, querida. Qualquer homem gostaria!
- Espero que funcione! E se eu não tiver coragem pra chamá-lo?
- Nunca que sabe, ele mesmo pode te chamar, ou quem sabe um outro alguém.
- Outro alguém? Quem mais poderia ser? Só consigo me imaginar com Sebastian naquele salão. Ah, isso seria um sonho.
Ah, Baldroy...
[...]
- Então, nosso pequeno Finnian vai querer um colete? Sapatos de alfaiataria? Que tal uma cartola preta?
- Uma cartola?! Eu quero!
Finalmente terminei com as meninas! Agora poderia focar nas roupas do Jardineiro e do cozinheiro! Ufa! Que dia cheio! Do jeitinho que gosto!
- Está bem, acho que tenho o terno certo para isso! E você, Baldroy? Um americano como você pode chamar bastante a atenção das britânicas. O que pretende usar?
- Ah, eu não sei. Na verdade eu...
- Ele quer uma roupa para impressionar alguém!
- Finnian! Fecha essa matraca!
- É mesmo Finnian?! E quem seria essa sortuda?
Uh! Eu adoro um pequeno cochicho aqui e ali! É um dos pontos deliciosos desse trabalho incrível!
Finnian fez dois círculos com as mão e os colocou no rosto, mas não consegui entender de primeira.
- Hm, está imitando o que?
- Vai! A senhorita vai adivinhar!
- Finnian! Já falei pra parar!
- É uma Condessa? Alguma senhorita que virá a festa?
- Uma dica! Ela é cega que nem um morcego!
- A MEY-RIN?!
- S-senhora!
Uma de suas assistentes me chamou a atenção.
- Upsi! Perdão, me exaltei. M-mas, com todo respeito, você está ciente de que...
- Ela gosta do Sebastian, é eu sei, mas quero tentar do mesmo jeito. Eu quero chamar ela pra dançar na valsa. Sei que a senhora não faz milagres, mas aí, eu tenho jeito?
- Hm, eu não sou tão afável com homens, admito, mas me amolece o coração te ver tão apaixonado! É claor que você tem jeito, querido. - Tirei a pequena fita de medidas que guardava em meu decote. - Confie em mim, querido! Ela vai ficar com os olhos vidrados em você! Vamos ofuscar o maldito mordomo.
Baldroy e o mordomo disputando pela mesma dama?!
Esse baile será divertidíssimo!
[...]
- Todos eles já estão prontos?
- Sim senhor! As servas já tem seus vestidos e sapatos, e os rapazes também, estão definitivamente prontos para amanhã.
- Perfeito. Obrigado pelos seus serviços mais uma vez, Nina.
Sebastian caminhou até uma das empregadas de Nina e a entregou seu pagamento. Quase mil euros para vestir todos os empregados.
Sinceramente, eu odeio bailes. São grandes gastos desnecessários, só me são úteis para manter as aparências e criar novos contatos. Fora isso, um bando de adultos bêbados rodopiando pelo meu salão, não é o tipo de coisa que me interessa tanto.
Será entediante e exaustivo, como de costume.
- De nada, meu pequeno! Ah! Inclusive, gostaram de seus ternos?
- Está ótimo, o de sempre.
- E você, mordomo da cara fechada?
- Luxuosos, eu diria. Obrigado pelos serviços. Aguardaremos sua presença amanhã.
- É claro. Agora, irei à casa de Elizabeth prepará-la. Sua noiva decidiu que quer passar a festa de azul claro, esse ano. Também disse que está muito ansiosa para a valsa!
E aí está mais uma razão para a minha repulsa por festas.
- Eu não sou muito adepto a danças.
- Não seja descrente, Jovem Mestre. A senhorita Elizabeth ficará triste se não chamá-la para dançar.
- Não é responsabilidade minha.
- Falando nisso, pretende chamar alguém pra dançar este ano, Sebastian?
Nina não costumava dirigir a palavra a Sebastian, a não ser que fossem ofensas. Ele convidando alguém para dançar? Do que diabos ela está falando?!
- Eu? Oh, não. Esses eventos não são feitos para mim.
- Bom pois deveriam, existe uma bela dama que deseja dançar com você amanhã.
- Comigo?
"Grande Novidade". Um fator irritante sobre a convivência com Sebastian, é a forma como mulheres se atiram nele. Inconveniente, irritante, petulante.
Que tipo de nobre se relaciona amorosamente com um empregado? Isso mancha a reputação de qualquer um. É estupidez.
- Ah vamos mordomo, não seja modesto. Inclusive, se eu fosse você correria para chamá-la, outros já estão interessados por ela.
- "Outros"?
Disse me intrometendo, acabei ficando realmente curioso.
- Upsi! Parece que aticei um pouco a curiosidade de vocês. Não? Ah, isso será divertido! Bom, até amanhã rapazes. Será um prazer assistir a esse show!
Nina saiu, fechando a porta entre risos.
- Então, quer fazer uma aposta sobre as possíveis opções?
- Jovem Mestre, por gentileza, agora não.
- O que? Estou só brincando. E quer saber... - Me joguei contra a poltrona, realmente interessado. - talvez o baile não seja tão chato assim.
Nina foi muito vaga. Se essa "tal" dama não fosse alguém relevante, ela nunca teria dito. Quem poderia ser?
Sebastian Michaelis, quando você começou a se envolver nesses tipos de problema? Agora me sinto um pouco mais animado para esse bendito baile.
[...]
"Agora posso escrever em paz. Esse presente de Bard foi realmente útil. Tenho muito o que registrar agora. O dia foi um tanto cansativo, mas apesar disso, foi agradável. Depois da prova de vestidos, eu, Mey-rin e os rapazes nos juntamos para trabalhar no salão principal, para o evento de amanhã.
Mey-rin disse estar torcendo para que não tenha nada com camarão no buffet, parece que ela é alérgica ou algo assim. Não sabia disso, mas é bom anotar. Sem contar que, a cada dia que passa, sinto que eles confiam um pouco mais em mim, realmente me incluindo como uma amiga. Principalmente, depois da forma que Baldroy me contou sobre seu passado, aquilo definitivamente, foi um bom progresso.
Durante umas boas horas fiquei pensando sobre essa tal valsa, parece que é realmente um evento bem esperado entre os convidados. Ajudar Mey-rin a dançar com Sebastian seria vantajoso para mim, mas talvez magoaria Baldroy. Tenho que tomar cuidado, não posso me envolver em mais confusões, nem perder a confiança de nenhum dos dois. Mas, de qualquer forma, os problemas deles é no que menos devo focar.
Preciso tirar proveito do evento para investigar. Desde a última vez que consegui investigar algo, vi que o quarto do Conde não tinha nada demais, o que me fez prestar mais atenção em seu escritório. Fui idiota em desdenhar dessa opção antes. Aquela quantidade absurda de arquivos e contratos...com certeza tem algo que eu possa usar!
Alguém como ele deve ter algo com o que eu possa trabalhar, um diário, cartas, arquivos, qualquer coisa. Preciso continuar com meu trabalho, apesar de estar achando algumas coisas e informações um pouco conflitantes. Afinal, ele não tem se parecido muito com as coisas que ouvi e estudei. Preciso entender mais a fundo.
Ao menos sinto que tenho mais liberdade para escrever agora que Baldroy me deu o baú. Além disso, não foi muito difícil encontrar um bom lugar para esconder a chave. Se Sebastian ousar tocar em minha gaveta de roupas íntimas, as coisas ficarão bem ruins para ele. É simples, mas inteligente.
É bom ressaltar que os empregados parecem gostar muito de Ciel Phantomhive, me impressiona como algumas pessoas podem ser duas caras, como alguém pode ser tão 'generoso', mas tão brutal. Vivo me perguntando o que tem por baixo daquele tapa-olho. Em quantas outras confusões com pessoas do submundo ele deve ter se metido? Como será que conseguiu? Um garoto tão novo se envolvendo em coisas tão pesadas, isso me lembra um pouco da minha adolescência, mas com certeza, nada que um pequeno rico encrenqueiro tenha passado vai me convencer de que, o que aconteceu comigo, tenha sido pouco. Também quero entender aquele mordomo, não sei absolutamente nada sobre ele, as vezes parece tão educado que irrita, tão elegante que parece esnobe, tão sutil que parece até criminoso.
Ainda tenho muito o que escrever sobre Mey-Rin, Baldroy e Finnian. Sobre seus passados, e sobre aquele estranho ano, mil oitocentos e oitenta e cinco. Sinto que estou na ponta de um iceberg.
Enfim, fazem vinte e oito dias que estou na mansão Phantomhive."
*
EITA QUE O BAILE ABALOU A MANSÃO TODINHA!
E agora? O que será que vai acontecer no baile? Sebastian e Ciel não sabem ao certo quem pode ser a tal dama! Será que Mey-Rin dançará com Sebastian? Baldroy tomará coragem para chamá-la para a Valsa dos Amores?! Amelia vai conseguir progredir com a sua investigação?!Descubram no próximo capítulo!
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