Jimin-ssi, throw your hair
Sinopse: "Jimin era um jovem tranquilo, brincalhão, e amava seu hamster de estimação, adorava escrever alguns poemas aqui e ali, tocar violão então, era sua paixão, era bom na escola, sempre passava direto, conhecia muitas coisas, de botânica, a os nomes das luas de Saturno, mas tinha uma coisa que Jimin não fazia ideia. Jimin não sabe o que é ser um adolescente, ou pelo menos, a parte divertida de ser um adolescente."
Jimin-ssi
Jimin era um jovem tranquilo, brincalhão e amava seu hamster de estimação, adorava escrever alguns poemas aqui e ali, tocar violão então, era sua paixão. Era bom na escola, sempre passava direto, sua menor nota foi nove vírgula cinco, conhecia muitas coisas, de botânica aos nomes das luas de Saturno, mas tinha uma coisa que Jimin não fazia ideia do que poderia ser.
Jimin é jovem, tem apenas dezesseis anos de idade e não sabe o que é ser um adolescente, ou pelo menos, a parte divertida de ser um adolescente.
O antigo acastanhado, agora loiro – mas a história de como ele ficou loiro, deixamos para depois – cresceu em uma família extremamente conservadora. O Park cresceu na Califórnia, uma mãe californiana e seu pai era coreano. Este que quando completou seus quatro anos de idade, se divorciou de sua mãe, por não aguentar viver em meio as paranoias da ex-esposa. Viu de perto as crianças crescendo, seguindo suas vidas, fazendo aquilo que elas mais gostavam. A pequena criança foi privada de tantas coisas, que se sentia excluído em muitos assuntos que seus colegas de escola falavam, tudo por sua mãe nunca o permitir viver, da forma que uma criança/jovem, deveria viver.
O menino tinha suas atividades vigiadas vinte e quatro horas por dia, de casa para a escola, da escola para casa, o celular que tinha ganhado de sua tia, no seu aniversário de quatorze anos, era tomado de si todo final da tarde. Jimin nunca entendeu o porquê de sua mãe agir daquela forma, e sempre que perguntava, a resposta era sempre a mesma "é para proteger você desse mundo cruel, meu filho".
Fins de semana, o pobre Jimin, não saia de casa de modo algum, mas sua mãe saía de casa sempre às exatas 06:30 da manhã e voltava 21:00 da noite, sua mãe aparecia sempre cansada e quase nunca conseguia chegar no quarto onde dormia, por isso quase sempre dormia no sofá mesmo e Jimin também nunca perguntou por onde a mãe andava o dia todo, e parte da noite.
Mas um dia, as coisas começaram a ficar... Interessantes na vida de Jimin.
Medium High School.
Primeiro ano.
A turma jogava aviõezinhos de papel pela sala; bolinhas de papéis; grupinhos reunidos; alguns dormiam sem se importar com a gritaria da sala de aula, e tinha Jimin, o único que resolvia a questão de álgebra que a professora havia deixado para os alunos fazerem, antes da diretora chama-lo para resolver alguma coisas que Jimin não se importava nem um pouco, igualmente aos colegas de sala.
Mas quando a maçaneta da porta entortou-se para baixo, a turma rapidamente sentou-se, recolhendo todo o papel do chão, olhando doce e sorrindo inocentemente para a jovem professora que os olhava com os olhos apertados e com as mãos na cintura.
— Como se eu não conhecesse vocês. — Falou debochada, fazendo os alunos rirem.
— Claro, professora, a senhorita sabe que nós somos uns anjos. — Falou Chelse, uma das líderes de torcida do colégio, fazendo a sala rir.
— Claro, senhorita. Uns anjos, mas vamos mudar de assunto. — A professora fez um barulhinho do fundo da garganta. — Este é Jungkook.
Toda a turma, que ainda não havia percebido o garoto de cabelos escuros encostado na porta, com uma expressão cansada, braços cruzados frente ao peito.
— Ele será desta turma a partir de hoje, então espero que vocês sejam amigáveis com ele. — Falou a professora de maneira séria.
Jimin ouvia os dizeres da professora, suspirando no final, a mesma sabia o quanto aquela turma era um pouco problemática e contava nos dedos as pessoas que nunca pisaram um pé na diretoria por alguma brincadeirinha idiota com os novatos daquela sala. E Jimin, que se aquele garoto não soubesse se defender, os idiotas que pagavam de valentões da sua sala, iam encher o saco do garoto novo, até ele desistir e pedir para mudar de sala, iguaizinhos aos três que também tentaram entrar para aquela sala.
— Muito bem Jungkook, você pode sentar ao lado de Jimin, minhas aulas são todas em grupo e pode pedir para ele que ele vai ajudá-lo a pegar as matérias, Jimin levante a mão. — Assim o acastanhado fez. — Pode ir até lá, Jungkook.
Assim que a professora terminou de falar, a mesma virou de costas e voltou a continuar a escrever o resto das atividades. Jungkook passou entre a fileira de Jimin, que ficava na parede e a que ficava logo ao lado, mas antes de chegar à mesa, onde iria dividir com ele, um dos valentões esticou os pés fazendo Jungkook ir quase ao chão, mas o mesmo foi rápido e se manteve em pé, olhando para o garoto de maneira raivosa, este que o olhava com um olhar de deboche. Jungkook apenas continuou indo para a mesa onde dividiria com Jimin.
— Oi. —Jimin cumprimentou tímido.
— Oi. — Jungkook falou sem olhar para o loiro, sendo até um pouco grosso, fazendo Jimin se encolher na cadeira, o moreno percebeu — Desculpe, não queria ter soado grosso, só não estou em um bom dia. — Falou.
— Ah, tudo bem. — O loiro falou mais tranquilo. Ambos ficaram alguns segundos em silêncio, até Jimin quebrá-lo mais uma vez. — Espero que possamos ser amigos.
— Tudo bem, vamos ser amigos, Jimin-ssi. — Jungkook falou, fazendo com que Jimin soltasse uma risadinha.
Foi à partir dessa conversa que os dois garotos iniciaram uma amizade. No começo, foi bem difícil ambos se acostumarem com a personalidade um do outro. Jimin achava Jungkook um garoto muito hiperativo, sempre em busca de algo novo para fazer, gostava de sair, odiava ficar muito tempo em um único lugar, muitas vezes até se metia em algumas confusões e o mesmo aparecia com um roxo ali ou aqui, acabando por levar um ralho de Jimin e às vezes, alguns puxões de orelha. Já Jungkook, achava Jimin um garoto muito retraído, não tem amigos, sendo ele o único, sabe de tudo o que Jimin gosta de fazer, e o que ele tem vontade de fazer, mas que é impedido, por causa da mãe louca do loiro.
Jimin sempre briga com Jungkook para que ele pare de chamar sua mãe de louca, mas Jungkook sempre discorda.
— Jimin, você já foi a um parque de diversões? — Perguntou Jeon, tomando seu leite de banana.
— Não. — Responde o loiro.
— Ao cinema?
— Não.
— Uma festinha casual?
— Não.
— Tá bom, vamos à algo mais simples então, já dormiu na casa, de pelo menos, algum parente seu? — Pergunta Jungkook cruzando os braços.
— Não. — Fala o loiro de maneira baixa.
— E por que não? — Jungkook pergunta sugando as últimas gotas do seu leite de banana.
— Porque a mamãe diz que as pessoas podem me machucar, porque as pessoas são malvadas. — Responde o loiro de maneira retraída.
— Viu, sua mãe é uma louca de carteirinha, Jimin. — Falou Jeon, deixando Jimin com um biquinho emburrado na cara.
Jimin nunca tinha questionado as atitudes da mãe, mas quando atingiu a maioridade e ingressou na faculdade, sua mãe ainda não havia parado nem diminuído a forma de tratar Jimin, muito pelo contrário, apenas piorou. Sua mãe simplesmente tomou seu celular e computador, deixando-o usar apenas quando tinha um trabalho da faculdade para fazer e isso aumentou no ano passado quando sua tia veio lhe fazer uma visita, mas sua mãe o mandara ir para seu quarto e descer apenas quando ela lhe chamasse novamente.
O ainda moreno na época contou sobre o ocorrido para seu único amigo, Jungkook, que cursava Psicologia na mesma faculdade que si, mas a única resposta que recebera do amigo foi:
— Eu sempre disse que sua mãe é louca, mas você não acredita.
E mesmo não querendo, Jimin começou a realmente pensar que sua mãe poderia ter algum problema.
E foi em um dia tranquilo, que Jimin realmente perdeu a cabeça com ela e houve a primeira discussão.
Jimin estava no refeitório da faculdade, junto a Jungkook, conversando sobre coisas aleatórias sobre ambos os cursos, quando um dos colegas de sala de Jimin, estudante de Letras, aproximou-se dos dois.
— Olá garotos, como estão? — Perguntou sentando ao lado de Jimin.
— Estamos ótimos, diga o que deseja Lee. — Respondeu Jungkook, fazendo um toque de mão com o acastanhado.
— Seguinte, Minho vai fazer uma festa hoje à noite no novo apartamento dele e vocês estão convidados, começa às 19:00. — Falou Taemin sorridente.
— Finalmente algo para distrair a cabeça, ok, valeu por avisar. — Lee se despediu deles, voltando para a mesma onde estava.
— Eu queria ir, mas minha mãe não deixaria. — Jimin falou, ouvindo Jungkook soltar um suspiro cansado.
— Tenter pedir para velha louca, vai que ela começa a agir normal e deixe você ir. — Falou Jungkook.
— Não chame minha mãe de velha louca, Jeon. — Falou Jimin. — Mas eu vou tentar, qualquer coisa eu te aviso.
Assim que Jimin chegou em casa ainda era 17:00, como sempre, viu sua mãe sentada na poltrona na sala, como sempre, contando os minutos exatos para sua chegada. Se passasse das 17:00, sua mãe simplesmente enlouquecia e quando Jimin chegava em casa, assim que pisava os pés dentro da mesma, sua mãe começa a gritar consigo.
— Estou de volta. — Falou tirando os sapatos na entrada.
— Estou vendo, como foi a faculdade? — Perguntou a senhora, ainda sentada na poltrona.
— Foi normal, nada demais aconteceu.
— Hum... Vai querer o quê para o jantar? Eu vou sair daqui a pouco, vou deixar a janta pronta. — A mesma perguntou, levantando-se da poltrona, indo em direção a cozinha.
— Bom... Mãe, eu posso pedir algo para a senhora? — Jimin perguntou acanhado.
— Se estiver ao meu alcance. — Falou retirando uma panela de dentro do armário.
— Um colega da minha sala... — Jimin começou a falar, vendo sua mãe travar um pouco, mas logo se recompôs.
— O que tem ele? — Falou colocando a panela em cima da pia.
— Ele me chamou para uma festa que vai ter na cada de um outro colega meu, vai começar às 19:00, eu posso ir? Prometo que não volto tarde, se quiser eu volto às 21:00 em ponto, sem atraso nenhum. — Jimin falou de maneira eufórica a última parte.
— Você não vai. — A mãe de Jimin falou simples e Jimin pela primeira vez sentiu raiva dela.
— E por que não? — Jimin perguntou calmo, mas sua respiração estava um pouco acelerada.
— Primeiro porque a festa vai começar muito tarde, segundo porque você anda é muito novo para frequentar um lugar cheio de gente bêbada, o que nos leva a outro motivo. Vai ter muitas bebidas e eles podem querer machucar você. — A senhora Park falou simples.
— Ter bebidas lá não significa que eu vou beber mamãe e eu já disse, eu não volto tarde. E por qual motivo as pessoas de lá iriam querer me machucar, mamãe? — Jimin já perdia um pouco mais de sua calma.
— Lugares assim só tem gente que não presta Jimin, você não vai, é minha última palavra — Falou já nervosa.
— Que droga, por que você sempre faz isso? É só a droga de uma festa, eu já sou maior de idade e sei me cuidar. — Jimin falou alto, vendo sua mãe ficar mais nervosa ainda.
— Eu já disse que você não vai, Park Jimin. Eu disse não, então é não. Se conforme que você não vai nessa droga de festa. — Gritou, fazendo com que Jimin saísse pisando duro em direção a seu quarto, não ouvindo mais sua mãe.
Quando eram exatas 18:00, Jimin ouviu a porta da frente de sua casa abrir e fechar, e logo a tranca. Jimin saiu em direção ao quarto de sua mãe, abrindo rapidamente a última gaveta do guarda roupa da mesma. No fundo retirando de lá, seu celular e o carregador, indo direto para seu quarto.
Colocou seu celular para carregar esperando o mesmo atingir pelo menos vinte por cento de bateria, para ligá-lo. Logo puxou sua mochila retirando de dentro da mesma o número do celular de Jungkook. Jimin nunca teria coragem de salvar o número do seu amigo no celular, sabia que sua mãe iria ver, querer descobrir quem é Jungkook e Jimin não queria perder o único amigo que tinha.
Jimin discou o número do amigo, mas lembrou que seu celular não teria crédito e sua mãe nunca permitiu que Jimin tivesse KakaoTalk, o que lhe restou então, foi lhe mandar uma mensagem de texto.
Jungkook-ssi, sou eu, Jimin. Você pode hum... Me ligar por favor?
Jimin-ssi? Ah, certo, espere só um minutinho.
E logo o telefone de Jimin começou a tocar e o mesmo rapidamente atendeu.
— Jungkook. — Jimin chamou.
— Oh, como conseguiu pegar seu celular? — O moreno perguntou divertido.
— Peguei escondido, minha mãe saiu, ela não me deixou ir à festa. — Jimin falou desanimado, ouvindo um palavrão baixinho vindo de Jungkook. — Mas Kook, eu quero ir à festa.
— Bom, e como? A velha louca da sua mãe não deixou você ir. — Falou Jungkook.
— Você... Hum... Poderia vir aqui? Me buscar... — Jimin perguntou nervoso.
— Está me pedindo para que eu vá ai te sequestrar? — Jungkook perguntou rindo do amigo.
— Se não quiser...
— Está maluco? Eu estou indo para aí agora mesmo. — Jungkook falou de maneira rápida, fazendo com que Jimin soltasse uma risada.
— Ok, estou esperando você aqui, sabe onde fica minha casa, né? — Perguntou.
— Sim, vou desligar, até logo. — Antes que Jungkook pudesse desligar o celular, Jimin o interrompem — Hum, que foi ?
— Eu... Hum... Não tenho roupa sabe? Para este tipo de festa. — Jimin falou baixo, mas o suficiente para que o amigo pudesse ouvir.
— Eu devo ter algo que sirva em você aqui, levo algo, não se preocupe, até logo.
E a chamada foi encerrada.
Jungkook tinha chegado uma hora depois na casa de Jimin, este que estava nervoso, sentado em sua cama, era a primeira vez que fazia algo do tipo e sabia que assim que sua mãe descobrisse, ficaria uma fera e, que talvez nem a faculdade o permitisse frequentar novamente, mas Jimin já estava cansado de sempre ficar em casa, nunca poder fazer aquilo que quer, de não poder viver a parte divertida de ser um jovem.
Jimin foi tirado dos seus pensamentos confusos ao ouvir um barulhinho vindo da janela do seu quarto. O moreno encarou a janela de maneira confusa, mas viu um pequeno objeto ser lançado contra ela fazendo um barulhinho e Jimin foi apressado abrí-la, vendo Jungkook pronto para lançar outra pedrinha, mas assim que viu Jimin olhá-lo, sorriu para o mesmo e Jimin sorriu grande ao ver o Jeon.
— Jogue os cabelos, Rapunzel. — Jungkook falou divertido, fazendo Jimin rir.
— Espera aí rapidinho. — Jimin voltou rápido para dentro de casa indo direto para o sótão onde sabia que sua mãe guardava uma escada de corda que ela usava para alguma coisa, que não permitia Jimin saber.
O garoto rapidamente voltou para seu quarto. Jungkook esperava ele voltar, sentado na grama do pequeno jardim embaixo de sua janela quando sentiu algo encostar em seu ombro, olhando para cima, vendo uma escada e mais lá no topo, Jimin o olhava sorrindo. Jeon rapidamente subiu as escadas pulando dentro do quarto de Jimin, vendo este cheio de pinturas de variadas coisas.
— Quarto legal. — Falou Jungkook, sentando na cama de Jimin.
— Obrigado. — Agradeceu baixinho. — Por que não veio pela porta da frente?
— Uma velha ficou me olhando estranho quando eu ia me aproximando da porta, então preferi achar a suposta janela do seu quarto, vai que ela fofocasse para a louca da sua mãe. — Falou Jungkook, entregando a mochila que carregava nas costas para Jimin.
— O que tem aqui? — Perguntou abrindo a mochila.
— A roupa que você vai usar. — Falou Jungkook sorrindo. — Vai logo se trocar, Park. A festa vai começar logo, logo.
— Jimin saiu correndo para o banheiro que tinha em seu quarto para tomar um banho rápido e ir se trocar.
Alguns minutos depois, Jimin saiu do banheiro. Jungkook mexia no celular distraído até ouvir a porta do banheiro ser aberta e Jimin passar por ela. Jungkook não sabia como reagir a visão a sua frente, Jimin estava belíssimo, a calça colada e a blusa de mangas longas, com listras pretas caíram muito bem naquele corpo.
— Kook. — Jimin chamou, tirando Jungkook dos pensamentos. — Ficou bom?
— Está maravilhoso, Park Jimin. — O Jeon sorriu para ele. — Agora coloque um sapato e vamos.
Depois de Jimin pronto, os garotos saíram pelo mesmo lugar por onde Jungkook entrou indo rapidamente em direção à festa do colega de ambos. O que eles não notaram, é que aquela maldita vizinha fofoqueira estava de olho neles e que ela estava naquele exato momento discando o número da mãe de Jimin.
[...]
Os garotos chegaram na festa e Jimin encarava tudo muito encantado, o lugar estava um pouco escuro, e muitas luzes coloridas iluminavam o lugar. As músicas eram boas, as pessoas dançavam e conversavam umas com as outras, outras agarravam-se em lugares um pouco mais escondidos fazendo com que Jimin desviasse os olhos e suas bochechas esquentassem, mas todo aquele clima era incrível e muito divertido.
— Então, o que está achando? — Jungkook perguntou rente ao ouvido de Jimin, fazendo este se arrepiar.
— Muito legal, tem uma vibe muito incrível este lugar. — Jimin falava animado, fazendo Jungkook achar graça.
— Não vamos beber, tudo bem? É sua primeira vez em uma festa, você tem que aproveitar.
E ah, sem dúvidas ele aproveitaram, Jimin cumprimentou muitas pessoas, os colegas dele realmente ficaram felizes ao verem Jimin lá, já que o mesmo era alguém muito na dele. O Park aproveitou muito, até dançar ele dançou e se sentiu livre como nunca. Mas perto da hora de ir embora, ele começou a ficar muito preocupado, sabia que sua mãe já tinha noção da sua fuga e estava começando a ficar nervoso, Jungkook notou.
— Ei Jimin, o que foi? — Perguntou preocupado.
— Minha mãe já deve ter noção da minha fuga, Kook. E eu não sei o que ela é capaz de fazer quando eu chegar em casa, eu... Eu não quero voltar pra lá. — Jimin falou de maneira nervosa.
— Vamos para a minha, então. — Jungkook se despediu dos amigos e foram em direção a saída da festa.
Quando ambos já estavam um pouco longe dali, Jimin sentiu uma mão em seu ombro, virando-se rapidamente, mas dando de cara com um homem.
— Desculpe, posso ajudar? — Jimin perguntou mais tranquilo.
— Perdão jovem, eu confundi você com outra pessoa. — Falou, logo saindo de perto dos meninos que encararam-se confusos, mas voltaram a andar em direção às casa de Jungkook.
Assim que chegaram à casa de Jungkook — lê-se apartamento — onde o mesmo morava sozinho — já que seus pais voltaram para a Coreia — Jimin retirou os sapatos que usava deixando-os na porta, logo sentando-se no sofá, suspirando pesado.
— Quer comer alguma coisa, Jimin-ssi? — Perguntou Jungkook.
— Não, estou bem. — Jimin falou, encostando as costas no sofá.
Passando alguns minutos em silêncio, Jimin percebeu que Jungkook o encarava em parar.
— Jungkook-ssi, tem alguma coisa na minha cara? — Jimin perguntou devolvendo o olhar.
— Jimin-ssi, já pensou em ficar loiro? — Park o olhou de maneira confusa.
[...]
— Pronto para ver o resultado? — Jungkook perguntou ansioso.
— Não sei como você me convenceu a isso, mas ok, vamos ver como eu fiquei. — Jimin estava tão ansioso quanto Jungkook.
O moreno virou o amigo para frente do espelho vendo Jimin arregalar os olhos e abrir a boca em um perfeito "O". O — agora loiro — encarava seu reflexo totalmente surpreso, achava que não iria ficar tão bom, mas Jimin estava se sentindo muito bonito com a nova coloração do cabelo.
— Então? O que achou? — Jungkook encarava o amigo de maneira boba, Jimin tinha ficado mais lindo do que já era.
— Está lindo Kook, eu adorei. — Jimin virou-se para Jungkook dando-lhe um abraço apertado, que logo foi retribuído. — Kook?
— Hum?
— Eu estou com sono. — Jimin falou baixinho, fazendo Jungkook rir do amigo.
— Tudo bem, vamos dormir então.
O que ambos não esperavam era o que viria no dia seguinte, iriam receber uma surpresa, principalmente para Jimin.
Jungkook acordou com o telefone do apartamento tocando sem parar, viu o amigo deitando do seu lado, num sono tranquilo e sorriu, mas logo o maldito telefone voltou a tocar, fazendo o moreno bufar. Levantando-se da cama, indo em direção a cozinha, onde o telefone ficava.
— Alô? — Jungkook coçava os olhos.
— Jungkook? — o porteiro chamou-o
— Desculpe acordá-lo a esta hora da manhã, mas é que tem uma senhora aqui, dizendo que deseja falar com Park Jimin.
Jungkook na mesma hora despertou, avistando Jimin entrar na cozinha, este que tinha um bico nos lábios e um dos olhos fechados, pela claridade.
— O porteiro está dizendo que tem uma moça querendo falar com você lá embaixo Jimin. — Jungkook viu seu amigo começar a suar frio.
— P-pergunte o nome dela. — Jimin falou sentando na cadeira.
— Você pode perguntar qual o nome da moça? — Jungkook ouviu um "Espere um momento".
— Park Sunhee.
— Jimin, você conhece alguma Park Sunhee? — Jungkook perguntou ao amigo, este que lhe encarou confuso.
— Ela é minha tia.
[...]
— O que faz aqui, titia? — Jimin encarava a tia, que há muito tempo não via já que sua mãe não lhe permitia ter muito contato com ela.
— Jimin, querido. Não sabe quanto tempo eu esperei para ter esse momento com você. — Jimin viu sua tia começar a soltar algumas lágrimas.
— Como assim, tia? — Jimin perguntou confuso, abraçando-a. Jungkook logo apareceu trazendo consigo um chá para a mais velha.
— Eu preciso lhe contar uma coisa, meu amor. — Sunhee olhou para Jimin de maneira carinhosa.
— Tudo bem. — Jimin soltou a tia, que respirou fundo.
— Quando eu tinha dezessete anos, eu havia acabado de terminar o ensino médio. Eu namorava um rapaz um tanto mais velho que eu e minha família não aceitava, eu era filha única, meus pais achavam que eu era muito nova para entrar em um relacionamento, mas eu não queria ouvir nada daquilo. Eu era apaixonada pelo meu namorado, achava que nós viveríamos felizes para sempre como ele sempre me prometia, então em uma noite, nós decidimos que seria o momento perfeito para darmos mais um passo no nosso relacionamento. — Jimin encarava sua tia, que soltava lágrimas de maneira abundante, mas não ousava interrompê-la. — E eu tive a minha primeira vez, mas nós havíamos esquecido algo muito importante, a camisinha e a consequência disso, veio dois meses depois, eu fiz o teste e deu positivo. Eu não tinha escolha, tive que contar para os meus pais, eles ficaram furiosos comigo, mas a única coisa que eu lembro era que se eu não abortasse, eles me jogariam na rua. Eu me desesperei, não queria que meu filho sofresse, na época, eu morava na Coreia e tinha uma amiga, que era daqui da Califórnia, mas sua mãe era coreana, ela já era uma universitária, eu contei tudo a ela. E ela disse que cuidaria do meu filho, até que eu me estabilizasse, arranjasse um emprego e comprasse pelo menos um quitinete para mim. Eu pensei que estaria tudo bem, que eu podia confiar nela, mas me enganei, Jung Jina, me enganou.
Jimin sentiu seu coração falhar na batida, quando a sua tia olhou nos seus olhos, e falou aquele nome, sabia que ela estava falando de sua mãe, ou melhor, da sua suposta mãe.
— Estava tudo bem, contei aos meus pais a minha decisão e eles concordaram contanto que a criança que estava dentro de mim não morasse naquela casa assim que nascesse. Eu contei a meu namorado a notícia e ele ficou em choque, disse que não assumiria o bebê. Em uma semana ele foi embora para um outro país, eu fiquei arrasada na época, mas tinha que ser forte pelo meu filho. Enfim chegou o dia do nascimento do meu bebê, eu estava nervosa, na minha cabeça, tudo iria ficar bem, ele nasceu e quando eu o olhei eu sabia que ele era a coisa mais preciosa da minha vida, meu pequeno Jimin, Park Jimin.
Jimin deixava as lágrimas saírem dos seus olhos encarava a mulher a sua frente estático, Jungkook segurava a mão de Jimin fortemente, tão surpreso quando o mesmo.
— Tudo estava indo bem depois do seu nascimento, como combinado, eu ia todo final de aula da faculdade visitar você e voltava apenas tarde da noite, com o coração apertado, querendo levá-lo comigo mesmo sabendo que você seria maltratado pelos meus pais. — Sunhee apertava a xícara em sua mão. — Mas tudo começou a desandar, Jina já não me deixava ir tanto até a casa dela, já não me dava tantas notícias sobre você e eu já estava começando a me desesperar. Então em um sábado eu fui cedo à casa dela, mas eu não encontrei ninguém e eu comecei a chorar desesperadamente. Uma das moças que morava ao lado me disse que ela havia se mudado na noite passada, junto ao bebê, para algum lugar, mas que não era na Coreia, ela tinha saído de lá.
Jimin chorava copiosamente, a mulher a sua frente era sua verdadeira mãe, sua vida sempre havia sido uma mentira, sua cabeça estava a mil, estava completamente confuso.
— Eu entrei em desespero total, a amiga a qual eu sempre confiei havia fugido junto com meu filho e eu não sabia o que fazer ou provar que uma mulher havia saído do país com meu bebê, tudo que era seu estava com ela, todos os documentos. Eu entrei em um estado de depressão muito grande, meus pais viram meu estado e se arrependeram de tudo, me prometeram que iríamos encontrar o meu filho. Dois anos depois o detetive particular que meus pais contrataram, acharam ela. Ela estava em uma cidade próxima daqui e viajamos rapidamente para lá, não nos aproximamos imediatamente, descobrimos que ela tinha se casado, mas no ano seguinte o homem se separou dela e isso a fez enlouquecer ainda mais. Eu tive medo de me aproximar naquele momento e ela tentar machucar você, então quando você completou cinco anos, eu tentei, mas ela me ameaçou, estava louca, dizia que você era dela e que se eu me aproximasse ela iria matá-lo, mas eu consegui fazer um acordo com ela, que ela dissesse que eu era sua tia e ela concordou. Eu tentava de todas as formas, dizer a você, que sua mãe era eu. Ela percebeu e se mudou para cá, mas eu já estava cansada, então eu entrei com um processo contra ela, se ela não quisesse me devolver você por bem, teria de ser por mal. Mas eu ainda precisava de provas, o que demorou mais tempo que o previsto, não é? — Sunhee riu enxugando as lágrimas. — Olha a idade que você tem, está com dezenove, certo? Eu perdi tanto tempo, me perdoe filho.
Jimin não aguentou, abraçou Sunhee fortemente, ambos choravam sofridos. Mas a partir dali ficaria tudo bem, certo?!
— O que vai acontecer com aquela velha doida? — Jungkook perguntou, enxugando algumas lágrimas fujonas.
— Eu disse que havia aberto um processo contra ela, não disse? Ela foi presa hoje às cinco da manhã. — Sunhee falou acariciando os fios loiros do filho, fazendo Jimin se aconchegar ainda mais na mulher, que sorriu.
— Me desculpe filho, eu sei de tudo que você passou e eu não podia fazer nada, me perdoe. — Sunhee beijou o topo da cabeça de Jimin.
— Tudo bem, você fez o que pôde, eu estou feliz. — Falou manso, fazendo os dois presentes na sala sorrirem.
— Temos que pegar suas coisas na casa daquela mulher.
A partir daquele momento, muita coisa mudou na vida do Park, ele se mudou naquele mesmo dia para a casa da sua verdadeira mãe, tendo Jungkook sempre ao seu lado, sem sair um único segundo.
Jimin ainda ficou sabendo que Jina iria direto para um hospício, a mesma demonstrou comportamentos extremamente perturbados. Conheceu sua mãe muito mais, conheceu o que é ser livre, conheceu os lugares, gostos, mas teve uma coisa que Jimin amou mais conhecer que qualquer outra coisa, o amor por Jungkook, que se tornou ainda mais incrível ao ver que foi recíproco.
Jimin mexia no celular, esperando o namorado aparecer para irem ao cinema assistir um filme que Jimin estava falando há semanas. Saindo dos seus devaneios ao ouvir um barulhinho de algo contra sua janela, logo revirando os olhos indo em direção a mesma. Sempre que iam sair, Jungkook avisava que já havia chegado daquele jeito, atacando uma pedrinha na janela do seu quarto. Olhou para baixo, vendo o namorado ali.
— Hey Jimin-ssi, jogue seus cabelos. — Jungkook falou rindo.
— Me espera lá na porta, idiota. Eu já estou descendo.
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