O Melhor fim de Semana

Pov Maraisa

Assim que estacionei o carro já na casa de Dona Ruth, me bateu uma tristeza. Eu olhei os arredores e aquele sentimento de perda me atingiu. Sempre que eu vinha nessa casa me lembrava da Lila tanto quando cantava nossas composições ou recordava de nossos momentos. Suspirei ao sair do carro e enquanto Bruno, Paulinha e Maiara iam até a casa principal de encontro a dona Ruth, S/n ficou pra trás. Ela se aproximou de mim e tocou meu ombro, me virei pra olhar para ela e S/a viu a tristeza refletida em meus olhos.

-Está tudo bem?

Perguntou e eu lhe sorri

-Tô bem. É só que tudo aqui me faz lembrar da Lila. Sempre que venho eu penso que Marília vai sair toda sorridente com um copo de cerveja na mão e zoando como sempre costumava fazer quando a gente se reunia.

S/n segurou minha mão e delicadamente me puxou pra um abraço reconfortante.

-Eu realmente gostaria de ter conhecido ela pessoalmente. Pelo que ouvi, Marília era incrível.

-Era mesmo.

Respondi com a cabeça no peito da S/a.

-Mais de uma coisa eu sei, Isa. A Marília sempre estará com você, seja onde for. E ela tá muito orgulhosa de você e da Mai. Eu acredito nisso.

-Isso é verdade. _ouvimos uma voz amorosa atrás de nós e nos afastamos e olhamos pra trás encontrado a Dona Ruth.

-Ei tia Ruth.

Fui até ela e a abracei. S/n ficou nos olhando com timidez.

-Oi minha querida. _respondeu tia Ruth durante o abraço. _-Sua irmã disse que cê tava aqui e eu vim pra ver se tava tudo bem.

-Agora estou muito bem. _nos afastamos e sorrimos, logo tia Ruth olhou pra S/a que estava com as mãos no bolso da calça que Bruno trouxe pra ela.

Roupa da S/n

-E essa deve ser a S/n. Acertei?

Dona Ruth perguntou e eu assenti

-É sim. S/a, essa é a tia Ruth.

S/a se aproximou e ao esticar a mão pra cumprimentar a anfitriã da casa, tia Ruth a puxou pra um abraço acolhedor.

-Seja bem vinda, querida. _elas se afastaram e S/n sorriu

-Obrigada dona Ruth.

-Sinta-se em casa. E pode ter certeza que Marília também iria adorar conhecer uma artista tão talentosa e educada como você, viu.

-Obrigada. _S/n sorriu timida e sorrimos pra ela.

-Vamos entrar. Tá todo mundo lá na varanda. Fiquem à vontade.

-Obrigada tia Ruth.

Agradeci e peguei a mão da S/a e acompanhamos tia Ruth até a varanda. Lá eu apresentei as pessoas pra S/n. Havia amigos de longa data e familiares. Murilo Huff também estava lá com o pequeno Léo que a S/a fez questão de dar atenção. Pelo jeito ela adorava crianças e era muito boa em lidar com elas. Leozinho corria todo sorridente atrás da S/a e isso fazia todos rirem.

Peguei um pouco de suco, porque eu não ia beber hoje e depois me sentei próximo a piscina e fiquei olhando a S/a e o Murilo brincando com o Leo do outro lado na grama.

-Ela se dá muito bem com crianças, hein._disse Bruno sentando do meu lado enquanto segurava um copo com cerveja.

-Verdade. _sorri ainda olhando pra S/n. _-O Leozinho parece ter gostado dela.

-Não só o Leozinho, né Maraisa. Todo mundo aqui achou ela muito bacana. Mais você parece achar ela ainda melhor.

Olhei pro atrevido ao meu lado

-Como assim, Bruno?

-Ué...acho que todo mundo percebeu o jeito que cê olha pra S/n, Maraisa. E segundo fontes, tava rolando um love entre vocês antes da gente vir pra cá.

-Meu senhor da glória! _coloquei a mão na minha testa_-Fala que essa fonte não era a Maiara.

-Era ela mesmo. _eu balancei a cabeça e Bruno sorriu_-Me conta amiga...a S/n beija bem?

Sorri envergonhada e abaixei a cabeça, depois voltei a olhar pra frente vendo S/n gargalhar com Murilo e o pequeno Leo.

-Já que Maiara não deixa passar uma: eu vou dizer...A s/a beija melhor do que muitos homens por aí, viu.

-Aí que babado! Quem tomou coragem pra beijar quem primeiro?

-Bruno...cê é curioso né?

-Eu gosto dos detalhes, menina. Conta tudo e não me esconda nada.

-Ela queria me beijar sabe? Mais disse que me respeitava e não ia se aproveitar do momento, só que eu não resisti e pedi que ela me beijasse.

-E ela te beijou.

-Uhum. _assenti

-E o que cê sentiu, Maraisa?

-Ah...sei lá...foi novidade pra mim sabe? Eu nunca beijei pra valer uma mulher, mais beijar a S/a me fez sentir diferente.

-Cê gostou ou não? Seja sincera.

Olhei pro Bruno e sorri, aquele sorriso já confirmava tudo.

-Cê não faz ideia do quanto, amigo.

-Aaah que fofo... cê tá toda derretida por ela, né? O que vai rolar de agora em diante? Cê vai tentar um relacionamento ou foi só um beijo?

-Ainda não conversamos sobre isso, mais acho que foi apenas um beijo, Bruno. Eu nunca me relacionei com mulheres antes, isso pode não dar certo, principalmente na mídia.

-Tem muitos fãs shipando vocês duas, Maraisa. E nunca é tarde pra novas experiências, quem sabe com uma mulher dá certo desta vez, hein?

-Cê sabe dos meus traumas, amigo. Eu não tô preparada pra críticas e eu sou hetero.

-A tá...nem vem com essa pra cima de mim, amiga...depois de beijar pra valer uma mulher cê não é hetero nem aqui nem na Índia. Cê tá mais pra Bissexual, viu.

-Será?

-É claro!...pois tu falou que gostou do beijo, né.

-É! eu gostei mesmo...mais sinceramente eu tô com medo do que tô começando a sentir, Bruno.

-Olha Mara...se tu ficar nessa incerteza e nesse medo bobo cê nunca vai saber se dará certo. Seja com a S/n ou não. Por isso eu acho que deveria se arriscar.

-E se não der certo?

-Aí cê vai continuar sendo a Maraisa forte e destemida que você é. E sabe que tem todo o meu apoio, viu.

-Obrigada Bruno.

-Não tem de quê.

[...]

Quebra de tempo

Pov S/n

Foi maravilhoso meu sábado com as meninas na casa da Dona Ruth. Se á um ano atrás me dissessem que eu estaria vivendo um sonho quase impossível, eu não acreditaria.
Enfim...

Quando voltamos pra casa da Maraisa, recebi um cronograma de shows em minha agenda no celular. E me surpreendi com a quantidade deles que eu faria em duas semanas antes do natal. Era algo surreal, mais ao mesmo tempo, maravilhoso pois até então, tudo estava dando certo pra mim.

Eu tava sentada no sofá da sala de estar das gêmeas. Maiara tava do meu lado vendo algo no celular enquanto bebia água. Já Maraisa tinha ido pro andar de cima trocar de roupa enquanto eu conversava com Tulio e Gusttavo no Whatsapp. Pouco tempo depois, Maraisa desceu as escadas vestida em um pijama fofinho, chamando completamente minha atenção, então bloqueei meu celular e fiquei olhando a mulher se aproximar e se sentar ao meu lado no sofá.

-Amanhã nossos pais virão aqui, Maiara. O pai quer ir pescar com a gente antes de voltamos à nossa rotina dos shows.

Maraisa disse e Maiara olhou pra ela

-A gente vai pescar então, que demais! Tem tempo que não vamos pescar né? Cê já pescou alguma vez, S/n?

Eu neguei com a cabeça

-Não. Mais o senhor Antônio uma vez me mostrou como prepara a isca no anzou.

-Bacana! Então cê vai com a gente amanhã e nós te mostramos como é que se pesca.

-Gente...sei não...seus pais não vão achar ruim?

-Porque iriam? Eu falei com eles que cê tava aqui, S/a_disse Isa me deixando mais tranquila _-Eles disseram que não tem problema cê ir com a gente.

-Bom, sendo assim eu vou então. _elas sorriram e Maiara disse:

-Ebaaa...cê vai gostar viu. Tenho certeza.

-Vai ser muito divertido.

Falei empolgada mais por dentro eu estava nervosa pra burro. Eu tô prestes a conhecer o senhor Marcos César e a dona Almira...como é que vou encarar o homem depois de ter lascado um beijão na filha dele? Socorro!

Enfim...

Depois de se sentir cansada e com sono, Maiara se despediu e foi pro andar de cima pra dormir. Maraisa e eu ficamos mais um pouco numa tensão inexplicável.

Eu sentia que ela tava me olhando, então pra aliviar o clima, desbloqueei meu celular e me virei apontando-o com a câmera na direção da mulher que roubou meu coração. Logo tirei uma foto dela.

-Caraca...que mulher linda! Vou botar como papel de parede.

Maraisa sorriu o mais lindo sorriso enquanto eu cumpria o que eu disse. Botei a foto dela como meu papel de parede.

-Ficou perfeita, olha só.

-Deixa eu ver. _ela pediu e mostrei a tela do celular. _-Depois tu me envia essa foto aí...e eu quero uma sua também, viu. De preferência nós duas juntas.

-Uhm...a senhorita já tá querendo montar o nosso book de casal, né? _falei na esportiva, só que Maraisa levou a sério, muito a sério!

A mulher se levantou e sentou no meu colo enquanto me olhava profundamente. Tê-la em meu colo me fez arrepiar até a nuca e eu não sabia como agir, apenas fiquei olhando pra Maraisa que em seguida começou a deixar beijinhos pelo meu rosto e foi fazendo um caminho de beijos até chegar perto da minha boca. Coloquei minhas mãos em sua cintura e esperei a próxima reação da mulher que me fazia sentir tantas coisas ao mesmo tempo das quais eram impossíveis de controlar, mais me controlei, afinal eu não faria nada que ela não quisesse e deixaria ela dar o próximo passo, então foi exatamente isso que Maraisa fez ao juntar nossos lábios em um beijo de tirar o fôlego.

Depois do nosso momento na sala, Isa me fez um convite irrecusável de me juntar a ela na mesma cama onde dormimos abraçadas até o amanhecer.

...


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