Após um final de semana tranquilo na fazenda das gêmeas, voltamos ao trabalho na terça-feira.
Maraisa estava com a irmã na workshow e eu no estúdio com Tulio que já havia recebido os documentos da Som Livre do qual sua produtora passou a ser sócio.

Enquanto eu gravava "Eu adoro amar você" a música que fiz pra Maraisa, Mônica ficou com meu celular pra caso alguém me ligasse, ela atender.
Quanto a música, seria lançada em breve e eu estava ansiosa de como seria recebida pelo público. Sem contar que ainda faltava muitas outras músicas para serem lançadas no meu terceiro EP com músicas de minha autoria.

Enfim, depois de gravar e fazer alguns ajustes na música, saí da cabine  abrindo uma garrafinha d'água, me sentei no sofá e respirei fundo antes de tomar a água. Eu estava orgulhosa de todo trabalho que tive até aqui, com certeza valeria a pena meu tempo e esforço.

-S/n!_Mônica apareceu na sala com meu celular na mão _-Cê tem uma ligação importante.

-É a Maraisa?_Perguntei fechando a garrafa e colocando no chão ao lado do sofá.

-Não. É Elisangela Monteiro da Secretaria de Justiça de São Paulo. Ela é assistente social.

Rapidamente me levantei e peguei o celular indo pra um canto da sala.

-Alô. Sim! Sou eu. _A mulher começou a falar comigo, mas devido meu coração acelerado e meu estado de transe, não consegui ouvi-la muito bem. Ela me perguntou se eu entendi e eu com muito custo, caí na real._-Hum sim! Meu advogado entrou em contato comigo, mas eu não imaginava que receberia uma resposta do SJ tão rápido. Claro! Com toda certeza, estaremos indo à essa reunião. Aham...ok. muito obrigado senhora Monteiro. Então nos vemos na quinta-feira. Tenha um bom dia. Tchau.

Desliguei a chama e encostei na parede tentando acalmar a agitação do meu coração.
Mônica viu meu estado, pegou a garrafinha do chão e me entregou já aberta.

-E aí? O que ela queria?_Mônica perguntou e Tulio se colocou ao lado dela também curioso.

-Doutor Rodrigo me deixou informada de que uma assistente social me ligaria em alguns dias, mas eu não esperava que fosse hoje. Ela marcou uma reunião pra quinta feira que será realizada na vara da família aqui de Goiania. É sobre a adoção do Théo.

-Ai meu deus!_Tulio exclamou _-Cê vai ter a guarda dele?

-Ainda não sei qual foi a decisão do juiz que olhou meu pedido de guarda, mas eu espero que seja uma decisão positiva. Não vejo a hora de proteger esse garotinho e dar o amor que ele tanto precisa.

-Nossa S/a. Tomara que tudo dê certo. A Maraisa tem que participar da reunião também, não é?_Tulio perguntou e eu assenti

-Sim. Vou até falar com ela agora. Já que estamos perto do horário de almoço, irei na Workshow convidar as gêmeas pra almoçar. Querem ir comigo?

-Não, Obrigado. Ficaremos por aqui mesmo pois temos que adiantar algumas coisas pro seu show no fim de semana.

-Ok. Então vou sair agora. Às duas horas estou de volta.

-Claro cantora. Bom almoço pra você.

-Pra vocês também. Tchau.

Peguei minhas coisas e saí em direção ao estacionamento e cheguei a garagem. Peguei meu carro e segui para a workshow, chegando lá alguns minutos depois.

-Bom dia. _Cumprimentei a recepcionista e ouvi vozes no meu lado esquerdo, logo sorri ao ver Leonardo e Eduardo Costa saindo do elevador. Fui até eles. _-Bom dia.

-Ah! e aí, estrupicio! _Leonardo me puxou pra um abraço forte mais carinhoso.

-Ei barriga de chopp. _Eduardo riu com os apelidos_-Como é que vai?

-Depende: às vezes vou de carro, de ônibus, caminhão, a pé ou até de avião. _Leonardo brincou, revirei os olhos e rimos.

-Cê entendeu o que eu quis dizer, Seu. Pancinha. _Cumprimentei Eduardo com um aperto de mão _-Bom dia, sr. Costa.

-Bom dia. É bom te ver, senhorita Silva e por favor, me chame de Eduardo. Como tem passado?

-Pode me chamar de S/n. Eu tô bem. Obrigado. E você?

-Tô bem também. _sorriu

-Veio atrás da munhé?_Leo perguntou

-Vim. Na verdade vim atrás das duas. Vou chama-las pra almoçar.

-Ah! Então vai rápido. Elas tão em reunião mas acho que vão pedir almoço lá em cima. Depois cê me manda mensagem, tenho uns assuntos pra tratar com ocê estrupicio, pois tamo aí com a proposta pra te levar pro show no cabaré em breve.

-Ah tá. Será um prazer, Leo. Eu te mando mensagens depois então. Satisfação rever vocês. Se me dão licença, vou lá falar com a Metade e a Metadinha.

-A vontade. Até breve estrupicio.

-Até, barriga de chopp. _rimos_-Passar bem, Eduardo.

-Passar bem, S/n.

Eles saíram e eu chamei o elevador que abriu rapidamente, entrei e subi para o andar das gêmeas.

Assim que a porta abriu no corredor, vi as gêmeas conversando com quem eu reconheci sendo o Fabrício, ex da Isa. Quê que esse homem tava fazendo aqui? E cheio de sorrisinhos pra Maraisa.

Caminhei até eles e Maiara foi a primeira a me ver aproximar. Eu vi que ela tentou esconder um desconforto ao me ver pois olhou pra Maraisa tentando chamar a atenção da irmã.

-Ei cunhada!_Maiara, vendo que Isa estava distraída falando com Fabrício, exclamou e veio correndo me abraçar. Foi aí que Maraisa se deu conta da minha presença.

-Ei nanica. Como é que cê tá?_Perguntei olhando pra minha cunhada enquanto via pelo canto do olho, Maraisa se afastar de Fabrício e vir em minha direção.

-Tô bem, cunhada. _nos afastamos do abraço

-Ei mô!_Olhei pra Maraisa quando ela disse_-Que surpresa!

-Ei linda. _nos abraçamos, mas eu não a beijei. Maraisa percebeu meu desconforto e ficou sem graça com Fabrício ainda parado no corredor e olhando pra gente.

-Veio pra levar a gente pra almoçar, foi? Pois eu tô morta de fome, cunhada. _Maiara falou pra quebrar a tensão que se instalou ali.

-Acertou em cheio nanica. Vim pra isso mesmo. Vamos?

Olhei dela pra Maraisa que olhou rapidamente para o homem.

-Cê não vai importar se formos, né Fabrício?

-Que isso, Maraisa. É claro que não. Podem ir. Bom almoço pra vocês.

-Obrigado Fabrício. A gente se fala depois. Tchau.

-Tchau, Mara. Tchau Mai.

Ele se despediu, acenou a cabeça pra mim saindo do corredor. Nem eu nem ele fazíamos questão de nos apresentar.

-Ih, vamo que minha barriga começou a roncar. _Mai foi andando na frente, eu, que até então olhava para o corredor vendo o homem se afastar, voltei meu olhar pra Maraisa que já me encarava.

-Mô, eu posso explicar. Né nada disso que tá pensando não. Fabrício e eu não temos nada além da amizade, viu?

-Tudo bem, Maraisa. Preocupa não.

-Pera aí bê!_ela segurou meu braço _-Cê ficou com ciúme, tá estampado na sua cara.

-Olha, desde o dia que me contou sobre seu ex fiquei com ciúme. Cê falava dele de um jeito especial e ainda fez aquele vídeo colocando fotos dele pra divulgar "Felizes Para Sempre" me deixou um pouco desconfortável vê ele aqui tão perto de você. Mais não vamos discutir sobre isso agora. Eu tenho uma notícia pra te dar, mas vamos almoçar primeiro pois assim como a Maiara eu também tô caindo de fome.

Andei na frente dela indo em direção a Mai que nos aguardava em frente ao elevador. Maraisa me seguiu, entramos no elevador e fomos embora.

Já no restaurante, contei a Maraisa e a Maiara sobre a reunião da Quinta feira com a Assistente Social. Maraisa não poderia faltar, por sorte, assim como eu, ela teria folga nesse dia e poderíamos ir juntas ao fórum daqui de Goiania.

Depois do almoço reforçado e ansiosas para quinta-feira, levei as gêmeas pra casa pois eu precisava ir à minha própria casa pedir que o caseiro chamasse um entregador do condomínio para levar o berço para o endereço da casa do André. Decidi fazer isso depois de falar com meu advogado sobre a adoção do Théo, pois eu havia começado a redecorar o quarto do garotinho e estava tirando algumas coisas da decoração original.

Maraisa veio comigo até em casa e  conversarmos com o caseiro, ele disse que chamaria o entregador com o caminhão e levaria o berço para o endereço que eu o passei. Eu esperava que André gostasse do presente. Não era nada muito valioso, mas era de coração e foi isso que escrevi na pequena carta sem assinatura, os parabenizando por serem pais de primeira viagem.

Enfim...

Enquanto olhava o berço ser desmontado pelo entregador, Maraisa veio ficar ao meu lado e eu percebi que o tempo todo ela mantinha seu olhar em mim. Suspirei sabendo que Isa não ia esquecer o assunto sobre o Fabrício, então segurei a mão da morena e a levei para o meu quarto. Fechei a porta e encostei Maraisa nela a beijando intensamente, o que deixou a cantora sem reação, mas que logo retribuiu o meu beijo.

-Amor...

Disse ela um pouco ofegante por conta do beijo que lhe dei

...-Por favor, não fica indiferente comigo por causa do Fabrício. Ele é só meu amigo.

-Eu sei. _A beijei novamente e colei minha testa contra a dela._-Como eu disse: está tudo bem, pois eu confio em você. E... cê até pode se nomear um golpe, Maraisa, mas é certamente o golpe mais perfeito que eu já caí.

-Eu te amo demais, vida.

Disse ela e foi me empurrando pra trás enquanto tomava meus lábios em um beijo urgente.
Maraisa acabou me jogando na cama, mais nada foi além dos beijos e carícias que trocamos por alguns minutos ali no nosso mundinho particular.

...