Capitulo Único
Avisos: palavras de baixo calão, sexo sem sentido, sexo bruto, sexo sem proteção, foda sem sentido, traição.
Palavras: 5.623
Batia o pé com tanta força no chão, que o salto parecia que ia abrir um buraco ali a qualquer momento. E isso nem parecia ser tão ruim assim, considerando que eu poderia aproveitar para escapar por essa brecha, e sei lá, ir parar do outro lado do mundo, ou acabar encontrando o núcleo da terra. Qualquer lugar seria mil vezes melhor do que o inferno que eu estou tendo de passar nesse instante.
- Tyx, da pra parar com isso?
- Ai. – Gemi assim que senti minha mãe beliscar meu braço, o que me fez coçar o lugar enquanto era encarada por todos que preenchiam aquela enorme mesa.
- Algum problema, querida? – Taiju me questionou do outro lado da mesa, me lançando um olhar de "por Deus, fque quieta e não estrague tudo".
- Sim... – Outro beliscão e tive de morder o interior da minha bochecha para não resmungar novamente. – Quer dizer, não, está tudo bem, desculpe.
Esse é aquele momento que eu estou esperando a graça divina e misericordiosa de Deus, pra enviar um meteoro aqui na terra e exterminar a raça humana, ou pelo menos só a minha, mesmo, para os danos não serem tão imensos. Porque nada é tão torturante do que estar sentada diante de uma enorme mesa com um tamanho desnecessário para os poucos convidados que existem ali, com um vestido de saia rodada e florido, que me da vontade de vomitar sempre que vejo meu reflexo, com um cara me encarando o tempo todo com um pequeno sorriso nos lábios de felicidade por saber que vai foder com a minha vida pelo restante da eternidade, enquanto minha mãe sorri e acena satisfeita com isso.
Maldita hora que eu concordei com as ideias insanas da minha mãe de que deveríamos formar laços com uma família de poder e aumentar o nosso patrimônio. Não que eu tivesse tido alguma escolha, meus pais simplesmente me obrigaram a aceitar Taiju como meu namorado, só porque o engomadinho e mimado da família Shiba estava interessado por mim.
Meus pais o viram como uma galinha dos ovos de ouro assim que ele colocou os pés na minha casa, me chamando pra sair com ele e assumindo na frente da minha família, que era perdidamente apaixonado por mim.
Poderia até ter sido lindo e eu poderia até ter chorado de alegria, se eu, ao menos sentisse algo por ele. Mas não sinto, absolutamente nada, nem mesmo nojo, pra ter uma desculpa pela qual vomitar todos os dias nos próximos anos.
E agora, eu estava sentada numa maldita cadeira que deveria ter o preço de um carro, aguardando junto com os outros, que Taiju me peça em casamento e que coloque uma coleira no meu dedo, indicando de que eu não teria mais para onde fugir. A ansiedade estava me dominando naquele instante e eu já tinha olhado para todos os cantos, tentando fugir dos olhos do meu futuro noivo, dos pais dele e dos meus, que me observavam com atenção, como se temessem que eu me levantasse e fugisse pela porta dos fundos.
Não que isso fosse uma má ideia, já tinha até traçado a rota de fuga na minha cabeça, desde o instante em que eu pisei naquela sala de jantar.
Vi quando meu namorado ergueu sua taça de champanhe, batendo com a ponta do garfo de leve contra o vidro delicado, apenas para chamar a atenção de todos. Em pé, me observava com um olhar de superioridade que me dava ódio, aquele maldito sorriso de vitorioso, chegava a fazer meu estomago embrulhar de agonia.
- Só preciso de um minuto da atenção de todos. – Ele começou num tom natural, sem afastar seu olhar do meu, como se quisesse me prender naquele acento apenas num gesto. – Sei que todos estão ansiosos por isso, confesso que eu também estou, então, sem muito rodeios. Eu gostaria de pedir ao Sr. E a Sra. Host a mão da filha de vocês em casamento. Porque nunca nesse mundo, vai existir alguém que eu ame mais do que a Tyx.
Certo, agora eu vomito de vez.
Meus pais abriram sorrisos tão largos, que eu jurei que o maxilar deles se deslocariam, e eu revirei os olhos com tanta vontade que foquei minha atenção toda no lustre de luzes intensamente brilhantes penduradas no teto.
- Você tem nossa total autorização, Taiju. – Koza foi quem deu o ar da graça, fazendo com que meu futuro noivo sorrisse largamente para meu pai, antes de me encarar mais uma vez.
Observei o Taiju dar a volta pela mesa e vir na minha direção, um bolo se formou na minha garganta quando o moreno se ajoelhou do meu lado na cadeira, puxando minha mão para me estender uma aliança dourada com uma pedra de diamantes encima, ao qual ele enfiou no meu dedo, antes mesmo de me perguntar qualquer coisa.
- Tyx, você aceita se casar comigo? – Seus olhos brilharam com intensidade pra mim e também num misto de dominância que eu não gostava nem um pouco.
Encarei a argola que brilhava ao ponto de refletir a minha imagem naquele objeto tão delicado, depois encarei a expressão esperançosa e impaciente do meu noivo, seus dedos apertaram os meus com mais força, como se me desse uma ordem silenciosa para dizer algo.
Ergui o olhar e encontrei meus pais me encarando com ansiedade e um certo receio de que eu fizesse merda, virei a cabeça e meus futuros sogros me observavam com sorrisos que estavam me deixando claustrofóbica.
Eu não ia conseguir fazer isso, não conseguiria fingir por muito mais tempo uma felicidade que claramente não existia da minha parte.
- Desculpe, Taiju, mas não posso fazer isso.
Empurrei a cadeira pra trás e puxei minha mão da dele com certa violência, me levantando tão rápido que quase escorreguei no processo. Ouvi meus pais me gritarem, junto do meu noivo, mas não parei, girei sobre meus calcanhares e corri para fora da sala de jantar, chutando aqueles malditos saltos de meus pés, antes de alcançar a porta de entrada da casa e romper para fora.
As luzes dos postes mais distantes me davam uma clara visão da interestadual, por onde eu segui, sem me importar de que iria fugir para o meio do nada. Porque a maldita família do meu novo noivo, não suportava ter uma mansão perto de outras casas ou até mesmo do barulho de uma cidade grande, construindo aquele enorme castelo no meio do nada, entre dois estados que nunca iriam se interligar.
Parei no centro da pista, olhando para a direita, era o caminho para Shibuya, minha cidade, eu precisava voltar para lá, fugir para o meu refúgio, ir para a casa de Claire e me esconder dos meus pais até a poeira abaixar, porque eles claramente iriam me matar por essa fuga irresponsável.
Mas a placa mais a frente indicava que eu estava há mais de 80km de distância de lá, descalça, com um vestido que me deixava desconfortável pela cintura me apertar demais e as mangas serem tão finas, que o frio daquele horário da noite começava a me fazer tremer. Abracei meu corpo e caminhei com cautela, pisando em algumas pedrinhas que machucavam meus pés no processo, mas que não iriam me convencer a voltar para aquela mansão de nenhuma forma, eu não me importaria por quantas horas tivesse de caminhar, mas eu não iria voltar para o passe livre de viver no inferno o restante da minha vida.
Não tinha a mínima noção de que horas eram aquela, mas já deveria ser o pico da madrugada e eu me encontrava sentada no acostamento, abraçada aos meus próprios joelhos, porque o frio já tinha me feito até mesmo perder a sensibilidade dos meus pés machucados. Alguns poucos carros já tinham passado por mim, mas nenhum deles havia parado e eu me sentia bem aliviada por isso, pelo menos não tinha demonstrado ser nenhum tipo de ameaça. Só que mesmo assim, a luz intensa dos faróis e o som dos motores, me fazia sentir um pouco arrependida de ter fugido sozinha no meio da noite. Agora, eu estava abandonada no meio de uma estrada, sozinha, com frio e com fome, por estar com tanta raiva daquele jantar de noivado, que nem ao menos tinha comido nada do que me fora oferecido.
Encostei a cabeça em meus joelhos e fechei os olhos, esperando que as horas passassem rápido o bastante para que a manhã chegasse e eu pudesse aproveitar o sol para conseguir chegar até Shibuya.
Ouvi o som estrondoso de uma moto e me encolhi mais ainda, me irritando com o som daquela besta. Minha mãe sempre costumava dizer que motos não deveriam existir, porque eram escandalosas demais, chamativas demais e a maioria das pessoas que as utilizavam, não tinham futuro algum. Eu só concordava com a parte do escandalosas demais, não gostava do som, mas sempre tinha sentido vontade de estar encima de uma, porque parecia entregar uma sensação de liberdade que um carro não fornecia.
- Ei, menina. Eu não acho que aqui seja um bom tipo de abrigo pra você.
Ergui a cabeça rapidamente, ao me assustar com aquela voz rouca se dirigindo a mim com um certo tom de deboche.
Havia um rapaz platinado sentado sobre uma enorme moto, que no meu ver, parecia ser preta, tive de estreitar bem meus olhos pra conseguir enxergar com a pouca claridade que havia ali, mesclada ao farol daquela besta de duas rodas. Mas o homem, esse eu reconheci de imediato, os cabelos longos e prateados com um lado da cabeçarasoada, destacando a tatuagem de um dragão em sua tempora, só havia uma pessoa daquele estilo que eu havia conhecido em Shibuya.
- Mitsuya? – Sussurrei com certo receio de estar enxergando demais.
- Você tem muita sorte de ser eu, ou poderia ter encontrado algum assassino perambulando por aqui. Você não deveria estar no jantar de noivado? Hakkai me disse que o Taiju te pediria em casamento hoje.
Um longo suspiro escapou de meus lábios ao ser obrigada a me lembrar daquilo. Pelo menos eu sabia que Mitsuya não tinha visto o vexame, porque apesar de ser o melhor amigo do Hakkai, ele era o tipo de cara que a família Shiba nunca deixariam pisar na mansão deles. Ainda me encontrava em choque sempre que Hakkai o mencionava, não dava para imaginar que o primogênito da família mais certinha, tinha amigos como aquele platinado descolado, que parecia mais um cantor de rock dos anos 80. Sempre despojado, com calças largas, regatas, jaqueta de couro e colares de ouro no pescoço, tatuagens e cabelo longo, que cobria metade de seu rosto.
Era o tipo de cara que a minha mãe diria que saiu de uma prisão ou que vende drogas nas horas vagas.
O tipo de cara, que Marry morreria se soubesse que eu troquei ao menos duas palavras com ele.
- Eu não quero me casar. – Foi a única coisa que eu consegui dizer, me sentindo totalmente coagida diante daqueles olhos lilases, que mesmo a noite dava para vê-los brilhar.
- Ninguém com uma boa sanidade mental quer. – Ele riu alto, me fazendo sorrir por um breve instante. – Vem aqui, deixa eu te levar pra casa, não pode ficar aqui sozinha.
- Eu não quero ir pra casa.
O mesmo inclinou a cabeça para o lado e deu um pequeno sorriso ladino, abriu o compartimento na parte de trás de sua moto e tirou de lá sua jaqueta que era a mesma que sempre utilizava e um capacete.
- Certo, então vamos dar uma volta, estou com fome. Depois você decide o que quer fazer, cunhada do Hakkai.
Cunhada do Hakkai, ele sempre me chamava assim quando aparecia nos lugares onde eu estava, até porque nunca tínhamos tido a oportunidade de conversarmos a sós, eu sempre estava com o Taiju e o Takashi só aparecia quando sabia que o Hakkai estava presente. Então, eu não passava de uma coadjuvante naquelas cenas, sendo a companhia do filho mais velho da família Shiba, não tinha um nome, era sempre a "namorada do Taiju" ou "cunhada do Hakkai".
Me levantei do chão e passei as mãos pela saia do meu vestido que já estava toda amarrotada e suja. Me aproximei daquela moto barulhenta e peguei a jaqueta primeiro, estava tremendo de frio, a mesma ficou enorme em mim, mas estava quentinha e tinha um perfume forte nela, era o cheiro do prateado, sempre sentia aquele perfume quando ele estava por perto, uma mistura de cigarro com menta e verniz.
- O meu nome é Tyx. – Falei antes de colocar o capacete, ele apenas sorriu e se ajeitou na moto, enquanto eu subia um tanto desajeitada atrás dele.
- Melhor se segurar em mim, Tyx.
Passei meus braços entorno de seu quadril, no instante em que ele arrancou com aquela besta, quase me jogando para trás. O apertei com mais força, o vento batia em nós dois como se quisesse nos fazer voar e Mitsuya parecia fazer questão de acelerar ainda mais, dando uma risadinha baixa, que eu só percebi por sentir sua barriga vibrar. Ele estava se divertindo com meu medo e eu me apavorava ainda mais com aquilo.
Mamãe tinha razão, nenhuma pessoa em sã consciência subia encima de uma moto.
Fechei os olhos na tentativa de que não ver o borrão das árvores, fizesse com que chegássemos logo no destino que ele desejava e rezava internamente para que eu chegasse ao menos inteira até lá.
Pareceu uma eternidade pra mim, mas sabia que não tinha se passado tanto tempo assim, quando a moto diminuiu a velocidade e eu pude abrir os olhos para ver um bar de estrada logo a nossa frente, ele estacionou e eu desci rapidamente, arrancando o capacete da minha cabeça e entregando pra ele, enquanto observava as outras motos estacionadas ali, não tão diferentes da dele. Mamãe infartaria com toda certeza se soubesse que eu tinha pisado num bar de motoqueiros no meio da madrugada com um completo estranho.
Porque não éramos amigos e muito menos próximos, mas eu preferia que tivesse sido ele a me encontrar do que qualquer outra pessoa da família do meu noivo.
-Você não é menor de idade, é? – Mitsuya me encarou com curiosidade.
- Não, eu já tenho 22 anos.
- Ótimo, então vem. – Agarrou minha mão e me puxou para dentro do estabelecimento.
O local era bastante aconchegante do lado de dentro, móveis rústicos, várias mesas espalhadas por todo o local, um balcão cheio de diversas bebidas coloridas que eu nunca vira em toda a minha vida, uma mesa de sinuca em um canto e um jogo de dardos do outro lado, as pessoas falavam e riam mais alto do que o rock que tocava no ambiente, mesmo assim, era muito melhor do que as festas da alta sociedade que eu frequentara nos últimos meses.
Me senti até deslocada naquele local, eu sendo a única que usava um vestido florido, mesmo que a jaqueta de couro do platinado cobrisse metade daquele trapo chique. As mulheres que haviam ali, usavam calças de couro, regata e maquiagens fortes, cada uma com uma garrafa de cerveja na mão bebendo direto do gargalo.
Eu deveria estar horrorizada com aquele cenário, mas estava achando tudo um máximo.
- Ei Mitsuya! – Um homem de cabelos loiros com uma trança no meio da cabeça e uma tatuagem na tempora identica a de Mitsuya gritou pelo platinado de trás do balcão de bebidas. – Trouxe uma boneca pra festa hoje?
- Na verdade, eu salvei ela de uma enrascada. – O rapaz riu, me puxando com ele para perto do balcão. – Draken, essa é a Tyx.
- E ai, boneca? – O homem se inclinou sobre o balcão, me dando uma piscada que me deixou sem jeito. Ele era bonito de cera forma, aquele olhar escuro parecia ser do tipo que molhava qualquer calcinha. – O que vão querer?
- Dois hamburguers e fritas, estamos morrendo de fome.
- Algo para beber?
- Você bebe álcool? – Mitsuya me encarou novamente, seus olhos pareciam muito mais lilases ali na claridade, tão intensos que eu mal piscava quando olhava pra eles.
- Pode ser uma cerveja. – Respondi sem jeito, não tinha tido muita experiência com bebidas alcoólicas na minha vida e as poucas até que não eram tão ruins.
- Duas cervejas, Draken. – Mitsuya completou, o loiro sumiu por uma porta dos fundos enquanto o Takashi estava apontando um banco ao lado para que eu me sentasse, o vendo se sentar ao meu lado logo em seguida. – Certo, você aparentemente estava fugindo do seu noivado. Por que? Sempre pensei que você combinasse com o Taiju, estavam sempre juntos e você parece ser o número dele.
- Ele não é o meu número. – Resmunguei, apoiando os cotovelos sobre o balcão. – Eu não combino com nada daquilo.
- Isso eu tenho que concordar, esses vestidos não te valorizam nem um pouco. – Riu com divertimento, me fazendo encara-lo de soslaio.
- Estou ridícula nesse vestido e sei disso, eu odeio essas coisas. Pagaria para alguém me dar uma calça jeans e um par de tênis.
- Eu nunca a vi com uma calça jeans, você sempre aparecia vestida como a Barbie.
Torci um sorriso de lado, aquilo realmente não era mentira, meus pais me tratavam como se eu fosse uma boneca delicada, sempre controlando cada movimento que eu dava. Meus únicos momentos de liberdade, era quando eu conseguia fugir pra casa da Claire e me comportar como uma rebelde desleixada que eu era, mas não conseguia convencer meus pais a me aceitarem daquela forma.
Draken voltou rapidamente, empurrando um prato com hamburguer e fritas pra cada um e duas garrafas de cerveja, Mitsuya abriu as garrafas e eu aproveitei para comer meu lanche, devorando o hamburguer mais rápido do que eu desejava, porque estava morrendo de fome.
A cerveja só bebi depois de comer e virei metade do liquido garganta abaixo, nem me importando com o gosto forte ou a queimação que atingiu meu estomago em cheio, estava com sede e aquilo estava tão gelado e convidativo.
- A boneca aqui é boa de copo. – Draken brincou, se escorando na minha frente, ficando com o rosto tão próximo do meu, que quase cai do banco tentando me esquivar.
- Não a assuste, Draken, ela é novata nesse tipo de coisa. – Mitsuya esticou seu braço entorno da minha cintura para me dar um apoio a mais. Senti perfeitamente o calor de seu corpo tão próximo se alastrar contra o meu, me fazendo encarar aqueles olhos lilases que estavam estreitos como de um felino. Havia um sorriso cafajeste brincando em seus lábios e eu me senti levemente atraída por ele.
Balancei a cabeça para os lados, tentando afastar qualquer tipo de pensamento promiscuo que eu pudesse ter. Mas era difícil, quando não se tinha uma vida sexual tão ativa com seu namorado e o novo homem que me tocava inocentemente, parecia ser do tipo que gostava de praticar loucuras.
Draken nos trouxe outras garrafas e eu as bebi tão rápido quanto a primeira, começando a sentir as leves reações do álcool, que me deixava tonta aos poucos, mas não fora de mim.
- Acho que o Taiju vai me matar se souber que eu te trouxe pra um lugar desses. – Mitsuya bebericou sua cerveja, olhando pra mim pelo canto do olho.
- Que se dane o Taiju. – Bufei irritada. – Quem ele pensa que é pra mandar em mim e dizer o que eu tenho de fazer?
- Três garrafas e você já se rebelou? – O platinado riu alto, tão espontâneo, que foi impossível não rir junto com ele.
Era tudo tão natural, sem pressão, sem cobranças, eu estava me sentindo livre, pelo menos naquele instante eu sentia que poderia ser eu mesma.
- Podemos jogar dardos? – Fiz um pequeno bico com uma criança mimada desejando doce.
- Você sabe jogar? – Ele arqueou uma sobrancelha.
- Não, mas você pode me ensinar. – Cantarolei já me levantando e o puxando pelo braço, um gesto ao qual ele me acompanhou prontamente, se livrando de minhas mãos, para passar o braço entorno da minha cintura novamente, agora, me puxando para mais perto dele, fazendo seu quadril bater contra o meu, me dando uma sensação gostosa de choque.
Mitsuya se afastou de mim para pegar os dardos e me entregou alguns, enquanto me puxava para mais longe do alvo, numa direção que pudéssemos acertar o mesmo, sem correr o risco de que eu acertasse outra pessoa.
- Você só precisa mirar e jogar com força o bastante pra ponta prender naquele circulo. – Me explicou vagamente, jogando seu primeiro dardo e acertando em cheio o centro do alvo.
Pareceu fácil ao meu ver, encarei o alvo e ergui um dos dardos em minha mão no alto, mirei e joguei, mas bateu contra a parede logo ao lado, caindo no chão em seguida. Ouvi o platinado rir atrás de mim e fechei a cara com aquilo, não gostava que debochassem de mim.
Tentei mais uma vez, mas novamente passei bem longe do circulo, perdendo meu dado no chão, arrancando outra risada de Mitsuya.
- Para de rir de mim, está me desconcentrando. – Rosnei irritadiça.
- Você mesma se desconcentra. – Ele se aproximou de mim, se encostando em minhas costas. O calor de seu corpo novamente estava presente junto ao meu, me dando uma sensação tão gostosa de aconchego. Uma de suas mãos agarrou a minha e ele me fez erguer numa altura certa, puxando meu pulso pra trás e empurrando pra frente, me fazendo soltar o dardo e acertar em cheio no alvo. – Viu, não é tão difícil assim. – Sussurrou bem no meu ouvido, com aquela voz rouca e aquele hálito de cerveja que me fez suspirar.
Quando é que tinha ficado tão quente assim?
Retirei a jaqueta assim que o platinado se afastou de mim para jogar seus dardos, acertando todos em cheio. Me aproximei dele mais uma vez, tentando me posicionar da mesma forma que ele me instruirá antes e por fim, consegui acertar a ponta do circulo, não era grande coisa, mas me fez pular de alegria com meu pequeno feito.
- Eu consegui! – Gritei animada, me virando pro Takashi que me observava atentamente com uma expressão que eu não conseguia decifrar, mas estava sorrindo. – O que foi? – Questionei confusa, quando ele mordiscou o canto de seu lábio.
Será que ele não sabia que era sexy? Porque só aquele gesto, fez eu sentir minhas coxas suarem.
- Nada... Só estava imaginando como você deve ser por debaixo desse vestido ridículo. – Brincou como quem não queria nada, me dando uma piscada e se virando para jogar seus dardos.
Como assim ele flertava comigo e me dava as costas como quem não tinha feito nada?
Eu já estava excitada e ele ainda flertava comigo e agora eu só tinha a bela visão de suas costas e seus ombros largos Lembrei da Claire sempre me dizendo que era bom se arrepender do que você fez, do que se arrepender de não ter feito nada. E nunca essa frase havia feito tanto sentido como agora.
- Você quer ver? – Soltei de uma vez só, surpresa comigo mesma pela coragem de dizer aquilo.
Nunca fui do tipo que flertava, geralmente eu aceitava o flerte e saia com a pessoa, sem muita enrolação ou cu doce. E agora eu estava retribuindo ao flerte de um completo estranho pra mim.
- O que? – Mitsuya me encarou por sobre o ombro, mais confuso do que eu.
- Quer ver como sou por baixo desse vestido ridículo? – Continuei, percebendo que até tinha firmeza no meu próprio tom de voz.
Ele abriu um pequeno sorriso, desses safados, sem esconder o desejo no olhar. Se aproximou de mim, me fazendo observar de perto aquelas íris lilases brilhantes e sentir seu hálito de cerveja e menta.
- Você está mesmo disposta a transar com um estranho? – Questionou com receio, como se quisesse me fazer refletir sobre minhas escolhas.
- Eu ia me casar com um estranho.
- Isso é um bom argumento. Então, vem aqui. – Mais uma vez aquela noite, agarrou meu pulso e me puxou por entre as poucas pessoas que preenchiam aquele bar, me levando até os fundos, onde ele empurrou a porta velha de um dos banheiros e me puxou pra dentro, trancou a mesma rapidamente e me empurrou contra a madeira, unindo seu corpo ao meu, de forma que já dava pra sentir sua ereção roçando em minha barriga. – Você tem noção do que está me pedindo, Tyx? Eu não sou delicado como os caras que você costuma sair.
Oh céus, minha calcinha ficou muito mais molhada com aquela frase, porque a última coisa que eu queria era delicadeza.
Como resposta, levei minha mão até sua nuca e o puxei contra mim, unindo nossos lábios. Pensei que por um segundo eu pudesse ter controle sobre o beijo, mas Mitsuya não permitiu, ele me prensou ainda mais contra a porta, agarrando meus pulsos e os prendendo acima da minha cabeça. Sua língua pediu passagem para dentro da minha boca e eu apenas cedi, deixando que ele explorasse cada canto, sugando a minha língua, mordiscando meu lábio e amassando minha boca com a sua em um beijo tão quente quanto o calor que já fazia dentro daquele banheiro.
Uma de suas pernas se encaixou entre as minhas, me forçando a abrir pra ele, seu joelho roçou sobre a minha buceta ainda coberta pela calcinha, me arrancando um gemido abafado contra sua boca.
O platinado segurou meus pulsos com uma mão só e com a livre abaixou as alças do meu vestido, puxando para baixo de uma vez só, senti o tecido rasgar um pouco contra meu corpo, enquanto descia até a altura da minha cintura, expondo meus seios e o colo.
Ele mordeu meu lábios pela última vez, antes de descer a boca para meu pescoço, acariciando minha pele com sua língua, mordendo e chupando da forma como bem queria, me fazendo gemer manhosa pra ele. Seu joelho ainda se esfregava entre minhas pernas numa intensidade que me fazia revirar os olhos.
- Mitsuya, por favor...
- Por favor o que, Tyx – Ele riu, descendo a língua até um de meus seios, prendendo o bico com os dentes, contornando com sua boca e chupando com força.
- Puta que pariu. – Rosnei num gritinho agudo. – Para de me torturar....
Ele fingiu que não me ouviu e continuou sugando meu seio com uma vontade que me deixava maluca, doía, mas era uma mistura de dor e prazer, porque seu joelho ainda estava me bolinando, me deixando cada vez mais molhada, como se isso realmente fosse possível.
- É uma pena o Taiju não saber aproveitar o que tem. – Ele riu nasalado, afastando a boca do meu seio e me virar de forma bruta contra a porta, ficando de costas pra ele. Sua mão terminou de abaixar meu vestido, até ele cair aos meus pés e eu só pude dar um gritinho quando o tapa estalou contra uma de minhas nádegas. – Você é gostosa pra caralho, Tyx. Olha só essa bunda. – Seus dedos apertaram minha carne e eu gemi mais ainda, me movendo contra ele, rebolando e me insinuando descaradamente para aquele estranho tatuado. – Não rebola assim, porque meu pau já tá doendo de tanto tesão. – Rosnou perto do meu ouvido, mordendo o lóbulo da minha orelha e descendo mordidas até minha nuca.
- Ta doendo porque quer, você bem que podia aliviar ele dentro de mim. – Soltei numa risadinha sacana, podendo vê-lo sorrir de forma demoníaca com meu comentário.
- Ah gracinha, você vai se arrepender de ter dito isso.
Sua mão largou meus pulsos, para descer aos meus cabelos, onde ele segurou com força, puxando direto da nuca, me fazendo arquear as costas e encarar o teto todo manchado daquele banheiro imundo. Ouvi o som do zíper de sua calça se abrir e senti o peso de seu pau batendo contra minha bunda. Mitsuya não se preocupou em tirar minha calcinha, ele apenas afastou para o lado e enfiou seu pau em mim de uma única vez, tão forte e fundo, que eu fiquei na ponta dos pés com aquele golpe.
Arranhei a porta, tentando conter um gemido mais alto do que os outros, mas ele seguiu investindo com a mesma força, arrematando pra dentro de mim com uma violência que me deixava mais excitada ainda, eu estava tã úmida, que ouvia perfeitamente o som molhado de suas bolas acertando minha buceta.
- Mit... – Mal conseguia pronunciar seu nome, eu praticamente pulava sobre o pau dele, subindo e descendo a cada estocada.
- O que foi, hm? Perdeu a pose? – Ele riu no meu ouvido, diminuindo seus movimentos, para mover o quadril de forma a se esfregar em meu interior. – Você é tão apertada, gostosa do caralho.
Sua mão puxou meu cabelo com mais força, com a outra ele agarrou meu quadril e me puxou pra trás, me deixando inclinada, sendo obrigada a apoiar as mãos contra a porta naquela posição em que minha bunda ficava bem mais empinada para ele.
Outro estalo em minha nádega e eu gritei, recebendo uma estocada mais funda que as anteriores. Choraminguei com todo o tesão que ele me proporcionava e o filho da puta continuava investindo sem se importar com nada.
- Cachorro. – Rosnei em desespero, revirando os olhos enquanto minha buceta o apertava, piscando pra ele com um desejo sedento por aquele cacete.
Ele investiu mais três vezes, antes de sair de dentro de mim, me deixando frustrada e com raiva já que estava quase alcançando meu orgasmo.
Ele caminhou até uma das cabines e me chamou com o dedo, o acompanhei de forma obediente, o platinado abaixou a tampa do vaso e se sentou de pernas abertas, segurando seu pau pela base, enquanto se masturbava na minha frente. Minha boca encheu de saliva com desejo de tê-lo em minha boca, mas ele era quem estava mandando aquela noite e como se lê-se meus pensamentos, já ditou com autoridade.
- Senta nele, vem cá, senta com força, quero ver essa buceta gostosa engolir meu pau.
O obedeci como uma cadelinha no cio, fui até ele, sem tirar minha calcinha, apenas a deixei de lado e sentei sobre o pau dele, me deliciando com aquele caralho grosso adentrando minha carne, indo fundo em meu interior e me fazendo gemer alto com o atrito, aquela sensação gostosa de sentir até mesmo as veias dele roçarem meu interior, se esfregando contra minhas paredes internas. Mitsuya não era muito paciente, ele agarrou meu quadril com as duas mãos e me puxou para sentar de uma vez só, ditando meus movimentos, mesmo que eu estivesse por cima. Seu gemido rouco me dava mais incentivo pra sentar nele, começando a cavalgar aos poucos, rebolando sempre que seu pau se enterrava inteiramente dentro de mim.
Ele estapeou minha bunda com gosto e eu só gemi com mais tesão por aquilo, sabendo que passaria bem uma semana sentindo a ardência daqueles golpes.
Sentei com força e passei a dançar sobre o pau dele, em reboladas frenéticas, o vi trincar o maxilar e apertar meu quadril com uma força que me fez gemer em choramingo. Os espasmos começaram logo em seguida, indicando que eu estava perto de gozar e ele percebeu já que minha buceta o apertou com mais força.
- Oh... Eu vou gozar... – Avisei antes de voltar a cavalgar sobre ele, mais rápido, mais forte, pulava sobre seu colo ouvindo os estalos alto de suas bolas batendo na minha buceta sensível.
Como um incentivo maior, Mitsuya usou o polegar para esfregar meu clitóris e eu não consegui me segurar, o orgasmo veio com força, arrebatador, comecei a tremer sobre ele me vendo obrigada a abraça-lo pelos ombros para não cair de seu colo. Ele riu novamente, mordendo meu ombro e movendo seu quadril pra cima, para intensificar ainda mais aquela onda de prazer.
Levei alguns minutos para me recuperar, mas Mitsuya ainda parecia com bastante gás, ele me segurou forte e arrebatou contra mim de baixo pra cima, abraçando meu quadril, me puxava pra baixo para socar bem fundo, rápido, forte, e eu apenas gemia, aceitando aquelas estocadas deliciosas que castigavam minha buceta.
- De joelhos. – Ele falou rapidamente, parando com as estocadas e me fazendo levantar de seu pau.
Entendi o que ele queria e rapidamente cai de joelhos na sua frente, o vendo masturbar seu pau perto do meu rosto, abri a boca para o mesmo enquanto ele esfregava aquele cacete gostoso com uma velocidade insana, até o gemido rouco aumentar e eu sentir os jatos da porra quentinha cair sobre minha boca, aceitei tudo e ainda passei a língua sobre a cabeça do pau dele, limpando os últimos vestígios. Seus olhos lilases se reviraram pra mim, numa expressão tão excitante, que minha buceta piscou desejando por mais.
Afastei a boca de seu pau e limpei os vestígios da porra que ainda escorria pelo canto da minha boca, me levantei aos poucos e o loiro me acompanhou, me empurrando contra a parede da cabine.
Segurou meu queixo com o indicador e o polegar e selou nossos lábios rapidamente, me dando um de seus sorrisos ladino.
- Foi a primeira vez que eu fodi com alguém comprometida. – Ele riu, segurando minha mão no ar a que carregava o anel de noivado ainda.
- Eu não sou comprometida – Arranquei aquele objeto do meu dedo e o joguei dentro do vaso.
- Agora não é, mas eu fodi a cunhada do meu melhor amigo.
- Que tal foder a Tyx, agora? – Sugeri, passando meus braços entorno de seus ombros, roçando meus seios contra seu peitoral.
- Eu acho uma excelente ideia, mas vai ter que usar essa boca antes se quiser pular nele de novo. – Seu polegar contornou meu lábio e eu abri a boca para chupa-lo, enquanto o platinado estreitava seu olhar, como de um felino prestes a devorar sua presa.
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