Pardal

   Os pingos das chuvas caem sobre minhas penas...
Não ouso procurar abrigo...
É bom senti-las...
Vou de biqueira em biqueira...
Algumas casas fazem barulhos...
Outras muito silenciosas estão...
Demoro por pouco tempo em cada teto...
Me apavora a solidão...
Vou  em meu eterno vôo...
De galho em galho...
De teto em teto...
Procuro motivos...
Sorrisos entre risos...
Ao fim da tarde meu vôo segue o sol se indo...
O vejo sumir na imensidão do mar
e meu sorriso sumindo...
De novo tenho que me isolar...
Não tenho cor azul anil...
Tão pouco um belo assobio...
Minha presença passa despercebida...
Não tenho um rosto bonito...
Ou tamanho significativo...
Vivo por ai...
Por ai vou...
Sigo caminhos não meus...
A procura de quem sou...
De amores morro por todos...
Por pensar demais vivo só...
Os olhos carregados...
As asas sempre molhadas dos serenos da vida...
Mas vou em meu eterno vôo...
Rumo aos precipícios da vida ando...
Mas aos pulos sempre abro as asas
E do imenso buraco fujo...
Penso em não mais ver o pôr do sol e logo para trás volto...
Não sou capaz de me fazer mal...
Fico quietinho em meio a multidão...
Não me veem...
Não me ouvem...
Não me sentem...
Não sou capaz de fazer mal...
Sou apenas um velho pardal.

10 de julho de 2017_ 07:57am_ Taynara Lima

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