Capítulo 6. Romance

(Capitulo com conteúdo sexual)        

        Alice perguntava-se como era possível ligar-se tanto a alguém em tão pouco tempo! Sentia como se Daniel estivesse tatuado na sua mente. Ela abanou a cabeça confusa, com os seus próprios pensamentos. 

        Ela avistou Daniel do exterior do restaurante e apressou-se a entrar. Assim que entrou os olhos dele brilharam, ele deu-lhe um pequeno beijo nos lábios e sentaram-se de mãos entrelaçadas, na mesa onde iriam jantar. Alice sentia-se exausta tinha passado todo o dia a estudar com a sua colega de quarto Rita, para o exame que a amiga teria no dia seguinte. Para além de ter estudado como uma louca para o seu próprio teste desta manhã. Mas finalmente tinha terminado toda aquela tortura de estudar. Para Alice, tinha valido a pena, pois agora poderia desfrutar da magnifica noite com Daniel. 

        — Correu bem o teste? — Perguntou Daniel preocupado, a estudar o rosto casado de Alice.

        — Correu muito bem. Já estou é farta de livros. — Disse Alice num suspiro.

        — Então agora vamos nos divertir. Vamos escolher o melhor vinho da carta de vinhos, para comemorar. E podes escolher o prato mais caro do menu. 

        Ela sorriu animada e começou a olhar para a ementa e concluiu que era tudo muito caro. Acabou por escolher um risotto de espargos, acompanhado de uma salda mediterrânea. 

        Depois de um agradável jantar, foram comer a sobremesa no RoofTop* do restaurante, que tinha uma vista deslumbrante sobre a cidade. A música ambiente que se ouvia, dava um ar mais intimista ao espaço.

        Era fácil estar com Daniel a conversa fluía, desde falarem de coisas banais até de assuntos mais sérios. Mas havia um assunto ainda não tinha sido falado. Nós. Alice não sabia como falar sobre o assunto, desde que se tinham beijado no dia anterior no chalé, que algo tinha ficado por dizer.  

        Ela tinha pensado que nunca mais o iria voltar a ver, então quando Daniel apareceu no dia anterior no portão da Universidade e convidou-a para almoçar algo dentro dela encheu-se de esperança. Poderia correr o risco de estar-se a iludir, mas ela gostava de estar na companhia dele. O facto de, daqui a dois dias ter que ir passar as férias de Natal na sua casa no Alentejo com a família, estava a inquieta-la.

        Ela ficou perdida nestes pensamentos. Daniel percebeu a mudança de clima, pegou no queixo de Alice com a mão e virou-a para ele. Encostou os seus lábios aos dela, num beijo delicado. Ele conseguia ver a intensidade das emoções nos olhos cor de avelã. Daniel tentou formular palavras para o que sentia, mas não queria fazer promessas, pois a distância entre eles seria grande, mas também não queria perder a intensidade daquele sentimento que começava a nascer.

        Ele colocou uma madeixa do cabelo de Alice, que se soltou atrás da orelha dela.

        — Não sei se isto pode resultar... mas podemos tentar...se quiseres... Eu quero...

        Passado uns momentos, Alice começou a sentir o familiar nó no estômago. Tentar. Ela podia viver com isso. Hesitante acariciou ao de leve a face dele, que continuava a olhar para ela sem pestanejar.

        — Acho que é melhor irmos. — Disse ela.

        — Claro, vamos. — Retorquiu Daniel, desconsolado.

        Quando estavam perto do apartamento de Alice, ela ganhou coragem e convidou-o para entrar. Ela sabia o que queria, mas não tinha tido coragem para lhe dizer no restaurante. Por isso antes mesmo de ele responder, agarrando-lhe na mão puxou-lhe para o seu apartamento.

        — Vou buscar água, também queres?

        — Pode ser. Obrigada.

        Ela afastou-se dele com um meio sorriso. Os suaves olhos verdes dele a seguiam, até ao frigorifico, enquanto retirava a água e depois novamente até ele.

        Daniel foi ao encontro de Alice diminuindo a distância entre ambos até ficarem separados por alguns centímetros, por um momento ficaram ambos imóveis, até que Alice começou a sentir o corpo zumbir devido à proximidade. Ela olhou-o nos olhos, sem perceber bem, se estava a desafia-lo ou a implorar-lhe.

        Parecia tudo diferente mas ao mesmo tempo tudo igual. Daniel era um amigo, ria-se com ele, conversava com ele, mas também era mais que isso, ela sentia-se atraída por ele, como nunca se tinha sentido. Poderiam estar a poucos dias de ficar separados, mas acontecesse o que acontecesse, não ficaria arrependida. Valia a pena tentar. Eles valiam a pena.

        — Tens  a certeza? — Perguntou ele, puxando-a para si, fechando o espaço até sentir o corpo roçar pelo dela. Alice só conseguia ver-lhe a cova do pescoço, exposta pela camisa branca aberta.

        — Absoluta.

        Desejosa de lhe inalar o odor, ela beijou-lhe a parte exposta do peito, deu-lhe pequenos beijos na suave cova na base do pescoço.

       — Alice. — A voz de Daniel falhou-lhe. Ele levantou o queixo de Alice com o polegar, ela colocou-lhe as mãos nos ombros e beijou-lhe os lábios.

        Ele esmagou a sua boca na dela, esquecendo qualquer cavalheirismo na necessidade de a tocar, de a saborear, puxando-a até si até os dentes quase rasparem uns nos outros. Alice abriu a boca assim que lhe sentiu a língua a roçar-lhe os lábios e passou-lhe uma das mãos pela face, tocando-lhe no restolho da barba que lhe sombreava a pele.  

        — És linda — sussurrou ele, afastando os lábios dela, recuando para lhe ver o rosto, mas com a mão a agarra-lhe na nuca, tirando-lhe o fôlego. — Alice, isto é... — Acrescentou ele, abanando a cabeça, incapaz de articular os pensamentos. 

       Alice sentiu-se corar, ela também estava incapaz de articular palavras e pensamentos. Agarrou-lhe nas mãos e puxou-o na direção do seu quarto, pois não queria ser apanhada pela colega de quarto, ali na sala de estar. Ela estava nervosa e excitada ao mesmo tempo, era um nervosismo da antecipação, mas não era mau, era bom. Daniel seguiu-a na direção do quarto.

        Ela começou a desapertar-lhe os botões da camisa, com os dedos trémulos, um a um, sentindo-o sorrir enquanto a ajudava, sempre com os olhos fixos nela.

        Assim que a camisa caiu no chão e ele ficou com o peito a nu, ela deslizou a mão pelo abdómen, sentiu-lhe os músculos duros. A mão dela aproximou-se da fivela do cinto.

        — Espera — disse Daniel — primeiro quero ver-te — acrescentou, puxando-lhe o vestido de lã verde água, pela cabeça até ela ficar apenas de roupa interior.

        Um gemido estrangulado escapou-lhe dos lábios, ele encaminhou-a em direção da cama e deitou-a com delicadeza, mas Alice queria tudo menos delicadeza, estava em chamas.

        — Por favor Daniel... — Suplicou ela, beijando-o.

        — Temos tempo amor...

        Daniel beijou-a no pescoço, logo abaixo do queixo, a sensação foi tão boa que ela quase gritou de prazer.

        — Quero dar-te prazer. Quero que seja bom para ti  — disse ele, pondo-se de joelhos, arrastando-lhe as mãos pelo corpo até lhe chegar à barriga, onde depositou suaves beijos até a parte inferior das coxas, fazendo-a contorcer-se toda. Alice agarrou-lhe no cabelo suave e espesso, sentindo-o gemer de prazer e sentindo-se vibrar de prazer.

        No momento em que ele estava a levá-la ao clímax, Daniel retirou a boca e através dos olhos semicerrados Alice viu-o tirar um preservativo da carteira, e voltou para junto dela mas antes de consumirem o ato ele voltou a perguntar-lhe.

        — Queres mesmo isto querida? Podemos ficar por aqui... — Disse num sussurro.

        Alice anuiu, incapaz de falar agarrou-o e beijou com fervor, ela queria tudo dele, ela que queria que ele fosse o seu primeiro amor, porque fazia todo o sentido. Naquele momento só queria senti-lo. 

        Ele abraçou-a e beijando-a sempre, naquele momento foram um só, um só corpo e atingiram o clímax juntos.

         Ela agarrou-se a ele incapaz de o largar. Como se entendesse a vulnerabilidade dela, Daniel começou a beijar-lhe o rosto, o pescoço, murmurando-lhe palavras doces enquanto regressava com ela à realidade.

        Ele cobriu os corpos deles com um cobertor e voltou a colocar os braços envolta dela, de forma a que Alice ficasse com a cabeça pousava no seu peito, enquanto passava-lhe os dedos ao longo da coluna, adorando sentir-lhe o copo suado.





________________________________

*RoofTop - Foi um conceito que surgiu, quando se ia para o terraços/cobertura dos restaurantes ou bares, beber um copo, ouvir música. Normalmente também está associado a terraços/coberturas com uma boa vista.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top