8. Inconsoláveis Dores! 💫

Oii leitores, sejam bem-vindos a mais um capítulo. Espero que gostem! 😉
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Agora

•°• Maya •°•

Observo no meu dedo a aliança de noivado que ele me deu alguns anos atrás, não faço a menor ideia do porque eu não a devolvi na noite em que destruí todas as nossas chances de ficarmos juntos. Ela é fina e cabe perfeitamente no meu dedo. O pequeno diamante cor de rosa, me fazem lembrar das promessas que fizemos e que significaria tantas outras coisas. O laço eterno entre duas pessoas, a promessa de que seríamos um só ser, que teríamos filhos e continuaríamos um futuro juntos. Mas como sempre eu estraguei tudo. Talvez a vida seja mesmo assim, só damos valor ao que temos quando perdemos.

Nada daquilo foi de fato culpa minha, eu não queria magoá-lo. Eu não queria perder-lo e ser obrigada a assistir ele construir uma vida com outra pessoa. Ele é o amor da minha vida, embora eu tenha sido tão burra por deixá-lo escapar pelos meus dedos. Eu ainda o amo e talvez sempre vá amá-lo. Eu o deixei ir embora, mas por que tem que doer tanto?

Escuto passos vindos em minha direção e rapidamente passo as costas das mãos nas minhas bochechas, secando as lágrimas que derramei.

-- Oi, você está bem? -- Lucca pergunta ao passar sua mão esquerda nas minhas costas e se sentar ao meu lado.

-- Oi, não, mas eu vou ficar.

Ele me olhou nos olhos por um instante conseguindo ver que algo dentro de mim lamentava pelas minhas ações, Lucca segurou a minha mão e me lançou um sereno sorriso.

-- Você o viu, né? -- balancei a cabeça confirmando -- E como ele estava?

-- Era como se ele não tivesse mudado nada.

Lucca assentiu.

-- A Chiara me ligou ontem à noite assim que ela chegou.

Arregalei meus olhos.

-- O que ela disse?

-- Que queria conversar comigo, eu acho que a qualquer momento ela vai entrar por aquela porta.

-- Lucca, isso é muito bom! Finalmente vocês vão poder se acertar depois de todos esses anos.

-- É, tem razão, isso é tudo que eu mais desejo. Há 4 anos que não a tenho nos meus braços. -- ele fica corado e eu brinco com seus dedos -- Eu acho que você deveria fazer o mesmo, e ir conversar com o Gustavo. Vai ser melhor, May. Da mesma forma que você está sentindo saudades ele também deve estar.

-- Se fosse tão fácil assim, Lucca. A minha história com o Gustavo é totalmente diferente da sua situação com a Chiara. -- suspirei -- Lucca, você apenas omitiu algo importante que ela tinha que saber, já eu não eu... Eu humilhei e magoei uma das pessoas que mais provou que me amava.

-- Porque você foi obrigada! Eu sei que foi isso, você jamais faria aquilo por livre e espontânea vontade, mas você nunca quis dizer a verdade nem ao menos para mim.

Desviei meu olhar, o baixando para o chão ao tentar não dizer nada e colocar todas as pessoas que amo em perigo por ambições maiores.

-- Lucca... -- balbuciei com suavidade.

A porta da lanchonete bateu, nos interrompendo, e Chiara apareceu. Ela começou a vir em nossa direção. Chiara usava um vestido justo azul e salto alto, seu cabelo estava mais curto e com uma franja em sua testa, um forte batom vermelho e diversos acessórios completavam o seu visual.

-- Lucca, você tem que colocar as coisas em dias com a sua garota, depois a gente conversa. -- digo ao me levantar.

Sem me impedir, ele assente. Sigo em direção à saída, mas antes de ir comprimento Chiara. Ela me trata normalmente, mas pude sentir no timbre de sua voz que assim como Hannah, ela tomou as dores de Gustavo, e com razão.

Entro no meu carro e toco no volante. Penso em tudo que aconteceu na minha vida, às vezes, eu sinto tantas saudades da menina sonhadora e ingênua que eu era. Mas assim que me lembro que ela era mais frágil de se destruir, percebo que tudo de ruim que me abalou foi necessário para que eu me tornasse a Maya Miller. E pensar que eu detestava ser conhecida como apenas a neta da famosa bailarina, e agora eu me orgulho por estar seguindo os passos dela, como era a sua tão sonhada vontade.

Paro no meio fio de frente para o portão da minha casa, sei que Nick ainda não voltou da escola, e sei também que meus pais estão em casa e a última coisa que quero é encontrá-los. Mas engulo o meu orgulho ao lembrar que a minha cadelinha está lá dentro.

-- Dawn! -- a chamo assim que abro a porta -- Dawn! Doce Aurora!

A minha bolinha de pelos louros desce as escadas correndo, abanando o rabo com a felicidade que está de me ver.
A pego no meu colo e olho em volta.

Meus pais não estão em casa como eu pensava. O que é bom já que pelo menos um dos meus desejos foi atendido, eu não os odeio até porque eles me deram a vida e se sacrificaram diversas vezes por mim e Nick, mas eu ainda sinto raiva pelo que eles fizeram, e enquanto essa raiva ainda latejar no meu coração talvez eu nunca consiga perdoá-los, assim como Gustavo talvez nunca me perdoe.

Subo as escadas e vou até o sótão onde todas as coisas dela estão. Não existe mais nada no quarto dela além de uma cama vazia, meus pais fizeram questão de doar as roupas e algumas coisas dela, mas as coisas que estavam no sótão eu não permiti e não me arrependo disso, embora soe como algo egoísta.

Os vestidos de festa ainda continuam presos nas araras esperando que eu os use mais uma vez, caixas de papelão estão empilhadas perto do espelho e guardam suas memórias, a velha vitrola ainda continua parada em cima do piano que jamais foi tocado desde então, embora estejam cheios de poeira.

Dawn escapa nos meus braços e eu me dou a chance de encarar o meu luto interminável.

Pego um lenço cor-de-rosa que ela deixou jogado na penteadeira na última vez que estivemos juntas aqui, e enrosco nos meus braços ainda sentindo um pouquinho do seu perfume. Procuro entre as dezenas de discos de vinil, o seu favorito e coloco o objeto na vitrola. As primeiras notas de Dancing Queen soam de volta a esse salão depois de 4 anos, 4 anos sem ter a minha alegria, 4 anos sem eu me lembrar o que é amor, quatro dolorosos anos sem termos Marianna Miller ao nosso lado.

Me rendo a melodia e começo a dançar. Dançar... Eu só faço isso na faculdade por obrigação, mas é a primeira vez em três anos que danço novamente por prazer. Giro e pulo sem me importar com nada que acontece ao meu redor, sem me lembrar das minhas dores eu apenas curto o momento tentando matar a saudade que sinto, mas isso é impossível.

Dawn começa a latir quando eu giro lenço por cima de sua cabeça e continuo a dançar, e dançar até a música acabar, mas lembranças das vezes que eu e ela tínhamos nesse lugar me fazem derramar lágrimas.

Eu não conseguia saber se essas lágrimas eram de felicidade por eu estar sentindo a presença dela no meu coração, ou de tristeza por ela não está do meu lado agora.

-- É, Marianna Miller -- balbuciei quando Dawn tentou lamber as minhas lágrimas -- Sem você mais nada nessa vida tem a mínima graça.

(1.276 palavras)
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Qualquer comentário é válido pessoal, seja ele bom ou não! 😉

Tchau e até o próximo capítulo! 👋🏻💕

Ass: May ✨🌸

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