4. Lágrimas Perdidas! 💫

Oii leitores! Sejam bem-vindos a mais um capítulo! 🤗
Espero que gostem! 😉
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AGORA

•°• Gustavo •°•


Tapo os ouvidos com as palmas das mãos quando o barulho de diversas vozes no aeroporto me incomoda.

Ainda não consigo acreditar que estou de volta a esse lugar logo após dizer que nunca mais voltaria e prometer para mim mesmo que aquela seria a última vez que alguém partiria o meu coração.

Fecho os meus olhos tentando visualizar algo que não fizesse a minha cabeça explodir com os diversos pensamentos que pareciam querer gritar dentro de mim. Por instante me concentro apenas nas batidas do meu coração... Tum tum tá... Tum tum tá. Respiro fundo e abro os meus olhos e logo de cara encontro os de Chiara.

-- Você está bem? -- ela pergunta pondo sua mão direita sobre o meu ombro.

-- Sim, só estou um pouco cansado. Quero dormir, mas não estou tão empolgado para voltar para casa e acabar vendo "você sabe quem".

-- É, eu te entendo, mas isso é inevitável. Vocês são vizinhos! Eu até te convidaria para dormir lá em casa, mas tenho a total certeza de que o clima está o mesmo desde aquela noite.

Assenti. Desviei meu olhar para um casal que se abraçava perto da escada rolante, e por um momento pude reconhecer a saudade que sinto da garota que destroçou meu coração em uma triste noite chuvosa.

"Palavras perdidas como as minhas lágrimas nessa chuva...". Foi a última coisa que disse para ela até vê-la correr e sumir entre as sombras das ruas. Palavras perdidas... Que Se esqueceram em um triste "Eu te amo", mas o amor também se perdeu em meio a tantas lágrimas na chuva.

-- Vamos crianças, o Alejandro chegou. -- meu pai avisa ao se aproximar de nós.

Assentimos e vamos para fora.

Assim que deixamos Chiara em casa não pude deixar de imaginar a tortura que seria os próximos minutos da minha vida. Ao voltar para casa olhei pela janela do carro, cada rua, cada lugar até mesmo cada árvore me faziam lembrar dela. Realmente ela não mentiu quando disse que era inesquecível.

Alejandro faz uma curva que dar de frente para minha casa, tento a todo instante não olhar para a varanda do quarto dela, mas é inevitável e assim que Hannah corre para dentro de casa e a primeira coisa que faço é olhar para lá. E, então lá está ela, tentando se esconder entre as cortinas.
Meu coração acelera e minha garganta fica seca, mas não posso fraquejar agora, lembro de tudo que aconteceu e desvio meu olhar quando uma fisgada de rancor me corrói por dentro.

Entro em casa e a primeira coisa que faço é correr para o meu quarto, deixo as malas postas ao lado da porta após minha mãe tentar me convencer a jantar com eles, mas disse que estava muito cansado e que pretendia dormir e prometi que amanhã lhe daria toda a atenção que quisessem.

Ponho meu sobretudo em cima da cadeira que estava de frente para o computador, troco de roupa e me deito na cama. Abraço meu travesseiro e expiro o cheiro que lá estava, não era mais o cheiro dela e sim de roupa recém lavada.
Fecho os meus olhos lembrando do seu toque, do seu doce perfume que empreguinava minha alma, até mesmo dos sons que ela emitia quando eu a tornava inteiramente minha... Mas aí, o pesadelo que foi aquela noite me fazem odiar cada parte dela novamente.

Toco no meu pescoço e sinto o colar que ela deixou cair naquela noite e eu não devolvi. Uma pequena flor de cerejeira com pedrinhas brilhantes em volta, pensei diversas vezes em me desfazer e esquecer para sempre da garota que destroçou meu coração.
Mas esse inútil colar que agora permanece preso ao meu pescoço foi presente de alguém que já se foi, e se eu fizesse algo contra, ela jamais me perdoaria.

O barulho de algo caindo dentro da água me fazem correr para janela, alguém nada na piscina da casa ao lado da minha. Ao chegar do outro lado, a pessoa revela sua fase... É ela, a minha... A garota que tive nos braços algum dia.

Por um momento penso na coragem que ela tem de ficar naquela água a essa hora da noite, ainda mais quando lá fora está fazendo quase 24° graus. Maya nada para o fundo e passa cerca de um minuto debaixo d'água, e só depois retorna à superfície recuperando o fôlego que lhe foi tirado. Em nenhum instante ela olha para minha janela, o que agradeço já que não estou fazendo nada que possa me esconder.

Depois de nadar mais um pouco, o frio parece consumi-la e ela sai da piscina, se cobre com uma toalha. Seu corpo inteiro treme e os seus dentes rangem, ela caminha apenas de maiô e coberta com a toalha até o portão que divide o muro, observa a rua um pouco pensativa. Parecendo estar à espera de algo ou de alguém, ela abre o portão e sai para a rua, olha para os lados e quando não acha nada, volta e entra novamente.

É incrível como ela não mudou praticamente nada, embora os seus traços de mulher finalmente tenham se aflorado, os seus cabelos estão um pouco mais longos e mais claros do que eu me lembrava, mas algo nela está igual a mim. Os seus olhos carregam mágoas também, demonstrando que eu não fui o único que se perdeu.

É uma pena saber que tudo aquilo aconteceu há mais de 4 anos. Foram anos cruéis para todos nós.

Fecho a janela e me encosto na parede tentando conter as lágrimas que caíram de repente, me fazendo lembrar que o amor ainda pode existir em algum lugar em nossos corações, mas como? Eu não consigo entender.

Como pode ser possível se ainda existem as minhas lágrimas perdidas na chuva?

(1.007 palavras)
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Qualquer comentário é válido pessoal, seja ele bom ou não! 😉

Tchau e até o próximo capítulo! 👋🏻💕

Ass: May ✨🌸

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