Capítulo 3: Campeonato
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Boa leitura.📖
🦊🦊🦊
Tudo pronto para embarcar e voltar para San Francisco, mesmo que por um final de semana apenas, eu estava muito animado, porque finalmente poderia tocar Brandon novamente.
-Ali está ele. –Gritou Mell.
-Mas o que.... –Franzi a testa. –O que estão fazendo aqui? –Perguntei.
-Você acha mesmo que íamos deixar você voltar para lá de novo? –Respondeu Debora. –Nós viemos garantir que você vai voltar dessa vez.
-Eu não acredito nisso? –Ri.
-Não olha pra mim, eu só estou indo porque a Debora me ameaçou. –Disse Kevin, com um pouco de mal humor.
-Vocês entendem que é apenas um final de semana que eu vou passar lá, né? –Falei.
-Não sei, vai que isso se transforme em um mês, depois dois, até se transformar em um ano ou até, quem sabe, pra sempre. –Mell disse enquanto arregalava os olhos.
-Vocês querem mesmo ir? –Perguntei.
Kevin tentou negar, mas viu o punho cerrado de Debora e aura nervosa dela novamente e então concordou.
-Mas vocês sabem que eu não vou poder ficar dando atenção para vocês, né? –Falei.
-Não se preocupe com isso, vamos deixar você ter o seu momento. –Disse Mell, quase que vomitando arco íris, deveria estar imaginando algo fofo em sua mente. –E nós já temos todo um itinerário para ir conhecer a cidade.
-Se vocês estão de acordo, então acho que tudo bem. –Sorri para eles e então nós fomos para a sala de embarque.
Não demorou muito para que o nosso voo estivesse pronto. Assim que anunciaram, fomos direto para o portão de embarque e entramos na aeronave. Mell continuava me olhando, como se estivesse preparado a minha chegada em sua mente, ela me olhava com um jeito tão fofo que as vezes chegava a dar medo.
Os meninos estavam tranquilos, sentados em suas poltronas, Eddie mesmo estava dormindo, como de costumo, enquanto Kevin assistia algo na pequena TV do avião. Debora, a mais brava deles, se segurava fortemente na poltrona, com certeza era medo de estar voado, o que era engraçado, ela sempre dava uma de durona para todos, mas no fim, tinha medo de voar.
Como o voo iria demorar, aproveitei para tirar uma soneca, que parecia ter sido tão curta, porque foi eu fechar os olhos, que parece que já anunciaram que estávamos chegando.
-Atenção senhores passageiros, nossa descida para o aeroporto internacional de San Francisco foi autorizada, peço que coloquem os cintos que iremos iniciar o pouso. –Disse um dos pilotos.
Em seguida as aeromoças passaram conferindo se todos estavam de cintos ou em suas poltronas. E assim como ele havia dito a aeronave começou a descer e em questão de segundos estávamos no chão. Não demorou muito para que ela parasse e o alerta de cinto, havia apagado, em seguida as portas foram abertas e as bagagens de mãos liberadas para retirar naquele compartimento a cima da gente.
-Ah, até que enfim chegamos. –Disse Mell, a primeira a sair de nós. Ela abriu os braços e respirou fundo. Não sei por qual motivo.
Depois disso caminhamos até o desembarque para pegar as malas que haviam sido despachadas, mesmo sendo apenas um final de semana, nunca é demais se prevenir.
-Aquele é ele? –Perguntou Mell.
-Não, aquele não.
-E aquele? –Perguntou de novo.
-Não Mell.
-Então é aquele? –E novamente.
-Não.
-Ah já sei, aquele ali, andando....
-Não Mell. –Ri. –Você tá mais nervosa que eu, isso que sou eu o namorado dele.
-Mas é que eu quero conhecer ele logo. –Disse ela. –Pelo o que você me disse, ele deve ser lindo, forte, sensual. –Ela colocou as mãos no queixo e novamente foi para o seu mundinho de fantasia em sua mente. Pelo menos ela me deixou em paz.
-E então Noah, qual o seu plano? –Perguntou Kevin.
-Plano pra que?
-Onde vai ficar, se tem que alugar um carro, locais para comer, sair, visitar....
-Mas não era vocês que tinham todo um itinerário? –Perguntei enquanto pegava a minha mala.
-Eu não sei de quem você ouviu isso, mas não temos ideia alguma dessa cidade, acho que você deveria ser o nosso guia. –Disse Eddie, que levou novamente outro peteleco de Debora e os dois começaram a se olhar ferozmente um para o outro, por um momento até pensei que eles iriam se beijar de tão próximos que ficaram um do outro. –Porque você fez isso sua monstra?
-Porque você tá querendo estragar o final de semana do garoto. –Respondeu ela.
-Apenas disse para ele ser nosso guia, já que ele morou aqui, sua bruxa.
-Olha como fala comigo, ogro. –Respondeu ela.
-Ei, vocês dois, calma, calma. –Suspirei.
-Fique tranquilo Noah que a gente se vira. Então pode ir curtir o seu final de semana com o seu amor. –Disse Mell.
-Eu vou pensar em alguma coisa. –Falei soltando um suspiro e sorrindo.
-Noah? –Ouvi perguntarem. Olhei em volta e vi Wally acenando para mim todo alegre.
-É aquele ali? –Perguntou Mell sussurrando.
-Não. –Ri por um momento. –Aquele é um dos meus amigos, vamos.
Andei em direção ao Wally que estava sozinho, o que era raro, porque até onde eu sei, todos iriam estar aqui me esperando. Aproximei dele e dei um abraço forte e em seguida apresentei o pessoal para ele.
-Onde tá todo mundo? –Perguntei.
-Devem estar perdidos por ai, porque eu disse que você iria descer nesse terminal, mas todos discordaram de mim, então eu fiquei eles foram para o outro terminal.
-Até mesmo o Ethan?
-Ele vai chegar mais tarde, porque tinha um assunto para resolver no trabalho dele. –Respondeu Wally.
-Mas ele já está trabalhando? –Falei surpreso.
-É um de meio período, ele ajuda na contabilidade na empresa do pai de Brandon. –Respondeu ele.
-Nossa! –Respondi admirado.
-Tudo graças ao Brandon que falou dele muito bem para o pai, ai ele decidiu dar uma chance pra ele. –Ele sorriu. –Você não disse que viria com mais alguém.
-Ah, eles apareceram de última hora e não queriam que eu viesse sozinho, vieram fazer companhia. –Sorri um pouco constrangido.
-Fico feliz que vocês tenham vindo, porque esse ai, é muito descuidado. –Disse Wally apontando pra mim.
-Para com isso. –Bati em sua mão de leve.
Enquanto caminhávamos para o outro terminal, Wally foi conhecendo um pouco dos meus amigos e até se identificou bastante com Eddie, era como se eles já se conhecessem, que faziam umas piadas que só os dois entendiam, até Debora intervir e os dois congelarem. Era muito engraçado de ver.
-Ela se parece com a Bonnie, credo. –Sussurrou ele para mim e apenas ri.
-Falta muito? –Perguntou Mell. –Eu já estou cansada.
-Já estamos chegando, falta pouco. –Disse Wally.
Foi então que eu avistei de longe o Brandon e instintivamente, soltei um longo sorriso.
-Brandon? –Gritei e comecei a andar mais rápido em sua direção. Ele se virou para mim e também sorriu e começou a caminhar em minha direção.
-Noah! –Disse ele animado. Aos poucos ele começou a correr.
Assim que nos encontramos, nos abraçamos fortemente, ali mesmo, no meio daquele terminal. Brandon me apertava, como se não quisesse que eu saísse mais de perto dele, assim como eu fazia com ele. Ele estava apoiado em meu ombro, sentindo o cheiro da minha pele e me dando leves beijos no pescoço. Depois ele segurou o meu rosto e ficou me olhando. Seu nariz estava com a ponta avermelhada e seus olhos escorriam lagrimas.
-Eu pensei que nunca mais iria te ver. –Disse ele me abraçando novamente.
-Eu estou tão feliz de poder te tocar. –Falei sentindo o seu cheiro e ao mesmo tempo, podia sentir o seu coração palpitando fortemente em seu peito, quando encostava com o meu. –Eu senti tanto a sua falta. –E em seguida lhe dei um beijo.
Que saudades desse beijo que eu estava sentindo seus lábios colados com o meu, o seu gosto, a maciez que ele tinha, a suavidade, isso fazia o meu coração bater mais forte. Depois ele colou a sua testa com a minha e me dava pequenos beijos.
-Eu te amo tanto. –Disse ele.
-Eu também te amo. –Respondi.
Depois disso, apresentei ele aos meus outros amigos e aproveitei para cumprimentar Bonnie.
-Cuidou muito bem dele, não é Bonnie? –Brinquei.
-Muito bem, não está vendo que ele tá até mais corado. –Respondeu ela entrando na brincadeira.
Nós dois começamos a rir.
-Noah, nós precisamos ir. –Disse Kevin. –Vamos procurar um hotel pra gente.
-Mas o que é isso. –Disse Brandon. –Nem pensar, vão todos ficar na minha casa. –Respondeu ele.
-Sem querer ofender cara, mas não acho que vai ter quarto suficiente pra todos nós e eu prefiro não dividir quarto com Eddie. –Respondeu ele.
-Mas é claro que tem. –Falei. –Oh se tem hein. E fica tranquilo Kevin, tem quartos pra todos.
-Pra todos não. –Disse Brandon.
-Claro que sim. –Falei.
-Não, eu vou deixar um deles ficarem no meu quarto.
-Mas e quanto a gente?
-Vamos para o apartamento. –Respondeu ele pegando na minha mão o que me deixou um pouco corado. Mell a essa altura deveria estar vomitando arco íris agora.
-Vocês dois são tão lindos, são os meus bebes. –Disse Mell abraçando nós dois.
-Não liga, ela é meia doida das ideias. –Sussurrei para ele.
-Tá, então vão se acomodar, que mais tarde tem uma grande surpresa pra você, quero dizer, vocês. –Disse Wally.
Assim que chegamos na casa de Brandon, ele mostrou todos os quartos e eles ficaram admirados com a casa. Eu fiquei um pouco desconfortável por deixar eles aqui enquanto iriamos estar no apartamento, então fiz com que Brandon concordasse que iriamos ficar aqui, mas que pra ficarmos um pouco sozinhos, íamos para o apartamento.
Estava quase na hora do treino de Brandon para o jogo de hoje à noite, então ele precisava sair, o que era um pouco decepcionante, mas entendo como esse jogo era importante. Então aproveitei para levar meus amigos até o treino dele e mostrar como era o meu antigo colégio.
Todos estávamos sentados na arquibancada, olhando para os meninos correndo, arremessando, defendendo, se alongando e mais outras coisas a respeito do esporte que eu desconheço.
-Quem iria imaginar que você ficaria com o manda chuva do colégio. –Disse Kevin.
-Não sei o que você quis dizer com isso. –Falei.
-Você quem sempre foi quieto, reservado, não se metia em briga nem nada, ai vem pra cá, taca o terror e ainda fica com o menino que era praticamente o dono do colégio. –Ele riu. –Como a vida dá voltas.
-VAI BRANDON, VOCÊ É O MELHOR. –Gritava Mell.
-É! Quando eu vim pra cá, nunca pensei que isso aconteceria.
-Mas o nosso Noah não é de levar desaforo para casa. –Disse Eddie me envolvendo no seu braço e rindo da minha cara. –Não lembra da sexta série, quando alguém quebrou o trabalho de biologia dele?
-Eu lembro muito bem. –Disse Debora rindo. –Ele fez com que a sala alagasse e estragasse o trabalho de todos, pra ficar justo.
-Isso se chama vingança. –Disse Kevin e todos eles começaram a rir.
-Do que vocês estão rindo? –Perguntou Wally se aproximando.
-De quando o Noah era arteiro no ensino fundamental. –Disse Eddie já cumprimentando ele, com um toque que eles provavelmente deviam ter inventado na hora.
-Me conte então que eu quero saber dessa fase rebelde dele, que eu conto dos dias que ele chegou aqui e como foi uma bagunça só. –Disse Wally.
-Nem foi tudo isso Wally, para de exagero. –Falei.
-Exagero? Você se esqueceu que você provocou uma guerra de comida quando veio?
-O QUE!? –Perguntaram os três.
E lá se foi Wally contar tudo sobre aquele dia. Eles não pareciam acreditar que eu tivesse tido umas ideias meio que peculiares para me vingar de Brandon na época, porque não era o meu jeito agir daquela maneira.
Ao final do treino, Brandon se aproximou da arquibancada, se sentou por um momento com a gente, antes de ir para o vestiário se trocar.
-Você não deveria tomar um banho? –Falei
-Eu prefiro ficar aqui com vocês. –Disse ele.
-Mas você está todo suado. –Resmunguei.
-E qual o problema disso? Você não me ama? –Ele sorriu.
-Mas é claro que amo, mas não quando você está todo suado. –Respondei empurrando ele, que queria me dar um beijo. –BRANDON!!
-Eu só saio daqui quando você me der um beijo. –Brincou ele.
-Ah não, você tá forçando já. Vai logo tomar o seu banho. –Ordenei.
-Vocês estão vendo como ele me trata né? Vocês estão vendo. –Brincou ele. Mas antes ele me agarrou, me dando um abraço e me beijou. Em seguida desceu para ir ao vestiário tomar o seu banho.
-Ele me paga depois. –Resmunguei.
-Vocês dois são tão lindos. –Disse Mell.
-Melissa, para de encher o saco do Noah. –Disse Debora.
-Mas eu só estou elogiando ele. Eu sempre quis ter um amigo gay e agora que tenho, ninguém vai tirar o meu direito de achar ele lindo com o namorado.
-Você parece uma criança com essas suas manias. –Disse Kevin.
-No começo eu pensei que seria você Kevin, já que nunca saiu com uma garota e toda vez que toca nesse assunto, você sempre gagueja.
-O que? Eu.... Na.... Não. Eu não gag... Gaguejo... E eu já sai para um encontro uma vez.
-Aquele não conta, porque foi trabalho do colégio. –Respondeu Mell tentando constranger ele e todos riram.
Quando a noite chegava, todos estavam prontos para sair novamente. Brandon era o primeiro a estar arrumado para sair.
-Quem disse que vamos sair? –Perguntei.
-Ué, você vai deixar os seus amigos saírem sozinhos? –Perguntou ele.
-Eu tenho algo melhor em mente. –Respondi com um sorriso safado.
-Então eu já posso começar a retirar essa roupa. –Ele sorriu e já foi desabotoando a sua camisa. –Mas por enquanto eu não posso, porque Wally organizou uma festa para você, depois do jogo.
-Então essa era a surpresa. –Sorri.
-Droga! –Disse ele. –Você me manipulou né? –Ele apertou os olhos. –Você vai me pagar. –Ele veio para cima de mim, me jogando em cima da cama e ficando por cima de mim.
-O que você pretende fazer? –Perguntei dando um selinho nele.
-Eu? –Ele sorriu. –Queria poder fazer outras coisas, mas por você ter sido mal, vai receber cosquinhas.
-NÃO! –Comecei a rir com o toque de seus dedos. –Por favor, isso não. Me desculpa, me desculpa. –Continuei falando enquanto ria.
-Eu paro, mas você tem que me dar algo em troca. –Disse ele.
-Qualquer coisa. –Falei recuperando o folego.
-Promete que o dia de amanhã, será só nosso. –Ele ficou me olhando com brilho nos olhos.
-Own meu amor. –Toquei o seu rosto. –Me desculpa por não passar tanto tempo com você hoje.
-Mas não tinha o que você fazer e também eu tinha treino hoje. –Ele sorriu. –E eu fiquei feliz que você estava lá hoje.
-Então amanhã vamos tirar o dia só pra nós dois. –Respondi. –Vou pedir para Wally ir mostrando a cidade para os meus amigos e ai o dia fica só pra nós dois.
-Mas você acha que Wally faria algo assim?
-Mas é claro. Ele e Eddie são praticamente como irmãos, ele não recusaria passar mais tempo com eles.
-Se você tá dizendo. –Ele me beijou novamente e acariciou o meu rosto delicadamente. –Mas agora se troca logo, porque está quase na hora do jogo e eu preciso tá lá antes, se não o treinador me mata.
-Claro, você pode indo na frente. –Sorri.
-Eu te amo pequeno. –Disse ele enquanto saia do quarto.
-Eu também te amo, grandão. –Soltei um sorriso e me levantei para trocar.
Assim que chegamos no colégio, fomos direto para as arquibancadas que já estava quase lotada. Esse parecia ser um jogo importante, para tanta gente ter vindo assim. Os pais de Brandon já estavam sentados na arquibancada, os mais discretos que eles podiam.
Nos sentamos e logo avistamos Bonnie acenando para nós com um garoto ao seu lado, será que ela até que enfim encontrou alguém?
-Ei arbitro, vê se não rouba dessa vez. –Gritou uma voz feminina. Eu reconheceria essa voz em qualquer lugar, era Lola, que estava mais pra cima, ao lado de Nathalia.
Tentei chamar a atenção dela, mas acho que ela não conseguiu me ver, com tanta gente andando de um lado para o outro, procurando o melhor lugar para se sentar. Nos sentamos próximos aos pais de Brandon e aguardamos o jogo começar.
-Esse lugar está ocupado? –Me perguntaram. Olhei em volta e era Lian.
-Lian? –Falei surpreso. –O que faz aqui?
-Luke está no mesmo time que Brandon. –Disse ele soltando um enorme sorriso.
-Parece que vocês dois se resolveram. –Sorri satisfeito.
-Estamos muito melhor do que antes, mas tem tantas coisas que aconteceram. –Ele suspirou profundamente.
-Aos poucos vocês dois vão superando, tenho certeza disso. –Falei tocando o seu ombro e demonstrando apoio. –Ah, quero apresentar os meus amigos. Esse é Kevin, Eddie, Melissa....
-Mell.
-Mell e Debora. –Completei.
-Muito prazer. –Respondeu ele educadamente e completamente tímido.
-Eles vieram comigo para passar o fim de semana. Eles pensam que eu não vou voltar. –Conclui rindo.
-Se dependesse da gente, você não voltaria mesmo. –Lian riu.
Em seguida, Wally chegou e se sentou na minha frente, Lian preferiu descer e não deixar ele solitário, então se sentou ao lado dele.
-Pra quem você está torcendo Wally? –Perguntei perturbando ele.
-Que pergunta besta Noah, é claro que pro time do meu amor.
-Tá, mas aquele não é o mesmo time daquela vez em que você sumiu no estacionamento? –Provoquei.
-Cala a boca Noah. –Respondeu ele.
-Acho que é sim, aquele não é o...
-Não, não é ninguém. Você quer parar com isso? –Ele me olhou torto.
-Wally, seu safadinho. –Disse Debora rindo.
Não demorou muito e então o jogo começou. Os jogadores agora, no meio do campo, se cumprimentaram, escolheram o lado do campo e se posicionaram, assim que tudo estava resolvido, o arbitro soou o apito e o jogo começou e em questão de segundos, via um empurrando o outro, tentando bloquear o lance ou pegar a pequena bola no ar.
Depois de uns cinco minutos mais ou menos, o time de Brandon havia feito dois pontos, mas parecia ter algum problema com uma pessoa do time deles, que parecia discordar das decisões de Brandon, já que ele era o capitão, tinha total liberdade de agir como queria.
Ouvia Lola gritando ferozmente com o jogador enquanto Nathalia tentava acalmar ela. O que era muito engraçado, mas dava dó de Nathalia, por estar constrangida com a atitude de Lola.
Depois o outro time pontuou e só ouvi uns palavrões saindo da boca da Lola, ela parecia cem por centro no jogo, enquanto os outros apenas vibravam com as pontuações, ela era aquele tipo de torcedor que quer brigar quando o time faz coisa errada. Até parecia ela a técnica do time.
Assim que deu o intervalo do primeiro tempo, Lian e eu descemos até a grade que dividia o campo com a arquibancada. Antes de entrar para o intervalo, havia visto Brandon sendo bloqueado com força e o levando ao chão, o que me deixou um pouco preocupado, então queria saber como ele estava. Luke retirou o capacete e então sorriu para Lian, enquanto se aproximava.
-Oi Noah. –Disse ele pegando na minha mão.
-Você viu o Brandon?
-Acho que ele já foi para o vestiário. –Respondeu ele. –E você, como está amor?
-Só um pouco preocupado com esses empurrões que eles estão dando em cima de você.
-Mas é que eu sou um dos mais rápidos, então eles me marcam. –Respondeu Luke.
-Mas eu não gosto nada disso.
-Não se preocupe, assim que voltar eu vou fazer um ponto para você ficar mais tranquilo.
Deixei os dois e fui em direção ao vestiário. Tinha uma ótima lembrança daquele local, principalmente depois do baile. Mas não podia ficar pensando nesse tipo de coisa agora. Fiquei do lado de fora, no corredor, esperando eles saírem para eu ver como Brandon estava.
Ouvia muita conversa e risadas vindo de lá de dentro e então ouvi a porta se abrir e alguns deles saírem. Ninguém parecia se incomodar comigo no corredor, nem ao menos me notaram, mas uma pessoa em particular sim.
-Ora, ora, se não é a princesinha aqui.
-Marcos. –Revirei os olhos.
-O que você está fazendo aqui? Não era pra ter sumido daqui? Ou por acaso está ilegal? Será que é melhor eu ligar para embaixada?
-Me erra bonita. –Falei.
-Se eu fosse você não me provocava, porque eu posso em questão de segundos, fazer o seu querido pai aparecer aqui.
-Se já não é que você já fez isso. Mas quer saber? Eu não ligo, porque ele não pode chegar perto de mim, então essa sua ameaça não me atinge.
-Vamos ver se quando ele estiver aqui você tenha coragem de dizer algo assim.
-O que foi Marcos? Porque tem tanta raiva de mim? Foi porque eu consegui o que você nunca conseguiu?
-E o que seria isso?
-Um encontro com Ethan. Porque você só me ataca por causa disso, porque antes de eu sair com ele, você nem se importava com as coisas que eu fazia, até eu ficar com Brandon.... Não vai me dizer que você.... Também tinha uma queda pelo Brandon. –Falei rindo.
-Mas é claro que não idiota. Eu só não aturo a sua espécie.
-A mesma que você é e não admite? Porque dá pra ver na sua cara que você queria estar em um relacionamento, com um garoto, porque o que você gosta mesmo é um pau bem grande na sua boca, não é?
-Escuta aqui garoto. –Ele me empurrou até a parede e colocou o seu braço em minha garganta. –Eu não quero que você fique falando merda de mim por ai, você não sabe nada de mim, você não me conhece. –Disse ele quase que rosnando para mim.
-Você está enganado, eu sei muito bem esse seu tipo, você se faz de forte, de macho para as pessoas, mas quando pode, entra naqueles aplicativos de pegação gay, procurando alguém que queira sair com você, mas nunca tem sorte, e isso te frustra muito e ai você acaba descontando nos outros.
Ele forçou o braço mais um pouco, apertando minha garganta.
-Não adianta, porque você sabe que é verdade. Você é um covarde, covarde por não admitir quem é, de admitir que gosta de garotos, essa sua pose é apenas uma máscara, que um dia ainda vai cair. –Terminei.
-Talvez você não me conheça mesmo, você pensa que sabe do que eu gosto ou sabe da minha vida, mas você está apenas chutando, criando teorias sem sentido, você é um pobre coitado que pensa que todos são como você.
-Todos não, mas você eu tenho certeza disso. –Falei. –O que foi? Não vai me dizer que você e meu pai estão tendo um caso e que ele é o seu sugar daddy? –Falei com um enorme sorriso no rosto.
-Você é tão baixo que tenta me ofender com esse tipo de coisa? Coitado. –Ele me largou bruscamente. –Sua espécie é mesmo tão ingênua.
-Então me diga uma coisa Marcos. Se você não sente atração por garotos, porque nunca ninguém viu você com garota? Porque ninguém soube de um encontro verdadeiro seu....
-Eu não preciso dar satisfação da minha vida para ninguém, muito menos você.
-Então me responda, porque você.... –Andei até ele e senti que ele estava com um leve volume. –Porque você está tão excitado agora? Foi pela maneira como você me prendeu ali?
Ele me empurrou e saiu correndo sem ao menos dar uma explicação. Esse garoto não engana mais ninguém não.
-Noah? –Perguntou Brandon. –O que está fazendo aqui?
-Vim ver como você estava, porque aquele bloqueio foi feio. –Falei. –E pelo visto foi mesmo.
Brandon estava com um pequeno vermelhão em sua bochecha, provavelmente, a pancada no chão devia ter provocado aquilo, mesmo estando com o capacete.
-Com quem estava falando?
-Marcos. –Revirei os olhos. –Mas dei uma lição nele, não se preocupe.
-Eu vou matar aquele garoto. –Disse ele.
-Calma, calma. Já disse que cuidei dele.
-Você beijou ele? –Perguntou ele surpreso.
-Não, claro que não, eca. Apenas disse umas verdades pra ele, mas mesmo assim ele insistiu em falar com o meu pai.
-Agora eu mato mesmo esse filho da puta. –Brandon não parecia nada contente com aquilo.
-Não se preocupe que ele não vai mais aborrecer a gente. –Soltei um leve sorriso.
-O que foi? –Perguntou ele.
-Você fica tão fofo quando tá com ciúmes. –Falei acariciando o seu rosto.
-Mas eu não quero que você fique cruzando com aquele otário, principalmente, depois que sabemos que ele tem um pacto com o diabo. –Disse Brandon um pouco chateado com aquilo.
-Me desculpe por ter feito isso, prometo que não faço mais.
Dei um beijo com cuidado em sua bochecha e depois um em sua boca, para dar sorte. Depois ele voltou para o campo, com uma rixa ainda maior com Marcos que ainda continuava discordando dele, no final ele fez com que Marcos fosse para o banco de reserva.
O jogo estava quase que acabando e o time de Brandon ainda continuava na frente. Dessa vez o time adversário não contaria com novos jogadores, cada um com uma habilidade diferente e a liderança de Brandon e a sincronia com o restante do time era ótima, o que acabou levando o time dele a vitória.
Lola foi a primeira a gritar e pular de alegria na arquibancada, assim que o jogo foi encerrado. As líderes de torcida correram para o campo, para participar da comemoração e depois começaram a apresentar um número extra, era a apresentação da vitória, segundo uma delas. Depois disso a multidão começou a dispersar.
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VOCABULÁRIO:
Sugar Daddy: é expressão da língua inglesa para relacionamentos românticos se refere à relação entre duas pessoas de idades distintas, nas quais uma das partes é sustentada por dinheiro, presentes ou outros benefícios em troca da relação amorosa
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