Capítulo 2: Separados
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Boa leitura.📖
🦊🦊🦊
BRANDON
O primeiro mês longe de Noah foi terrível. Eu mal conseguia me concentrar nas aulas e nos treinos. Tínhamos até feito planos para os finais de semana, mas por causa da mudança dele e correr atrás de todos os documentos para ele voltar para o colégio e se acostumar com tudo, tivemos que desfazer tudo e deixar para o próximo mês.
Essa coisa de namoro a distância é um pouco complicada, porque as vezes um está mais ocupado que o outro e quase que não conversamos e ficamos apenas com as mensagens no celular. Eu não queria ficar apenas lendo, queria poder ouvir a voz dele, ver o seu rosto, poder tocá-lo...
Dá para ver que eu estou sentindo muito a falta dele. E por mais que eu tenha tempo livre para poder ir vê-lo, os meus pais não deixam, porque estamos passando por alguns problemas, tudo por causa do maldito pai de Noah. Por ele estar metido com corrupção ou fraude, sei lá, o escritório do meu pai agora é investigado para ver se a empresa toda não estava envolvida ou até mesmo o meu pai e com isso, eles não me deixam ir visita-lo.
Como disse antes, esse primeiro mês está sendo complicado e eu espero que os próximos não sejam dessa maneira, onde nós dois não nos vemos nem por chamada de vídeo.
Estava no meu quarto, resolvendo alguns exercícios de química e lembrei que era o que Noah mais gostava, com certeza ele iria mandar bem nessas perguntas. Ouvi então baterem na porta.
Minha mãe colocou metade do corpo para dentro do quarto e me chamou para o jantar.
-Filho, o jantar está pronto.
-Obrigado mãe, mas eu estou sem fome. –Respondi.
Ela entrou no quarto e se aproximou de mim.
-Dessa maneira você vai ficar doente, você precisa comer. –Disse ela.
-Eu sei mãe, mas é que eu não estou com fome. –Falei debruçado na cadeira.
-Olha, eu sei que você sente falta do Noah e nós todos sentimos também, mas você não pode deixar de comer só porque ele não está aqui.
-Mas quem disse que é por causa dele?
-Eu te conheço muito bem Brandon Corbett. –Ela passou a mão na minha cabeça. –Às vezes pode parecer difícil, mas você não pode desistir.
-Mas eu não estou desistindo, estou apenas.... Sentindo falta.
-Você se acostuma com isso com o tempo...
-Com o tempo? –Falei indignado. –Mãe a senhora acha que vai ser pra sempre assim?
-Não! Eu quis dizer que por enquanto que vocês estão distantes, por enquanto que estiverem assim você vai se acostumar com a ausência dele. Foi isso que eu quis dizer. –Disse ela tentando concertar o que foi dito antes.
-Eu não quero que seja para sempre dessa maneira. –Respondi.
-Mas não vai ser. –Disse ela beijando minha cabeça. –Vocês logo vão se encontrar, mas até lá, você precisa comer rapazinho.
-Está bem, prometo que como um pouco.
-Imagine só quando Noah vier e te ver dessa maneira, ele com certeza não iria gostar.
-Assim como? –Olhei indignado para ela.
-Você me entendeu, não se faça de desentendido. –Ela riu enquanto saia do quarto. –Estamos te esperando.
Olhei para o meu celular, mostrando a nossa última conversa, cliquei em seu nome e apertei para fazer ligação, coloquei o celular na orelha e continuei acomodado na cadeira e assim que parou de chamar e ele atendeu, me arrumei rapidamente para não cair.
-Alo? –Disse uma voz feminina.
-O Noah se encontra? –Perguntei.
-Quem quer falar? –Perguntou ela.
-O seu nam... Brandon. Diga que é o Brandon. –Falei um pouco constrangido.
-Noah. –Gritou ela. –Tem um rapaz aqui que tá querendo falar com você, um tal de Brian, Bruno, Brad.
-Brandon? –Ouvi dizer do fundo.
-É! Esse mesmo. –Disse ela enquanto pude ouvir ela passando o celular.
-Alo? –Disse ele. Só de poder ouvir a sua voz, meu coração deu uma pequena acelerada e fiquei calado por alguns segundos. –Brandon? Você tá ai?
-Oi amor. –Falei com um sorriso enorme no rosto.
-Como é bom poder ouvir a sua voz. –Disse ele.
-Eu que o diga. Eu estou com saudades de você. –Falei.
-Eu também, mas aguente só mais um pouco, por favor. –Implorou ele.
-Tudo bem vai. É o que dá pra fazer por enquanto, não é?
-Não fica assim grandão, eu prometo que vou tentar ir no próximo final de semana.
-Final de semana tenho jogo. –Respondi decepcionado.
-Mas não vou só pra ver você jogar. –Ele soltou uma pequena risada. –E além do mais, vamos ter um dia e meio para aproveitar.
-Muito pouco tempo. –Respondi.
-Mas é o que eu consigo por agora amor.
-Eu entendo, não posso reclamar, já que sei que você vai estar aqui, isso que importa.
Ele resmungou alguma coisa com algum lá do outro lado.
-Agora eu preciso ir amor, os meus avos já estão me chamando para o jantar.
-Mas já?
-Quem mandou você me ligar na hora do jantar? –Ele riu. –Aliás, você não deveria estar jantando também não?
-É.... Eu... –Dei uma risada constrangida e Noah suspirou do outro lado.
-Você precisa se alimentar melhor Brandon, porque senão você fica doente e aí que eu vou morrer de preocupação.
-Eu prometo que vou me alimentar melhor. –Falei.
-Tudo bem então, vou acreditar em você. –Disse ele. –Agora preciso ir.
-Tá. –Falei com um pesar na voz. –Meu pequeno? –Falei.
-Hãn?
-Eu te amo.
-Eu também te amo Brandon. –Disse ele com a voz toda sorridente.
*****
-Brandon, vamos, o que você está fazendo garoto? Se concentra. –Gritava o treinador.
-Parece que alguém não está pensando no jogo de amanhã. –Disse Marcos passando correndo do meu lado com um sorriso no rosto.
-Você pede para levar uma surra, não é mesmo Marcos?
-Não deixa ele entrar na sua cabeça. –Disse Luke se aproximando e tirando o capacete. –Ele faz isso só pra te irritar.
-Eu sei, mas que dá vontade de dar uma surra nele, da. –Respondi.
-Vamos, você precisa se concentrar, porque você é o capitão aqui e você não quer que Marcos pegue esse seu lugar, não é?
-Você tem razão. –Falei colocando meu capacete novamente, rodando o meu bastão e correndo para a posição.
-Brandon, qual é? Vai ficar o dia todo aí só olhando? Se for assim eu vou ter que te colocar no reserva. –Gritou o treinador e depois assou o apito.
-Cara, hoje ele tá um saco. –Falei para Luke.
-É porque amanhã temos a chance da revanche, então ele quer é ganhar de qualquer forma. –Respondeu Luke.
Assim que o treino acabou, todos já cansados, andaram em direção ao vestiário. Enquanto uns tomavam banho, outros já estavam se vestindo. Assim que entrei, eles me encararam estranhamente e se apressaram no banho.
-Qual é? Vocês acham mesmo que eu vou ficar olhando para os paus de vocês? –Falei afrontando eles. –Vocês são todos uns preconceituosos de merda.
Terminei o meu banho rapidamente e estava sentado no banco, que ficava no meio do corredor entre um armário e outro. Comecei a amarrar o meu tênis e então ouvi algumas conversas sobre o jogo de amanhã.
-Será que vamos ter chance amanhã?
-Eu não sei, mas eu tô com medo da gente perder. –Disse o segundo garoto.
-Não fale isso. –Respondeu o outro enquanto batia a porta do armário. –Se pelo menos o nosso capitão estivesse concentrado.
-É verdade. –Disse o primeiro. –Ele parece tão distraído ultimamente e pensar que ouvi várias histórias sobre ele ser o melhor do campo.
-Mas depois que o namorado dele foi embora, ele ficou desse jeito. –Respondeu o segundo.
-Coitado. –Disse o primeiro. –Eu sinto pena dele.
-Porque pena?
-Pensa só nas coisas que ele passou e no fim foi tudo em vão e agora até o jogo ele tá perdendo interesse.... –Eles pararam quando me viram sentado enquanto eu olhava para eles.
-Tem alguma coisa que vocês queriam me dizer? –Perguntei ignorando tudo que eles tinham dito. Os dois saíram sem graça do vestiário.
-Quem eu estou querendo enganar? Eu sinto tanta a falta do Noah que estou começando a perder o foco das coisas. Eu preciso me recuperar e me concentrar para o jogo de amanhã, não posso ficar distraído assim.
-Começou a falar sozinho agora Brandon? –Perguntou Ethan entrando no vestiário.
-Não é nada. –Ri.
-O pessoal está comentando sobre você ultimamente. –Disse ele abrindo o seu armário. –Parece que você anda bastante distraído.
-Nem eu mesmo sei o que está acontecendo.
-Você deveria ir vê-lo esse final de semana. –Disse Ethan, enquanto mexia dentro do seu armário.
-O que?
-Noah. Você deveria ir vê-lo, porque enquanto você não ver que ele está bem, você não vai ficar bem.
-Noah está bem, eu sei disso. –Respondi.
-Mas não é isso que você sente, não é mesmo? –Ele fechou a porta do seu armário e o trancou. –Vai vê-lo.
Não precisava ir até lá, porque amanhã mesmo ele estaria vindo para cá. Mesmo tendo que perder metade do dia com ele, iria valer muito a pena, porque eu finalmente ria poder tocá-lo e senti-lo em meus braços. Estava muito ansioso para o dia de amanhã. Peguei o meu celular e então mandei uma mensagem para ele.
Você: Estou tão animado para amanhã. (:
Noah: Eu não vejo a hora de estar com você. <3
-Brandon. –Diziam Wally correndo em minha direção.
-O que foi Wally? –Perguntei.
-O que você vai fazer pra receber o Noah amanhã? –Perguntou ele. –Acho que devíamos fazer uma festa.
-Uma festa?
-Sim, depois do jogo. –Disse ele.
-Eu não sei Wally, porque eu queria ficar com ele por um tempo.
-Não seja egoísta, ele tem amigos também. –Disse ele rindo. –Mas eu entendo o que você quer dizer, mas como você vai ficar o dia todo no treino, não tem como fazermos isso durante a tarde.
-Porque vocês não saem com ele durante a tarde então?
-Porque Luke e Ethan vão estar no treino com você cabeção. –Disse ele.
-Sai você e o Lian com ele então.
-Não é a mesma coisa. –Respondeu ele. –Eu acho que você está sendo egoísta em não querer dividir ele com os amigos, mas eu entendo.
-Não! Espera. –Falei. –Tudo bem vai, pode organizar essa festa, porque acho que ele ficaria feliz com isso.
-Você realmente é demais Brandon, agora sei porque Noah te ama tanto. –Disse ele rindo. –Olha, vocês nem precisam ficar muito na festa, se é que você me entende.
-Não sei do que você está falando. –Falei um pouco constrangido.
-Ah, claro que sabe sim. –Ele me cutucou e continuou rindo.
-Você realmente é sem noção Wally. –Falei rindo.
Apesar de eu não querer a festa, seria uma boa para ele, aposto que ele vai adorar e no outro dia, podemos passar o dia todo juntinho. Eu realmente estava ansioso pra isso e não iria deixar nada estragar o dia de amanhã.
NOAH
Com um mês, mais ou menos, sem ver Brandon pessoalmente, estava ficando cada vez mais incomodado, porque dentro da minha cabeça, sempre vinha aquela vozinha chata, que sempre atormenta a gente dizendo, que de agora em diante, nenhum dos dois vão ter tempo um para o outro e isso me incomodava muito.
Durante todo esse tempo, eu e minha mãe corremos atrás das papeladas para volta do colégio, os papeis da casa e do divórcio dela, porque depois daquele show todo daquele traste, mais do que justo ela se separar dele. E com toda essa correria, não consegui ir para San Francisco, para poder ficar com Brandon.
Claro que podíamos no ver por chamada de vídeo e tudo mais, só que não era a mesma coisa do que estar pessoalmente com ele e além do mais, nossos papos as vezes eram um pouco que quente demais e eu não podia ficar falando disso por aqui, na casa dos meus avós.
Continuei deitado na cama, enrolando, esperando dar a hora de acordar. Fiquei olhando para o teto e as vigas de madeira que corria de um lado para o outro do quarto, meus braços estavam cruzados e em cima da minha testa.
O galo então começou a cantar, como sempre atrasado, pois o sol já tinha saído faz um tempo. Os raios luminosos que entravam pelo o meu quarto, deixava ele quase todo claro, a cortina que tinha quase que não bloqueava a luz, então tinha sempre que me acostumar com a claridade.
Claro que isso tudo era provisório, até sair o divórcio dos meus pais e minha mãe poder ficar com a casa, ai podíamos voltar. Me levantei, me arrumei e fiquei sentado na cama, para que o relógio despertasse. Olhei para o meu celular, vi a hora e com certeza Brandon ainda estaria dormindo, porque isso seria a cara dele.
Assim que era seis e quarenta, já estava completamente pronto para voltar ao colégio. Por um lado, eu estava animado, porque iria rever todos os meus antigos amigos, que eu não mantive muito contato, mas porque aconteceram tantas coisas que no fim acho que eles entenderiam. Por outro lado, iria ter que voltar a ver muita gente que eu odiava.
Desci as escadas para tomar aquele café da manhã delicioso que toda vó prepara, com direito a leite de vaga tirado na hora. Agradeci ela pela comida e logo em seguida sai, dando um beijo em sua bochecha.
Como ficávamos um pouco longe da cidade, então essa seria a minha rotina até voltarmos para a casa. Teria que acordar muito cedo, para chegar cedo no colégio e depois quando sair de lá, ter que pegar um ônibus que passa por diversos lugares e eu ter que chegar em casa tarde.
Claro que minha mãe sempre me levava para o colégio, mas a volta iria ser sempre a pior. Dentro do carro, estava encostado no vidro do carro e apenas observando tudo passar até que recebi uma mensagem de bom dia de Brandon. Ele parecia mais animado hoje, espero que tudo esteja bem com ele.
-É o Brandon? –Perguntou minha mãe.
Apenas sacudi a cabeça confirmando.
-Eu sei que você deve sentir a falta dele, mas tudo vai dar certo filho.
-Eu sei mãe, eu sei. –Falei desanimado. –Só que tudo podia ser mais simples.
-Se fosse simples vocês não estariam juntos. –Disse ela. –Você sabia que muitos desistem só porque o parceiro precisa ir para outro pais.
-Eu sei mãe. Eu sei.
-E sabia que existe muitos casais que namoram a distância e nunca se viram pessoalmente? –Disse ela tentando me animar.
-Ai meu Deus, onde a senhora quer chegar com isso?
-Estou apenas tentando te animar.
-Mãe, é dez pra sete da manhã, não tem ninguém que fica disposto a essa hora. –Resmunguei.
-Ora seu bobo, o seu avô acorda sempre disposto.
-Mas também, ele é velho. Todo velho gosta de acordar cedo, para fazer nada.
-No caso do seu avô, muita coisa, porque ele cuida das galinhas, trata dos cavalos, tira leite das vacas....
-Mãe, eu moro junto com a senhora, não sei se a senhora lembra e eu vejo tudo isso.
-Credo, que garoto resmungão. –Disse ela finalizando o assunto.
Chegando no colégio, desci do carro e ali mesmo fui motivo de atenção. Acho que todos ali sabiam quem eu era e que eu estava de volta, o que levou a alguns comentários por trás de mim, mas eu nem me importei com isso.
Continuei andando até entrar e ir em direção ao meu armário, o meu antigo era muito melhor do que esse, porque agora preciso ficar quase que ao lado do banheiro, sei que estava um pouco longe, mas mesmo assim era um pouco nojento.
-Noah? Oh meu Deus, eu não acredito. –Disse uma voz feminina conhecida. Ela me abraçou fortemente por trás e depois me virou.
-Mell? –Perguntei.
-Mas é claro, quem mais séria? –Disse ela.
-Como você está diferente. –Falei. –Está mais.... Loira?
-Você gostou? –Perguntou ela mexendo nos cabelos.
-Prefiro você morena. –Respondi diretamente.
-Se você estivesse aqui há um ano atrás para me dar dicas, você poderia até dizer algo. –Resmungou ela. –E falando nisso. –Ela me deu um tapa ardido no braço. –E porque você não mandou mais mensagem?
-Porque aconteceram tantas coisas que eu quase não tinha tempo pra mim. –Respondi fechando o armário.
-Você vai ter que me contar tudinho. –Disse ela.
-Mas é claro, você acha que eu vou ficar apenas ouvindo você falar desses cabelos horrorosos? –Brinquei.
-Mas você tá bem engraçadinho, hein!
-É que faz muito tempo que a gente não se vê, então eu tenho que aproveitar agora. –Respondi com um sorriso no rosto.
-Você já viu o resto do pessoal? –Perguntou ela abraçando o meu braço.
-E eles ainda estudam aqui? –Brinquei.
-Mas é claro bobinho, vamos que eu vou te levar até eles.
Continuamos andando até que encontramos o restante do pessoal. Estavam quase todos ali. Mell, Kevin, Debora e Eddie, era tão bom ver todos eles novamente, mesmo eu não tendo mantido contato, como eu havia prometido, todos eles me receberam alegremente.
-Até que enfim ele apareceu. –Disse Kevin, jogando o seu braço pelo o meu pescoço e apertando de leve.
-Para com isso Kevin, vai matar o menino assim. –Disse Debora.
-Eu acho que Kevin deveria continuar. –Brincou Eddie que foi acertado com um tapa de leve de Debora.
A maneira com que Debora e Eddie agiam, me lembravam muito Wally e Bonnie, como eles sempre brigavam a troco de nada.
-Como é bom ver vocês novamente. –Falei soltando um sorriso. –Pensei que não iria mais vê- los.
Na hora do intervalo estávamos todos juntos novamente, era como antigamente. Peguei o meu lanche, junto com os meus amigos e nos sentamos. Dava até um pouco de nostalgia, me sentar com eles e ter o mesmo jeito de antes.
Olhei para o refeitório, completamente cheio e diferente do outro colégio, aqui as pessoas não eram que nem os meninos do time de lacrosse que sempre faziam brincadeiras e riam da cara das pessoas. Claro que muita coisa mudou por aqui, como por exemplo, alunos novos e um deles em particular me chamava um pouco a atenção. Mas como não chamar, já que ele se sentia o mais popular de todos, o centro das atenções.
-Quem é aquele garoto? –Apontei com a cabeça.
Meus amigos se entreolharam e ficaram com um ar de que não falavam sobre ele.
-O que foi? Até parece que vocês têm medo dele. –Falei.
-Nós não costumamos falar dele, porque sempre ficamos distante. –Disse Debora.
-Ele é um pouco.... Esquentado. –Disse Eddie.
-O que quer dizer que ele faz bem o que quer aqui no colégio? –Perguntei.
-Na verdade não. –Disse Kevin. –Ele meio que precisa de atenção e faz qualquer coisa por isso.
-Eu ainda não entendi a parte do esquentado, já que ele quer atenção, não deveria ser esquentado, não é? –Perguntei.
-Acontece que por ele precisar bastante de atenção, acaba sendo irritante. –Continuou Kevin. –Ele meio que é um pouco nervoso com as pessoas que não dão atenção a ele e sempre você pode ver ele gritando com alguém ou esmurrando alguma coisa.
-Então ele é meio que é um ditador? –Falei.
-Não é bem assim. –Disse Mell. –Ele é muito inteligente, esperto, tira boas notas sem muito esforço e ainda por cima é bom em alguns esportes, ele só é carente mesmo.
-Eu acho bom você ficar longe e não arrumar confusão. –Disse Eddie. –Então não esqueça desse nome, Jordan Burton.
-Burton? Daquela família.... –Falei boquiaberto.
-Sim, da família multibilionária. –Respondeu Kevin com um ar de desconforto.
Quando percebi que eles estavam se sentindo um pouco desconfortáveis com esse assunto, então decidi mudar totalmente o rumo da conversa.
-Mas enfim.... Eu não sei se vocês sabem, mas eu preciso contar algo importante para vocês. –Falei.
-Coisa boa que não é. –Brincou Eddie e novamente recebeu um peteleco na nuca de Debora.
-Não sei se apareceu na TV e não sei se vocês acompanharam as noticias mas....
-Ah eu vi, eu vi.... Seu pai se envolveu em algum escândalo empresarial. –Disse Mell.
-Também, mas eu queria dizer que eu.... Estou em um relacionamento. –Respondi um pouco animado. Não sabia se eles sabiam sobre Brandon e eu, mas por serem os meus amigos, acho que eles deveriam saber.
-Ual. –Disseram todos em uníssimo som.
-E quem é essa sortuda que conseguiu fisgar o coração do nosso pequenino? –Perguntou Debora toda carinhosa.
-Aí que tá o ponto. –Falei olhando para eles e um pouco envergonhado. –Mas não existe ela. –Fiz uma pausa. –É ele.
Debora e Mell ficaram com um ar toda fofa e carinhosa enquanto os meninos continuaram comendo os seus lanches normalmente.
-Eu espero que isso não seja problema para vocês. –Falei um pouco tímido e com um pouco de medo da reação deles.
-Até que enfim decidiu sair do armário. –Disse Kevin. –Tá me devendo cem dólares Eddie.
-Droga Noah, estava contando que seria uma menina.
-Eu não acredito que vocês dois apostaram uma coisa dessa. –Disse Debora ferozmente. –Vocês dois são a escória mesmo e mais tarde vou me acertar com vocês.
Eddie segurou os dois talheres de plástico em frente ao seu rosto, como se eles fossem o proteger da fúria de Debora.
-Então vocês já sabiam? –Perguntei.
-Claro. Pelo menos eu sim. –Disse Kevin, todo calmo. –Antes de você ir embora, já tivemos essa conversa, você que não lembra.
-Que conversa? –Perguntei.
-Um dia antes de você ir embora, lembra que todos nós saímos para uma despedida? Então, eu disse que poderia te apresentar a minha prima de San Francisco, que sempre teve uma queda por você, mas você disse que não sabia se gostava de garotas. –Respondeu Kevin. –E depois tentou concertar dizendo que muito menos garoto, mas eu sabia que você sentia mais atração por garotos do que garotas. –Finalizou ele.
Soltei um sorriso constrangido para ele e voltei a comer o meu sanduíche.
-Quero saber de tudo depois. –Disse Debora.
Mais no final da tarde, estava fazendo o dever de casa, quando minha vó me chamou para ajudá-la na cozinha. Ela sempre gostava da minha presença quando ela cozinhava.
Ela iria fazer o seu famoso bolo de carne, que por sinal era uma delícia. E foi ela a começar a separar todos os ingredientes e depois mistura-los. Enquanto isso ela ia me ensinando passo a passo de como ela fazia a receita. Assim que estava quase tudo pronto, ela colocou no forno e o que tínhamos que fazer era esperar. Voltei ao meu quarto para finalizar o dever de casa e assim que estivesse quase pronto eu precisaria descer e comer.
-Noah querido. –Gritou minha avó. –Você poderia ajudar o seu avô a trazer algumas coisas do celeiro?
-Claro vó, já vou indo. –Respondi.
Meu avô precisava de ajuda para carregar umas caixas de legumes que ele havia separado. Isso era para vender na cidade amanhã de manhã. Passei pela varanda e entrei na casa indo em direção a cozinha para deixar as caixas, porque acho que minha vó iria escolher algumas para ficar e então ouvi ela no telefone.
-Quem quer falar? –Perguntou ela. –Noah. –Gritou ela. –Tem um rapaz aqui que tá querendo falar com você, um tal de Brian, Bruno, Brad.
-Brandon? –Perguntei deixando a caixa no chão e indo até ela pegar o telefone.
-É! Esse mesmo. –Disse ela me passando o celular.
-Alo? –Perguntei e ouvi apenas a respiração dele pelo telefone. –Brandon, você tá ai?
-Oi amor. –Disse ele alegremente.
-Como é bom poder ouvir a sua voz. –Falei com um sorriso no rosto e indo em direção a varanda.
-Eu que o diga. Eu estou com tantas saudades de você. –Disse ele.
-Eu também, mas aguente só mais um pouco, por favor. –Implorei.
Sabia o quanto estava sendo difícil, mas enquanto não resolver tudo isso primeiro, não tem o que a gente fazer.
-Tudo bem vai. É o que dá pra fazer por enquanto, não é? –Respondeu ele, parecendo um pouco triste.
-Não fica assim grandão, eu prometo que vou tentar ir no próximo final de semana.
-Final de semana tenho jogo. –Brandon parecia decepcionado.
-Mas não vou só pra ver você jogar. –Soltei uma pequena risada. –E além do mais, vamos ter um dia e meio para aproveitar.
-Muito pouco tempo. –Respondeu ele.
-Mas é o que eu consigo por agora amor.
-Eu entendo, não posso reclamar, já que sei que você vai estar aqui, isso que importa.
Minha mãe então abriu a porta e me chamou, dizendo que não era para eu demorar, porque meus avos estavam me chamando para o jantar, que estava quase que pronto.
-Agora eu preciso ir amor, os meus avos já estão me chamando para o jantar.
-Mas já?
-Quem mandou você me ligar na hora do jantar? –Ri. –Aliás, você não deveria estar jantando também não?
-É.... Eu... –Ele deu uma risada constrangida.
-Você precisa se alimentar melhor Brandon, porque senão você fica doente e é aí que eu vou morrer de preocupação.
-Eu prometo que vou me alimentar melhor. –Prometeu ele.
-Tudo bem então, vou acreditar em você. –Falei. –Agora preciso ir.
-Tá. –Respondeu ele ainda triste. –Meu pequeno?
-Hãn? –Perguntei.
-Eu te amo.
-Eu também te amo Brandon. –Falei todo sorridente.
Eu já tinha me decidido, nesse final de semana iria para San Francisco e passar um tempo com ele, já não aguentava mais ficar longe dele e acho que Brandon iria ficar muito feliz.
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