[0.8] A MORTE SEQUESTROU A ALMA


PENÚLTIMO CAPÍTULO 


Segundo a lei de entropia, diz que tudo tende ao caos, uma grandeza física utilizada na Mecânica Estatística e na Termodinâmica para medir o grau de desordem de um sistema. E diga-me, quem somos nós para desafiar as leis do universo? Afinal, todos morrem e todos têm o próprio caos dentro de si.

Estar com Jimin, era calmaria para Jungkook, talvez seja cedo demais, mas gostava do homem, e é muito bom ter alguém com quem contar. E depois de ontem a noite, jurou que não ficaria com medo dos sentimentos mais profundos, ficaria e tentaria dar o melhor de si. Só deixaria rolar, e tomaria cuidado no trabalho para variar e não morrer. Achava melhor eles trabalharem agora e depois pensarem em relacionamento...

Depois, pensou.

Quando chegou na Agência com seu copo de isopor contendo café quente, Williams não tinha uma cara nada boa. Jungkook sabia que tinha algo de errado.

— Bom dia, John... eu tenho a amostra de DNA mas... precisa ver uma coisa antes. — disse franzindo o cenho, e eu concordei a seguindo pelos corredores.

Ela me levou até as salas de interrogatórios. E um homem, muito parecido com Taehyung estava parado lá dentro.

— Que merda é essa? — exasperou, deixando o café em cima da mesa.

— Sim, chefe. Ele apareceu na porta bem de manhãzinha, eu não tinha chegado, mas disse-me que precisa falar com você. O sangue... é dele.

Jungkook cerrou a mão, e abriu a porta automática, ficando no mesmo ambiente que o homem. O Coreano, sorriu complacente.

— Jeon... preciso falar com você.

Jungkook sentou na cadeira de metal, desconfiado.

— Que diabos é você?

— Eu sou o ajudante do Diabo... — disse com uma voz séria, Jeon franziu o cenho.

— Como? Pare de brincadeira, porque estava me seguindo naquele dia?

— Porque o mestre mandou, ele te mandou um recado... mas não adiantou. — falava com códigos que deixava o detetive nervoso.

— Pare com isso, que recado? Os tiros que levei? Porra, é dificil me matar, não é? — Foi sarcástico, e Taehyung riu, o cara era todo estranho. Mas era muito bonito.

— Verdade, você é astuto... então, o mestre disse que deveria matar pelo seu coração... Jimin será punido desta vez. — Jungkook arregalou os olhos, e bateu na mesa.

— O que? Merda cara, o que você está falando? — gritou, muito irritado.

— Diga, você ligou para saber do Jimin hoje? O mestre pegou Jimin.

O mundo de Jeon parou por um segundo, o caos invadindo seu sistema nervoso, tudo parecia girar quando pegou seu celular, e ligou desesperado para Jimin, todas as vezes deu caixa postal então ligou para Seokjin.

— ATENDE PORRA!

Se levantou, para andar pela sala, Taehyung ficou com pena do homem.

"Jungkook? Oh meu deus! Você sabe onde está Jimin?" — disse com desespero em seu timbre. — "Ontem ele chegou em casa mas saiu muito cedo..."

— Eu vou até aí, Seokjin. — disse poucas palavras, e desligou, lançando seu olhar para o homem estranho. Respirou fundo, indo perto dele, para dizer entre os dentes. — Você vai dizer onde está Jimin.

— Não vou, porque não sei. Ele não me disse.

— Quem é ele, maldição? Quem é seu maldito mestre, seu maluco? — Agarrou a gola do homem, e num instante Stefan o separou dele. O parceiro pegou seu rosto para tentar acalmá-lo.

— Jungkook, calma cara! Vamos, eu interrogo ele...

— Não, eu me exaltei, eu consigo. — Respirou fundo, saindo do lado e passando as mãos suadas em seu próprio rosto. E depois olhou para Taehyung. — Você vai ajudar? Sabe o que vai acontecer se não cooperar.

— No que eu puder... ele está desesperado, vai morrer logo e o meu ex-mestre é fraco.

— Certo, contando que você ajude, e fale tudo que precisar falar, Stefan pode te ajudar com o acordo... Eu vou na casa de Jimin, me mantenha informado. — falou quase sem forças. Seu coração estava palpitando de nervosismo. O Sul Coreano, o chamou pela última vez.

— Tem que achá-lo rápido... antes que seja tarde demais.

Jungkook trancou o maxilar, e se obrigou a sair dali, já tinha encontrado com maluco assassinos, mas essa dupla de malditos, eram o próprio diabo na terra. Williams colocou a mão sob o ombro do chefe.

— Vamos acha-lo...

Suspirou frustrado, e sorriu cansado.

— Assim eu espero. 

[👮]

Jimin estava amarrado, e sua consciência voltava lentamente, sentiu uma dor nos pulsos e por isso acordou mais rápido do que o esperado, Clorofórmio ainda assombrava suas narinas, quando abriu os olhos e percebeu que não estava em casa e muito menos, em seu quarto. Arregalou os olhos, tentando desamarrar a corda que apertava e arranhava um pouco de pele do pulso enquanto Park tentava sair da pressão áspera. Desesperado para gritar por ajuda, mas uma mordaça estava grudada em sua boca sufocando suas palavras. Olhou para o galpão gigante mas vazio, estava um pouco escuro ali mas ouviu muito bem passos ecoando em sua direção. Seu coração batia como um louco quando sentiu um perfume ao seu lado.

— Pensei que fosse mais esperto. — Uma voz bruta e rouca, com um sotaque quase inexistente chegou aos ouvidos dele que engoliu em seco ainda mais apavorado. — Sabe, isso foi até um elogio para seres repugnantes como vocês.

O jornalista tinha quase certeza que era o Serial Killer, queria muito poder se soltar e assim dar um belo de um chute nele. Mesmo que já tivesse matado várias pessoas, neste momento toda a sua raiva se concentrava em mostrar a ele que não era nenhum rei ou Deus. O homem se sentou na cadeira em sua frente mas não dava para ver o rosto.

— Ah Park, deveria agradecer você. — Saindo das sombras, revelou-se como um homem robusto e bonito, porém, isso não significava nada já que sua alma não tinha nada de bonita, deveria ser a coisa mais suja e podre — Já existia um tempo que queria fazer picadinho de Jeon, porém você apenas facilitou meu trabalho. — chegou mais perto de Jimin, enquanto só podia o observar. Assim que parou em sua frente tirou a mordaça bruscamente. — Então o que acha de termos essa conversa apenas nós dois?

Park acenou com a cabeça, e o cara riu.Tirando a mordaça.

— Seu puto de merda — cuspiu, Jimin.

O assassino não gostou nada e, aproveitou o momento para agachar rapidamente e pressionar uma faca próximo da boca de Jimin.

— Oh não, senhor Park, eu não aceito palavras obscenas aqui, cuidado, pois da próxima vez arranco um dente dessa sua boca imunda — disse entredentes perto do seu ouvido. Logo sentiu um enjoo enorme apenas por tê-lo tão próximo de si. Não querendo se colocar em risco, decidiu que ficaria quieto — Ótimo, bom garoto! Agora vamos conversar como pessoas civilizadas, sim? Meu nome é Ryder, esqueci de dizer.

Jimin se esforçou para concordar, Ryder puxou outra cadeira e se sentou.

— Fiquei surpreso quando soube que o Detetive do FBI é gay, até gostava dele, mas agora, só tenho nojo! Tenho que admitir, vocês fazem um casal horrível. — riu em escárnio e Jimin continuava sério.

— O que se passa nessa sua cabeça doente? O que te faz pensar, que tem direito de matar pessoas inocentes apenas por serem elas mesmas? — perguntou sem medo.

— Ora, Jimin, sou apenas um instrumento divino que Deus enviou com a missão de exterminar os impuros — explicou, Jimin ficou embasbacado com tamanho delírio.

— Jura que você acredita mesmo nisso? — debochou, soltando um "porra" baixinho. — Acho que nem psiquiatra resolveria seu caso, Ryder.

— Eu não acho que... — foi interrompido com um barulho estranho vindo de trás do balcão, havia passado uma hora e meia desde que Jungkook começou as buscas e com a ajuda de Taehyung tudo foi mais rápido. Direcionou o olhar para Park que talvez tivesse uma ideia de quem era, mas ficou em silêncio.

Ele se levantou da cadeira e foi verificar o que havia ocorrido, aproveitando essa brecha, Jimin tentou se soltar das amarras mordendo-as, mas parou quando ouviu os passos do sapato caro do serial killer.

— Continuando, eu não acho que... — outro barulho soou, mas agora Jimin não sabia dizer de onde vinha. O homem respirou fundo parecendo irritado. — Odeio quando me interrompem, ainda mais duas vezes.

Se levantou novamente, tirando uma arma de seu coldre da jaqueta, e gritou:

— Apareça maldito! Venha pagar seus pecados e ir para o inferno! — riu secamente, porém, um tiro certeiro voou e atingiu sua perna, fazendo-o se ajoelhar e tirar o sorriso maldoso de sua face.

— Parece que hoje quem vai pagar os pecados é você, Ryder.

— Maldito do inferno! — praguejou enquanto um sorriso iluminou o rosto de Jimin. Seu homem estava ali, com o rosto todo tempestuoso, dando ordens a sua equipe para pegar Ryder e deixá-lo vivo.

— Jungkook! — Jimin gritou, e as nuvens negras que brotavam em seus olhos se foram, dando lugar ao sol quando pousou os lumes em Park. Correu até ele, para desamarrá-lo. Quando fez, sentiu o par de braços o circulando. — Obrigado...

— Você está bem? Esse energúmeno te machucou? — perguntou, o afastando para vê-lo, mexeu nos cabelos, até nas unhas, em mera preocupação. Jimin sorriu.

— Sim, eu estou bem, na verdade eu estava ganhando tempo para você me achar... Você chegou rápido. — disse, colocando a cabeça no colete do FBI, tentando sair daquele início de pesadelo.

— Por isso que... não podemos. Eu posso colocar você em perigo. — murmurou, as palavras saiam como agulhas. Jungkook elevou a cabeça de Park com o dedo. O jornalista viu medo ali.

— O quê? N-não... eu. — Jeon interrompeu a fala com um beijo casto na testa. Jimin franziu o cenho.

— Depois conversamos, preciso voltar para a agência. — Disse um pouco rude, era difícil porque para ele, se afastar de Jimin era a coisa certa a fazer, e se tivesse chegado mais tarde, ele talvez... não existisse mais, pensava.

Caminhou para longe, achando que estava fazendo o melhor para ele, o mantendo seguro, mas Jungkook não ouviu o que Park queria, e o deixou lá, estático no meio do galpão. Como se nada tivesse acontecido.





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