[0.5] UM TIRO PRECISO




Jeon Jungkook tinha uma expressão fechada, ficou muito irritado por não ter pegado o maldito mascarado. Estava tão perto mas agora foi para longe, guardou sua arma no coldre e entrou novamente, nessa boate, cheio de pessoas drogadas, alcoolizadas e suadas, não era uma mistura muito adorável para ele no momento. Jimin estava aflito no mesmo lugar, ele devia estar seguindo Park, caminhou até o jornalista e quando o outro colocou os olhos na figura robusta e nervosa, correu para abraçá-lo. Jungkook não retribuiu, Jimin, pigarreou constrangido e começou a falar.

— Jungkook? Você está bem, saiu daqui igual o demônio. Meu Deus! — Ele procurou algum machucado, Jungkook se afastou. Park franziu o cenho. — O que houve?

— Eu quero ir embora, vou chamar meu irmão. Espere lá no carro. — disse com um tom rude, Jimin crispou os lábios, saindo dali, afinal já tinha pagado o estabelecimento.

Jungkook ligou para o celular do irmão e o avistou no andar de cima com mulheres. Ele atendeu e Jungkook gritou pela chamada.

— Vamos embora! Se não eu vou deixar você aí, seu mulherengo! Por isso que a Emma não te quer! — desligou, apontando os dois dedos para o irmão que revirou os olhos. Jungkook quase empurrou todos para alcançar a saída.

Andou até o estacionamento, avistou a caminhonete, Jimin estava olhando para ele com um olhar decepcionado. Xingou a si mesmo, foi um tremendo filho da puta com o baixinho. Entrou no carro, o clima estava pesado. Olhou para o rosto lindo do seu parceiro.

— Ei... Jimin, eu sinto muito. Eu fui um babaca. — Pegou o queixo fino do Park, que desviou os olhos castanhos. — Não me ignore, eu fico assim quando não consigo o que eu quero.

Jimin suspirou e finalmente encarou o detetive, colocando sua mão cheia de anéis no braço dele, fazendo um carinho.

— Eu sei que você está frustrado, eu fiquei preocupado. O assassino falou que iria atrás de você, a culpa é minha. — falou com um olhar culpado, Jungkook beijou os lábios deles, ficando quase sem espaço entre eles.

— Isso não é culpa sua, você fez bem em me contar. Quero que fique seguro, amanhã vou falar com a minha equipe para ficar de olho na sua casa. — Beijou mais uma vez os lábios viciantes, sorriu bobo.

— Jungkook... — ele chamou baixinho, e Jeon murmurou um "sim". — Você vai levar uma arma quando a gente transar? Porque... tudo bem que você com uma arma é excitante mas, eu não gostaria de uma arma na minha bunda viu!

O detetive gargalhou, se afastando para colocar a chave na ignição.

— Agentes tem que sempre estar preparados, baby.

— Mesmo assim, a única pistola que eu quero na minha bunda é a sua... — Provocou, lambendo os lábios. Jungkook arregalou os olhos com a fala.

— J-jimin? Porra, não me provoca. — Apertou a coxa do moreno ao seu lado, o puxando pela jaqueta para mais um ósculo, Park comandava as línguas, estava com um tesão acumulado, fazia muito tempo que não transava. Queria dar a bundinha ou foder uma, não se importava, Jungkook era um pedaço de mal caminho, gostoso e simplesmente... maravilhoso.

So hot, baby — Jimin ia subir no colo do agente mas claro, Justin entrou na hora estragando o clima novamente, eles se afastaram a contragosto, as bocas inchadas. Junghyun ficou quieto antes de olhar pelo retrovisor a cara brava do jornalista.

— Você está parecendo um pimentão, Jimin. — comentou, estava sóbrio pelo menos. Jungkook deu partida no carro quando recuperou a respiração normal.

— Claro, você acabou de empatar minha possível transa no carro. — rosnou, sem olhar para trás. Jungkook segurava sua coxa enquanto dirigia, ele criou uma obsessão por ela.

— Caralho, essa é minha caminhonete! — gritou indignado, causando uma risada no irmão gêmeo.

— Fique tranquilo Jimin, teremos outras oportunidades. — Apertou a coxa dele novamente. Jimin estava tentando não achar sexy a pose concentrada na rua, enquanto segurava sua coxa.

— Jimin, eu te perdoo por ter me dado um fora. Sorte sua que eu não desisto facilmente. — Junghyun disse, e Park revirou os olhos. Tudo bem, sexo a três não era má ideia, mas convencer Jeon disso seria muito difícil.

O caminho de volta para casa foi tranquilo, os irmãos conversavam sobre banalidades e Jungkook o levou até a porta do seu apartamento. O detetive insistiu para olhar a casa para ver se não tinha nenhum perigo e logo depois de um beijo casto, ele foi embora. Amanhã seria mais um dia de luta. Um dia onde não sabia se iria morrer, porque trabalhar para o FBI, é esperar que a qualquer momento a morte possa bater na porta. E pode apostar que no dia seguinte, Jungkook realmente chegou perto disso.

[📷]

A manhã estava quente na cidade de New York, Jeon dirigiu sua moto pelas ruas que se enchiam pela hora do rush, passou seu crachá no identificador de agente e entrou na sua divisão. Mas não antes de pegar um café forte e donuts para aguentar o dia pela frente. No segundo em que o elevador abriu, Patterson correu com seu computador na mão em direção a Jungkook.

— Bom dia, Williams. — desejou, caminhando para fora da caixa de metal.

— Bom dia Jungkook. Eu tenho uma coisa para você.

— Pode falar.

A mulher loira, parou até sua enorme tela de demonstração. E Jungkook prestou atenção.

— Certo, Stefan foi até o prédio de Jimin e conversou com o porteiro. Ele disse que o senhor foi ameaçado, o homem usava essa máscara aqui. — Apontou para uma máscara vermelha e um nariz macabro, igual aquela que Jeon viu ontem a noite. — Essa máscara era usada no teatro italiano, isso confirma mais nossa evidência de que o homem é fissurado pela Itália. Se chama Máscara Do Pantalone, Stefan viu as câmeras e adivinhe.

Jungkook respirou fundo, antes de responder a pergunta óbvia.

— O desgraçado apagou tudo, você colocou o homem em medida protetiva? — perguntou, e viu a cientista concordar.

— Sim, foi um grande erro deixar o homem vivo, mas talvez foi proposital. Estamos lidando com um psicopata narcisista e além do mais, hacker dos bons. — Notou o olhar mortal que o chefe deu, continuou falando. — A boa notícia é que meu sistema reconheceu atividade suspeita naquele app de relacionamento. O IP falso é parecido com o do assassino, ele conversou com alguém e marcou o encontro para essa noite. Porém, isso pode ser uma cilada, isso está fácil demais.

Jeon deu razão a ela, pensava enquanto tomava um gole quente de café, poderia ser mesmo uma cilada mas se ele estiver preparado para isso, com sua equipe poderia pegá-lo.

— Vai ser arriscado, mas vamos até lá. Disfarçados e outros espalhados no estabelecimento. Você viu o Stefan? Quero falar com ele. — indagou, olhando para o escritório.

— Sim, ele está na sala dele. Depois eu passo as informações mais precisas, preciso fazer um trabalho para Alba. — Se despediu, caminhando para outra sala.

— Certo.

Ele jogou no lixo o copo descartável, seguindo para a sala do parceiro. Bateu na porta e entrou sem ouvir resposta. Stefan estava no laptop, parou de escrever para sorrir.

— E ai, dude? Tudo bem? — Se levantou da cadeira dando tapinhas no braço do Jungkook.

— Estou bem, ainda muito ocupado com aquele caso?

— Estou acabando, mas parece que você não precisa de ajuda, hum? Aquele jornalista te ajuda muito, sim? — sugeriu com um tom de duplo sentido, Jungkook sentou na cadeira para conversar.

— Isso corre rápido, não é? Alba te contou?

— Não, eu apenas juntei um mais um, John.

— Você acha que é ruim, quer dizer, estamos trabalhando juntos e claro, mantemos o profissionalismo mas... — Stefan interrompeu a fala do outro.

Dude, relaxa. Você parece gostar dele, não terá problema se você manter o juízo dentro do trabalho. Você pode ter relacionamentos amorosos, Jungkook. Ele é um homem esperto, deve saber dos riscos.

Jungkook não estava tão certo disso, seus relacionamentos foram conturbados ou caíram na rotina por causa do seu trabalho. Trabalhar no FBI era sua vida, e Jimin parece entender isso, porque jornalismo para ele é o mesmo. Talvez, não fossem tão diferentes assim. Mas era muito cedo para dizer, só sabia que seu coração ficava confortável e feliz na presença marcante do Park. Se continuar assim, se apaixonar seria inevitável.

[🚔]

O detetive ficou quase o dia inteiro no prédio do FBI trabalhando, apenas saiu para almoçar com Emma, para avisá-la que teria um encontro no Rockaway, e queria que conhecesse Jimin, junto com Marlon que já sabia disso. Depois voltou e mandou uma mensagem de texto para Jimin, perguntando se estava bem. Estava preocupado porque o teimoso, não deixou ninguém o seguir, muito menos agentes mal encarados do FBI segundo suas palavras. Ele, infelizmente ou felizmente, admitiu para si mesmo que sentiu saudades da presença do baixinho mimado ao seu lado nesse dia. Mas precisava trabalhar e se preparar para o encontro ou cilada na tal boate, agora colocava seu colete a prova de balas e carregava sua arma com os projéteis. Stefan estava junto nessa também.

Alguns minutos depois, Jungkook e Salvatore, estavam dentro de uma van preta comum. Junto com mais quatro agentes. Supomos que esse Serial Killer não gostava de pessoas, e por isso não contratou mercenários para fazer as ameaças para Jimin e nem nos seguir no clube noturno. Esse caso estava se estendendo demais e se tivesse uma única oportunidade de acabar com isso e seguir em frente. Jungkook está disposto a correr riscos. O veículo dirigiu pelas ruas quase totalmente escuras até chegar no local de encontro, era a mesma The 40/40 club e incrivelmente hoje, seria o dia de festa fantasia comemorando o aniversário do clube. Um bom jeito para se misturar. De acordo com a Williams, a vítima vestiria de Super Mario, provavelmente era um nerd gay. Jungkook colocou sua fantasia por cima do colete, uma fantasia do homem de ferro que obrigou a Patterson achar, era quase uma réplica exata do traje, custou muito dinheiro... para o FBI, claro.

— Estão em posição? — perguntou através da escuta na sua orelha, já fora da van, junto com seu parceiro vestido de vampiro. Nada original.

— Positivo. Estamos com o super Mário na mira. — respondeu um dos seus agentes. Eles andaram até os seguranças e deram o convite falso, conseguindo entrar na casa noturna.

Os dois agentes disfarçados procuraram o Super Mario, no meio daquelas pessoas. Diferente de ontem, o local estava pacifico, sem pessoas dançando insanamente ou drogas a curta vista. Eles viram o rapaz em uma das mesas bebendo, Stefan correu até o local e Jungkook foi interceptado por uma mulher alta, tinha um copo na mão.

— Senhor Jungkook, gostaria de provar isso? É por conta da casa. — disse, mas quando Jeon se preparou para negar, ele percebeu. Como ela sabia meu nome? Isso é uma armadilha. Foi muito rápido, tiros foram disparados em direção a Jungkook, acertando no colete e o fazendo cair no chão. Houve tumulto pelas pessoas desesperadas. Uma bala acertou seu braço de raspão, doía e começou a sangrar, mas ele foi ágil, derrubou uma mesa para se proteger do atirador.

— Alguém na escuta, eu fui ferido. Precisamos de ajuda, agora! — Jungkook segurou o braço ensanguentado, disparando tiros na direção do maldito. — Stefan? Você tirou o Super Mario daqui?

— Sim! Estou aqui fora com ele.

O atirador foi atingido pelo tiro certeiro que Jungkook engatilhou. Ele estava caído no segundo andar. O detetive arfou, o raspão ardia como o inferno. Dois dos seus subordinados chegaram perguntando sobre seu estado.

— Estou bem, vá ver o corpo. — ordenou, caminhando para fora do local, vazio. Os seguranças ajudaram também, então agradeceu antes de ir em direção a van da equipe.

— A ambulância está a caminho e ... porra? Você recebeu um tiro no colete também. — Stefan apontou pelo buraco. — Isso foi um aviso, ele não queria te matar.

— Jura? Essa merda dói, eu só não caí e fui pisoteado por aquela gente porque eu estava muito perto do atirador. — reclamou amargo, mas se atentou a uma coisa. Se sentou no banco segurando o braço dolorido. — Como ele sabia que nós viramos? Aquele era um contratado do assassino. Não estava com máscara e era afro descendente. Só se... — Lembrou da visita no apartamento de Jimin, Jungkook falou do plano para ele por telefone, uma escuta na casa do jornalista., seria uma hipótese.

— O quê?

— Uma escuta na casa de Jimin, preciso chamar ele, ontem o assassino ameaçou a me matar se Jimin não publicasse a material hoje. O ataque foi planejado às pressas. — Pegou sua bolsa no cantinho, e discou no celular o número de Park com uma só mão.

"Hey, o que acha de pequenos rolinhos de primaveras?" — a voz mansa de Jimin foi ouvida, causando um alívio no seu peito, agora roxo com o impacto da bala.

Hey, sweetie. Não sabia que gostava de comida japonesa.

"Gosto de variar meus pratos para não cair na rotina..." — Soltou um risinho suave através do telefone. " Que barulho é esse?"

— Jimin eu preciso que venha na localização que eu vou te mandar. É importante. — falou, ignorando a pergunta. A ambulância havia chegado para ajudar os feridos.

"Você está me assustando. Ok, eu recebi a mensagem, em 5 minutos eu chego aí."

Jungkook desligou a chamada, para ir cuidar do ferimento, os paramédicos o acolheram, ele tirou a fantasia e colete para colocar uma camisa de manga curta preta que mostrava suas tatuagens dando melhor acesso para tratar o ferimento e enfaixá-lo.

Enquanto isso, Park Jimin trafegava rapidamente pelas ruas de NY, seu sapato casual apertava no acelerador, sabia que havia alguma coisa errado com Jeon. Quase 100 km/h, chegou na rua do clube The 40/40 e viu a ambulância estacionada ali, algo no seu peito se apertou de uma maneira ruim. Parou seu carro perto de onde tinha algumas pessoas e procurou Jungkook com o olhar. E viu ele sentado numa van preta, correu até lá.

— Jungkook! — Quase berrou no meio da rua, chegou até ele, dando um abraço apertado sem tocar nas faixas no braço dele. — Que diabos aconteceu aqui?

— Calma, eu estou bem, ok? Agora temos que falar, eu acho que o assassino colocou uma escuta na sua casa. — disse, Jimin sentou ao lado dele no chão da van e com as pernas penduradas.

— Os forenses chegaram para levar o corpo Jungkook. Ah, olá Jimin! — Stefan cumprimenta o jornalista, que dá a mão a ele.

— Você é o Stefan? — perguntou, olhando o fantasiado de vampiro.

— Bingo! — sorriu, antes de sair da frente dos dois.

— Jungkook, pode começar a falar.

Ele respirou fundo e começou a dizer o que aconteceu no dia de hoje, Jimin ficou irritado por ele ter tomado um tiro e Jungkook sabia que ele estava preocupado, então deu um beijinho profissional ali mesmo. Na verdade, dois selares castos.

— Jeon, eu acho que devemos parar com isso... — Jimin murmurou, e outro franziu o cenho bonito.

— O quê? Por quê?

Jimin afastou a mão grande e calejada da sua, para mexer no seu cabelo castanho, um pouco constrangido.

— Porque eu acho que.. estou me apaixonando por você.

O mundo parou para o agente do FBI, o olhar meigo mas agora inseguro de Jimin estava o observando paralisar com aquelas palavras. A boca abriu mas não saia nada.

— Eu sei que é muito cedo, mas eu gosto de você. Não é um eu te amo, silly. — Levantou os cantinhos do lábios, sem ânimo. Olhando para os pés que não alcançava o asfalto.

— Eu... acho que, não posso dizer que estou amando você. Mas, eu gosto de você, Jimin. Gosto da sua presença, gosto do seu cheiro cítrico, do seu toque, mas não sou um cara bom de lidar, sabe? Não sou bom em relacionamentos.  — Foi difícil, mas desabafou palavras sinceras. Para o homem é muito difícil se abrir desse jeito, apenas para o irmão conseguia. Agora poderia contar com Jimin.

Jimin não olhou para ele, apenas se concentrava em seus pés, como se fugisse da realidade cortante. Jungkook tinha uma dúvida.

— Como descobriu isso, assim do nada?

— Ahm... porque eu pensei que você tinha se machucado. E só de pensar em não ter você, sabe... me provocando ao meu lado. Meu coração se destrói.

Um silêncio se instalou entre os dois. Antes de Jimin lembrar algo que queria propor:

— Ei, amanhã podemos ir em um lugar especial?

— Claro, estou livre a noite...

Jungkook estralou o pescoço, não queria ter deixado o clima pesado então era melhor abrir o jogo.

— O meu coração não bateria nunca mais de uma forma saudável, Jimin, se algo acontecesse com você. 

Jimin arregalou os olhos, suas bochechas queimaram e borboletas no seu estômago bateram violentamente suas asas apenas com poucas palavras. Jimin pulou em cima do homem, o beijando desleixadamente, um beijo nada profissional, mas muito gostoso. Mordidas e chupadas nos lábios constituíam o ósculo, e a falta de ar se fez presente. E sorrisinhos depravados também. Jimin lambeu seus lábios e selou a última vez, soltando os cabelos negros do outro.

— Vamos sair aqui, hum? Eu te levo para casa.

Talvez, Jimin tivesse uma grande chance de entrar no coração de aço do detetive, mas primeiro, que tal se conhecerem um pouquinho mais, hum?



Eu queria me explicar, dizendo que eu não aprofundo nos detalhes sobre os sentimentos e as cenas, quero manter o caso até pelo menos os últimos capítulos. E para vocês entenderem o andamento da investigação não precisa ficar dando detalhe da curva da caótica do coração do Jungkook, isso é uma short fic e é minha primeira de caso policial. Então me desculpem, kkk eu sou meio paranoica.

Atenção!!! Novos personagens no elenco. Sobre a máscara  do Serial Killer é essa daqui para os curiosos igual eu:


❤ ATÉ SEMANA QUE VEM BBS 

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