Capítulo 60: Adeus?
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Estava ansioso para que tipo de perguntas que o advogado iria fazer e se iria responder de forma correta. Era um peso enorme estar ali.
O advogado daquele traste se levantou, abotoou um dos botões do seu paletó azul claro e depois tirou o pigarro da garganta e se aproximou.
-Senhor Owen.... Por um acaso, você notou algo estranho em seu pai, antes dos eventos ocorridos?
-Ele nunca parava em casa. Saia cedo e voltava tarde. -Respondi.
-E sabe dizer se o comportamento dele começou a mudar antes mesmo dele saber sobre sua orientação sexual?
-Bom, eu... eu não sei.
-Por um acaso você parou para pensar que ele não estava bem? Que estava começando a ficar doente?
-Eu... eu não sei...
-Meritíssimo, eu tenho arquivos médicos que o meu cliente foi ao médico uma semana antes e depois disso, foi encaminhado para uma psicóloga, que pode afirmar que o comportamento que o meu cliente teve, foi por causa da sua doença e que isso não deveria vir a julgamento, já que estamos aqui para a decisão da guarda da criança e não pelo julgamento do meu cliente.
-Protesto meritíssimo, a acusação está tentando fugir do assunto tratado.
-Permitido. -Disse o Juiz. -Continue com as perguntas, mas sem sair do assunto, por favor.
O advogado novamente retirou o pigarro da garganta.
-Você diz que o seu pai fez várias ameaças, sendo que na verdade ele queria apenas proteger o querido filho da sociedade que não tolera homossexuais, negros, latinos ou imigrantes. Seu pai, queria apenas te proteger de você não levar uma surra na rua por algum homofóbico, ou por não receber o mesmo direito do que as outras pessoas, é por isso que ele agiu de tal maneira meritíssimo. Tanto que quando ele soube que um garoto da mesma idade que o Noah o agrediu verbalmente e depois fisicamente um colega que também é homossexual, o pai desse garoto o defendeu na frente de vários pais que estavam discutindo sobre o assunto. Depois pegou o filho dando beijos no meio da rua com o namorado e várias pessoas olhando eles com desprezo e o que ele fez? Pediu para o filho ir para casa, para que aquilo não acontecesse, mas ele já estava doente e não tinha forças para fazer com que o filho o entendesse....
-Protesto meritíssimo, a acusação está depondo. -Disse o advogado ao lado da minha se levantando.
-Mantido. -Disse o Juiz enquanto olhava de cara feia.
-Como você me explica ele ter pedido ao garoto que bateu no meu amigo e que me ofendeu estar me vigiando por ordem dele? -Falei.
As pessoas do júri olharam entre si e depois voltaram os olhos para mim.
-Porque ele só soube que eu estava com Brandon em uma das salas de aula por causa desse garoto.
-E o que faz você pensar que esse garoto estava mesmo com o seu pai? Como pode ter tanta certeza de que os dois estavam juntos?
-Porque eu os vi, meu namorado os viu e mais uma galera do colégio. Quer interrogar eles também para ver que não estou mentindo?
As pessoas assistindo ao julgamento começaram a cochichar entre si e o Juiz pegou o martelo de madeira o bateu no suporte em cima da mesa pedindo ordem. Depois o advogado desabotoou o botão que tinha preso quando iniciou, colocou a mão próxima a mim e continuou.
-Meritíssimo. -Ele passou a língua sobre os lábios. -Quero apresentar alguns documentos que mostram como o comportamento de Noah mudou quando estava no colégio interno. -Ele foi até a sua mesa e pegou uma pasta de papel com vários arquivos dentro. -Aqui contem a avaliação do garoto, enquanto esses aqui são do colégio que ele frequenta.
-Protesto, a acusação não apresentou as provas para a defesa.
-Não foi preciso porque nos documentos mandado a defesa está informe de que iria ser feito uma busca por esses arquivos, coisa que a defesa poderia fazer por espontânea vontade. -Disse o advogado na maior calma. -O senhor pode ver que no colégio interno ele estava muito melhor, as notas aumentaram e o seu comportamento estourado melhorou.
-Estourado? -Perguntei. -Eu nunca fui estourado, sempre mantive a calma, como pode insinuar isso de mim.
-Está vendo? Depois de sair daquele colégio, o garoto apresenta auto índice de raiva, que ninguém sabe o motivo. A única coisa que sabemos é que ele pegou o meu cliente como vítima, sendo que ele quer apenas o bem dele.
-Como você pode dizer algo assim? -Perguntei.
-Garoto, mantenha a calma, se não serei preciso pedir que se retire e aguarde fora da sala. -Disse o juiz me dando uma bronca.
Arg, como era difícil me segurar para não dar uns gritos com aquele advogado. Ele insinuar uma coisa dessas de mim. Sim, estou com raiva e não, ele não tá certo, mas talvez seja isso que ele queira, que eu fique zangado, para mostrar que preciso daquele velho, mas eu não vou cair nesse joguinho sujo, vou manter a calma e manter a minha pose.
-Como ia dizendo meritíssimo, o filho do meu cliente tem certos ataques de raiva as vezes e um desses ataques, ele agrediu o próprio pai.
Mantenha a calma Noah, não vamos cair nesse papinho.
-Tenho fotos de quando ele o agrediu. Deu vários socos e ainda o empurrou por uma das janelas do colégio na sala de visita, quando o meu cliente queria apenas ver como o filho estava.
-Isso porque ele me colocou lá e proibiu todo mundo de me visitar. -Murmurei.
-Então meritíssimo, uma criança dessas não pode ficar com a mãe que é frágil, imagina o que ele pode fazer com uma pobre mulher. O que vai ser quando ele chegar em casa com "novos amigos" levando ele para outros caminhos, por isso que eu digo que ele deve ficar com o pai, que é forte, aguenta os socos do filho e ainda continua amando ele. -Ele fez uma pausa. -Sem mais perguntas.
Eu estava transpirando um pouco e quase morrendo de calor. Acho que todos estavam vendo o nervosismo que eu estava sentindo. Respirei fundo, vi o advogado da minha mãe conversando com ela e depois veio até a minha frente.
-Noah, poderia descrever como era o relacionamento seu e do seu pai antes disso tudo? -Perguntou ele.
-Bom, nós quase não nos víamos, ele saia cedo, eu ia para o colégio e quando voltava ele ainda não estava em casa e as vezes chegava quando eu estava acordado, mas a maioria das vezes eu já estava na cama.
-E como vocês se davam quando conversavam?
-Ele era um pouco frio, sempre com as coisas dele e quando tinha algum evento, sempre tínhamos que ir, mas ele dava prioridades para os clientes ao invés de mim e minha mãe nas festas. Lembrava da gente quando a mídia aparecia para tirar fotos ou aparecer na reportagem.
-Então ele não foi muito um pai presente? -Perguntou ele.
-Não. Ele não foi.
-E quanto ele ter ido no seu colégio?
-Porque ele pensava que eu estava escondendo algo dele, porque uma das coisas que ele não tolera é a mentira. Mas essas coisas do colégio quem resolveu sempre foi minha mãe porque ele nunca teve tempo para isso, só naquele dia que ele "arrumou" tempo para ir.
-Então ele foi somente para confirmar algo que você escondia? E o que era isso?
-Eu queria falar com ele sobre eu ser gay, mas como eu o conheço muito bem, ele iria reagir mal e talvez me bater. -Ouvi de longe o múrmuro dele falando "isso é um absurdo". Mas ele sabia que era verdade, então continuei. -Então estava esperando o momento certo. Até comentei com ele com um dos meus amigos para ver como seria a reação dele e foi o que eu imaginava, ele não reagiu bem.
-Quando você diz reagiu bem, o que quer dizer?
-Ele ficou um pouco exaltado apenas com a conversa e decidiu acabar com aquele assunto.
-Então ele já apresentava sinal de que não aceitaria o filho ser gay? -Perguntou o advogado andando até o júri.
-Exato. -Confirmei. -E foi a partir dai que tudo começou.
-Noah, é verdade que você estava em um colégio interno contra sua vontade?
-Sim senhor. -Respondi.
-Então quer dizer que você e sua mãe não estavam de acordo com isso, exato?
-Sim.
-Protesto, a defesa está palpitando.
-Mantido. -Respondeu novamente o juiz.
-Meritíssimo, se ele diz que não estava de acordo, nem mesmo a mãe, porque então que no documento de entrada do garoto, no parágrafo quinto, onde diz: "mesmo que o aluno não esteja de acordo com o internamento, será de pura responsabilidade dos responsáveis (pai, mãe ou tutor)" depois mais pra frente continua "caso o aluno não coopere com a entrada, será realizado o procedimento de convencimento dos pais e caso isso não resolva e se for de decisão dos pais em continuar, será utilizado sedativo para acalmar o aluno", e no final pede a assinatura dos pais. -Ele fez uma pausa. -E olha só as assinaturas que aqui possui. -Ele levantou o papel perto do júri e mostrou a eles. -Alfred Owen Junior, no campo da mãe.... Nada, em branco. Ou seja, minha cliente não concordava com isso e mesmo assim levaram o filho dela.
-Protesto, isso não quer dizer nada.
-Ai está meu caro amigo. -Ele soltou um sorriso. -No contrato do colégio exige de que tanto o pai quanto a mãe tenham assinado, se não o documento não é valido. Se quiser pode você mesmo conferir. -Ele jogou o contrato na mesa dele e depois voltou para mim. -Então Noah, pode me dizer o porquê você estava lá?
-Por causa.... Dele.
-E pode dizer que o motivo para ele ter te mandando para lá, não tem nada a ver com a doença dele?
-Protesto. -Disse o outro advogado. -Ele está especulando.
-Mantido.
-Teve algum motivo especifico que ele tenha tido para ter te mandado lá?
-Por eu ser gay. -Respondi enquanto percebia a reação do júri ao lado. -Estávamos discutindo sobre esconder algo para ele e como qualquer adolescente, nós temos algumas coisas que não contamos para nossos pais e ele insistia que eu estava escondendo algo dele, eu sabia que não era a hora de contar que eu era gay, mas como ele estava muito exaltado sabia que aquele não era o momento, então continuamos discutindo até ele me dar um tapa na cara e foi então que eu contei que era gay, foi depois disso que ele mudou completamente comigo.
-E durante tudo isso, ele mostrou algum sinal de fraqueza, sintoma? Qualquer coisa que mostrava que ele estava doente?
-Não. Nem mesmo quando ele me viu na rua com o meu namorado.
-Noah, pode me dizer o que aconteceu na noite do dia 09 de agosto de 2017?
-Foi quando ele me mandou para o colégio interno forçadamente. Havia dois homens desse colégio que praticamente me sequestraram, tentei resistir para não ir e tentei falar com ele, mas ele não estava nem ai e liberou que eles usassem algum tipo de droga para me apagar. E quando acordei, já estava em um lugar que eu não sabia onde e como funcionava. Os quartos são como celas de uma prisão, com trancas eletrônicas e janelas vedadas e com vidro blindados para não conseguir quebrar. Você só comia, saia ou estudava quando eles quisessem e durante a noite, havia seguranças rondando pelos corredores para ver se não tinha ninguém fora da cama.
-Logo disso, o que houve para você parar no hospital?
-Protesto.
-Negado. -Respondeu o juiz que parecia interessado com a história.
-Um dos garotos de lá, sempre cometia bullyng com os demais e os inspetores e a diretoria não se importavam com isso e quando ele veio pra cima de mim, apenas me defendi com o que eu podia, que era com as palavras, mas ele simplesmente partiu para cima de mim e por eu ser menor que ele, acabou no que você já sabe.
-Foi depois disso que o seu pai.... Digo o senhor Owen ameaçou o seu namorado?
-Sim, ele disse algo como ele se afastar de mim se não iria acabar com a vida da minha mãe e do pai dele.
-E você sabe dizer por qual motivo ele acreditava nisso?
-Provavelmente porque ele trabalhava para o pai de Brandon e acho que iria usar isso contra ele. Depois que eu e Brandon terminamos, ele colocou aquele garoto que havia batido no meu amigo, atrás de mim, para ficar vigiando os meus passos e ver se Brandon se aproximava de mim e foi no baile do colégio que eles apareceram juntos e foi então que ele confessou tudo.
-Meritíssimo, gostaria de apresentar o áudio daquela noite, para que todos pudessem ouvir como esse pai trata o filho.
O juiz acenou a cabeça concordando e então ligaram uma TV que tinha em cima de um suporte de ferro com rodas, puxaram para a frente, conectaram o celular e então deixaram o áudio rolar.
"-Eu não disse para você se afastar do meu filho?"
"-O que você está fazendo aqui? Quer dizer então que vocês dois estão juntos nessa palhaçada toda. Vocês dois se merecem. "
"-Eu avisei que se você não cumprisse o acordo eu iria fazer de tudo para ferrar a vida deles. "
"-Você tem que entender que eu e seu filho nos amamos e nem você e nem ninguém vai nos separar. "
"-Ore seu..."
"-O que? Vai querer bater nele "pai"? Vai lá, vamos ver se é tão homem assim para bater em um menor. Porque você já está todo ferrado e com as coisas que acabou de dizer aqui agora, quero ver conseguir alguma coisa. "
"-Vocês dois se acham os mais espertos não é mesmo? Não tem como vocês provarem tudo o que eu disse e filho meu não é viado não, se sua mãe não te educa direito eu mesmo vou te educar na base da surra. Você acha que eu sou tolo de falar para você? É a minha palavra contra a dele, ninguém vai acreditar numa aberração dessas..."
E continuou mostrando toda a conversa que ele teve com a gente no dia do baile. Enquanto isso ele tentava encontrar um lugar para enfiar a cara, porque estava morrendo de vergonha
-Sem mais perguntas. -Disse ele satisfeito com o que tinha retirado de mim.
Depois disso, o juiz pediu para que eu me retirasse. Desci da cadeira que estava, um policial se aproximou de mim e me acompanhou até a porta. Eu não podia ficar na sala enquanto não saísse a decisão do júri.
Brandon olhou para mim, sorriu e acenou com a cabeça. Via que ele estava orgulhoso de mim, de eu ter conseguido falar tudo para eles, mas agora não dependia mais de mim, era com eles de conseguir deixar eu ficar com a minha mãe. Era só o que eu queria, não me importava com o dinheiro dele ou qualquer coisa, queria mesmo era acabar com isso de uma vez e ficar longe daquele velho.
Antes de sair, ouvi o advogado do meu "pai" chamar Brandon. Tanto ele quanto eu ficamos surpresos com a chamada. Sai da sala e a assistente social me acompanhou até a outra sala. Insisti para ela deixar que eu entrasse para ver o que iria acontecer, mas eu era proibido, ela dizia que isso poderia influenciar no julgamento.
E era tempo que não passava, já estava ansioso e comecei a andar de um lado para o outro da sala, enquanto era supervisionado por duas pessoas da assistente social.
-Porque está demorando tanto? -Perguntei impaciente.
-Essas coisas são assim Noah, demoram um pouco. -Disse a mulher.
-Será que aconteceu alguma coisa? Só pode, por isso que está demorando.
-Fique calmo, que logo isso tudo vai acabar. -Disse ela tentando me acalmar.
Fiquei calado olhando para ela. Depois de uns quinze minutos mais ou menos, teve outro recesso e então eu podia sair da sala. Abri a porta e sai para o corredor. Wally e Ethan apontaram para mim e todos eles vieram ao meu encontro.
-E ai grande garoto, como você tá? -Brincou Wally.
-Não fala assim. -Ri. -Mas estou bem.
-Estamos torcendo por você Noah. -Disse Natália com a namorada.
-Não vamos deixar eles te levarem, nem que precisamos te raptar. -Brincou Bonnie.
-Desse jeito eles vão te prender cabeçuda. -Disse Wally.
-Mais do que você me chamou? -Disse ela cerrando o punho e ameaçando ele. Wally respondeu apenas com uma mostrada de língua.
-Vamos parar com essa briga, porque hoje não estamos aqui para isso. -Disse Ethan. -Viemos dar apoio para o Noah.
-É verdade. -Disse Wally envergonhado.
-Me desculpe Noah. -Disse Bonnie.
-Não se preocupe pessoal e muito obrigado por vocês terem vindo. -Falei soltando um sorriso.
-Nossa àquela hora que mostraram o áudio do seu pai, aquilo deixou o júri surpreso. -Dizia Wally.
-Não só nesse momento, mas àquela hora que....
Vi Brando sentado em um banco do lado de fora, com a cabeça baixa.
-Gente, me de licença rapidinho. -Falei a sai na direção dele.
Andei até Brandon e me sentei ao seu lado. Ele me olhou de canto, soltou um leve sorriso e continuou com a cabeça baixa.
-Ei, o que foi? -Falei acariciando as suas costas.
-Eu estou com medo Noah. -Disse ele quase rouco.
-Vai dar tudo certo.
-Mas e se não der? E se te levarem embora novamente? -Ele se virou para mim com os olhos cheios de água.
-Não vou deixar eles fazerem isso. -Falei abraçando ele.
-Eu estou com muito, muito medo mesmo Noah. -Ele soluçou.
-Ei, ei, não. -Falei olhando para ele e limpando a lagrima que escorria pela sua bochecha. -Vai dar tudo certo, estamos ganhando essa, não se preocupe. A não ser que esse povo são todos sem coração para me deixar com esse cara.
-Eu não sei o que eu vou fazer se te ver partir. -Disse ele.
-Mas quem disse que eu irei partir? Eu não vou partir e mesmo se eu fosse, levaria você comigo. -Falei acariciando o seu rosto.
Ele tocou na minha mão em seu rosto e sorriu, logo em seguida me deu um beijo.
-Como foi lá dentro? -Perguntei depois e ver ele mais calmo.
-Eu não acho que fui bem quanto você, mas acho que dei o meu melhor. -Disse ele.
-E o que te perguntaram?
-Ah, o advogado do seu pai me acusou de algumas coisas, mas eu deixei bem claro que o culpado ali não era eu e sim o seu pai, por ele ter me ameaçado aquela vez no hospital. Não se preocupe que foi tudo bem.
-Eu fiquei um pouco preocupado com você.
-Comigo?
-Sim, porque não sabia que tipo de pergunta ele iria fazer, quem sabe eles não perguntariam se já....
-Já o que? Transamos? -Ele riu.
-Isso. -Falei envergonhado.
-Mas mesmo se perguntassem, eu diria que sim e diria que é o melhor sexo de todos. -Ele riu brincando.
-Seu bobo. -Falei sorrindo. -E o que ainda tem para resolver, você sabe?
-Parece que eles vão chamar mais algumas pessoas e depois vão dar o veredito.
-Espero que isso não demore, odeio ter que ficar dentro de uma sala sem fazer nada.
-Logo isso acaba. -Ele segurou as minhas mãos. -E independente do que acontecer, eu vou estar lá com você.
Depois de ter e encontrado com Brandon, a assistente social me chamou para a sala novamente, me despedi dele dando um beijo em seu rosto e um abraço carinhoso. Passe pelos meus amigos e agradeci do apoio de todos eles.
No fundo eu sentia que isso iria acabar logo, mas não seria da maneira certa, mas eu não queria acreditar nisso. Iria confiar em Brandon e todos aqueles ao meu redor me dando apoio.
Assim que acabaram com o julgamento, segundo o Juiz, iria ter um recesso de dois dias, já que os dois lados ficavam apenas acusando um ao outro. Mesmo sendo dois dias, eu ainda não poderia ver a minha mãe. Insisti para que nem se fosse alguns minutos, mas era proibido.
-Escuta aqui, ela é a minha mãe e vocês estão negando o meu direito de ir vê-la, como vocês acham que isso pode dar certo?
-Eu sei que você quer falar com ela. Mas entenda que isso é contra as regras, você sabe que não pode ter contato com nenhuma das duas partes. Precisa ficar o mais longe possível, porque se houver uma escolha nas suas mãos, terá que escolher aquele que é bom para você, sem ter sido influenciado. -Respondeu a promotora entrando na sala.
-Eu.... Sinto muito. -Falei abaixando a cabeça. -Mas é que eu só queria vê-la mais um pouco.
-Eu entendo, mas por hora isso não é permitido. Se contenta em aguardar os dois dias sem contato com nenhum dos dois.
Assim que saímos, vi meus amigos ficando para trás, na entrada do salão onde foi o julgamento. Estava cercado pela assistente social e mais três homens. Quando saímos, a multidão de repórteres veio correndo nos cercar para ver o que tinha sido resolvido. Passamos por eles sem dizer nada, mas a quantidade de câmeras e flashes que eram lançados em minha direção eram absurdas.
No carro para caminho do hotel, fiquei calado a maior parte do tempo, olhando pela janela do carro e suspirando. A assistente social até tentou puxar algum assunto, mas respondi com respostar bem curtas e breves.
-Ótimo, agora vou ficar trancado novamente, por mais dois dias. -Falei enquanto saia do carro.
-O que foi Noah? -Perguntou ela.
-Estou cansado de ter que ficar trancado sempre. -Falei olhando para o lindo céu azul.
-Mas você entende que....
-Eu sei, eu sei.... -Falei colocando as mãos no bolso. -Não posso ser influenciado por nenhuma das partes e blá, blá, blá. Que seja. -Passei pela entrada e fui direto para o quarto.
Chegando lá, me atirei na cama, com as mãos atrás da nuca e olhando o teto com uma sanca iluminada e molduras de gesso.
Depois olhei para o lado, para a janela e continuei olhando para o céu, que estava limpo e azul. Suspirei chateado, porque o dia estava incrível e eu não poderia aproveitá-lo.
Permaneci deitado e logo acabei cochilando. Dormi por umas duas horas mais ou menos. De hora em hora eles iam até o meu quarto para ver como eu estava. Que incomodo. Nem ficar sozinho posso mais, sempre tem alguém me vigiando. Me levantei e fui tomar um banho.
-Bem que eles poderiam deixar Brandon vir me ver.
Me sequei e coloquei uma calça jeans azul, um tênis preto com detalhes branco e uma camisa preta e um boné rosa virado para trás. Sai avisando que iria comer fora hoje em um lugar que eu conhecia e que se alguém quisesse vir comigo que fosse discreto e não ficasse no meu pé, porque eu não preciso de baba pra ficarem grudado em mim.
Chamei um táxi e fui até a cafeteria que Luke trabalhava. Eu sei que ele não iria conversar comigo, mas ter alguém que conheço perto era o bastante. Passei o endereço para o motorista e então fui para o lugar.
Desci do carro e já entrei no estabelecimento e escolhi uma mesa.
-Isso está virando perseguição. -Disse Luke com um bloco na mão e uma caneta esperando pelo pedido.
-Você sabe que não é. -Falei rindo com o cardápio na mão.
-E o que vai ser? O mesmo de antes?
-Hum. Acho que não. -Sorri. -Me traz um Burger duplo com fritas e um copo grande de suco de maracujá.
-Tudo bem, seu pedido sai daqui alguns minutinhos, enquanto isso fique à vontade.
-Valeu. -Falei enquanto ele se virava para ir até a cozinha.
Fiquei sentado sozinho, no lugar mais longe de todos ali. Enquanto isso o "segurança", estava sentado a duas mesas de distância de mim e a cada minuto ele me olhava. Como aquilo era irritante.
Luke voltou com o meu pedido, colocou na mesa e disse para eu aproveitar, que ele tinha pedido para capricharem.
-Obrigado. -Falei gentilmente. -Mas porque você pediria algo assim?
-Ora, porque você está quase um morto vivo. Até parece que não está comendo. -Brincou ele.
-Pior que eu não estou mesmo. -Ri sem graça.
-Então fiz bem de pedir para capricharem.
Ficamos em silencio apenas com sorrisos no rosto.
-Se você precisar de algo, é só me chamar. -Disse ele.
-Porque você está sendo legal comigo?
-Porque não é assim que amigos são uns com os outros? -Ele sorriu.
-Luke, me desculpe pela outra vez. Por ter tentado fazer você se aproximar do Lian.
-Você estava certo. -Ele fez uma pausa. -Preciso resolver as coisas com o Lian, porque não é justo eu me afastar quando poderia estar com ele. Mas acho que isso vai ser um pouco difícil.
-E porquê?
-Porque tivemos uma briga e acho que ele não gostaria de me ver tão cedo.
-Você o ama Luke? -Fui direto.
Ele ficou calado e corado.
-Com licença, mas eu preciso atender outra mesa. -Ele se virou ainda corado e foi para a outra mesa.
Assim que terminei de comer, Luke foi até a mesa para recolher as louças.
-Deseja algo mais Noah?
-Não Luke, obrigado. Mas eu já estou satisfeito. -Respondi alegremente.
-Eu saio daqui a pouco, se quiser ficar mais um pouco pra gente conversar.... -Disse ele desviando o olhar.
-O que? Você querendo conversar? -Brinquei. -Isso é raridade.
-É que com você.... Eu não sei, mas é mais fácil falar disso com alguém que entende.
-Entendo? -Fiquei boiando.
-Você sabe.... Essa coisa de ficar com garotos.... -Disse ele sussurrando.
-Entendi. -Falei rindo.
-E eu não conheço ninguém mais, então....
-Tudo bem, eu espero você terminar então. -Falei sorrindo.
-Obrigado. -Disse ele saindo da mesa e voltando para a cozinha.
Ele parecia ter colocado os sentimentos em ordem, acho que por isso queria conversar. Bom, é melhor do que eu voltar para o quarto e ficar sozinho.
Luke agradeceu os outros funcionários e deu boa noite para eles e então saímos juntos do estabelecimento.
-E então. Onde quer ir? -Perguntei.
-Não sei ainda, mas de preferência em um lugar quieto.
-Se quiser, podemos ir até o píer. Eu sei que lá é cheio de hippies, mas é quieto.
-Tudo bem. -Disse ele caminhando ao meu lado.
Nos sentamos em um dos bancos de frente para o mar e ficamos observando um navio qualquer, partindo para o oceano.
-E então, o que você queria falar?
-Como você consegue passar por isso tudo? -Perguntou ele.
-Hãn? Vamos falar de mim? -Olhei para ele. -Bom.... Eu consigo porque tenho pessoas incríveis do meu lado me dando apoio.
-Então você quer dizer que é importante ter amigos.
-Claro. Quem quer ficar sozinho por ai? Melhor coisa são os amigos que sempre vão te ajudar, com qualquer coisa, mas acho que você já sabe disso, porque você tem o Lian, não é?
-É um pouco complicado. -Disse ele apertando as mãos. -Quando criança, éramos inseparáveis, sabe? E isso era bom. Foi com ele que eu dei o meu primeiro beijo.... Gay. -Ele corou. -Mas depois que eu vim para cá, as coisas mudaram, só que Lian não entende isso e acha que devemos voltar a ser o que era antigamente.
-Então esse que tá sendo o problema de vocês?
-É, basicamente isso. E eu não entendo porque eu preciso ser o de antigamente para ele ficar feliz se esse eu de agora é muito melhor e mais compreensivo do que antes.
-Olha, as vezes ele deve ter uma imagem de você de quando eram crianças e ele quer que essa imagem permaneça com você.
-Mas ele não vê que isso é diferente agora? Que eu não posso mais ser o mesmo de antes....
-E porque não Luke?
-Porque eu cresci Noah. -Disse ele cabisbaixo.
-O que quer dizer com isso.
Ele suspirou.
-Eu perdi minha mãe quando criança, depois disso tive que ajudar o meu pai, para ele não despencar na bebida e tudo mais. Depois nós viemos para essa cidade que dá quatro da minha cidade natal. Então o meu pai me deixou encarregado a cuidar da oficina e não deixar que ela falisse e ainda tinha que estudar. Então eu acho que penso que nem um adulto, porque tive muitas responsabilidades e muitas decisões para tomar só nessa fase da vida.
-Mas se você é tão bom em tomar decisões, porque não decide entre você e Lian?
-Porque isso envolve muita coisa.... Eu sei que o meu pai não presta Noah, que ele é um bêbado e viciado em prostitutas, mas ele é o meu pai e em todos os momentos ele não deixou nada me faltar. Ele se matou para que eu conseguisse uma bolsa no melhor colégio da cidade, que é o que estamos, ele comprou as minhas roupas, mesmo não tendo dinheiro, ele sempre parcelava e acumulava dividas por causa de mim. Na oficina, ele queria me ensinar de tudo, para que eu não fosse dependente de ninguém e que pudesse abrir o meu próprio negócio, só que muito melhor que o dele. Esse tempo que ele sai com prostitutas e gasta o dinheiro bebendo, esse é o bônus que ele ganha do trabalho, porque o que ele ganha mesmo, está guardado em uma conta, pra quando eu for para a faculdade, não ter que me matar para pagar. Então são muitas coisas que acaba me fazendo questionar se é certo ou não, porque ele já deixou claro que não aprova isso.
-Luke! -Toquei o seu ombro. -Não fique zangado com o que vou dizer, mas a vida é sua e você quem decide como vai vive-la. Não fique vivendo por outras pessoas, viva por você e só por você.
Depois ficamos calados observando o barco sumir no horizonte e observarmos as estrelas que ali naquele ponto eram mais nítidas do que quando está no meio da cidade.
-Obrigado por conversar comigo Noah. -Disse ele tímido.
-Eu que tenho que te agradecer, porque senão eu iria passar o resto do dia enfiado dentro de um quarto vendo TV.
-E como tá o seu processo?
-Diferente de você Luke, eu não tenho um pai que faz muitas coisas por mim, ele só pensa nele e na imagem dele. Eu não queria ter que passar por tudo isso, mas fazer o que. Eles ainda não disseram o que decidiram, mas eu acho que já sei qual vai ser a resposta. -Falei olhando para o céu.
-Não vai desistir, não é?
-O que? -Olhei para ele e sorri. -Não, não sou de desistir. Mas eu sei que isso não vai acabar de um jeito bom, independente de que lado eu ficar.
-O que quer dizer?
Sorri de volta para ele tentando esconder a preocupação.
-Não é nada importante. -Disfarcei.
-Eu vi na televisão de que o resultado sai amanhã.
-Me disseram que em dois dias sairia, mas se já é amanhã, então quer dizer que eles tomaram uma decisão. -Falei arrumando meu boné. -Bom, que seja. Eu tenho quase certeza de que com ele eu não fico, mas não sei o que as outras pessoas pensam ou se foram compradas ou até mesmo manipuladas por ele. Se esse for o caso, vou ter que ir com ele, se não....
-Se não o que? -Perguntou ele.
Me levantei e ajeitei a minha camisa e minha calça.
-Não se preocupe Luke. -Sorri novamente disfarçando o nervosismo. -De qualquer forma, eu adorei ter conversado com você, mesmo que tenha sido um pouco.
-Eu que agradeço por você ter ouvido a minha história chata.
-Nenhuma história é chata, depende da pessoa que conta se torna ela chata ou não e a sua meu caro amigo, é um tanto interessante. -Sorri. -Me desculpa por falar dessa forma, mas acho que você entendeu. E espero que você possa ser sincero com o Lian, porque ele também te ama Luke. -Coloquei as mãos no bolso. -Bom, eu preciso ir, vou passar na casa dos meus amigos ainda, antes do grande dia chegar.
-Claro, você tem os seus amigos...
-Não transforme isso em algo ruim Luke, você sabe que você também tem amigos. -Encarei ele. -Tenha a conversa com o Lian e independente do que você for dizer, saiba que você tem eu e Brandon para te apoiar. Mas pode contar com o Brandon quando quiser, ele é um cara incrível.
-Porque eu sinto que você está se despedindo de mim?
-O que? -Comecei a rir. -Na verdade estou porque eu vou para casa dos meus amigos. Parece que eles montaram algum tipo de festa, sei lá. -Falei olhando a mensagem no celular. -Se você quiser ir junto, mas acho que o Lian não vai estar lá.
-O que? Porque?
-Acho que ele tá chateado com um certo alguém. -Falei depois de um bocejo. -Se quiser, podemos ir lá, estava pensando em passar por lá mesmo, ai você fala com ele o que quiser.
-O QUE? -Ele corou.
-Mas antes preciso falar com a minha babá ali para onde eu vou. -Falei caminhando.
Convenci Luke a ir até a casa de Lian. Eu iria lá para agradecer pelo apoio dele e por ele estar no tribunal, esse tipo de gesto que mostra quem se importa com você e como que quase de agradecimento, levei Luke para a sua casa. Fiquei pouco tempo por lá, já que iria deixá-los conversarem sozinhos e se acertarem.
Depois fui para a casa do Wally. Onde todos estavam me esperando ansiosamente. Toquei a campainha e ninguém apareceu. Toquei novamente e nada.
-Mas eles estão de sacanagem comigo, só pode.
Meu celular vibrou com mensagem do Wally.
Wally: Estamos no mercado, chagaremos rápido, a chave está atrás dessa planta do seu lado, fique à vontade. (:
Você: Eu não acredito nisso Wally. Você me paga depois.
Peguei a chave atrás da planta e abri a porta. Depois entrei dentro da casa escura. Primeira coisa foi encontrar o interruptor e acender a luz e quando fiz isso, todos gritaram SURPRESA e saíram de trás dos balcões da cozinha.
-Pessoal!? -Falei assustado. -Mas o que é isso?
-Você se esqueceu amor? -Perguntou Brandon se aproximando.
-Esqueci do que?
-Ai Brandon, coitado do menino, ele passou por tanta coisa que nem deve mais lembrar.
-Me lembrar do que? -Perguntei confuso.
-Que amanhã é o seu aniversário. -Disse Brandon.
-O QUE? Amanhã, já? -Falei surpreso. Como eu poderia esquecer o meu próprio aniversario? Mas foi como Wally disse, passei por tanta coisa que até me esqueci dele. -Então essa festa...
-Sim. -Disse Ethan.
-Feliz aniversário Noah. -Disseram todos em um único som.
Soltei uma lagrima que escorreu pelo meu rosto e então sorri.
-Obrigado pessoal, vocês são incríveis. -Falei indo um por um para um abraço.
-Eu não acredito que você fez tudo isso. -Falei para Brandon depois de um beijo.
-O que? Eu não sei de nada do que você está dizendo. Nem sei quem fez isso aqui. -Disse ele dando uma de desentendido.
-Eu sei que foi você. -Mordi a bochecha dele de leve.
-Isso é maldade, você me morder. -Ele sorriu.
-Claro que não, você sabe que eu gosto de te morder.
Ele riu.
-E quem é aquele? -Perguntou ele olhando para o segurança.
-Minha babá. -Falei rindo. -Onde quer que eu vá ele tem que tá junto para saber se meus pais não estão se encontrando comigo.
-Mas com os seus amigos pode?
-Claro que pode, se não pudesse eu não estaria aqui. -Falei apertando o seu nariz.
-Eu fico feliz de poder comemorar o seu aniversário ao seu lado.
-Eu fico muito feliz por estar com você. -Respondi e lhe dei um beijo.
Wally colocou algumas músicas para tocar e estavam quase todos ali. Lola, Natália, Ethan, Bonnie, Wally e Brandon.
Fui para a cozinha pegar mais refrigerante. Abri a garrafa e coloquei mais um pouco no meu copo.
-Ei, ei, ei. Já que você abriu, coloque para mim também, por favor. -Disse Ethan correndo com o copo descartável na mão.
-Não precisa se desesperar Ethan, eu espero você chegar. -Falei rindo.
-É, mas vai que. -Ele estendeu a mão com o copo. -Faz tanto tempo que nos conhecemos, né?
-Verdade, tem um tempão. -Falei. -Desculpa se na época eu...
-Não, fica de boa com isso.
-Não, serio. Porque se não fosse por mim você e Brandon não tinham brigado e.... sabe.
-Tranquilo Noah, já superei aquilo e o Brandon também, tá tudo resolvido, não precisa se preocupar com aquilo. -Ele bebeu um pouco e já estava saindo, mas parou e voltou. -E alia, se tudo isso não tivesse acontecido, como que eu iria ter conhecido aquele garoto lindo que me ama?
-O que? Ele disse que te ama?
-Não com essas palavras, não ainda. Mas eu sei que ele me ama, assim como eu amo ele. Então aquela história de nos dois juntos, aquilo já passou e eu superei. -Ele me encarou. -Desculpa se está parecendo grosseiro.
-Não, você só está sendo claro.
-Bom. Isso é bom então, eu acho. -Ele olhou paro os lados como se estivesse falando sozinho. -Bom, que seja, agora somos amigos e o seu melhor amigo é o meu namorado, tudo está perfeito.
-Nem tudo. -Falei com o copo ainda nas mãos.
-Oh, Noah. Não fique assim, aproveite a sua festa querido. Ela é toda sua e todos que gostam de você estão aqui, bom nem todos, porque você sabe que sua mãe não pode estar aqui, mas de amigos, acho que todos.
-Você tem razão, acho que deveria aproveitar mais essa festa.
-Então bote para requebrar e vamos que vamos. -Disse ele tentando me animar.
Depois começamos a rir.
-Você é um ótimo amigo Ethan e uma boa pessoa. -Falei. -E é por isso que eu sei que vai cuidar muito bem do Wally.
-Hãn? Que papo é esse?
-Nada, nada. -Sorri disfarçando. -Vamos para lá.
-Noah, eu sei que você está passando por uma fase muito difícil, mas não fique preso a isso e saiba que você tem amigos que querem ver você feliz e nunca, mas nunca desista de querer alguma coisa, você é forte e sabemos disso, então cabeça erguida, aproveita essa sua festa e pense que tudo vai dar certo. Eles sempre dizem que depois dos esforços somos recompensados? Então, você logo será, se é que já não foi. -Disse ele tocando o meu ombro. Ethan estava tentando me animar, acho que ele sabia o que eu estava pensando.
-Obrigado. -Agradeci pela conversa e então voltamos para perto do pessoal. Assim que eu cheguei perto deles, a porta se abriu e Lian entrou.
-Olá, estou entrando. -Dizia ele sorrindo.
-Lian. -Falei indo até ele. Mas não vi Luke com ele. -Ué, e cadê o Luke? -Lian fez uma cara de cachorro sem dono.
-Quem é que me chamou? -Disse Luke entrando.
-Aahh, não acredito que até que enfim, vocês se acertaram.
-É, não diria que cem por cento, mas estamos ai em uns sessenta.
-Sessenta? -Perguntou Luke.
E os dois se puseram a rir. Eles tiraram o casaco e penduraram no porta casacos ao lado da porta. Wally foi entregando um copo de refrigerante para Luke e o arrastando para a sala.
-Que ótimo que vocês estão aqui Lian, eu fico muito feliz.
-Eu tenho que te agradecer por isso. Eu não sei o que você disse para ele, mas parece que ele quer ser o meu melhor amigo de novo, mas dessa vez com um novo começo.
-Mas e vocês dois?
-Ah, vamos deixar isso o tempo nos dizer. -Ele sorriu. -Mas como você está?
-Bom, estou rodeado de amigos, numa festa que é para mim, acho que estou ótimo. -Ri.
Ficamos em silencio um momento.
-Parece que foi ontem que eu fui falar com você a respeito do Marcos.
-Faz tanto tempo né?
-Pois é. -Ele suspirou. -Você até defendeu o Luke na frente de todo o colégio.
-Ah, para com isso que você também estava lá, na frente de Marcos a ponto de levar um soco dele por causa do Luke, então o mérito não é só meu.
-Mas o que eu quero dizer é que se não fosse por você, eu não sei o que eu teria feito, eu nem conseguia vê-lo daquela maneira no chão.
-Eu sei como isso é Lian, mas não esqueça que você é forte e inteligente e que pode dar um jeito nas coisas.
-Que isso Noah.
-Mas é sério. Quantas vezes eu não fui atrás de você para me ajudar com o dever, mas o que foi melhor foi você ter cuidado do Brandon, quando ele estava machucado por causa do nosso termino.
-Amigos são para essas coisas. Mas olha, ele não parava de falar de você para mim. -Ele sussurrou essa última parte.
-Mas muito obrigado por ter cuidado dele Lian e espero que você possa cuidar um pouco mais....
-Ei. -Disse ele sério. -Você não está pensando em dispensá-lo, não é?
-Não, claro que não. Mas com essas coisas que estão acontecendo. -Falei olhando na direção do Brandon. -Ele pode acabar precisando de um amigo que nem você. -Toquei o seu ombro.
-Ei vocês dois, vão ficar ai ou o que? -Disse Natália.
-Estamos indo. -Falei sorrindo. -Vai lá aproveitar a festa.
-Bonnie, podemos conversar?
-Claro. -Disse ela me acompanhando até a cozinha. -O que foi?
-Obrigado por tudo que você já fez.
-O que?
-Eu nunca tive a oportunidade de agradecer por você ter aproximado eu e Brandon. Eu sei que deve ter dado um trabalhão. -Falei sorrindo.
-Mas é claro que.... Deu. Vocês dois são dois cabeças duras e um mais orgulhoso que o outro.
-Mas na época eu não suportava ele, você queria o que?
-Mas ao mesmo tempo você gostava dele. Porque ficou na obsessão de acabar com a popularidade dele. -Ela riu. -E no final conseguiu.
-Como assim consegui?
-Você ainda não notou que Brandon mudou muito depois de estar com você? Ele agora é uma boa pessoa, ajuda os outros, pede ajuda e não manda qualquer um fazer o seu dever, protege os mais fracos dos novos valentões.... Tem muita coisa.
-Falando assim, acho que mudei ele mesmo, mas também ele me mudou, eu acho.
-Mas é claro Noah, relacionamentos são para aprender um com o outro e vocês dois se entendem e por causa disso mudaram bastante, não só um com o outro, mas com as pessoas ao seu redor. Olha só Wally, ele tem alguém incrível por sua causa, isso tudo porque você já estava com Brandon, agora imagina se você não tivesse, acha que ele teria confessado que gostava de meninos e que era apaixonado pelo Ethan, que só saiu com ele depois de te conhecer. -Disse ela.
-Vou sentir falta desses seus conselhos...
-Mas para onde você vai? Não está pensando em desistir e ir ficar com o seu pai né?
-Mas é claro que não, nem morto eu faria isso, porque vocês não deixariam o meu corpo ir. -Brinquei para fugir do assunto.
-Mas então o que você quis dizer?
-Que vou ficar longe de vocês alguns dias, então vou sentir falta disso, foi o que eu quis dizer.
-Olha lá hein. Eu vou ficar de olho em você. -Disse ela bebendo mais um gole do refrigerante e depois saindo dançando depois que Wally pegou em sua mão e a levou para o centro da sala para os dois dançarem.
Eles podiam quebrar o barraco um com o outro, mas não deixavam de ser melhores amigos, mesmo os dois não querendo admitir isso, mas dava para ver que os dois tratavam um ao outro como se fossem irmãos.
Soltei um leve sorriso ao velos se dando bem, mas sabia que isso era temporário, quanto menos esperarmos os dois iam estar quase que se matando.
Assim que a música acabou, Wally me olhou encostado no pilar que dividia os dois cômodos e veio até mim.
-Mas o que você está fazendo aqui que não está lá dançando?
-Você sabe que eu sou um desastre na dança. -Ri.
-Mas hoje você pode ser desastrado o quanto quiser, já que é o seu aniversário.
-Tecnicamente, é amanhã, mas....
-Mas, para de ser chato e vai aproveitar. -Ordenou ele.
-A próxima eu prometo que vou. -Falei sorrindo. -Lembra daquela vez que fugi de casa para ir no jogo?
-Claro que me lembro, melhor momento seu.
-E acho que pra você também, já que o senhorito estava enfiado no escuro com alguém.
-Shiii, fica quieto. Quer que o Ethan ouça? Tá doido guri.
-Mas você não contou para ele?
-Claro que contei, mas ele não gosta daquele antigo eu. -Ele sorriu. -Acho que até eu prefiro esse novo. Mas enfim, aquele dia, você estava animado.
-Pois é, eu até tentei dançar. -Ri da lembrança.
-Nossa, verdade. E você é um horror na dança. -Disse ele bebendo um gole do refrigerante no seu copo.
-Como assim, eu arrasei aquele dia. -Brinquei.
-Arrasou na derrota né amigo? Porque eu vou te falar.
-Nossa, você deveria me animar e não me deixar para baixo.
-Eu agora sou sincero querido, falo tudo na lata. -Disse ele rindo. -Brincadeira, estou só te enchendo o saco, já que ficamos um punhado de dias sem nos ver.
-Verdade né Wally. -Suspirei. -Depois de ter ficado naquele colégio, a gente passou a se ver menos.
-Logo eu que sou o seu melhor amigo. -Ele riu. -Mas eu te entendo Noah e sei por tudo que você passou, então não tem como eu cobrar você sendo que você estava resolvendo esse seu problema.
-Valeu Wally. -Abracei ele.
-Que isso, somos melhores amigos. E você sabe que se não fosse por você eu nem teria conhecido o Ethan.
-É, eu sei. Mas eu estou agradecendo pela sua amizade também, que é muito importante. Se você não tivesse entrado naquela sala, mesmo que atrasado, e sentado ao meu lado para puxar assunto comigo, acho que não teria conseguido chegar até aqui sozinho.
-E naquela época eu era afim de você. -Disse ele com o olhar distante.
-E pensar que ficamos amigos porque éramos os novatos do colégio.
-Eu até lembro como eu fiquei tímido ao seu lado, mas eu sabia que era muita areia para o meu caminhão. -Disse ele.
-Mas o Ethan é uma montanha para o seu caminhão. -Brinquei.
-Olha lá o como você diz hein rapaz, se não vou ter que falar do Brandon também.
-Você não está nem doido. -Ri.
-Mas porque você tá lembrando disso agora?
-Por nada, apenas tive essa lembrança e eu quis comentar. Nostalgia Wally, nostalgia.
-Nostalgia né? -Ele me olhou desconfiado.
-Mas enfim, eu fico grato por todo esse tempo por você ter sido o meu amigo....
-Amigo não, MELHOR AMIGO. -Disse ele enfatizando a última frase.
-Eu fico grato por todo esse tempo por você ter sido o meu MELHOR AMIGO, desde o começo do colégio e por todo o seu apoio.
-Que mané ter "sido", eu ainda sou, você não vai se livrar fácil de mim não guri.
-Claro, claro. -Sorri.
-O que quer dizer? Já me trocou? Quem é a vadia? A Bonnie né? Sempre soube que ela queria o meu lugar...
-Mas claro que não Wally, você é único, não vai existir alguém como você. -Sorri e toquei na sua cabeça.
-Eu acho bom mesmo. -Ele olhou para Ethan. -Agora me de licença que vou dançar com o meu maravilhoso namorado.
-Quanta melação. -Falei rindo.
-Cala a sua boca, palhaço. -Disse ele rindo e indo até Ethan, segurando em seu pescoço e rebolando para ele.
-O que tem de errado com você? -Disse Lola abrindo a porta da geladeira.
-Como assim?
-Está falando com cada um como se fosse ficar com o seu pai. -Disse ela retirando mais refrigerante e colocando no balcão.
-Não, claro que não. Jamais que eu iria fazer isso. -Ela continuava me encarando.
-E então o que é? -Ela pegou alguns copos e colou um dentro do outro e em seguida jogou dentro da lixeira.
-O que é o que?
-Não se faça de desentendido rapazinho, eu te conheço bem, já que fui a primeira a te entender.
-Verdade né? Você foi a primeira pessoa pra quem eu contei.
-E é por isso que você vai me dizer o que tá acontecendo. -Ela colocou uma das mãos na cintura esperando uma resposta.
-Não é nada Lola, eu apenas estou pensativo sobre o que pode acontecer.
-E o que você acha que vai acontecer?
-Eu não sei, mas por aquele velho ter contatos, pode muito bem comprar o júri e....
Ela tocou no meu rosto com as duas mãos e olhou no fundo dos meus olhos.
-Escute, isso não vai acontecer, está entendendo? Então tire essa ideia da sua cabeça e vá aproveitar a sua festa, porque todos aqui se importam com você, então o que você está fazendo se despedindo deles?
-Me desculpa, não era a minha intenção.
-Mas é o que está parecendo, isso é uma festa de comemoração e não de despedida. Então pare de pensar besteiras e vá curtir seus amigos e seu namorado. Não sabemos o que vai acontecer amanhã ou depois, mas independentemente do que acontecer, todos nós vamos estar lá por você.
-Desculpa...
-Eu desculpo se você aproveitar a sua festa. -Ele sorriu e piscou. -Agora vai. -Ela deu um tapinha no meu bumbum.
Cheguei perto de Brandon sorrindo. O abracei forte e senti o seu cheiro que era viciante. Depois nós dois estávamos no centro da sala, na tentativa de algum passo de dança dar certo. Era cômico, nós dois tentando ensinar um ao outro, sendo que nenhum dos dois tinha ideia do que estava fazendo.
Depois de um bom tempo, Lola apareceu com um bolo, com uma vela acesa e soltando várias faíscas e todos começaram a cantar parabéns.
Fiquei sem graça, porque nunca sei como comportar quando cantam parabéns para mim. É algo estranho.
Brandon se aproximou, passou o dedo no bolo e melou o meu nariz. Depois me deu um beijo na bochecha. Depois de fazer arte ele vem agradar para não ficar encrencado né? Assoprei a vela e todos começaram a pedir por discurso.
-Pessoal, não. -Disse Wally. -Ele é um terror em apresentar trabalho, então vai ser uma tragédia. -Brincou Wally.
-Você é muito desocupado né? -Falei mostrando a língua para ele. -Mas enfim.... Eu gostaria de agradecer a todos por montarem essa festa para mim e obrigado por estarem ao meu lado. Eu agradeço pela amizade de cada um aqui, sei que não é com todos que eu tenho intimidade, como tenho com Wally. -Falei olhando para Lian e Luke.
-Claro gente, eu sou único. -Disse Wally.
-Cala a boca mundiça. -Disse Bonnie para Wally.
-Olha como fala comigo, cabelo de fogo. -Respondeu ele.
-Ei, vocês dois. Deixa o menino falar. -Disse Lola colocando ordem.
-Como eu ia dizendo, mesmo não tendo tanta intimidade e não ter passado tanto tempo com vocês, saibam que sempre que precisarem de mim eu estarei lá para vocês e espero muito que os dois se resolvam, ai sim todos podemos sair com os nossos namorados....
-Mas a cabelo de fogo não tem namorado, essa encalhada.
-Cala a sua boca themonio. -Disse Bonnie tacando almofada em Wally.
-Vamos parar? -Ordenou Lola.
-Bonnie, minha linda, a única hetera aqui. -Sorri. -Olha onde você foi parar minha linda. Mas não esquenta que você vai ser a minha hetera preferida. E Wally, vê se para de pegar no pé dela. Vocês dois só tem que maneirar mais um com o outro, porque parece que as vezes vocês vão se atracar no barraco. Mas eu amo vocês dois. -Sorri.
Wally olhou para Bonnie e fez coraçãozinho para ela, que retribuiu.
-Ethan, vê se coloca juízo na cabeça desse menino, porque ele é muito arteiro. -Wally me olhou com desaprovação. -Mas eu sei que vocês dois se merecem, assim como sei que você é um ótimo amigo, me deu ótimos conselhos e nas horas difíceis, você e Wally sempre se dispuseram de me ajudar, obrigado por isso.
-Desse jeito eu vou chorar. -Disse Wally.
-Deixa de ser chorão bicha. -Disse Bonnie.
-Quieta cabelinho, ninguém falou com você.
-Lola. -Sorri. -Você é a melhor das melhores. Quero dizer, olha só para você, como você está bem e feliz com essa nova fase da sua vida. Aposto que Natália tem tanta sorte de ter você ao lado dela e agora a pequena Jesse. Vocês são uma família linda e eu sempre vou me lembrar disso, porque vocês vão ser um exemplo para mim de que isso sim pode dar certo e ser uma família feliz. -Respirei e me virei para Brandon. -E é claro que não poderia me esquecer de você meu amor. -Sorri novamente e já começava a ficar emocionado. -A gente odiava um ao outro por coisa boba, mas acabamos ficando juntos e passando por tudo isso junto, então hoje eu posso dizer que não existe outra pessoa para mim se não for você. E eu te amo muito. Amo o seu sorriso, o jeito que uma mecha de cabelo cai na sua testa, amo o seu cheiro, seu jeito engraçado, amo a sua marca que só eu conheço. -Ele corou e os outros riram.
-O que quero dizer é que eu amo cada detalhe em você e amo ainda mais quando você cuida de mim. Eu sei como é difícil pensar em um relacionamento e escolher a pessoa com quem você vai passar o resto da vida com ela e eu posso dizer com toda a certeza de que você é essa pessoa para mim. E eu me sinto amado por você, me sinto coberto de carinho e eu tenho muita sorte por ter você aqui, espero que você se sinta assim comigo também, e eu acredito que você se sente assim, porque eu consigo notar no seu olhar, no jeito que você fala comigo, a maneira como me abraça, como me protege.... Se sentir amado e o carinho por quem a gente ama, é a melhor sensação que eu já poderia ter sentido e eu sei que você me ama e que faria qualquer coisa por mim, porque esse é você querendo cuidar de mim. -Tomei folego. - Eu quero que você saiba que por mais longe que eu esteja, ou até mesmo com outro alguém, o que é praticamente impossível, eu sempre, por todo o sempre, irei te amar. Você já faz parte de mim, Brandon. Me completa e ao mesmo tempo me transborda, de um jeito só seu e que eu gosto muito. Isso pode soar meio clichê, mas não tem como fugir disso quando eu olho pra você, porque é mais forte do que eu. Todos os momentos que passamos juntos também estão selados em meu coração, e só você tem acesso a ele.
No final, meus olhos deixaram que as lagrimas escorressem pelo meu rosto e então fui confortado em um abraço doce e quente de Brandon. Ele me olhou nos olhos, acariciou meu rosto enxugando a lagrima escorrida e me beijou.
O pessoal começaram a gritar e bater palmas, tirando sarro da nossa cara e quanto mais eles gritavam, mais o Brandon me beijava, tentando esconder o sorriso.
Depois cortei o bolo e não teve essa de primeiro pedaço, porque todos ali mereciam aquele primeiro pedaço, então sabe o que eu fiz? Cortei o primeiro pedaço e dividi ele para cada um ali. Ou seja, todos eles ficaram com o primeiro pedaço. Ou quase isso.
-Noah, obrigado pela festa e pelo discurso. -Disse Lian -Mas precisamos ir para casa, na verdade eu preciso, meus pais não deixam eu ficar fora até tarde.
-Eu entendo Lian, sem problemas. -Falei sorrindo para ele.
-E eu também preciso ir. -Disse Luke. -Eu acordo cedo para o trabalho.
-Sei. -Falei com uma cara suspeita.
-É sério. -Ele riu. -E me desculpa, mas eu não vou poder aparecer no tribunal amanhã. -Lamentou.
-Tudo bem, porque eu sei que você vai estar torcendo por mim. -Falei tocando o seu obro e dando uma batida de leve.
Os dois se olharam por um instante e eu não entendi aquele olhar e então partiram. Depois era a vez de Lola e Natália. Elas precisavam ir por causa da pequena Jesse. Agradeci as duas novamente por estarem presente e mandei um beijo para a Jesse.
Como não estava na minha casa, eu precisava ir para casa. Wally insistia para que eu ficasse na casa dele, pelo menos essa noite, mas era quase impossível, já que a minha babá exigia que eu fosse para o hotel.
-Será que Brandon pode ir comigo? -Perguntei para aquele homem alto, porte grande e careca.
-Acho que isso não é muito apropriado...
-Ah, qual é cara. É meu aniversário. Deixa eu pelo menos passar a noite com ele. -Insisti.
Ele pegou o telefone e ligou para a mulher da assistente social. Revirei os olhos e sai de perto, porque já sabia qual iria ser a sua resposta. "Você não pode ter contato com pessoas que podem de influenciar e blá, blá, blá". Acho que se eu estivesse no colégio interno estaria melhor do que nessa situação.
-Oh garoto. -Disse o homem me chamando para perto. -Conversei com meu superior e ela não aprovou. -Nem fiquei tanto desapontado assim. -Mas, por ser o seu aniversário, ele pode ir. -Disse ele soltando um sorriso e tocando na minha cabeça. -Só que isso tem que ficar entre a gente.
Quem imaginaria que aquele grandão tem um bom coração. Agradeci ele adequadamente e respeitosamente e depois fui chamar Brandon, mas antes ele disse que Brandon precisaria sair antes das nove, que era o horário que eles iriam passar no meu quarto para irmos até o tribunal.
Já que o carro de Brandon estava ali, foi mais rápido de chegar no hotel. O grandão foi na frente para ver se alguém estava vigiando ou esperando eu chegar e nos dava sinal quando podíamos nos mover. Era engraçado e eu me sentia em um filme de espião.
Agradeci ele novamente e entrei no quarto e tranquei a porta.
-Bom, até que enfim nós dois estamos sozinhos. -Falei sorrindo para ele que estava em pé na minha frente.
-Com certeza. Eu não via a hora para isso acontecer. -Ele me segurou na cintura e me puxou. -Eu estou louco para te pegar de jeito.
Soltei um sorriso malicioso e o beijei calorosamente. Ele retirou o meu boné, delicadamente e depois passava a mão pelas minhas costas e descia para a minha bunda, até dar uma apertada. Mordi o seu lábio de leve e fiz uma cara de safado para ele.
-Desse jeito eu fico com mais tesão. -Disse ele apertando minha bunda e depois colocando desabotoando minha calça. -Eu já estava doido por você ter dito aquelas coisas e depois dançar comigo, bem coladinho....
-Eu sei como te seduzir. -Falei desabotoando a camisa dele e depois voltando a beijá-lo.
Passei a mão pelo seu tórax até chegar no mamilo e acaricia-lo. Depois desci pela sua barriga, passando pelos gomos dela até chegar na sua calça e desabotoa-la.
Brandon estava com a mão na minha bunda, por dentro da calça, mas ainda por cima da cueca. Ele sorriu entre o beijo e me levou até a porta, onde fiquei encostado nela, enquanto ele deslizava sua mão pela parte inferior do meu corpo.
Depois começou a beijar o meu pescoço delicadamente, enquanto acariciava meu pau por cima da cueca e com o zíper da calça aberta. Não resisti e soltei um leve gemido. Ele subiu até a minha orelha e mordeu ela delicadamente e sussurrou suavemente:
-Eu te amo, meu bebe.
Arrepiei na hora e então virei e pus ele contra a parede. Mordi o meu lábio com cara de safado e tirei a sua camisa. Voltei a beijá-lo novamente e a cada toque que sua linga dava na minha era uma sensação tão boa, um desejo enorme, um fogo crescendo sem explicação.
Desci beijando o seu pescoço e deslizando as mãos pelo seu incrível corpo. Depois comecei a beijar seu tórax delicadamente e então decidi fazer algo que tinha visto em um desses vídeos pornô. Comecei a passar a língua por ele e dar umas chupadas as vezes.
Com a vontade que eu estava, topava qualquer coisa, então estava experimentando coisas novas com ele. Pelo visto ele tinha aprovado, já que me segurava e gemia de leve. Continuei descendo pelo seu corpo, dando vários beijos até chegar no seu pau, que faltava explodir da cueca.
Abaixei a calça dele e toquei, ainda por cima da cueca. Continuei olhando para ele enquanto o tocava. Ele quase não estava resistindo, estava a ponto de tirá-lo e colocá-lo dentro da minha boca.
-Porque você me tortura tanto. -Sussurrou ele.
-Porque eu sou muito mal. -Respondi e depois toquei meus lábios nele, por cima da cueca.
Fui até o elástico da cueca e comecei a tirá-la com a boca. Vi então seu pau sair descontroladamente da cueca e pulsar bem na minha frente. Segurei ele firmemente. E como ele estava quente.
Passei a língua apenas na cabeça do pau dele e deslizei por ele todo, até seu saco e passei a língua novamente. Ele gemia e se contorcia encostado na porta.
Ele então segurou a minha cabeça com uma das mãos e com a outra segurou no seu pau e começou a bater ele no meu rosto. Depois foi colocando-o delicadamente dentro da minha boca. E mais uma vez eu digo, como ele estava quente, como era gostoso senti-lo dentro da minha boca. Ele ainda segurava minha cabeça enquanto metia devagar.
A cada instante ele ia aumentando um pouco a velocidade e fazia ele entrar ainda mais na minha boca, quase que me engasgando com aquele lindo pau. Eu estava gostando. Depois ele parou, segurou o pau novamente, enfiou na minha boca e depois retirou e ficou assim por alguns segundos.
Brandon se abaixou pegando na minha mão e me levantado, me levou até a cama, onde ele terminou de retirar a minha roupa enquanto me beijava.
Me colocou de quatro, com o peito apoiado na cama e os pés no chão. Ele segurou nas duas partes da minha bunda e a abriu. Depois passou o dedo bem no meio dela, me fazendo arrepiar. Depois ele passou a língua lentamente. Me fazendo me contorcer todo, apertei o lençol da cama e gemi um pouco alto.
Ele então começou a passar mais rápido a língua e cara, como aquilo era bom. Ele me virou de barriga para cima, ainda na beira da cama, segurou o meu pau, me masturbou lentamente, acariciou o meu pau e o chupou.
Ele havia me colocado deitado, mas com as pernas abertas e então intercalava entre o meu pau e o meu ânus. Eu mordia os meus lábios de leve, apertava o lençol, segurava a sua cabeça para continuar e gemia muito.
Assim que ele parou, eu estava ofegante, mas ainda com muito tesão e a cada minuto desejando ele mais e mais. Ele então pegou a camisinha e colocou no seu pau, enquanto voltava a me chupar. Depois levantou uma das minhas pernas e apoiou em seu ombro. Segurou o seu pau firmemente e então começou a me penetrar.
Ele começou bem lentamente. Sentia o pau dele entrando em mim e não tem como explicar a sensação que eu sentia. Assim que colocou ele todo, toquei ele para esperar um pouco antes dele começar a meter.
-Acho que desacostumei. -Falei ofegante.
-Então vamos fazer todos os dias até você acostumar. -Brincou ele fazendo movimento para trás, bem lentamente e depois para a frente. Toquei em seu tórax novamente e ele parou.
-Você quer parar?
-Não, claro que não. Apenas vai com cuidado.
-Eu sempre vou com cuidado, não se preocupe. -Disse ele tocando os meus lábios com os dele.
Ele continuou indo devagar por alguns minutos e quando eu estava totalmente relaxado ele começou a aumentar. Dava para ouvir o atrito dos dois corpos, era um barulho um tanto auto, mas as vezes era abafado pelos nossos gemidos.
Ele retirou, me colocou de quatro novamente, mas dessa vez com um perna em cima da cama e a outra apoiada no chão. Era para melhor penetração. Ele segurava em meu ombro e as vezes na minha cintura e até ousava me dar tapas na bunda. Eles ardiam, mas eram gostosos. Enquanto isso, eu segurava o meu pau com uma das mãos e me masturbava.
Brandon ia cada vez mais rápido e os nossos gemidos ecoavam pelo quarto. Eu até fiquei preocupado dos hospedes do lado ouvirem qualquer coisa, mas quem é que liga? Eu iria aproveitar essa minha noite e não estava nem ai para ninguém.
Ele parou um pouco, para tomar folego e se sentou no carpete, ficando encostado na cama e me colocando sentado no seu pau e de frente para ele. Então entendi o que ele queria fazer, acho que para tomar um pouco de folego. E a cada posição que fazíamos, o pau dele entrava mais facilmente.
Comecei então a quicar em cima dele e o meu pau tocava o seu peito e por algum motivo aquilo me deu um tesão da porra. Meus braços estavam entrelaçando o seu pescoço enquanto a mão dele me masturbava agora.
Depois me inclinei para trás, coloquei as mãos no chão e continuei quicando e ele me masturbando. Ele gemia, me olhava com tesão, mas ao mesmo tempo via o amor que ele sentia por mim.
Assim que ele já estava descansado, ele começou a se levantar, com o seu pau ainda dentro de mim, ele me pegou no colo e me levantava para continuar quicando em seu pau ou as vezes ele mesmo metia, comigo em seu colo.
-Desse jeito você vai se machucar. -Falei entre um gemido e outro.
-Eu estou bem. -Disse ele metendo e gemendo.
Por mais gostoso que estava, eu fiz ele parar, porque ele tinha saído de uma cirurgia esses tempos, então não queria ele se esforçando de mais.
Deitamos na cama e ficamos em uma das minhas posições favoritas. Que é de lado. Não sei dizer o porquê, mas desse jeito eu sinto um tesão muito forte e um prazer maior ainda. A maneira como ele mete em mim, me excita de uma forma, que se deixar o meu pau acaba gozando sem eu mesmo tocar nele. E pra ser sincero, tive que interromper ele umas duas vezes, porque eu quase tinha gozado e não queria fazer isso antes dele.
Ele então voltou a meter e quando eu estava quase que gozando ele me avisou que iria gozar. E então empinei mais a bunda e quase que gozamos juntos. O liquido jorrou pelo lençol da cama e a cada jato ia mais longe.
Ele respirou aliviado, me acariciou novamente e beijou o meu pescoço e depois disso retirou lentamente o seu pau de dentro de mim e ficou deitado do meu lado. Recuperamos as forças, retiramos o lençol sujo e fomos tomar um banho. Era quase três da manhã quando nos deitamos na cama e dormimos abraçados.
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(TRADUÇÃO DA MUSICA NO FINAL) ▶⏯🎵
https://youtu.be/Wh94Q8PIWoc
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Quando amanheceu, passei a mão pela cama, procurando Brandon, mas ele já tinha ido embora. Apertei os olhos com a luz do sol passando por uma fresta da cortina, me virei olhando para o quarto todo e parecia que tinha passado um furacão por ali.
Me levantei, enrolado no cobertor e fui até a janela para abrir o restante da cortina. Depois deixei o cobertor cair no chão e fui para o banheiro. Tomei meu banho calmamente e me arrumei para sair a qualquer momento.
Estava ficando um pouco ansioso que meu estomago estava começando a doer. O que era normal, pois quando passava por muito estresse ele tendia a doer.
Olhei em cima do criado e um papel com um recado fofo de Brandon. Dizia: Eu te amo meu panda. O que fez eu soltar um leve sorriso.
Bateram na porta e então fui abrir. Era o segurança de ontem à noite. Ele olhou pelo quarto todo para ver se Brandon não estava escondido em algum lugar e então me acompanhou até o saguão.
Entramos no carro e fomos em direção ao julgamento. E como o outro dia, estava repleto de jornalistas, querendo um exclusiva e não sei o que mais. Passei quase que sendo exprimidos por eles até conseguir entrar.
A sessão estava quase que começando, então pude dar um breve oi para os meus amigos que estava esperando autorizarem entrar na sala. Estavam quase todos lá, com exceção Luke e Natália. Mas eu sei que de onde eles estiverem, eles vão torcer por mim.
Entrei na sala e fiquei aguardando me chamarem. E novamente meu estomago doía de preocupação. Eu sei que eles não devem dar a minha guarda para aquele homem insuportável, porque eles não seriam doidos de uma coisa dessa.
Comecei então a ensaiar na minha cabeça, discurso para que eles reconsiderassem e me deixasse ficar com a minha mãe. Mas acho um pouco difícil, mas não custa nada tentar.
Quando a audiência começou, eu pude presenciar ela desde o começo, mas no fundo da sala e sem dar alteração, esse era o acordo. Presenciei todas as testemunhas que haviam ido depor a favor daquele maldito e entre eles estava lá o insuportável do inspetor do outro colégio.
Quando ele começou a inventar coisas de mim, o advogado da minha mãe anotava todas as respostas e assim que era a vez dele, ele fez as mesmas perguntas, mas de forma diferente, confundindo assim a cabeça dele e fazendo o depoimento dele ser invalido.
Acho que eles ficaram quase uma hora ou duas, claro que com os intervalos, lá dentro. O juiz voltou do intervalo, todos se levantaram e depois sentaram novamente.
-Vocês já têm o veredito? -Perguntou ele olhando para o júri.
-Sim meritíssimo. -Disse um deles lhe enviando um envelope. Nesse momento, meu coração estava quase saindo pela minha boca, meu corpo tremia e suava ao mesmo tempo. Isso era o medo. Eu tinha que me recompor, mas é muita pressão, não sei se vou conseguir ficar aqui para ouvir.
Enquanto eu tinha um ataque de pânico, o juiz desdobrou o papel e começou a ler. Depois ele olhou para meu pai e minha mãe, tirou os óculos e deixou em cima da sua mesa.
-Os dois venham até aqui, por favor. -Disse ele olhando para os advogados.
Os dois se levantaram e foram conversar com o juiz, enquanto eles sussurravam, Brandon olhou para trás e percebeu que eu estava quase tendo um treco, mas sacudi a cabeça que não, porque ele não poderia sair do lugar dele agora, já que estava quase no fim. Eu tenho que conseguir.
Pelo visto não é nada bom, já que o advogado da minha mãe estava com uma cara preocupada. Isso não era bom. Acho melhor eu me acalmar e aceitar de que irei com aquele velho embora.
Os advogados voltaram para a suas mesas nada satisfeitos com o que seja lá que o juiz tenha dito a eles.
-Bom, como juiz dessa corte, irei comunicar a resposta do júri. Quero que todos saibam que isso nunca ocorreu comigo antes. -Disse ele com o papel na mão. -Como todos sabem, essas pessoas são escolhidas aleatoriamente e nenhum deles podem dizer que fazem parte de um júri, para que não recebam propostas ou ameaças, mas o que aconteceu aqui hoje, é que o júri se encontra dividido entre as duas partes.
Assim que ele terminou de dizer, começou o alvoroço dentro da sala. E então o famoso martelo bateu para chamar a atenção de todos.
-Ordem, por favor. Por esse motivo, a decisão fica em minhas mãos e como sendo ouvinte das duas partes e vendo o tanto de provas que foram apresentadas contra o senhor Owen, não há motivo de que o garoto permaneça com ele, já que na verdade ele fez de tudo para deixar o filho o mais longe dele.
Mas o que foi que ele disse? Eu não vou ficar com ele? É isso que eu entendi?
Lágrimas escorriam pelo meu rosto, mas em meu rosto permanecia um imenso sorriso. Olhei para Brandon e os outros e eles estavam sacudindo um ao outro e comemorando entre eles.
Eu queria pular e gritar de alegria ali mesmo. Queria sair correndo e ir dar um grande abraço naquele juiz e se desse tirar sarro da cara daquele velho insuportável. Mas como qualquer momento de felicidade que temos, sempre tem um porem e foi aí que desabei.
-Por esse motivo eu deixo a guarda total para a mãe, que infelizmente, terá que deixar o país. -Todos ficaram se perguntando o porquê. -Visto que ela estava no país com o marido que veio a negócios, ela não tem o visto para ser uma cidadã, já que agora está separada do senhor Owen ela está aqui ilegalmente. -Ele olhou no papel novamente e continuou. -E concluo que por insistência do advogado do senhor Owen, deixo aqui, aprovado a visitação do senhor Owen ao seu filho pelo menos duas vezes por mês. -Ele olhou para todos levantou o martelo e disse. -Declaro essa sessão encerrada e que todos tenham um bom dia. -Disse ele finalizando com o martelo batendo na mesa.
Instintivamente, Brandon olhou para mim e se levantou rapidamente, andando em minha direção e me abraçando.
-Vai ficar tudo bem, vai ficar tudo bem. -Dizia ele chorando.
-Como que isso poderia acontecer? -Falei desmanchando o sorriso em meu rosto.
-Não se preocupe, nós vamos dar um jeito. Eu sei que vamos. -Ele acariciava a minha cabeça.
Minha mãe se levantou e estava indo em minha direção. Ela me olhou abraço com Brandon, sorriu e abraçou nós dois. Ela estava com um sorriso, como disfarce, mas seus olhos mostravam o quanto ela estava triste com isso.
-Noah, Noah. -Disse Wally quase que atropelando todo mundo. -Eles.... Você vai.
-Tranquilo Wally. -Respondi limpando os olhos e respirando fundo. Me levantei calmamente do banco abracei cada um deles. -Obrigado pessoal, por todo o apoio. Mas não perdemos e isso é bom, isso foi apenas um contratempo, mas logo isso vai ficar tudo bem. -Tentei disfarçar a angustia que sentia.
-Isso é muito injusto, porque ele teve que decidir desse jeito? -Disse Bonnie indignada.
-Pessoal, vamos então sair então para passar nosso último momento com o Noah. -Disse Ethan.
-Eu não consigo aceitar de que você vai embora Noah. -Disse Wally.
-Nem eu Wally, nem eu. -Falei com o olhar triste.
-E quanto você Brandon? Porque não diz nada? -Perguntou Bonnie.
-Menina, agora não é hora. -Disse Lola.
-Noah? Vamos? -Disse a assistente social.
-Mas para onde?
-Para casa. Você não ouviu o juiz dizer que vocês precisam voltar para o Canada?
-Mas agora? E quanto as minhas coisas e....
-Isso tudo está resolvido desde ontem, quando você voltar para a sua casa, elas vão estar todas lá, mas agora vamos porque o avião não espera. -Disse ela me apressando.
-Eu não admito isso, como que podem te levar agora, que povo sem coração. -Disse Wally revoltado.
-Pessoal, tudo bem... -Falei. -Eu só quero que saibam que.... -Suspirei. -Eu amo todos vocês e fico feliz de ter conhecido cada um de vocês. Saibam que eu não vou esquecer de nenhum de vocês....
-Mas não vai mesmo, porque quando você voltar, vamos estar aqui, esperando por você. -Disse Lola.
-Noah, mais cinco minutos. -Disse a mulher me apressando novamente depois voltou para o corredor.
-Eu ainda não consigo acreditar que o meu melhor amigo está indo embora. -Disse Wally, quase que chorando. -Espera.... -Ele começou a retirar a sua pulseira. -Fique com isso para você. Eu iria mandar fazer uma para você, mas acabei ficando sem dinheiro.... Então, só aceite.... -Ele desviou o olhar para não chorar.
-Não precisa Wally.
-Eu insisto. -Disse ele abrindo minhas mãos e colocando a pulseira nelas e depois fechando-as.
-Está pronto Noah? -Perguntou a mulher novamente e então eu sacudi a cabeça.
-É.... -Tomei folego. -Como isso é difícil.... Até mais galera.... -Falei pegando na mão de Brandon e levando ele comigo.
Durante o caminho todo para o aeroporto ele estava calado, não esperava que ele ficaria assim, nos últimos minutos que eu tenho com ele.
Fizemos check in e então nos sentamos na sala de embarque, esperando dar o horário do voo.
-Me desculpa amor.... -Sussurrou ele. -Eu.... Eu não queria que nossos minutos finais fosse assim.... Só que eu não sei o que fazer.
-Está tudo bem amor, vai ficar pelo menos.
-Não está tudo bem, estamos falando de milhões de quilômetros de distância, não é algo fácil.
-Eu entendo a sua preocupação e o que eu queria dizer, disse tudo a você ontem e depois lá no hotel, foi uma das melhores noites. Eu não sabia que poderia ser a minha última noite com você, porque senão eu tinha aproveitado mais.
-Eu posso pedir para o meu me deixar ir com você.
-Eu não acho isso certo Brandon, a sua família vive aqui, sua vida é aqui.
-Mas eu largaria tudo por você.
-Eu seria egoísta de aceitar isso, então eu acredito que você vai ficar bem, nós vamos ficar bem.
-Como você pode ter certeza disso?
-Porque eu já te disse, todos os momentos que passamos juntos estão selados em meu coração, e só você tem acesso a ele e é por isso que eu sei que vamos ficar bem.
-Eu.... Eu... -Ele fez uma pausa. -Não quero que você vá. Você poderia ficar, lá em casa.
-E deixar minha mãe Brandon? Você acha que isso é certo? -Falei tocando seu rosto. -Não se preocupe grandão, hoje em dia existe vídeo chamada, celular, avião. Podemos nos ver quando a gente quiser.
-Não vai ser a mesma coisa Noah, não vou ter você ao dormindo ao meu lado, não vou poder te ver no corredor do colégio e te beijar, não vai ter você torcendo por mim no final de semana, não vai ter você lá.... -Ele começou a chorar.
-Fique calmo meu amor, eu não posso estar fisicamente lá, mas eu sempre vou estar aqui. -Toquei o seu peito. -E aqui. -Em seguida a sua cabeça. -E como eu disse, tem avião direto para lá, podemos nos ver nos finais de semana e quando tiver jogo seu, eu venho com a maior alegria torcer por você. A única coisa que eu peco é que nunca se esqueça de que eu te amo.
A funcionaria anuncia o número do voo e o horário e pede para que embarquemos. Me levanto com o peso no coração de ter que deixar ele, mas acho que já estava preparado para isso desde ontem à noite. Caminhamos até o portão de embarque.
-Aquele portão é o nosso adeus. -Disse Brandon triste.
-Não diga isso, porque não vai ser um adeus, nós vamos nos ver ainda e vamos superar tudo isso, você vai ver. -Respondi tentando animar ele. -Olha, eu prometo que no próximo final de semana eu venho para ficar ele todo com você. -Toquei no seu rosto e acariciei.
-Eu te amo Noah.
-Eu também te amo Brandon. Nunca se esqueça disso.
Dei um último beijo nele e um abraço apertado. É difícil você ter que despedir do seu amor e saber que não vai ter mais ele ao seu lado todos os dias. Mas eu acredito que isso é coisa da vida, transformando nós dois e desafiando o nosso amor.
Passei pelo portão e olhei para trás. Ele ainda permanecia parado atrás do vidro de divisão me olhando, tocando uma das mãos no vidro, como se não quisesse que eu fosse. Soltei um sorriso para ele e levantei a minha mão. Como se estivesse me despedindo e então embarquei para o avião.
Eu sei que aquela não seria a ultima vez que iriamos nos ver...
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CABO ):
Obrigado por todos que acompanharam a historia desde o inicio para aqueles que fizeram maratona de capítulos, vocês são corajosos e uns amores. Mas a história não termina aqui, porque agora é uma nova fase, um novo começo e uma nova luta para os nossos dois queridos permanecerem juntinhos.
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Obrigado por lerem e nos vemos no próximo livro em breve. 😘
Beijos de raposa. 😚🦊
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TRADUÇÃO DA MUSICA:
https://youtu.be/Wh94Q8PIWoc
To The Wonder / Para o Maravilhoso
Tem uma música que cantamos
Som elementar
Onde tudo começa
Pode atraí-lo pra dentro e arrastá-lo pra fora
Mas é difícil de ouvir
A voz distante
Que soaria tão clara
Se pudéssemos apenas desligar o barulho
Para o Maravilhoso
Tem uma música que conhecemos
Se você ouvir bem de perto
Sempre será
Como sempre foi
sempre foi, sempre foi
Som elementar
Correndo por baixo de tudo
Para o maravilhoso
Para o maravilhoso
Para o maravilhoso
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