Capítulo 59: Julgamento

Não esqueçam de votarem clicando na 🌟 e de comentarem 💬

Boa leitura.📖

🦊🦊🦊🦊🦊

 O que parecia apenas uma pequena contusão, havia virado um pequeno problema. Com a lesão que Brandon havia levado, uma das costelas que ainda estava em processo de recuperação de quando ele havia sofrido o acidente com o carro, havia trincada e uma das partes poderia perfurar algum órgão, então ele precisaria passar por uma cirurgia.

 Os médicos diziam que não era grave para se preocupar, a cirurgia era rápida, mas ele iria precisar ficar mais um tempo no hospital. Enquanto o dia da cirurgia não chegava, ia visitar ele todos os dias depois da aula.

 -Como está se sentindo hoje? –Perguntei entrando no quarto.

 -Você sabe que não precisa vir aqui todos os dias, não é amor?

 -Mas eu quero vir aqui todos os dias, pra poder te ver. –Falei me aproximando e dando um beijo em sua testa. –Vai me dizer que não quer mais que eu venha aqui?

 -Mas é claro que eu quero.

 -Então para de reclamar. –Falei sorrindo. –E além do mais, Lian me emprestou o caderno dele para você poder fazer os deveres que os professores passam.

 -Mas nem assim eu não me livro do colégio? –Ironizou ele. –Não posso fazer muitos movimentos, então não posso escrever, ainda.

 Nisso o médio entrou na sala perguntando como ele se sentia e se estava pronto para a cirurgia que iria acontecer no dia seguinte.

 -Claro doutor, estou sempre preparado. –Disse ele sorrindo. –Menos para perder o meu amor. –Ele olhou pra mim.

 Fiquei um pouco tímido, com as bochechas rosadas e cabeça baixa.

 -Não se preocupe. –Riu o médico. –Nós vamos te deixar inteiro novamente, para que você possa aproveitar muito ainda. –Ele colocou as mãos dentro de seu jaleco e sorriu. Em seguida disse mais algumas recomendações para Brandon e se retirou.

 -Porque você disse aquilo na frente dele?

 -Porque eu não tenho medo das pessoas saberem que você é o meu namorado. –Ele sorriu. –E além do mais, eu tenho direito como todo mundo.

 -Eu sei... Mas é que eu não estava preparado para algo assim. –Falei tímido.

 Ele riu.

 Na volta para casa, parei em uma cafeteria para comer algo e lá encontrei....

 -Luke? –Perguntei. –O que você está fazendo aqui?

 Ele me olhou rapidamente, me reconheceu e ficou sem o que dizer. Por mais que eu conhecesse ele, nós nunca nos falamos muito.

 -Seja bem vindo a TastyCoffe. –Disse ele. –Deseja que te eu escolha uma mesa para o senhor? –Disse ele como se não me reconhecesse.

 -Entendi. –Sorri. –Por favor.

 Ele me levou até uma das mesas que ficava ao lado de uma das janelas, que eram enormes e com o letras adesivas coladas no vidro com o nome do lugar.

 Ele me entregou o cardápio sem dizer muito e olhou para os lados.

 -Eu trabalho aqui agora. –Disse ele sem olhar para mim.

 -E quanto aquele seu trabalho com os carros e tudo mais?

 -Decidi largar aquilo lá. Não recebia o que era justo e além do mais, era o meu pai quem me pagava, então dá para saber que ele não era muito justo com o salário comigo.

 -Eu entendo. Mas que bom que você conseguiu algo melhor.

 -É, mas não estou cem por cento livre da oficina, as vezes tenho que trabalhar lá. –Ele disse com um certo incomodo.

 Decidi não fazer mais perguntas para ele, porque via como aquilo era desconfortável para ele.

 -Pode me trazer um café com leite e creme e essa torta por favor?

 -Só um instante. –Disse ele anotando no bloco de papel. –E quanto a Brandon? Como ele está?

 -Ele diz que tá melhor, mas amanhã vai passar por uma cirurgia.

 -Tomara que tudo dê certo para ele então. Estou torcendo por vocês dois. –Em seguida ele se virou e foi até a cozinha para fazer os pedidos.

 Assim que os pratos chegaram, agradeci ele pelo serviço.

 -Você deveria sair mais com a gente. –Falei enquanto pegava a xícara.

 Ele ficou um pouco corado e assustado.

 -O que foi?

 -Eu não sei se o Lian iria querer isso.

 -Luke, é o que ele mais quer. –Falei olhando para ele. –Ele, acima de tudo, quer o melhor amigo dele ao lado dele. E acho que você deveria estar ao lado dele.

 -Esse é o problema, ele não sabe diferenciar a amizade do....

 -Do amor? –Completei.

 Ele sacudiu a cabeça, de como queria esquecer aquilo.

 -Deseja mais alguma coisa? –Perguntou ele.

 -Que vocês pudessem resolver isso entre vocês.

 Ele ficou calado e em seguida se retirou.

 Quando terminei o meu lanche, fui até o caixa e paguei. Luke não parecia estar mais por aqui. Soltei um suspiro e sai do estabelecimento.

 -Espero que os dois se resolvam. –Falei para o nada, enquanto caminhava. Suspirei novamente. –Mas isso não cabe a mim ter que ficar no meio disso.

 Na manhã seguinte, Brandon foi para a cirurgia logo de manhã e tudo havia dado certo. Agradeci muito por nada ter acontecido e esperei o efeito da anestesia passar nele. Enquanto isso, ele parecia um bobo, tocando no nariz das pessoas, rindo, falando nada com nada, olhando para os próprios dedos e chamando eles de salsichas.

 Depois de uma semana em recuperação em casa, Brandon já estava no colégio novamente, mas não podia participar dos treinos ou de qualquer outro jogo. Mas ele sempre ficava depois da aula para ajudar Luke nos treinos e para melhorar as frustrações que ele tinha quando não acertava o gol.

*****

 Estava em casa, na sala assistindo TV, quando ouvi a campainha tocar. Abri a porta e uma pessoa com uma roupa social estava ali parada com um policial do lado.

  -Senhora Elisabeth Malin Owen se encontra?

  -É a minha mãe, mas ela está no trabalho ainda, porque?

 -Ela foi intimada para comparecer ao tribunal para a decisão da guarda de Noah Owen.

 -O QUE? –Perguntei arregalando os olhos e pegando o papel da mão do oficial.

 -Informo que ela tem até vinte e quatro horas para comparecer, se não o juiz irá conceder guarda total para Alfred Gurion Owen Junior. Você tem que se manter afastado dos dois para não ser influenciado. Uma funcionária da assistente social virá busca-lo.–Ele terminou de falar e se retirou com o policial ao lado.

 Não entendi porque aquele velho ordinário queria tomar a guarda da minha mãe. Sei que faltam apenas um ano para completar a maioridade, mas isso é muito tempo. O que ele está tramando agora?

 Esperei minha mãe chegar e mostrei para ela a intimação. No mesmo instante, ela ligou para o advogado e ele disse que não estava ciente de nada disso. O que era um problema, porque agora ela teria que ir para essa audiência.

 Ela estava um pouco preocupada e com medo de me perder, dava para ver isso no rosto dela. Mas como sempre, ela manteve a postura de forte e disse para mim que tudo iria ficar bem. Mas sabia que depois que ela entrasse naquele quarto para dormir, ela iria se acabar no choro.

 -Aquele ordinário. –Falei cerrando os dentes e punho fechado. –Porque ele simplesmente não some de uma vez? Porque tem que ficar infernizando a nossa vida.

 -Calma filho, vamos dar um jeito nisso.

 -Isso só vai ter jeito quando aquele infeliz sumir da face da terra. –Falei fervendo de raiva.

 -Talvez seja isso que ele quer. Deixar nós dois com raiva para perdermos esse processo. Mas não vamos deixar que ele vença, porque nós dois estamos juntos um com o outro até o final. –Ela me abraçou forte. –Agora preciso fazer mais algumas ligações.

 Não acredito, não dá para acreditar. Parece uma brincadeira isso, só pode. Ele já se esqueceu dos áudios que temos? Isso é uma evidencia, ele querendo ou não.

 Peguei o celular para ligar para Brandon, cliquei sobre o nome dele e desisti. Não posso preocupar ele com isso, logo agora que ele está melhor. Não, tenho que resolver isso sozinho.

 Fui até o antigo escritório dele e fiquei sentado na cadeira tentando pensar em alguma coisa que poderia fazer, mas nada vinha na minha mente.

 -Vamos lá Noah, pense, pense, pense. –Falei enquanto analisava o ambiente todo. Então comecei a olhar dentro de gavetas e ler papeis.

 Revirei tudo que podia revirar naquele ambiente. Abri os armários, retirei as caixas com arquivos, olhei um por um, mas nenhum dizia nada que podia servir. Depois olhei dentro das gavetas da mesa dele, tirei tudo que tinha dentro primeiro, revisei um por um e nada, depois passei a mão dentro da gaveta vazia para ver se havia esquecido de algo lá dentro e a procura de algum fundo falso, mas nada também.

 Liguei o computador para ver se havia algum arquivo no outro HD, mas ele estava completamente vazio. Droga. Comecei a analisar a mesa e olhar em volta dela. Abaixei e conferi ela por baixo e nada. Coloquei as mãos na cintura e olhei em volta. Onde poderia procurar mais?

 Olhei para a prateleira e comecei a folear os livros que ali estavam. Nenhum deles apresentava nada de suspeito, apenas um que deixou cair um cartão, escrito a caneta o nome do autor de um dos quadros. No começo não dei importância para isso e só depois de ver todos os livros que parei para perceber que o quadro daquele autor estava pendurado ali na parede.

 Me aproximei do quadro e olhei ele, era uma pintura muito esquisita, com várias cores  misturadas, sei lá. Retirei o quadro da parede, olhei atrás dele e nada. Retirei a moldura e atrás do papel da pintura, havia um outro papel dobrado.

 Retirei ele com cuidado, desdobrei e lá estava um monte de números e algumas tarefas a serem feitas e todas feitas a caneta e o que parecia, era letra daquele ordinário.

 Os números não me dizia nada, nem sei o que eles significavam. Eram dez números e abaixo mais quatro. Dez números que não faziam nenhum sentido para mim.

 -Mas e se for.... –Fui até o computador e abri o aplicativo do banco e digitei todos os números no campo que pedia e depois solicitava que digitasse a senha, mas eu não poderia saber qual era, a não ser que o números de baixo fossem a senha.

 Apaguei todos os números e digitei apenas os de cima e depois coloquei os números de baixo no campo onde pedia a senha. Conferi para ver se estava tudo certo e cliquei em entrar. O aplicativo carregou o perfil e na tela estava o nome daquele traste.

 -MÃE? –Gritei. –Vem cá para eu te mostrar uma coisa.

 Fiquei esperando e nada. E então insisti.

 -Mãe? –E mais uma vez nada. Me levantei, mas antes peguei o papel e coloquei no bolso.

 Caminhei até a cozinha e então ouvi vozes.

 -Mãe? –Chamei novamente enquanto andava lentamente. Assim que cheguei na sala vi minha mãe sentada no sofá e o pai de Brandon sentado na poltrona, de costas para mim.

 -Filho, olha quem veio nos visita. –Disse ela me chamando.

 -Sam?

 -Como vai garoto? –Ele se virou para mim e sorriu.

 -Mas o que o senhor está fazendo aqui? Não aconteceu nada com o Brandon, não é?

 -Não, ele está bem em casa, passando boa parte no vídeo game. –Ele riu. –Mas estou aqui por outro motivo.

 -E pelo o que seria?

 -É complicado de entender, mas o advogado que sua mãe havia contratado, ele não trabalhava para ela.

 -Como assim?

 -Ele foi um cliente do seu pai. E acredito que por ele ter salvo a empresa dele, pediu esse favor, para que ele fingisse que estava fazendo alguma coisa, mas na verdade ele não fez nada.

 -Como não fez nada? –Olhei para os dois.

 -O processo do pedido da guarda não foi interrompido, quando ele disse que tinha conseguido anular. Ele simplesmente deixou o processo correr e todas as provas que foram mandadas para ele, não existem ou nunca existiram. –Disse ele.

 -Então quer dizer que eu realmente corro risco de ficar com aquele traste?

 -E não é só isso. –Disse ele se lamentando.

 -O que foi então?

 -Ele disse que está doente e que quando pediu ajuda ele foi ridicularizado e que nenhum de vocês dois prestaram ajuda a ele e isso pode ser um problema, porque ele pode conseguir a guarda por pena.

 -Mas isso é brincadeira, só pode ser. –Falei indignado.

 -E ele disse que pretende ir para Londres assim que o julgamento acabar. O que significa....

 -Que se eu ficar com ele vou ter que ir embora.... –Falei me sentando em choque.

 -Exatamente. –Lamentou Sam. –Mas eu coloquei os meus advogados para fazerem o que puderem para conseguir alguma coisa. Porque com o pouco tempo que temos, é difícil ter algo que pode derrubar ele.

 -Eu acho que tenho alguma coisa. –Falei.

 -O que? –Perguntou os dois.

 -Mãe, lembra quando a casa havia sido invadida e os únicos lugares revirados foram o escritório e o seu quarto?

 -Sim.

 -Eu acho que sei porque. Ele provavelmente entrou aqui para tentar buscar isso. –Tirei o papel do bolso e mostrei para os dois. –O número acima é de uma conta bancaria no nome dele, que está bem cheia e embaixo é a senha da conta.

 -Noah, isso.... –Disse Sam se levantando. –Isso é fantástico. Porque se for o que eu estou pensando. Podemos dar um fim nisso rápido e com uma tacada só.

 -Você acha que isso pode servir então?

 -Com certeza isso vai servir. Se for realmente o que eu estou pensando que é, isso vai mais do que servir, vai deixar ele na prisão. –Disse Sam animado.

 -Confio em você então sogro. –Entreguei o papel para ele.

 O telefone tocou e era alguém da assistência social dizendo que iria me buscar. Esse é aquele momento que você fica baqueado com a notícia e percebe que aquilo realmente está acontecendo. O nome disse? MEDO.

 -Noah? Se eu fosse você, contaria ao Brandon o que está acontecendo.

 Sacudi a cabeça que sim e fui com ele para a sua casa. Chegando lá, subi as escadas e fui até o quarto dos jogos. Ele estava sentado no sofá, no mesmo em que nos damos bem pela primeira vez, soltei um sorriso de nostalgia e entrei.

 -Amor? –Disse ele todo feliz.

 -Oi. –Falei meio rouco.

-O que foi? –Perguntou ele já percebendo algo.

 Me aproximei dele e o abracei fortemente. Depois me sentei ao lado dele e pedi para desligar o vídeo game.

 -Precisamos conversar. –O coitado ficou branco que nem uma folha de papel.

 -Não vai terminar comigo, não é? –Perguntou ele assustado.

 -Não! Claro que não. –Suspirei. –Mas é que....

 -O que foi? Me fala logo, porque senão eu vou ter um treco aqui.

 -É que amanhã vai ter julgamento sobre a minha guara. –Falei segurando as suas mãos.

 -Mas porquê? Não estava tudo resolvido já?

 -Acontece que o advogado da minha mãe, era amigo daquele infeliz e ele não fez simplesmente nada e ainda sumiu com as provas que mandamos para ele.

 -Mas eu tenho elas todas salvas, eu fiz backup para caso alguma coisa acontecesse. –Disse ele.

 -Isso é ótimo, mas não sei se deixarão usar.

 -E porque não? Eu vou falar para o meu pai e pedir para ele ir atrás de outro advogado e mandar isso para ele imediatamente.... –Ele já estava se levantando quando eu o segurei pela mão.

 -Eu agradeço muito o que você está fazendo por mim. Sou muito grato por você existir na minha vida Brandon.

 -Ei. –Disse ele colocando as mãos no meu rosto. –Para com isso. Porque isso aqui não é uma despedida, você não veio para isso, porque nunca vai ter uma despedida entre a gente. Você está me entendendo?

 -Eu estou com medo. –Falei com os olhos enchendo de lagrimas. –Eu sei que deveria ser forte e lutar, mas eu estou com tanto medo de ter que ir embora.

 -Ir embora?

 -Ele disse que assim que acabar o julgamento, ele vai embora. Quer dizer que se ele ganhar, eu vou embora Brandon.

 -Não, não vai. –Disse ele. –Sabe porquê? Porque eu vou fazer tudo que eu puder para não deixar você partir.

 -Mas e se tudo que você fizer não for suficiente? Se o que fizemos até agora não foi suficiente? E se isso só alimentou mais ainda esse momento?

 -Vou fingir que você não pensa dessa maneira e supor que é o medo que está fazendo isso com você. –Disse ele. –Olha, sozinho podemos não ser forte, mas tem pessoas que estão dispostas a te ajudar amor. Eu, meu pai, sua mãe, nossos amigos.... Todos eles estão sempre com você. Você deveria saber disso.

 -É. –Enxuguei as lagrimas. –Você tem toda a razão. –Sorri para ele e o abracei. –Promete que nunca vai se esquecer de mim?

 -Não tem o que eu prometer, porque isso está fora de cogitação.

 -Mesmo se eu for embora?

 -Se você for, eu vou junto. –Disse ele acariciando o meu rosto.

 -Eu te amo Brandon.

 -Eu te amo Noah. –Em seguida nos beijamos.

 Ouvi a campainha tocar e alguém gritar o meu nome.

 -Bom, eu preciso ir agora.

 -Porque? –Perguntou ele.

 -Porque eu preciso ir com a assistente social, não posso receber influência da minha mãe ou do coisa lá.

 -E para onde você vai?

 -Eu também não sei. –Falei erguendo a cabeça. –Mas eu sei que ficarei bem, porque agora eu tenho mais força para continuar a lutar.

*****

 Assim que o dia amanheceu, estava acordando em uma cama que não era a minha. Estávamos em um hotel barato em algum lugar da cidade. O quarto era até que grande, com uma cama de casa, criado mudo, uma TV, uma cômoda e um frigobar.

 Liguei a TV e logo nos primeiros noticiários da manhã, estava a notícia de que hoje iria acontecer o julgamento por minha guarda. Que coisa ridícula, tantas coisas importantes para se falar e logo disso que eles focam.

 Pelo traste ser muito conhecido e bem sucedido, sempre estava nos noticiários, coisa que eu odiava quando tínhamos que assistir ao noticiário para vê-lo em alguma entrevista idiota.

 Esfreguei os meus olhos, me espreguicei e deixei a TV ligada, para ficar ouvindo o que eles falavam. Entrei no banheiro e fui escovar os meus dentes, enquanto isso, eles falavam do grande sucesso que o meu "pai" era.

 Depois viram um carro chegando e deram total atenção para isso. Era ele. Saindo do carro com ajuda de um cara grande e óculos escuro. Provavelmente seu segurança. E por favor, precisa mesmo daquele teatrinho todo, para dizer que ele está doente? Mas é claro que ele não está, da para ver isso de longe.

 A repórter por todo custo tentava falar com ele, fazendo uma serie de perguntas para ele, mas o velho apenas passou por eles e entrou no tribunal.

 Depois disso o carro de Sam apareceu e a atenção agora era para ele, o maior empresário do país. A legenda do noticiário era a seguinte: "O maior empresário vai contra seu funcionário em questão familiares". Mas o que eles não sabem é que ele é família. Ele foi questionado por um dos repórteres, porque ele havia se envolvido com isso.

 -O senhor poderia nos dizer porque isso é de interesse do senhor, já que ele não é mais o seu funcionário?

 -É verdade que você está fazendo isso porque está tendo um caso com a ex esposa de Alfred? –Perguntou outro.

 -Vocês dois são amantes? –Outro curioso sobre os boatos.

 -Você foi flagrado ontem na casa de Elisabeth ontem, é verdade sobre o caso de vocês? –Perguntou outro insinuando algo.

 Ele parou, fez um sinal com as mãos para que eles parassem com as perguntas e então respondeu:

 -Não, não é verdade sobre eu e Elisabeth. E estou nesse caso porque eles fazem parte da minha família e o que mais fazemos se não proteger nossa família de pessoas como ele. Pensei que poderia confiar nele, já que o conheço desde o tempo do colégio, mas vejo que muita coisa mudou e o que ele fez não é certo.

 -Mas o que o senhor quer dizer que eles são da família? Quer dizer que o outro garoto é o seu filho? –Perguntou um outro tentando ter alguma exclusiva.

 -Não dessa maneira que você pensa, mas sim, ele é o meu filho, a partir do momento que ele e meu filho se tornaram um com um lindo amor e sim, eles são gays e eu os apoio totalmente, porque não apoiaria? Ou vocês acham que o certo a se fazer é colocar o meu filho, contra a vontade dele em um colégio interno para tentar educa-lo por algo que não é errado? Então se você pensa dessa maneira, você precisa urgentemente se tratar, porque isso não é certo. Temos que amar nossos filhos acima de tudo isso e pra mim, Noah Owen é sim o meu segundo filho ele iluminou a vida do meu filho e sou muito grato por isso. –Respondeu ele se virando e deixando os repórteres com muitas perguntas, mas eles foram barrados pelos seguranças que acompanhavam eles.

 -Esse foi o pronunciamento do grande empresário Samuel Corbett. Acredita-se que o pai de Noah Owen tenha o mandado para um colégio interno....

 A TV foi desligada pela assistente social que me perguntava se eu já estava pronta para ir. Querendo ou não, eu precisava ir para dar o meu testemunho e dizer o que eu sabia. Nem mesmo com os advogados ela deixou eu conversar, porque isso poderia me influenciar.

 Tentei dizer a ela várias vezes que não importa o que aconteça a minha resposta sempre será a mesa, eu permanecerei com a minha mãe. Porque eu nunca vou ficar com aquele imbecil.

 Peguei as minhas coisas e então fomos para o tribunal, onde os mesmo repórteres permaneciam a espera de notícias. Eu nunca tive que passar por esse tipo de coisa e era um incomodo, ficar vendo aquelas pessoas tentando arrancar algo de você, com luzes e microfones na sua cara, esperando por algum som que seja que saísse da sua boca. Cara como isso era irritante.

 Subi as escadas e passei pela hall de entrada do lugar. Brandon estava vestido mais formalmente, na porta da sala onde iria ocorrer o julgamento. Ela estava com as mãos entrelaçadas uma na outra e um pouco ansioso.

 -Brandon! –Falei correndo em sua direção e o abraçando fortemente. –Obrigado por estar aqui.

 -Eu nunca iria te abandonar. –Disse ele me abraçando fortemente e me dando um cheiro.

 -Noah? –Chamou a mulher. Precisava ficar em uma sala diferente até a hora que de fato começasse, só depois que eu poderia entrar e ver o rumo que aquilo iria dar.

 Confesso que estava ansioso e nervoso, mas por saber que Brandon estava aqui para me dar apoio e lutar comigo, me tranquilizava um pouco. Entrei na sala coberta de tons marrons com uma mesa de centro e algumas poltronas. A mulher estava acompanhada por mais dois caras um deles acho que trabalhava com ela, enquanto o outro era um policial.

 Eles conversavam algo entre eles enquanto eu ficava sentado, apenas olhando para a enorme janela do ambiente. Me levantei e fui até ela e continuei olhando para fora. Dentro de mim, sentia uma sensação estranha de que aquilo era para valer, que minha vida poderia acabar ali, naquele instante, ou eu mesmo poderia fazer isso, aquela janela era fácil de se quebrar, um salto daqui não deixaria ninguém vivo.

 Mas que porra é essa que você está pensando Noah. Olha o ponto de ideias idiotas que você tá tendo. Seja homem e assume a responsabilidade do que está por vir. Independentemente do que acontecer tenho que ser forte, não por mim, mas pela minha mãe, Brandon e meus amigos. Suspirei e então me chamaram.

 -Senhoras e senhores, daremos início, neste momento, a sessão no tribunal de Justiça de San Francisco. –Todos se levantaram. –Havendo um número legal de jurados, declaro aberta a sessão do tribunal de Justiça de San Francisco. Será submetido a julgamento o processo penal que sobre guarda de Noah Owen que a justiça move contra Elisabeth Malin sendo vítima Alfred Gurion Owen Junior. Demos início ao julgamento.

 Depois de tantas outras formalidades, de fato se iniciou. Os advogados foram apresentados e ambos estavam ao lado de seus clientes na frente, sentados um ao lado do outro com um pequeno espaço entre eles. Os advogados se apresentaram e então começaram com as testemunhas e com os fatos.

 Minha mãe estava sentada angustiada com o que poderia acontecer. Algumas vezes ela dava uma olhadinha para trás para me ver. Depois de tanta conversa, chamaram minha mãe para depor. Ela respondeu todas as perguntas calmamente e até mesmo as insinuações que o advogado fazia ela não deixou de responder.

 Assim que terminaram com ela, o júri na pareciam confiantes totalmente nas respostas dela, depois de uma das insinuações que ele havia feito para ele, contudo, o advogado que Sam havia contratado, soube contornar e então jogar a culpa para cima do velho.

 -Então meritíssimo, me diga se é certo sedar o próprio filho para manda-lo em um lugar que ninguém sabe que existe e que haja de maneira suspeita. –Disse o advogado. –Se você me permite senhor, tenho provas de acidentes ocorridos dentro da instituição e até mesmo caso de suicídio de tanta pressão que davam em cima das crianças. –Ele se virou para o júri. –Agora me digam se é certo colocar um filho em um lugar desse por ele ser homossexual.

 -Protesto meritíssimo. –Disse o advogado batendo com as mãos na mesa.

 -Negado. –Disse o juiz. –Prossiga.

 -Se me permitam mostrar, mas aqui está um documento mostrando que o filho da minha cliente sofreu agressão nesse lugar, tenho laudos médicos mostrando que um dos garotos o espancou até que ele ficasse inconsciente. Agora eu pergunto a vocês, um pai deixaria isso acontecer com o próprio filho? Será que ele é realmente a pessoa certa a ficar com essa criança?

 Depois ele encerrou. O júri olharam um para o outro e murmuraram algo. Logo em seguida o juiz decidiu fazer um recesso de uns quinze minutos. As pessoas se levantaram e começaram a sair da sala. Eu queria poder ir dar um abraço em minha mãe, porque via que ela estava assustada, depois das insinuações do outro advogado, mas fui forçado a sair da sala e voltar para a mesma sala que estava antes, sem ver ninguém.

 Ao fazer a troca de uma sala para a outra, vi meus amigos de longe, fazendo sinal com as mãos, torcendo por mim. Soltei um sorriso para eles e entrei na sala.

 -Noah, depois do recesso você será o próximo depois da próxima testemunha, assim que lhe chamarem, responda todas as perguntas e não deixe que nenhum deles o influencie na escolha. –Disse a mulher.

 -Você já sabe a minha resposta, pra que eu tenho que dizer mais uma vez? –Respondi.

 Deram os quinze minutos e todos voltaram para a sala. Fizeram as formalidades novamente e depois chamaram o antigo advogado da minha mãe, o cara que deu o golpe nela. Ele estava todo sério e confiante. E lá se foram as perguntas do outro advogado para ele, favorecendo o cara e mostrando como ele era o bonzinho. Depois de passar para o advogado de minha mãe, ele se aproximou e colocou uns papeis em próximo ao cara.

 -E então, quer dizer que o senhor trabalhava com minha cliente.

 -Sim. –Respondeu ele.

 -E porque não recorreu a anulação do processo?

 -Porque ela nunca me passou qualquer informação. Fiz o meu possível, mas sem provas para argumentar, não teve o que eu fazer.

 -Então quer dizer que o senhor não recebeu nada em seu escritório, como áudios onde constava a ameaça do senhor Owen?

 -Não.

 -Senhor Davis, quer me dizer de onde conhece o senhor Owen? –Perguntou o advogado.

 -Protesto, isso não tem nada a ver com o caso. –Disse o outro advogado.

 -Mas é claro que tem, quero saber qual a ligação que ele tem com o seu cliente.

 -Negado. –Disse o juiz. –Continue senhor Ashton.

 -Pode responder a minha pergunta senhor Davis?

 Ele ficou calado por alguns segundos.

 -Conheço ele apenas do noticiário como todo mundo.

 Nisso Ashton fez uma cara surpresa mas feliz.

 -Então está me dizendo que é a primeira vez que você vê o senhor Owen pessoalmente? –Ele olhou para o outro advogado e depois voltou a olhar para Davis. –Devo lembrar que o senhor está sob juramento.

 -Sim. –Afirmou Davis. –Essa é a primeira vez que vejo o senhor Owen.

 -Curioso. –Disse Ashton indo até a sua mesa, pegando o controle de uma TV que tinha ali perto e a ligou. –Então o senhor não reconhece essas imagens?

 Era de quando "meu pai" estava na empresa dele pela primeira vez, o que confirmava o que Sam havia me dito, que ele trabalhou para esse cara, tirando a empresa dele do buraco e fazendo ela ressurgir como uma excelente empresa, por enquanto.

 -Essas imagens amigos, foi tirada a dois anos atrás, quando o senhor Owen fez um grande trabalho para a empresa do senhor Davis e não é só isso. –Ele clicou no controle a imagem mudou. –Essa é de algumas semanas atrás, exatamente no dia em que minha cliente havia mandado os arquivos para o senhor Davis. Seria isso coincidência? –Ele fez a pergunta e se sentou.

 -Senhor Davis, esse é você nas imagens? –Perguntou o Juiz.

 Ele olhou ao redor e sabia que não tinha o que fazer.

 -Sim meritíssimo. –Ele abaixou a cabeça. –Mas eu não sabia que ele era pai deles.

 -Senhor Davis, o senhor sabe o que significa perjúrio não é?

 -Sim senhor.

 -Então sabe que haverá consequências por isso, não é mesmo? –Ele olhou para Davis que permanecia em silencio, depois olhou para o guarda que o retirou dali e o levou para fora da sala. –Prosseguiremos.

 -Meritíssimo, gostaria de chamar Noah Owen para testemunhar. –Disse Ashton.

 A assistente tocou em meu ombro e sacudiu a cabeça. Todos agora estavam olhando para mim, o que era desconfortante. Era como se tudo começasse a se movimentar em câmera lenta. Brandon soltou um sorriso para mim. Wally e Ethan fizeram a mesma coisa. Bonnie sussurrou "força, você consegue". Lian sacudiu a cabeça positivamente.

 Caminhei calmamente até a cadeira onde iria me sentar, coloquei a mão em cima de um livro e fiz o juramento que o policial havia falado. Era estranho estar sentado ali, podia ver todos olhando para mim, principalmente o júri, que me olhava de uma forma diferente, já que eles estavam ali para julgar.

 Minhas mãos começaram a tremer e comecei a suar, nesse momento estava morrendo de pânico por dentro. O que eu dissesse ali poderia resultar numa grande vitória ou simplesmente, numa triste derrota. 

🦊🦊🦊🦊🦊

Venham fazer parte da familia, falem comigo por inbox que explicarei melhor. 😉

E ai meus amores, o que estão achando da historia? Não esqueçam de votarem clicando na 🌟e/ou de comentarem 💬

Adicionem a sua biblioteca, me segue pra ficar por dentro de novos capítulos e compartilhem com os amigos. 📋👥

Obrigado por lerem e nos vemos no próximo capitulo. 😘🌈

Super Beijo em vocês.😚🦊

🦊🦊🦊🦊🦊

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top