Capítulo 53: Planejamento


Depois de um século vim atualizar, mas primeiro quero dar duas palavrinhas com vocês. Primeiro, recentemente, fui indicado para ser entrevistado no WattEntrevistas, mas pra isso, preciso que vocês corram lá no perfil da @PatyFerSilva e mandarem suas perguntinhas sobre mim para ela, referente ao meu trabalho.

E pra finalizar, a segunda coisa é que eu estou pensando em criar um grupo no Whatsapp pra vocês poderem interagir mais comigo, de forma mais simples e para eu atualizar vocês de qualquer atraso ou alteração e pra isso acontecer, preciso que me mandem seus números, em privado por favor, para que eu crie o grupo. Vai depender de vocês. 🙈 Agora podemos voltar com a historia, obrigado pela atenção de vocês. ❤

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Boa leitura.📖

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Eu estava feliz ao ver Brandon, ali parado naquela sala. Estava tão feliz que me esqueci que ele havia se acidentado. Abracei ele tão forte, que ele soltou um gemido de dor.

-Desculpe, desculpe, desculpe eu não queria te machucar. -Falei observando ele para ver se havia machucado ele.

-Não se preocupe, não foi nada. -Ele sorriu pra mim alegremente.

Conversamos por um bom tempo, até que minha mãe apareceu para leva-lo para casa. Na hora me bateu uma tristeza. Agora teria que voltar para aquele inferno e parecer que estava feliz.

Me despedi tristemente dele e da minha mãe, que não se sentia nada feliz de me ver naquele lugar.

-Você vai ficar bem? -Perguntou Brandon.

-Vou tentar. -Falei.

-Eu vou tentar dar um jeito de te tirar daqui. Eu prometo. -Disse ele segurando as minhas mãos e sorrindo ao mesmo tempo.

-Tudo bem, mas vê se toma cuidado. -Falei passando a mão em seu rosto.

-Eu sou forte, fica tranquilo.

-Mas isso que me preocupa. -Soltei uma pequena risada.

Olhei os dois se retirando da sala. Andei até a janela e fiquei observando eles, enquanto passavam pelo colégio. Ouvi a porta se abrir e o inspetor chamar o meu nome.

Essa era uma das regras desse colégio. Onde quer que você fosse, esse inspetor teria que estar ao seu lado, menos na hora de visita, mas toda vez que acaba, eles têm que se certificar de que eu não recebi nada da outra pessoa. Isso aqui é como uma prisão, mas com um nome bonito para não amedrontar os pais.

Passei pela revista e minha cara não estava nada contende de ficar sendo apalpado em certos lugares. A vontade que eu tinha era de explodir aquele lugar.

-Vamos Noah, está na hora da sua atividade extracurricular. -Disse o inspetor.

Ele vestia um blazer azul marinho escuro, com a camisa de dentro clara. Ele tinha o costuma de não abotoar os seus últimos botões, deixando aparecer um pedaço de seu tórax, que parecia ser bem trabalhado.

Seus cabelos eram loiros, mas já perdendo a cor. Ele sempre ficava de braços cruzados e com a cara séria. Esse cara é muito chato, sempre da ordem pra gente, se sente quase o diretor dessa porcaria.

Andei em direção a uma das salas de artes, onde seria o meu trabalho extracurricular. Na verdade eu estava la, apenas para conversar e ficar de boa, sem fazer nada. Eu precisava tacar algumas tintas em uma das telas, inventar um conceito e ai estava pronto.

Claro que não é dessa maneira que se faz, mas como não entendo nada disso, apenas dava o meu jeito de não ser atormentado pelos outros e assim eu poderia ficar de boa.

O colégio era grande. Se você olha por fora, vê apenas uma construção, mas não sabe o que tem nos fundos dela e nem o tamanho que isso aqui é. Nos primeiros dias, eu fiquei na minha, sem falar com ninguém, nem mesmo com os professores e esse inspetor babaca. Um dia desses eu encontrei um garoto que se achava o fodão daqui, sempre amedrontando os outros, mas comigo não. Ele até que tentou, mas digamos que ele sofreu um pequeno acidente enquanto estava no banheiro. O piso estava molhado e ele sem querer caiu no chão, machucando um dos braços. Depois desse dia, ele nem chegou perto de mim. O que era bom pra ele.

Eu não me sentia o dono dali, nem mesmo o rei. Eu apenas me defendi no momento mais oportuno. Agora, as pessoas me olham de maneira diferente, até parece que eu sou o rebelde de todos eles. Já que eles sentam em suas carteiras e parecem uns robôs, enquanto eu fico discordando das coisas ou até mesmo causando discussão dentro da sala de aula.

Já que eles querem que eu continue aqui, então vou continuar, mas dando trabalho pra todos eles. Agora eles irão descobrir o meu lado mal, digamos assim.

Parei em frente a tela, peguei algumas tintas e percebi que o inspetor ficou parado próximo a porta, com os braços cruzados, me observando.

-O que foi? Não me diga que você não consegue pintar mais? -Ironizou ele.

-Com certas coisas estragando o ambiente, não da mesmo. -Falei baixo.

-O que você disse?

-Nada que você precise saber. -Respondi mal humorado.

-Você sabe que se continuar com esse comportamento, vai ter consequências.

-Eu digo o mesmo. -Respondi baixo novamente.

-Espero que dessa vez você apresente algo novo, algo que ainda não tentou, porque não tenta fazer uma pintura realista?

-Porque você não vem aqui tentar? Tá pensando que eu sou o Picasso ou Leonardo Da Vince? -Falei.

-Primeiro de tudo, você tem que saber respeitar as pessoas....

-Mas eu sei respeita-las, mas não respeito quem não me respeita, simples assim.

-Não diria que nós da instituição te tratamos mal, acho que é ao contrário. -Disse ele.

-Diz o cara que trabalha para uma instituição que sequestra garotos para ficarem trancados dentro dessa prisão.

-Noah, Noah. -Disse ele sorrindo. -Você pensa que esse seu jeito vai mudar alguma coisa, mas está totalmente enganado, isso apenas está te fazendo cair.

-Você já falou tudo que queria não é? Então me dá licença e vai lá correr atrás das suas pepecas. -Falei tacando um pouco de tinta azul na tela.

-Como você ousa falar algo assim pra mim, quem você....

-Antes de completar, eu sei que você todo dia as 16:30 vai atrás da sala de química e se encontra com uma aluna, sendo que vocês as vezes vocês ficam com tanto fogo que acaba fazendo ela te pagar um sexo oral. -Falei como se soubesse de algo. -Eu segui você um dia desses e vi.

O inspetor corou e ficou sem graça. Não sabia o que dizer, ele queria me dar alguma bronca, mas não sabia como.

-Como você pode fazer algo assim, saiba que não foi nada disso que aconteceu. -Ele suspirou. -E para você saber, você teria que ter saído da sua sala, sem alguém para te acompanhar, coisa que é contra as regras, sendo assim, você vai receber uma....

-Antes de você terminar, só queria dizer que eu não sabia nada disso, apenas disse qualquer coisa que vinha na minha cabeça e acertei. -Ri. -Então quer dizer que você faz esses tipos de coisas.

-Você está mentindo.

-Acredite se quiser, mas se você me ferrar, saiba que eu vou espalhar para o colégio todo, sobre o seu caso com uma aluna, coisa que é extremamente proibido. Então se eu for receber uma advertência, fique sabendo que você também vai.

-Acontece que não irão acreditar na sua palavra.

-Eu conheço alguém do conselho, que pode pedir uma investigação e ver quem está falando a verdade. Porque até onde eu sei, é proibido fazer sexo aqui, nem mesmo ir ao dormitório das garotas pode. -Sorri vitoriosamente.

Ele guardou o bloco que ele iria escrever advertência e guardou em seu blazer, junto com a caneta. Soltei um leve sorriso de lado e continuei "pintando".

Aquele dia estava sendo divertidíssimo, porque havia descoberto algo muito útil pra mim. Fora que ver o Brandon e passar algumas horas com ele, foi a melhor coisa.

Já era a hora do jantar. As luzes estavam sendo acesas e os alunos indo em direção ao refeitório. Ele era quase que do tamanho do refeitório do colégio. Só que as mesas eram todas diferentes. Aqui elas eram redondas, ao contrário do colégio que era retangular.

Peguei a minha bandeja e entrei na fila. As garotas, pareciam que não se viam a séculos, de tanta conversa. Fora que os garotos de educação física, se achavam os gostosões daquele lugar, coisa mais ridícula do mundo.

Continuei na fila, peguei a minha comida, que pelo menos era o que tinha de melhor ali. Me sentei afastadamente de todos, porque não queria interagir com ninguém ali.

Enquanto comia, ficava olhando para todos, observando cada detalhe de seus comportamentos, eles pareciam não se importar com aquele lugar, com a maneira em como eles tratavam os alunos, ou até mesmo como eles abusavam do poder por ali. Olhando de longe, parecia aquelas cenas de seriados, onde todos estavam felizes com sua vidinha, sem nenhuma preocupação.

-Você é o garoto novo, não? -Disse uma voz feminina.

-Quem é você? -Perguntei.

-Sou a Sophia e esse aqui é o Davis. -Disse ela apontando para o garoto negro.

Os dois seguravam suas bandejas enquanto me olhavam.

-Eu sou o Noah. -Falei, demonstrando que não queria muita conversa.

-Você parece irritado. -Disse o garoto.

-Hump. -Apenas murmurei.

-Não se preocupe, porque não somos como os outros. Nós também odiamos esse lugar. -Disse a garota, com um sorriso no rosto.

-Não parece que vocês não gostam daqui.

-Tentamos não demonstrar, para que eles não fiquem nos nossos pés. -Respondeu o garoto.

-Porque você está aqui? -Perguntou Sophia.

-Porque o cara que diz ser o meu pai é um idiota. -Falei enquanto terminava de comer. -E vocês?

-Eu estou aqui, porque eu coloquei piercing no corpo. -Respondeu Sophia.

-E eu por ter feito uma tatuagem. -E porque te colocaram aqui?

-Porque o infeliz do cara que me colocou aqui, pensa que isso vai me curar.

-Curar contra o que?

-Porque eu sou gay e ele pensa que isso aqui vai me fazer mudar. -Falei com um pouco de ódio.

-Coitado, mal sabe ele que aqui só piora as coisas. -Disse Sophia rindo.

-Como assim? -Perguntei.

-Nós conhecemos um outro garoto, que também era gay, fora ele tinha a Beatriz também, que era. Tanto o garoto quanto ela, ficaram pior de quando entraram aqui. Esse lugar não é de Deus não. -Disse ela.

-E o que aconteceu com eles? -Perguntei.

-Eu ouvi dizer que a Beatriz ficou tão rebelde, que eles deixam ela trancada na casa dos fundos. -Respondeu Davis.

-Ai, para com essas besteiras, você vai assustar o menino. -Disse Sophia.

-Mas foi o que eu ouvi falar. O menino, disseram que ele conseguiu sair daqui, mas ninguém nunca mais ouviu falar dele.

-Essas coisas só confirmam que esse lugar é uma prisão. -Falei.

*****

Passado alguns dias, eu tinha que tentar sair daquele lugar de qualquer jeito. Já que alguém conseguiu sair, provavelmente deveria ter alguma saída dali.

Passei a andar mais por aquele lugar, observando discretamente cada canto. Olhei dentro das salas para ver se encontrava alguma pista ou qualquer passagem que não fosse vigiada por alguém, mas era difícil de encontrar alguma brecha.

-Vejo que você está se socializando mais com as pessoas daqui. -Disse o inspetor.

-E qual o problema? É crime agora? -Afrontei.

O inspetor não gostou nada do tom de como eu falei com ele, sua expressão mudou rapidamente, mas como eu tinha um segredinho dele comigo, então ele não podia fazer nada, se não ignorar.

-Pelo visto você está aceitando o colégio então, isso é ótimo.

-Quem disse que estou aceitando? Apenas estou entrando no joguinho de vocês, mas logo eu darei a cartada final.

-O que você quer dizer com isso?

-Interprete da maneira que você quiser. -Falei dando as costas pra ele.

-Você precisa ser mais educado com as pessoas.

-Eu respeito quem me respeita. -Falei e sai.

Ele parecia um chiclete que você pisa na calçada quente, ele gruda de uma forma no seu sapato, que você quase que não consegue se livrar dele.

Andei mais um pouco e o lugar com menos segurança, era a parte dos jardins. Ao lado da horta, que ficava quase que no centro do jardim, havia uma saída. Um portão velho e enferrujado ficava logo atrás dele. Com isso, deveria passar pela parte de trás do jardim, mas pelo visto, aquela área era proibida de estar lá. Pelo que observei, aquela parte deveria estar em construção, já que percebi que havia vários sacos, tabuas e outras coisas de construção perdidas por lá.

-É lindo não é? -Disse Sophia.

-O que?

-Esse jardim. Eu amo ele. -Disse ela sorrindo. -Essas flores são maravilhosas.

-E porque você não vai lá aproveitar elas?

-Porque eles estão reformando aquela parte e então não podemos chegar perto. Sabe como é né? Eles pensam que vamos fugir por aquele portão.

-Mas ele ainda funciona?

-Talvez, mas desde a fuga do garoto, ninguém mais viu aquele portão funcionar, nem mesmo deixaram a gente ir naquele jardim maravilhoso. -Disse ela tristemente.

-Então quer dizer que tem uma saída por ali? -Perguntei animado.

-Quem sabe. Pode ser que sim e pode ser que não. -Respondeu ela. -Não me diz que você vai tentar...

-Quem sabe. -Falei sorrindo e voltando a andar pelos corredores externos.

Quando a noite chegava, eu estava deitado no meu quarto, olhando para o teto, pois era o que poderia fazer. As portas eram trancadas e conferidas manualmente por funcionários que rondavam a noite pelos corredores. A luz da lua entrava pela janela do meu quarto, que pelo menos não tinha grade, mas tinha um alarme para caso ela fosse aberta no meio da noite e como no corredor, alguém sempre conferia se elas estavam trancadas.

Esperei com que passassem pelo corredor, fechei a cortina e liguei o abajur ao lado da minha cama. Fiquei pensando em uma maneira de ir naquele jardim, para ver o que encontrava por lá e ter certeza de que o portão funcionava.

No dia seguinte, perguntei para Davis se ele sabia como passar pelos seguranças, só pra eu ver o que tinha naquele jardim. Ele foi legal comigo em ajudar a bolar um plano para que pudéssemos ir naquele lugar.

-Que tal a gente pegar a bola dos garotos e fingir que a bola caiu Lá. -Disse ele.

-Essa é uma boa. -Falei.

-Eu conheço um dos garotos, então me espera por ali perto que assim que conseguir, eu jogo a bola pra você, mas você não pegue, deixa que ela caia lá por perto. -Disse ele.

-Parece que você já tinha pensado nisso antes, na rapidez com que planejou algo assim. -Falei.

-Nada a declarar. -Disse ele rindo.

Esperei ele como combinado. Estava sentado, fingindo que estava relaxando aos olhos do inspetor. Davis aparece andando por um dos corredores e ao me avistar, gritou o meu nome e correu para o gramado, como se estivesse me chamando para jogar.

Me levantei rapidamente e ele lançou a bola de futebol americano, corri na mesma direção que o jardim, deixando que a bola caísse quicando no gramado e caindo próximo a ele. Soltei um sorriso e uma cara de desapontado, claro que forçadamente, para que pensassem que eu estava apenas jogando.

Corri até a bola, abaixei lentamente e olhei em volta do jardim. Percebi que tinha uma espécie de poço de água ali, parecia que estavam reformando ele ou tentando destruí-lo para fazer uma fonte, sei lá. Uma parte do muro, estava sendo substituída. Antes era grades e estavam substituindo por concreto.

Não fiquei tempo de mais por ali, se não poderiam suspeitar de alguma coisa. Voltei correndo com a bola e lancei para ele. Ficamos fingindo jogar por um tempo, ate que fomos até o bebedouro.

-E então, viu o que queria ver?

-Sim e tenho que agradecer você por isso. -Falei.

-Eu só quero que o que você for fazer, eu quero estar incluso.

-O que? -Falei surpreso.

-Você não está pensando em sair daqui?

-Talvez.

-Então, eu quero ir junto. -Disse ele calmamente. -Não aguento mais ficar nesse lugar.

-Pensei que você gostasse daqui. -Falei.

-Tá louco, quem gosta de um lugar desses?

-Bom, você quem sabe. Eu tentarei pensar em alguma coisa.

Os dias foram passando e eu fiquei observando aquele local, vendo como os funcionários se comportavam, pra onde iriam e tudo mais. Perdido em meu pensamento, fui interrompido pela mão no inspetor no meu ombro.

-Noah, hoje você tem visita. -Disse ele.

Me levantei e segui para a mesma sala de sempre. Para a surpresa, a pessoa que me esperava, era a que eu mais odiava nesse mudo. O meu pai.

-Mas o que você está fazendo aqui? Me leve de volta, eu não quero ficar aqui. -Falei me dirigindo ao inspetor.

-Infelizmente, não posso fazer isso.

-Mas eu tenho direito de recusar visita e essa é uma das que eu não quero. -Falei um pouco exaltado.

-Noah. Filho.

-Cala a boca. Não me chame de filho. Você perdeu esse direito quando me trancafiou nesse lugar. -Falei nervoso. Quando vi, o inspetor saia da sala.

-Não fale assim com o seu pai.

-Que pai? Eu não tenho mais pai. -Falei.

Ele suspirou fundo.

-Parece que esse lugar não está funcionando para você, vou pedir para que sejam mais rigorosos com você.

-Mais ainda? Era isso que queria? -Falei. -Mas é claro que era isso, porque quando que você iria se preocupar com um filho, o que você se importa é só com a sua imagem e não com sua família.

-As coisas não são o que parece. -Disse ele.

-Então me fale o que é? -Perguntei.

-Apenas quero o seu bem.

-E você acha que isso está me fazendo bem? Olha bem para a minha cara e vê. -Falei nervoso. -Olha bem pra minha cara, você acha que eu estou feliz de estar aqui?

-Mas isso é para o seu próprio bem, você vai melhorar.

-Melhorar do que? Eu não tenho nenhuma doença, porque ser gay não é doença. Quem deveria estar aqui era você, para poder compreender melhor as pessoas.

-Você acha que eu não estou me cuidando também? Claro que estou, ainda não consigo aceitar o que aconteceu com você, eu também estou sofrendo.

-Ah, me poupe desse seu teatrinho. Você não está fazendo nada, apenas sentado na sua cadeira do escritório, trabalhando e fazendo reuniões, não dá nem tempo de você pensar em mim.

-As coisas não são assim....

-Ah não? Duvido que não. Só veio aqui para ver se eu não era mais gay, isso sim.

-Isso não tem nada a ver. Vim aqui porque senti sua falta.

-Larga a mão de ser mentiroso, depois de velho está mentiroso agora? Ou era assim antes e eu e minha mãe nunca percebemos? -Falei.

-Acho melhor você me respeitar garoto, não vou ficar aqui aturando as suas birras. -Disse ele.

-Então vai embora, um favor que você me faz. Some daqui e não volte mais. Mas fique sabendo de uma coisa, que quando eu sair daqui, eu nunca mais vou te ver, eu vou sumir da sua vista pra sempre, nem se preocupe em me procurar, porque logo farei os meus dezoito anos e então não vou mais precisar de você. -Falei enojado.

-Espero que esse lugar mude esse seu pensamento. Porque eu te amo filho.

-Ama o cacete que ama. Se me amasse mesmo, me tiraria desse inferno e deixaria eu viver a minha vida do jeito que eu quisesse.

-Eu só estou fazendo o que pé melhor pra você.

-Mas isso não é o melhor pra mim, você sabe disso.

-Não, você quem não sabe o que é bom pra você, porque você ainda é um moleque.

-Nossa, falou o adulto aqui gente, vamos bater palma para ele. -Falei ironicamente enquanto batia palma.

-Você sabe que eu odeio quando você faz isso.

-Nossa, o que mais você odeia em mim? Porque diz que me ama, mas não gosta dos meus comportamentos ou minhas atitudes, nem aceita o fato de eu ser gay. -Falei dando as costas pra ele e olhando pela janela.

-Você não entende as coisas Noah. Eu faço isso para o seu bem, para te proteger.

-Me proteger? Essa é a desculpa que o senhor está dando? Isso é porque você tem um puta de um preconceito e não quer aceitar. É isso que está acontecendo.

-Eu sabia que você não iria entender.

-Como se você fosse a melhor pessoa para explicar. Não sei como você ainda tem esse emprego, porque se você age assim nas suas reuniões, pelo amor de Deus né?

-Eu não vou mais tentar te explicar nada, vejo que você se recusa a me ouvir.

-Só sai bosta do que você fala. -Falei baixo.

-O que é?

Dei de ombros pra ele ficando calado.

-Se quer o meu respeito de volta, primeiro me aceite como eu sou e me tire daqui, porque a partir daquele dia, você morreu pra mim. -Falei andando em direção a porta e dei uma batida de leve. -E a próxima vez que você vier aqui, eu não vou mais te receber.

A porta se abriu e então sai da sala. Quem ele pensa que é para vir aqui me ver, esse idiota.

*****

Era uma quarta feira, da outra semana. Fui comunicado novamente que eu tinha outra visita. Esperava que não fosse o meu pai novamente, porque eu não aguentaria ver ele novamente. Assim que a porta se abriu, vi minha mãe, linda como sempre, me esperando ansiosamente.

-Mãe... -Falei correndo para dar um abraço nela. -Brandon? -Falei, ao perceber ele entrando no ambiente. -Sério, vocês dois? -Falei animado e feliz.

-Precisávamos te ver. -Respondeu minha mãe.

-Fico feliz que vocês tenham vindo me ver, porque isso aqui tá acabando comigo.

-Tadinho. -Disse minha mãe. -Espero que logo você saia daqui. -Ela olhou para Brandon com um sorriso no rosto.

-O que está acontecendo? -Perguntei ao perceber eles se entreolhando.

-É que estamos planejando em como te tirar daqui. -Disse Brandon. -Duas mentes pensam melhor que uma sozinha.

-E não se preocupe com o seu pai, porque já contratei um advogado, sem ele saber, pra você ficar comigo. -Disse ela.

-Como assim ficar com a senhora.

-Querido, eu sei que isso pode ser um choque para você, mas depois que o seu pai fez com você, eu não posso mais ficar com ele.

-Então, vocês vão se separar. -Falei boquiaberto.

-Essa é a única maneira de te tirar daqui meu amor. -Disse ela.

-E meu pai disse que vai ajudar vocês no que precisarem e se quiserem ir morar lá em casa, podem ir. Já que tem muitos quartos por lá mesmo. -Disse Brandon.

-Mas a senhora está de acordo com isso mãe?

-Como eu falei, eu não posso aceitar o que ele fez com você. Esse é o melhor a se fazer. E além do mais, eu quero ver você feliz filho.

-Mas e quanto a sua felicidade mãe?

-A minha felicidade é ver você feliz querido.-Disse ela segurando minhas mãos.

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