Capítulo 46: A reunião
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Boa leitura.📖
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O dia estava amanhecendo e o sol entrava pelas frechas da cortina, clareando o ambiente. Abri os meus olhos e tive a melhor visão de todas. Brandon dormindo tranquilamente, com uma das mãos por baixo do travesseiro. Soltei um leve sorriso.
A noite anterior foi uma das melhores da minha vida. Como que eu não tinha feito aquilo ainda. Me virei e fiquei olhando para o teto tendo algumas lembranças da noite anterior.
Brandon se moveu e então acordou fazendo um pouco de manha e sorrindo.
-Bom dia, pandinha. -Disse ele levando sua mão em meus cabelos.
-Bom dia amor. -Respondi sorrindo.
-Como você dormiu? -Perguntou ele.
-Melhor do que eu esperava. -Sorri.
-Espero que não esteja sentindo nenhuma dor.
-Bom, até agora está tudo normal, pra mim. -Respondi.
Ficamos deitados por uns longos minutos, até que ouvimos alguém bater na porta do quarto. Nos entreolhamos, porque agora não tinha como colocar o colchão no chão.
Me levantei rapidamente e corri para o banheiro. Brandon se levantou, se trocou e foi até a porta.
-P-pai? -Ouvi ele dizer.
-Onde está o seu amigo? -Perguntou ele.
-Ah, ele está no banheiro. Estava arrumando o quarto. -Respondeu Brandon.
-O pai dele veio busca-lo. Então não demorem para descer. -Disse ele.
-Obrigado pai, vou apressar o Noah.
Em seguida ouvi o som da porta se fechar.
-O que foi? -Perguntei.
-Seu pai está aqui para busca-lo. -Disse ele um pouco triste.
-Mas não são nem nove horas da manhã ainda. -Falei inconformado.
Me arrumei e desci as escadas, olhei em direção a sala e lá estava o meu pai, sentado em um dos sofás tomando café em uma xícara branca com bordas douradas.
Ele olhou em minha direção, sacudiu a cabeça como cumprimento e voltou a prestar atenção na conversa em que o pai de Brandon contava.
Acompanhei Brandon até a cozinha, para tomarmos café longe daqueles homens de negócio. A mesa estava posta. Com várias frutas e alguns tipos de pães. Me sentei em uma das cadeiras próxima dele e então comecei a me servir.
A empregada olhou para nos dois e colocou outra jarra de suco natural na mesa. Agradeci a ela pela gentileza e ela soltou um sorriso, em seguida se retirou do ambiente para fazer outras tarefas.
-Você deve estar morrendo de fomo. -Disse Brandon com um sorriso no rosto.
-Você ainda tem dúvidas? -Sorri.
-Nenhuma. -Respondeu ele rindo enquanto olhava para o meu prato.
-Idiota. -Falei dando um soco de leve em seu braço.
*****
Era quase meio dia e pelo tanto que eu comi, estava sem fome. Mas minha mãe insistiu de que eu descesse e comesse pelo menos um pouco. Desci as escadas e fui em direção a cozinha, onde minha mãe finalizava o almoço.
Me sentei em cima de um dos balcões e fiquei observando ela enquanto cozinhava.
-Sabe mãe, bem que a senhora poderia me ensinar a preparar alguns pratos, como fazia antes.
-É verdade. -Disse ela com um sorriso no rosto. -Lembra daquela vez que você queria fazer algo para a sua professora e acabou sujando a cozinha toda? -Riu ela.
-Isso foi quando eu tinha sete anos de idade.
-Mas não deixa de ser engraçado. -Disse ela mexendo dentro de uma panela.
-Mas hoje eu já sei fazer um monte de coisa.
-Ah eu vejo mesmo, as vezes eu chego e olho o tamanho da louça que tem para lavar. -Riu ela. -Você tem que aprender a limpar o que você suja durante a tarde.
-Desculpa mãe, mas as vezes eu esqueço, por ter um monte de trabalho do colégio para fazer. -Tentei justificar.
-Ou você esquece porque tem alguém muito importante aqui em casa. -Disse ela provando a comida.
-Não é nada disso. -Falei.
-Vou fingir que não. -Ela riu.
Ouvimos os passos nas escadas e então encerramos o assunto. Meu pai passou por nós, pegou o jornal e se sentou na cadeira esperando a comida ser servida.
Durante alguns minutos, o silencio tomou conta dentro daquele cômodo. Minha mãe focada no que estava fazendo e ele lendo. Eu fiquei só observando, depois da cena dele ter que ir me buscar na casa do Brandon, eu não estava afim de falar com ele.
-Noah, me ajude aqui. -Disse ela.
-Tudo bem. -Falei pegando a travessa de lasanha que ela tinha feito e colocando na mesa.
-Alfred, por favor. -Ordenou minha mãe.
Ele fechou o jornal e o dobrou colocando em cima de um aparador mais próximo. Ele pegou o seu prato e começou a se servir.
Olhei para os dois e ambos estavam calados. Coloquei um pedaço da lasanha no meu prato e tentei puxar algum assunto.
-Eu vi que a empresa do pai está indo bem. -Falei.
-Quem disse isso? -Perguntou ele.
-A televisão né pai.
-Eu não diria tão bem assim....
-Pelo menos o senhor não vai precisar ficar muito no trabalho, agora que ela está indo muito bem. -Falei.
-Pelo contrário, agora que eu vou precisar trabalhar ainda mais.
-Mais do que já trabalha?
-Você ainda não entende Noah, mas para uma boa administração, você não pode folgar, porque se nãos as coisas começam a desandar.
-Sempre foi assim, porque eu pensei que iria ser diferente? -Resmunguei.
-E como está indo no colégio?
-O de sempre. -Falei.
-Espero que você esteja se comportando por lá. Porque eu não quero ter que ir em uma das reuniões para ouvir que você está indo mal. -Disse ele cortando o pedaço da lasanha.
-Ao contrário, estou indo melhor do que esperado.
-Mas não foi isso o que eu ouvi dizer. -Respondeu ele levando o garfo até a boca.
-Como assim? Eu não entendi. -Fiquei confuso.
-Um de seus amigos me disse que era para eu ficar mais de olho em você.
-Amigo? Que amigo?
-Um tal de.... -Ele tentou se lembrar do nome. -Maicon, Marcio, Mario. Sei lá.
Engoli seco.
-Marcos? -Perguntei com um frio na barriga.
-Esse ai mesmo. -Respondeu ele.
-E o que ele disse para o senhor? E como ele falou com o senhor?
-Quando eu estava no mercado, ele veio me cumprimentar e depois disse que você anda tendo algumas dificuldades em se adaptar no colégio e fica caçando confusão. É isso mesmo que está acontecendo? -Ele me olhou friamente.
-O que? Não, claro que não.
-Eu espero que não mesmo.
-O senhor não sabe que essas pessoas adoram inventar umas coisas. -Tentei disfarçar a ansiedade.
-Ele também disse que você fica se metendo em problemas que não é seu.
-Eu tento ajudar as pessoas, é só isso. O senhor não ajudava seus colegas quando estudava? Eu só estou tentando fazer o mesmo, seguir os seus passos. -Menti.
-Vamos ver o que eles vão dizer na terça feira.
-O que tem terça?
-É a reunião de pais e professores do seu colégio querido. -Disse minha mãe.
-E vocês vão?
-Mesmo eu não tendo tempo, vou ter que encontrar uma maneira de ir. -Disse meu pai.
-Mas a mãe não pode ir para o senhor? -Perguntei olhando para ela.
-Não, porque eu quero ouvir o que eles têm a dizer.
-Mas ela pode dizer para o senhor depois.
-Porque tanta preocupação de eu ter que ir? -Perguntou ele, me olhando fixamente.
-Preocupação? Eu? Pff. Claro que não. Só estou pensando que o senhor tem muita coisa para fazer, só isso.
-Eu consigo ir e cuidar da empresa. Não se preocupe com isso. -Disse ele colocando um basta na conversa.
Fiquei um pouco preocupado, porque se ele ficar sabendo das coisas que fiz naquele colégio, ele provavelmente me mandara para um outro mais rígido ainda.
Terminei de comer, levei o meu prato até a lava louça e depois subi para o meu quarto.
Você: Está sabendo da reunião de terça? 12:58
Brandon: Sim, porque? 12:58
Você: Porque você não me disse? 12:58
Brandon: Não sabia que isso importava. 12:59
Brandon: Desculpa. 12:59
Brandon: ): 12:59
Você: Tudo bem. 12:59
Você: Meu pai quer ir nessa reunião. 12:59
Brandon: E qual o problema? 13:02
Você: Que Marcos disse a ele que eu me meto em confusão. 13:02
Brandon: Quando que ele disse isso? E como ele sabe quem é o seu pai? 13:02
Você: Eu também não sei. Mas se ele ficar sabendo das coisas do colégio e até mesmo da gente... 13:03
Você: Ele vai me mandar para outro colégio. ): 13:03
Brandon: O que? 13:03
Brandon: Eu não vou deixar isso acontecer. 13:03
Brandon: Vou falar com o meu pai. 13:03
Brandon: Ele vai dar um jeito nisso, não vai deixar ninguém falar nada. 13:03
Você: Mas o que você vai falar pra ele? 13:04
Brandon: A verdade. 13:05
Você: Você está doido? 13:05
Brandon: Não se preocupe, do jeito que ele é, já deve até saber. 13:05
Brandon: Sem ofensas, mas ele não é como o seu pai, que é tão rígido com você. 13:05
Você: Que sorte que você tem. 13:05
Brandon: Não se preocupe bebe, vai ficar tudo bem, eu prometo. <3 13:06
Larguei o celular de lado e fiquei pensando nos coisas ruins que poderia acontecer terça feira. Meu celular vibrou novamente e era Wally me convidando para a sua casa.
-Mãe, pai, tô indo na casa do Wally. -Gritei enquanto descia as escadas.
-Cuidado querido e não volte tarde. -Gritou de volta minha mãe.
*****
Estava sentado na sala da casa de Wally, segurando um copo de suco e de frete para Ethan. Ficamos em silencio enquanto Wally não aparecia.
As vezes olhávamos um para o outro, mas desviávamos o olhar no mesmo instante.
-Gostou da festa? -Perguntou ele.
-Ah, claro. Estava bem legal.
-É que você e Brandon ficaram pouco, então pensei que vocês não tivessem curtido.
-Não, estava legal, mas é que meu pai não sabia que eu ia em uma festa.
-Eu entendo isso. -Ele sorriu de lado.
-Valeu pela festa. -Falei.
-Tudo bem. -Respondeu ele
Wally desceu as escadas correndo e parou entre a divisão dos cômodos.
-Vamos lá pra cima. -Disse Wally.
-É... Acho melhor ficarmos por aqui. -Falei.
-Porque?
-É que sei lá né? Vocês dois, no quarto e eu lá de vela.
-Para de besteira Noah. -Disse ele puxando Ethan pela mão.
Subimos para o seu quarto, que estava mais organizado do que da última vez que eu estive aqui. Me sentei em um Puff enquanto os dois se sentaram na cama.
-E então, O que foi?
-Sabe que Marcos está falando com os pais de todos né?
-É, eu sei. -Falei um pouco nervoso.
-Então, nós dois estávamos pensando em você e Brandon. Porque eu sei como o seu pai é e cruzes viu. -Disse Wally.
-Mas e vocês dois?
-A minha mãe já sabe de mim quando eu era pequeno. Então pra mim não tem problemas.
-A minha ficou sabendo de um jeito que não era pra ser.
-Como?
-Ela pegou nos dois nos amassos. -Ele riu. -Foi até engraçado, porque ela viu e virou o rosto e disse "eu não to aqui, eu não vi nada" e saiu da sala. -Os dois se olharam e riram.
Nesse momento, ela passou pelo corredor, olhou para dentro do quarto, cumprimentou eu e Ethan e então disse:
-Nada de porta fechada nesse quarto. -Disse ela olhando fixamente para Wally e em seguida saiu.
-Nossa, sua mãe está brava hoje. -Disse Ethan.
-Tá nada, ela tá fazendo cena na frente do Noah. -Ele riu. -Mas então, nós estávamos tentando pensar em algo para ajudar vocês dois.
-Já que a reunião é terça e é certeza que o pai dele vai jogar isso no meio da reunião. -Disse Ethan.
-Mas o que vocês querem fazer? -Perguntei.
-Podíamos sequestrar ele e.....
-Amor, menos. -Disse Ethan.
-Mas seria bom, prender ele em algum lugar. -Resmungou Wally.
-Que tal alguém ligar para o pai dele e dizer que foi cancelada a reunião? -Disse Ethan.
-Talvez isso dê certo. Posso fazer o mesmo com o meu pai. -Falei.
-Assim, eles não se cruzam e nem ficam sabendo dos últimos acontecimentos.
-É, e já sei quem poderá ligar. -Falei.
-Quem? -Perguntaram.
-Bonnie. Pode se passar pela assistente da diretora.
-Ótimo, então já liga para ela agora.
DIA DA REUNIÃO
Os pais dos alunos começaram a chegar no colégio, eles passavam pela entrada principal e se dirigiam em direção a sala da diretora para irem a sala de reunião.
Olhei todos eles virarem em direção a sala dela e estava feliz por não ter visto o meu pai por lá. Mas também não vi a minha mãe.
Pouco antes do sinal tocar, Ethan disse que o pai de Marcos estava entrando no colégio. Olhamos para ele. Um homem de uns trinta e poucos anos, com a barba media e com um corpo físico normal. Ele parecia ser treinador ou algo do tipo. Ele parecia estar de mal humor pela expressão de seu rosto.
Ele virou para o corredor também, mas antes nos encarou até virar. Ouvi o sinal tocar e Brandon chegar correndo.
-O que foi? -Perguntei.
-Eu... Não.... Consegui... Impedir ele.... -Disse ele recuperando a respiração.
-Ele quem? -Perguntei.
Brandon apontou para a entrada e por um momento o tempo pareceu se passar em câmera lenta quando vi meu pai entrando falando ao celular e segurando uma pasta preta.
Olhei boquiaberto para ele sem entender o que ele fazia ali. Ele olhou para mim e sacudiu a cabeça.
-Eu não vou entrar na sala. -Falei.
-Mas Noah. -Disse Bonnie.
-Eu preciso saber o que eles vão falar nessa reunião.
-Eu não acho que você deveria matar aula, justo hoje. -Disse Brandon.
-Mas....
-Ouve o seu namorado Noah. -Disse Wally.
SALA DE REUNIÕES.
-Primeiramente, bom dia a todos, espero que não esteja faltando ninguém, então vamos começar? -Disse a diretora.
Os pais se sentaram nas cadeiras daquela sala enorme e ficaram observando ela.
-Gostaria agradecer por vocês terem dedicado algumas horas do dia de vocês, que tenho certeza que para alguns são muito importantes. Essa reunião é para saberem como anda a administração do colégio e sobre alguns problemas em sala de aula, no pátio, corredor e afins e claro que para a avaliação de todos vocês, que é o mais importante.
-Essa reunião vai demora muito? -Perguntou uma das mães. -É que eu tenho um filho pequeno que está com a baba e logo vou precisar amamenta-lo.
-Previ que durasse em torno de uns quarenta a cinquenta minutos, mas claro, que ela pode acabar se estendendo, conforme o rumo que ela tome. -Respondeu a diretora. -Mas se estiver no horário, a senhora pode usar um de nossas salas e amamenta-lo, não se preocupe com isso.
A diretora começou a falar sobre a administração, agradeceu a ajuda que alguns pais davam ao colégio para que ele conseguisse algumas coisas necessárias. Isso levou cerca de uns vinte minutos, dela explicando os gastos e os investimentos que o colégio estava fazendo.
-Agora vamos falar sobre os problemas de alguns alunos. -Disse ela.
-Que tipo de problemas a senhora estaria falando? -Perguntou Alfred.
-Algumas semanas, eu venho recebendo em minha sala, reclamações de alunos que estão aproveitando dos mais fracos, digamos assim.
-Mas isso não é problema nosso. -Disse Jonas, pai de Marcos.
-Senhor Harley, esse tipo de comportamento, não é aceitável nesse colégio, não aceitamos a pratica de bullyng. Então queremos alertar alguns pais, para que orientem os filhos para que não cometam esse tipo de comportamento, porque isso acaba influenciando alguns outros alunos.
-Ótimo a senhora ter entrado nesse assunto. O que o colégio faz a respeito das crianças estarem sendo influenciadas por adolescentes gays? -Perguntou ele deixando a sala toda surpresa.
-Não podemos impedir da orientação dos alunos, isso é uma coisa pessoal. Algo que quem tem que lidar são os próprios pais, o colégio disponibiliza um psicólogo para orientar esses jovens e qualquer outro que sinta que está com problemas ou dúvidas. -Respondeu ela pacificamente.
-Engraçado dizer, mas o que vocês fizeram quando meu filho foi humilhado na frente de muitas pessoas do colégio por cinco homossexuais?
-Você tem algum problema com homossexuais? -Perguntou um pai, que era grande e um pouco gordo, com uma barba ruiva e grande. Ele encarou para o pai de Marcos e eles ficaram em silencio.
-Eu não tenho nada contra, mas não acho justo eles humilharem o meu filho na frente de todos.
-E qual foi o motivo deles terem "humilhado" o seu filho? -Perguntou uma das mães que era uma negra linda de cabelos ondulados e a pele lisa.
-Porque um deles pediu o telefone do meu filho para um encontro e ele gentilmente recusou. -Respondeu Jonas.
-Isso não é motivo para eles terem feito algo assim. -Disse o pai barbudo. -Ninguém humilha o outro por algo assim.
-Até parece que você entenderia. -Disse Jonas.
-Porque? Eu não sou gay suficiente para o seu conceito de gay? É isso que você quer dizer? -Ele se levantou da cadeira.
-Não tenho problema de você ser ou não homossexual, mas eu não aprovo o que fizeram com o meu filho.
-O seu filho poderia ter ido falar com o psicólogo do colégio ou até mesmo ter ido a sala da diretora. Ele fez isso? -Perguntou a linda morena apontando para a diretora que sacudiu a cabeça.
-Moça, como você quer que ele vá falar com eles depois da humilhação que ele sentiu?
-Psicólogo é para isso meu amor. -Ironizou o amor.
-A questão é que cada dia está surgindo mais pessoas assim, onde não se ouvi falar de algo assim nesse colégio. -Disse ele.
-E porque será? -Perguntou uma das mães. -A administração não foi, porque eu venho em toda a reunião e nunca ouvi alguém reclamar de algo assim, como você está reclamando.
-O que a senhora está querendo dizer? -Perguntou a diretora.
-Que depois que o filho dele veio para esse colégio, não tem uma vez que ele não ache ruim de algo que fizeram com o filho dele, mas ninguém fala o que o filho dele faz com os filhos dos outros. -Disse ela em um momento de fúria.
-O que o meu filho faz com os filhos dos outros? -Perguntou Jonas, dando uma desentendido.
-Isso mesmo, um dia desses, meu filho voltou para casa todo machucado, por uma surra que o seu filho deu nele por ele não ter dado o dinheiro do lanche para ele. -Ela estava muito furiosa. -O dinheiro que eu dou para ele é para ele gastar com lanche para ele comer e não para alguém como o seu filho retirar dele e deixa-lo sem comer.
Um dos pais tentou acalmar ela, mas foi interrompido pela mulher que se rebelava.
-Como pode ter certeza que foi o meu filho? -Perguntou Jonas.
-Porque o meu filho não mente.
-Corta essa dona. Toda criança mente. -Disse ele.
-E o que te faz acreditar então que o seu filho está certo? -Perguntou o pai barbudo.
-Porque eu conheço ele muito bem e outra, tem testemunha que viram o que aconteceu. -Respondeu ele.
Em questão de segundos a sala toda começou a debater sobre o fato do filho de Jonas estar mentindo ou não. A discussão aconteceu por uns quinze minutos mais ou menos.
-Se vocês continuarem a baterem boca isso não vai resolver em nada. -Disse Alfred. -Eu não acredito que eu tive que cancelar um cliente para vir ver essa palhaçada de discussão. Estamos aqui para ver o problema e resolver e não só colocar lenha na fogueira. -Completou ele. -Continua diretora.
-Não, eu quero que isso seja esclarecido. -Disse Jonas.
-E o que você quer que seja feito então? -Perguntou Alfred.
-Que os envolvidos peçam desculpas para o meu filho e que o deixem em paz.
-Isso dá para ser feito diretora? -Perguntou Alfred.
-Sim, podemos providenciar isso agora se não se importarem.
-Mas é claro que eu não me importo. -Disse Jonas.
-Eu me importo. -Disse o barbudo. -Vão tirar nossas crianças da sala de aula para perder tempo com umas bobeiras dessas.
-Isso não é bobeira, é questão de respeito. -Disse Jonas. -Eu não quero que o meu filho fique correndo o risco de ser humilhado toda vez que um gay força-lo a sair com ele.
-Você disse que pediram o número dele, não falou nada deles forçarem ele. -Disse o barbudo.
-Estou dizendo no dia a dia. -Respondeu grossamente Jonas.
-Senhor Harley, poderia me dar os nomes para que possamos buscar essas crianças? -Perguntou a diretora.
-Claro que sim, eu tenho anotado aqui no papel os nomes que o meu filho deixou.
-Gloria, poderia ir buscar esses alunos e também o filho do senhor Harley?
-Pra que chamar o meu filho?
-Ele estava envolvido, então ele precisa vir para que os alunos peçam desculpas a ele, não acha senhor Harley?
-Então chame esses dois também que viram tudo acontecer. -Disse ele circulando dois nomes.
*****
Gloria saiu da sala que ficou em debate mais uma vez e foi em direção as salas de aula. Chegando em uma das salas, ela pediu licença para o professor e pediu para alguns alunos acompanharem ela.
-Senhor Kale, Ethan Kale. Senhor Reid, Wallace Reid e Senhor Owen, Noah Owen. Por favor me acompanhem. -Disse ela.
Todos da sala olharam para nós e ficaram curiosos com o que estava acontecendo. O professor chamou a atenção de todos que ficaram em silencio.
Em seguida, ela parou na sala de Brandon e então fez a mesma coisa.
-Senhor Harley, Marcos Harley, Miller, Lian Miller, Myle, Lucas Myle, Whynn, Thomas Whynn, Hunt, Luke Hunt e Corbett, Brandon Corbett. Por favor, me acompanhem. -Disse ela saindo da sala.
Olhei para Brandon sem entender nada. Ele pegou o celular sem que a Gloria notasse e enviou uma mensagem para alguém. Vi seus lábios se mexerem e dizer "vai ficar tudo bem".
Andamos em direção a sala da diretora e viramos o corredor até chegar a sala de reunião, onde estava tendo um debate.
Gloria bateu na porta e então entrou, logo em seguida pediu para que entrássemos na sala um após o outro.
Marcos foi o primeiro a entrar, seguindo de Thomas e Lucas. Ele olhou para o pai dele e fez cara de coitado. Depois Lian entrou, depois Ethan e Wally.
-Escuta, vai ficar tudo bem. Eu prometo. -Disse Brandon indo em direção a sala.
Depois de Brandon, respirei fundo e entrei na sala e foi então que vi meu pai de braços cruzados se surpreender quando entrei. Olhei para a sala e todos estavam olhando para nós.
-Bom, trouxemos esses garotos para que peçam desculpas pelos atos cometidos contra o senhor Harley. -Disse a diretora.
-Me desculpe diretora, mas que atos foram esse? -Perguntou Ethan desafiando ela.
-De que vocês humilharam publicamente o colega de vocês. -Disse ela.
-Podemos explicar? -Disse Ethan olhando para Marcos de que iria expor o segredo dos dois.
-Claro que não, já não me humilharam o suficiente? -Disse Marcos tentando impedi-lo.
-Eu acho justo eles se explicarem, já que só temos a versão do filho desse cara. -Disse o barbudo.
-Se todos estiverem de acordo, podemos ouvir os jovens garotos. -Disse ela.
Todos sacudiram a cabeça positivamente menos o pai de Marcos, Thomas e Lucas.
-Já que a maioria está de acordo, então acho que podemos ouvir as duas histórias então. -Disse a diretora.
-Noah, você fala. -Sussurrou Ethan.
-Porque eu?
-Porque você sabe falar bem para o público. -Disse Lian.
Olhei para todos os meus colegas olhando para mim, me incentivando a falar por todos eles. Concordei com eles desde que eu contasse a verdade, o que realmente aconteceu, mas omitindo algumas partes.
Todos aceitaram, então disse a todos que iria contar o que aconteceu, mas fui interrompido por Marcos que disse que iria contar primeiro. A cara de coitado que ele fazia era muito irritante. Me afastei e deixei que ele falasse.
-Era hora do recreio, eu estava com os meus amigos no pátio, tomando o meu lanche como de costume. Então, um garoto veio até mim, acho que o nome dele é Luke. -Ao sair esse nome da boca dele, a mãe de Lian parece ter sido atingida pelas palavras. -Ele veio e disse que eu era muito bonito, e eu agradeci ele mas disse que não curtia esse tipo de coisa, então ele fez algumas caricias em minha mão e eu tirei ela de perto dele, depois ele ficou insistindo em pegar o meu número porque estava apaixonado por mim, eu disse para ele se afastar e novamente disse que não curtia esse tipo de coisa, mas ele insistiu mais ainda. Foi então que disse para os meus amigos para a gente sair de lá.
-Que mentira. -Sussurrou Lian, para mim. -Luke foi falar para ele parar de me incomodar.
-E quando a gente saia, ele disse que eu iria ser dele e foi então que esses daí apareceram, bloqueando o caminho e me forçando a sair com esse tal garoto. E como todos eles namoram um com o outro.
Marcos seu maldito. Que vontade de socar a cara dele nesse exato momento. Meu pai foi atordoado com essas palavras. Ele olhou pra mim surpreso e inconformado.
-E pelo círculo que eles fizeram, todos vieram para ver o que estava acontecendo e então eles começaram a me chamar de vários nomes no meio de todos. -Terminou Marcos com uma cara de coitado.
-Eu não acredito que esses garotos tenham feito algo assim. -Disse o barbudo.
-Eu também não. -Disse a morena. -Tá na cara que isso é tudo invenção dele.
E novamente o debate começou a rolar dentro daquela sala. Meu pai continuava olhando pra mim fixamente ainda inconformado com o que acabara de ouvir.
-Enrola um pouco. -Sussurrou Brandon.
-Porque?
-Eu tenho um plano, relaxa. Só enrola um pouco.
-Eu vou tentar, mas eu não prometo nada.
-Tudo bem.
A diretora pediu para que todos se acalmassem para que voltassem a atenção para nós, para ouvir a segunda e verdadeira versão.
Me pus na frente de todos e olhei para cada um deles naquela sala. Todos estavam quietos e atentos a mim. Fiquei um pouco nervoso, mas me recompus.
-Vou contar para vocês a verdade. -Falei.
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