Capítulo 11: Fuga
Voltei para a sala um pouco nervoso. Me sentei novamente e nem me importei de Priscila encostar na minha mão.
Assim que o filme acabou, nos despedimos das garotas e então fomos para casa.
-A Pri pode dar uma carona para vocês. –Disse Bonnie.
-Obrigado, mas acho que vou de táxi mesmo.
Priscila se entristeceu um pouco.
-Mas vamos marcar de sair novamente. –Sorri.
Andávamos pela calçada indo em direção ao ponto de ônibus. E então Wally lembro do jogo de hoje à noite.
-Você vai né?
-Eu não sei. Porque meu pai continua bravo comigo e eu não quero piorar as coisas. –Falei um pouco triste.
-Entendo. –Falou um pouco triste. –Se mudar de ideia, me avisa.
*****
O jogo era às nove da noite. Então talvez eu conseguisse convencer meu pai.
-Mãe, onde está o papai?
-Ele está no escritório dele.
-Trabalhando como sempre, não é? –Abaixei a cabeça. –Será que ele deixaria eu ir no jogo do colégio daqui a pouco?
Ela vem até mim, colocou suas mãos nos meus ombros e faz um carinho no meu rosto.
-Noah, seu pai querido, as vezes ele pode parecer distante, mas saiba que ele pensa em você sempre querido. Ele só não demonstra muito, por isso que ele trabalha tanto, porque ele quer estar com você, por isso que ele adianta alguns trabalhos que é para poder ficar com você querido. –Ela sorriu.
Meus olhos se encheram de lágrimas depois de ouvir tudo isso. Agora entendo o motivo dele trabalhar tanto.
-E quanto ao jogo, pode ser que ele deixe, se não estiver bravo com você ainda. –Ela me abraçou e me beijou na bochecha.
Subi as escadas e fui em direção ao seu escritório. Bati na porta e abri uma fresta.
-Pai, posso falar com o senhor?
Ele estava olhando alguns documentos e então fez um sinal com as mãos.
-Pai eu.... –Fui interrompido com um sinal de mão que ele fez.
Fiquei alguns segundos aguardando até poder falar.
-Pai será que eu poderia ir ao jogo do colégio hoje a noite?
Ele retirou os óculos e pôs sobre a mesa. Em seguida soltou um suspiro e me encarou com aquele olhar frio.
-Noah! Creio que você já deve saber a resposta, não é?
-Mas pai eu.... –Novamente ele fez um sinal com a mão.
-Eu apenas deixei você sair hoje porque sua mãe insistiu muito. Como você já saiu hoje, não vejo motivos para você ir.
-Mas é do colégio. –Falei implorando.
-Você está de castigo. –Respondeu. –Sem saídas, sem vídeo game e sem computador. Deixarei que fique com o celular porque é algo necessário. –Falou todo calmo.
-E o que vou ficar fazendo nessa casa sozinho?
-Tem muita coisa pra fazer, você vai encontrar algo. –Disse ele colocando os óculos.
-É assim que o senhor quer me educar? Me privando das minhas coisas? –Falei com um tom mais sério.
Ele olhou por cima dos óculos e me encarou novamente.
-Acho que não temos mais nada o que falar. Vai pro seu quarto e estude.
-Eu estou suspenso esqueceu?
-Isso não é motivo para não estudar. –Disse ele se levantando. –Se não tiver mais nada importante, se retire por favor.
-Eu estou cansado disso tudo. –Dei as costas pra ele. –Isso é injusto.
-Injusto? –Perguntou ele indignado. –Injusto é você me fazer passar esse tipo de vergonha. Você bate em um colega do colégio e não quer sofrer as consequências?
-Ele não é meu colega e não fui eu quem bati nele.
-Sua diretora disse que ele estava com o olho roxo Noah. –Ouve um aumento no tom da sua voz.
-Mas não fui eu quem fiz isso com ele. E quando o senhor falou com ela?
-Liguei pra ela hoje, pra saber o que tinha acontecido, mesmo não sendo dia aula, ela foi muito educado e me explicou.
-Então o senhor preferiu ligar pra minha diretora ao invés de vir conversar comigo? –Passei a língua pelo interior do meu lábio e soltei um sorriso sarcástico. –O senhor cada dia me surpreende.
Ele apensa me observava com desaprovação.
-Eu não acredito nisso. –Coloquei as mãos na cintura.
-Eu precisava saber o que tinha acontecido com o outro garoto e saber se ele estava bem, e sei que você iria falar alguma coisa para omitir isso.
-Ual! O senhor é incrível pai, quando eu achei que não podia piorar, acontece isso.
-E além do mais, o garoto é filho de um antigo ex sócio meu. Por mais que eu não goste dele, você não podia ter batido no filho dele.
-Então é por isso? O senhor conhece o pai dele e então prefere confiar numa pessoa que te traiu ao invés do seu próprio filho? –Meus olhos se encheram de água.
-As coisas não são assim Noah, você está se equivocando.
Andei de um lado para o outro, passei a mão na cabeça.
-Estou pai? –Olhei pra ele triste.
-Noah Owen Moore. –Disse ele sério. –Você tem que entender que as escolhas erradas que você faz tem consequências.
-E o senhor tem que entender que eu não sou mais criança.
Saí da sala deixando ele sozinho. Fui para o meu quarto, me joguei na minha cama e fiquei observando o teto. Eu estava irritado. Fui para o banheiro e tomar um banho pra ver se me acalmava.
Durante o banho fiquei pensando sobre o meu pai não ouvir a minha história e me punir injustamente.
-Mas isso não vai ficar assim. –Falei enquanto a agua escorria pelo meu corpo.
Sai do banho, separei uma roupa pra ir ao jogo e deixei ela preparada para poder me trocar o mais rápido possível.
Estava tão magoado com meu pai que não importava a sua decisão, eu iria para aquele jogo e pronto.
Minha mãe me chamou para o jantar, mas me recusei.
-Não estou com fome mãe.
-Noah, não piore as coisas querido.
-Eu não quero comer, não quero olhar mais para a cara dele hoje.
Depois de um tempinho, ela desistiu de me convencer e então desceu. Estava deitado em minha cama aguardando os dois irem se deitar.
Sabia que depois que eles fossem deitar, teria que esperar um tempo, porque meu pai demora um pouco para conseguir pegar no sono, mas quando pega, acorda só no outro dia.
O horário que os dois costumavam ir dormir era sempre às dez da noite, sendo que no outro dia os dois madrugavam para o trabalho.
Era nove e quarenta e sete, o jogo já deveria ter começado e provavelmente deveria estar no intervalo. Fiquei triste por um momento, pelo menos daria tempo para ver o resto do jogo.
Ouvi a porta de seus quartos se fecharem. Aguardei até as dez e então me troquei. Estava com uma camisa azul celeste e uma calça escura. Coloquei os travesseiros embaixo do cobertor e abri a janela com cuidado.
Como a minha janela dava de frente da casa, seria fácil sair, precisava passar pelo telhado da varanda e depois era só descer por um árvore que ficava ao lado.
Saltei da árvore no gramado e me certifiquei se não tinha acordado ninguém. Pelo visto não. Liguei para o Wally e então disse que já estava indo.
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