Os Dez
Um mês, um infernal mês que se arrastou vagarosamente numa instalação subterrânea escondido do mundo. Apesar das paredes mofadas o cheiro metálico prevalecia, uma vez que havia pouco ar e muito sangue derramado. Dentro e fora das arenas, acerto de contas aconteciam a todo instante.
Um mês, trinta dias e mais do que o dobro de mortes nas mãos, e ainda assim Toji não havia chego onde queria. Algumas posições ainda o separaram do encontro com Hades e Mundi, e para a sua ansiedade — como Cérbero chamava —, apenas o tornava mais impaciente e sujeito a fazer besteiras.
Foi esse o motivo do assassino de feiticeiros andar até o primeiro ranqueado da Tártaro com nada além de uma feição desgostosa. Ele acabara de entrar do top 50, tendo começado além da centésima posição, então tinha acesso aos lutadores melhor posicionados.
Diferente daqueles que havia enfrentado anteriormente, o homem era mais parecido com ele do qualquer outro. Não era apenas uma massa corpulenta e grande, sentado num sofá o homem tinha uma prostituta em cada perna e outros lutadores em sua volta. Apesar de parecer estúpido, Toji tinha seus modos para angariar informações. Sabia que aqueles ali em sua volta eram todos aqueles que estavam entre os 10 melhores.
Tinha a política de não lutarem entre si, a não ser que fosse feito um desafio por posição, mas não impedia de lutar com outros participantes.
Assim que se aproximou o suficiente, um dos que estava em sua frente foi jogado para o lado. Toji o pegou pelo pescoço e arremessou o homem pela sala, ele bateu com as costas na parede fazendo nascer rachaduras do ponto de impacto. Silêncio tomou o local, olhares se voltaram para o famoso assassino de feiticeiros.
Toji olhou envolta e se virou para o número um.
— Quero uma luta com você.
Após o choque inicial, o homem piscou algumas vezes e jogou a cabeça para trás gargalhando de maneira extravagante. Sendo seguido pela sua corja de companheiros desmiolados.
— Oe oe oe, quem você pensa que é?
— Não penso ser ninguém, sou Toji Zenin — se virou respondendo o homem que saia de dentro da parede fazendo cair alguns blocos de cimento pelo chão.
— O assassino de feiticeiros entra no top cinquenta e a primeira coisa que faz é desafiar o topo, confesso que gosto da personalidade — o número 1 colocou as mulher de lado —, vendo como lidou com o número cinco, me recuso. Não vale a pena, se fosse alguém realmente notável ele não estaria andando.
— É mesmo? — Toji questionou. — Eu só queria o tirar da minha frente, não estava realmente preocupado em matar. Posso o fazer se for lutar comigo.
— Então nesse caso eu não poderia recusar.
Num instante Toji precisou desviar de um ataque lateral, aquele que sofreu primeiro resolveu dar o troco. Era uma técnica estranha, o ar comprimido faziam lâminas que se movimentavam rapidamente pelo ar e se não fosse seus sentidos afiados sequer conseguiria desviar e teria a cabeça e os membros cortados ali mesmo.
— Eh, até que você não é de todo mal. Ei, Um, eu aceito o desafio em seu lugar.
— Tem certeza Cinco? Vai morrer se não conseguir manter sua posição.
Se Toji conseguisse vencer aquela luta, automaticamente conseguia o posto de Cinco, e então poderia desafiar o primeiro do ranque e então conseguir seu encontro com Mundi e Hades, junto da chanque que estava esperando de acabar com tudo aquilo.
— Ouvi dizer que esse cara acabou com Minos antes de confirmar a inscrição, pode ser algo interessante de se ver.
— Ele nunca foi nada de mais, a capacidade dele de bajular os outros sempre foi maior. Promessas e mais promessas que tiraram ele daqui e o colocaram num lugar confortável.
— Agora que estamos conversando — o Um se levantou olhando para trás onde Toji percebeu pela primeira vez uma pessoa escondida atrás de uma das colunas de sustentação — Dois qual o problema de vocês que vêm de famílias jujutsu tradicionais? Um bastardo Kamo e agora um Zenin, qual será o próximo alguém do Clã Gojo?
Imediatamente Toji se tornou mais consciente da presença, aquele cara era perigoso e o fato dele não conseguir nada em relação à figura o fazia ser quase uma sombra.
— Quem sabe — foi a única coisa que respondeu.
Foi então que Toji sentiu, a voz firme sem tremular fez seus músculos se contraírem. O homem se mexeu, mas ainda assim ele não conseguiu ver seu rosto, algo nele era estranhamente familiar.
— Está decidido. O assassino de feiticeiros irá lutar contra o Cinco, oficialmente pela arena Tártaro. — Um se levantou, as mulheres que estavam com ele o seguiram — Faça seu destino assassino, se for bom o suficiente vamos nos encontrar.
Cinco esbarrou em seu ombro e então saiu.
Toji não tinha mais nada para fazer ali então se retirou, as pessoas podiam ficar confinadas no entorno da arena. Porém, também podiam sair para fazer o que bem entender, desde que voltassem para suas lutas, como na maioria das vezes Cérbero e Kon estavam na cidade vizinha esperando para ter um relatório.
— Você sequer tem alguma coisa dentro dessa sua cabeça? — Cérbero latiu. — Foi direto no topo, e se o Um tivesse aceito seu pedido?
— Eu iria o derrotar de qualquer forma.
O velho se virou pro ex-detetive — Dá para acreditar no que esse imbecil fala?
— Não temos motivos para duvidar, essa é a pior parte.
— E a florzinha, disse algo? — questionou ignorando a conversa.
— Sim — Kon apagou o cigarro —, Hades está monitorando suas lutas. Parece feliz uma vez que você está fazendo bastante dinheiro rodar no submundo, com o próximo combate talvez ele mesmo vá assistir. As lutas maiores são feitas em outros locais pelo que entendi, deve receber instruções em breve.
— Hum, e você — se virou para a besta — trouxe o que eu pedi?
— Se diz a quantidade absurda de armas amaldiçoadas que tinha? Sim, está no carro, não se preocupe em me agradecer. Como um amigo, foi um favor.
— Já não ia.
— Dá pra acreditar que senti falta desse cara? — resmungou, voltando a atenção para a comida na mesa.
— Kon — Toji chamou — sabe algo sobre os dez melhores lutadores da Tártaro? Dois, especificamente.
— Não — respondeu levando o copo de bebida até a boca —, por quê?
— Não gosto dele.
┊❛ [ E X T R A ] ❜┊
— [Nome], o que eu faço com essas caixas?
— Coloque no canto Tale — a mulher respondeu — são móveis. Vou montar depois.
A mais nova fez uma careta, encarando a figura da mulher — Tem certeza de que pode estar fazendo isso?
— Sim, caso contrário vou virar um corpo enraizado. A minha marca cresce independente do que eu faça, deixar tomar minha vida é uma besteira.
A mais nova bateu as mãos após seguir o pedido de [Nome], andando para a cozinha a fim de fazer companhia. Aproveitando para olhar os dados verificados no computador. Um ganido de surpresa deixou sua boca quando viu o anúncio da Tártaro, para conhecimento — e um pouco de curiosidade —, resolveu acompanhar a jornada "daquele cara" na competição. Talvez ela tenha ganho um pouco de dinheiro apostando em nome de um terceiro não rastreável, afinal também precisavam sobreviver. Mas não pensou que ele iria atrás do topo logo em seguida.
— O que foi Tale?
— Nada! Eu pensei ter apagado algo, está tudo bem — bateu algumas teclas tirando da página. Nesse instante surgiu um aviso, esse sim era mais preocupante e potencialmente problemático.
— [Nome] — a chamou —, tem assassinos do submundo embarcando para a Grécia.
O ar da pequena casa se tornou mais denso, para se ouvir apenas o conteúdo da panela na cozinha e os sons vindo da rua.
— Confesso que demorou mais do que eu esperava — ela se virou, a camiseta de mangas deixava a mostra as faixas que enrolavam seu braço até o ombro. A carne enfim voltara para seu corpo, e também parte da força perdida nos meses de recuperação.
[Nome] levantou a mão até a cabeça jogando os fios de cabelos em seu rosto para trás, um sorriso venenoso puxando os cantos de sua boca. O vigor que um dia deixou seus olhos se incendiou, do lado contrário a marca da maldição de Amarate as marcas do contrato de Kiran, a yokai, surgiram.
— Mas já que tiveram todo o trabalho de nos seguir até aqui, devemos dar boas-vindas apropriadas.
N/A: Obrigada por ler até aqui.
Juro que agora ta acabando o arco dele de verdade.
Até mais, Xx!
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