Oh! Nunca mais!
-Então sou sua propriedade? - perguntei depois de estar já alguns quarteirões longe da casa, onde os gritos já cólera já não chegavam aos meus ouvidos - Não me lembro de ter falado algo sobre e nem concordado.
-Não se apegue tanto às palavras, quer voltar lá e enfrentar o velho fique a vontade.- respondeu não dando muita bola - Sou uma falha mas continuo sendo um Zenin, para alguns tolos é uma palavra mais do que o suficiente para servir de aviso.
-Idiotas conservadores como seu pai tendem a se apegar a esse tipo de bobagem.
-Não é meu pai - parei de andar, o corte que ganhei com o ataque de Minori ardendo tamanha força que fechei meus punhos - Progenitor sim, pois não tive escolha. Mas não diga isso, nunca mais.
Seu rosto pareceu confuso, mas não queria continuar naquele assunto, então mudei o discurso rapidamente - Vamos para o Corvo, preciso dar um jeito nessas feridas antes que se espalhe pelo resto do corpo.
-Corvo? - perguntou.
-Ter certeza que é do submundo? - perguntei levantando uma sobrancelha - Corvo, o médico. Ele usa técnica de reversão, cobra um preço alto mas é o único que trata de maldições.
-Nunca precisei, então não me interessa.
É verdade que Toji não lidava com maldições diretamente, mas mesmo assim alguns feiticeiros tinham técnicas traiçoeiras. O suficiente para forçar assassinos a procurarem ajuda de especialistas.
-Tá legal, você é forte - admiti me lembrando da noite passada - Mas deve ter precisado de cuidados médicos em algum ponto.
-Não me lembro.
Revirei os olhos - Certo, mas eu preciso. Então...
-E como exatamente vai fazer isso? Parece que está a um passo de colapsar.
Tirei um selo do bolso e procurei uma porta qualquer encontrando um mercado pequeno - Jujutsu às vezes pode ser bem útil. - coloquei o selo no vidro e abri a porta para que ele passasse. Com um sorriso sarcástico disse - Depois de você.
Toji andou e passou pela porta eu o seguindo logo depois, quando a fechei atrás de mim já estávamos num lugar diferente. Era uma sala pequena, as paredes cor de creme tinham mofo e algumas partes já com a tinta descascada deixava o cimento à mostra tinha um cheiro forte de álcool misturado com sangue e tabaco.
Jogado num sofá surrado uma figura estava deitada de maneira desleixada, a máscara de bico cobria a metade superior de seu rosto, afinal na boca ele tinha um cigarro já pela metade, uma camisa social amarrotada calças igualmente batidas e manchadas.
-Yokai-chan, não esperava te ver em algum tempo - comentou soprando a fumaça para cima - E muito menos acompanhada do Assassino de Feiticeiros.
-Corte o papo furado Corvo, preciso dos seus serviços.
O homem se sentou - Sempre tão séria, nem parece que temos um passado juntos.
Tirando uma quantia de dinheiro em espécie da mochila em meu ombro joguei em sua direção - O suficiente para esquecer esse passado e pagar pela consulta de hoje.
-Como quiser, agora o marido... - O Corvo estalou um dedo e Toji sumiu e antes que eu pudesse contestar ele continuou a falar - Na sala de espera, não dou idiota de fazer algo com aquele cara.
Não era mentira que talvez algumas visitas tenham passado de apenas serviços médicos, dizia o homem que no ramo eu fui a única que tive a oportunidade de ver seu rosto. O qual ele tinha certo orgulho.
O Corvo apagou o cigarro e colocou um par de luvas - Soube que era alguém da família Zenin mas não esperava que fosse ele.
Vendo a minha expressão confusa completou - Seu casamento arranjado.
Tirei o casaco e me sentei na maca - Muitas pessoas parecem interessadas nesse casamento, e não no melhor sentido. O que você sabe que eu não sei?
-Nada demais, algumas informações são vitais no meu ramo de trabalho. - O homem pegou o meu braço tirando os selos temporários - Uh, está horrível. Me surpreende que ainda esteja de pé.
-Acredite, não é o primeiro que me fala isso.
Tranquei o maxilar quando o último selo foi removido, agora liberando a dor em sua totalidade. A pele parecia corroída, inflamada com pontos de sangue e outros fluídos, se tivesse demorado mais acabaria como os cadáveres digeridos no trem.
Minori com certeza tinha algumas maldições de calibre em sua coleção, ela não era uma mestre de maldições muito estimada quando a vi da última vez. Minha irmã sempre teve gostos no mínimo peculiares, não me surpreenderia se ela estivesse metida com algo realmente ruim em prol de melhorar suas habilidades.
-Ouviu algo da minha irmã? - fechei os olhos enquanto sentia a técnica de reversão fazer efeito. Normalmente eu desmaiaria, mas sendo uma ferida na pele o Corvo me manteve acordada durante o processo.
O homem ficou em silêncio e a princípio não me respondeu. Soltando um suspiro em seguida - Diretamente não, mas tem alguns boatos de pessoas sendo contratadas para achar uma maldição.
-Ela recomeçou o ciclo então - falei em voz alta, o único padrão que a mulher seguia era de tempos em tempos aumentar a coleção. Sem explicação ou motivo.
-Não - me interrompeu - Eu falei uma maldição não maldições, tem um valor bem alto no mercado pra quem conseguir dar qualquer pista verdadeira sobre a Imperatriz do Fim.
Corvo me segurou no lugar pois quase me levantei quando ele disse quem estavam procurando. A maldição que recebeu o título de shikigami, a deusa original da morte Amarate.
-Fique quieta ou não consigo fazer o meu trabalho. Gosto de você mas gosto mais ainda de dinheiro, não vou hesitar em cobrar pra refazer o serviço.
O que há de errado com esses homens que acham que podem me cobrar de cada ação que faço?
-Porque alguém faria isso? Não é algo que devia estar em posse das escolas do conselho ou qualquer outro velho poderoso?
-Dizem que depois que Amarate viu o que fizeram com Ryomen Sukuna ela mesmo se selou em algum lugar. Preservar sua força completa ao invés de ser dividida como o rei das maldições.
Livrei meu braço de seu aperto, me arrependendo em seguida. O homem segurou o meu pulso com força o mantendo no lugar enquanto eu esbravejava - Essa tola! Acha que consegue controlar uma força assim? Não é só mais uma bola de terror sem pensamentos.
-Concordo em certo nível, mas talvez devesse se preocupar com você mesma no momento.
Não entendi o que ele quis dizer, então com um longo e frustrado suspiro o Corvo continuou - Fala sério você precisa se informar melhor.
Tirando uma das mãos do tratamento pegou um notebook velho e me disse para abrir, estava na página de recompensas. Sabia que ele vendia informações sobre seus pacientes para alguns caçadores, então precisava sempre estar atento às figuras que apareciam em seu consultório para ser consertado.
-Colocaram um valor bem grande pela sua cabeça.
Fiquei surpresa quando vi minha foto e informações sobre mim, e ainda mais com o valor. Era alto, bem alto.
O homem levantou a mão livre para tirar a máscara do rosto, sua pele estava morena como eu me lembrava, os olhos cor ônix e os cabelos tão claros quanto as nuvens. As linhas de seu rosto firmes e elegantes, poderia se passar por um grande empresário e ter o mundo inteiro jogado aos seus pés se quisesse.
-Escute [Nome], não imagina o tanto que me ofereceram para dar qualquer pista sobre você. - ele manteve os olhos nos meus mostrando preocupação e sinceridade - Mas não vou fazer isso, não com você.
-Não sei porque estão te procurando ou o porque da sua irmã estar atrás de Amarate. - ele voltou a se concentrar no meu braço ferido - Mas, tome cuidado. Até mesmo embaixo do seu teto.
De novo aquelas acusações apontando alguma coisa para Toji. Instiguei para ver se conseguia mais alguma resposta dele sem mencionar que Minori disse algo anteriormente.
-Apesar da recompensa, dizem que alguém já aceitou o serviço.
-Alber - o chamei pelo nome verdadeiro o forçando a me encarar - Acha que Toji foi contratado para me matar?
-Não estou afirmando nada. Mas ele é o que é... Um Assassino de Feiticeiros.
N/A: Ai cara eu estou tão apaixonada no King de One Piece que na hora de fazer o corvo só pensei nele. Então fica ai a referência, só de aparência.
Quem pegou a referência do nome do capítulo? Essa só os entendedores vão saber.
Obrigada por ler até aqui!
Até a próxima semana, Xx
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